domingo, 31 de agosto de 2008

Angola, colónia da China




MPLA, secretismo decalcados dos sistemas comunistas

Operacionalidade dos Serviços de Inteligência

Luanda – O SIE-Serviço de Inteligência Externa, usualmente apresentado como "branche" externa do sistema de informações de Angola, conta agora com a cooperação da China – traduzida na presença física nas suas instalações principais de chineses, envergando, por vezes, uniforme militar.
Fonte: Club-k


Não, não era, não é cooperação chinesa para o jardim de obras. É colonização chinesa para outro inferno de más obras. Um regime marxista-leninista não desiste. O Mpla quer, e vai, novamente levar-nos para o consumo diário da metralha comunista. Para governar tem que ser diabólico, atroz, das bichas do pão dia e noite e do tempo perdido, de lá sair sem conseguir nada. O Mpla quer-nos implantar o regime chinês de trabalho forçado. Dia e noite a trabalhar com salário e comida miseráveis. E isto já se verifica, não é irrealidade, é normalidade.

Se os chineses estão nos SIE significa que a caça ao homem vai começar, e outra guerra reiniciar. Então, um regime onde não há liberdade controla os Serviços de Segurança Externa do outro. Sim! Digo bem, controla. Porque, os acordos de cooperação na construção civil dão para camuflar milhares de chineses, um exército… para aniquilar a oposição depois das eleições. Porque o Mpla vai ganhar outra vez a tiro (?) … e outra vez na cruzada contra o Ocidente e EUA. Será a Frente Patriótica: Rússia, China, Irão, Coreia do Norte… e talvez já estejam aqui os mísseis nucleares bem disfarçados, ou chegarão a qualquer momento.

E porque também não existe quase nenhuma mão-de-obra angolana. Até para abrir um buraco está lá o chinês. Um subterfúgio para a importação de chineses e criação de sempre mais um batalhão, mais um exército para a gloriosa grande marcha angolana. E depois reforçados com toda a escumalha mundial dos comunistas/comodistas como antes e após 1975.

Agora outro Sudão, outro Darfur chinês numa zona altamente estratégica, com mar, petróleo, diamantes, madeira, peixe… tudo que a China necessita para sobreviver, e o seu imperialismo desenvolver, abastecer.

Angolanos!
Da Unita, Pajoca, Prs, Pld, Prd, Fnla, Fpd e todos os intelectuais verdadeiros patriotas. Não nos deixemos outra vez dominar, colonizar, escravizar pelos substitutos russos e cubanos. A hora é de união e de acção. A pátria está em perigo. Angola precisa mais do que nunca de vós.
Outro 27 de Maio NÂO!

Até porque estão proibidas na cidade de Luanda todas as bandeiras de outros partidos, especialmente da Unita. É por isso que só se vê Mpla. E onde estão os observadores? Devem estar na Ilha de Luanda a desfrutar o país do sol e do cheiro petrolífero.

Gil Gonçalves



Offshore e onshore


Angola está infestada de rios mas, importa muita água para beber.
Serr um rreino medieval, éme serr very good, eu gostarrrr!

A teimosia marxista-leninista não deixa isto avançar.

Arranjam-se meia dúzia de escravos e promete-se-lhes a liberdade se matarem alguns colonos. Depois a anarquia fica encenada, e aqui chamamos-lhe luta de libertação. Sem ensino, sem formação, continuaremos num país faz de conta, a fingir, a deambular no fácil mentir, a roubar.

E os bandidos? Acabaram?
- Não! Deportamo-los para desestabilizarem a nossa colónia, Portugal. Lá, assalta-se, rouba-se, mata-se com facilidade e a lei protege-os. A nossa colónia, Portugal, igualiza a metrópole. Como nos últimos dias de Pompeia.


O silêncio da noite interrompe-se pela vozearia contaminada, alcoolizada pela hipocrisia do Ocidente que finge, apoia, tiraniza as repúblicas do petróleo.
Que extermina as gentes. Onde estão, onde ficam os intelectuais Africanos!?
Estão perdidos algures offshore e onshore.
Um povo não se conhece pela riqueza do solo, do subsolo.
Um povo é rico pelo número dos seus intelectuais.
Nunca pela adorada propensão alcoolizada, fomentada, injustiçada.
Não havendo justiça, há muita mão com disposição.

Gil Gonçalves

X-Files. História desconhecida dos homens desde há cem mil anos


Este mês aconselho-vos um livro que para mim é daquelas pérolas bibliográficas que merece destaque em qualquer estante: -)

Descobri este livro por volta dos 12 anos, estava arrumado dentro de um armário e para mim foi como descobrir um tesouro, talvez tenha sido este livro o causador da minha faceta mais esotérica e alternativa, pois este livro sem dúvida que abriu os meus horizontes, para uma realidade que diariamente é construída e reconstruída e que somos nós, individualmente, que devemos interrogar e questionar para que nada nos escape ou nos seja "oferecido" como verdadeiro sem o ser, aqui vai a sinopse deste livro, de 1963, Livraria Bertrand, do autor Robert Charroux:

"Em a História Desconhecida dos Homens desde há Cem mil anos, o autor aborda a sua tese fundamental, o homem de hoje nada inventou, tudo já foi vivido, experimentado pelos Antepassados Superiores. Os homens construíram já naves siderais, viajaram no cosmos, conheceram as ondas hertzianas, os motores de reacção e ião-solares, a energia atómica. Irradiaram o nosso planeta e deterioraram a espécie humana. Mas os poucos sobreviventes desta humanidade superior, antes de desaparecerem ou caírem na inconsciência – antes de se tornarem aquilo a que nós chamamos "homens pré-históricos" –, legaram aos seus descendentes uma grandiosa mensagem, advertindo-os das consequências das suas próprias descobertas. Porém, no decorrer dos séculos, centros de contraverdade têm ocultado este conhecimento, mantido embora pelas sociedades iniciáticas.

Extraordinariamente documentado, "História Desconhecida dos Homens..." pode inicialmente surpreender mas convence à medida que as páginas vão passando e se acumulam os factos que enleiam o leitor fascinado pela Primi-História, quando os nossos longínquos antepassados viveram aquela civilização que os sábios de hoje, em segredo, reconstituem, anunciando o regresso dos Mestres do Mundo".

Um livro fascinante que aborda os mistérios do mundo, desde as civilizações antigas às descobertas cientificas mais marcantes. Tudo isso será obra nossa, ou alguém trilhou este caminho antes e deixou-nos pistas para alguém seguir. Os detentores destes saberes quererão partilhar com a humanidade aquilo que sabem ou estarão em segredo a acumular riquezas e poder para proveito próprio???

Estas e outras perguntas e obviamente respostas, num livro de 1963, que sem dúvida nenhuma nos faz pensar e cativa página a página. Penso que este livro será muito difícil de obterem, devido à idade do mesmo e da edição já estar possivelmente esgotada mas podem sempre tentar na biblioteca da vossa cidade ou algum alfarrabista.

O meu exemplar está bem guardado: -)

In http://tarotnet.blogs.sapo.pt/86659.html
Imagem:
http://www.traca.com.br/seboslivrosusados.cgi?mod=LV64434&origem=resultadodetalhada

sábado, 30 de agosto de 2008

Meditando. Mpla


A única coisa que o Mpla fala verdade… é a mentira.

Gil Gonçalves

Banco Millennium é um banco (?)


Pelo anúncio não é banco, é empresa de construção civil… mais uma miserável especuladora imobiliária.

Anúncio no Jornal de Angola de 30 Agosto 2008

Venha partilhar com o Banco Millennium Angola o desafio de pertencer aos nossos Serviços Centrais.

Se preenche os requisitos acima indicados, candidate-se às seguintes funções disponíveis, indicando a respectiva referência:

. Engenheiro Civil
. Engenheiro Electrotécnico
. Técnico de Recursos Humanos
. Técnico de Marketing

Gil Gonçalves

Os podres de ricos são ilícitos


Quando há muita pobreza, há sempre uns poucos podres de ricos. A explicação é muito simples: eles roubaram, sim! Se não roubassem não existiria tanto pobre. Os ricos não enriquecem sozinhos… enriquecem a roubar, a explorar os incautos e os analfabetos forçados. Idiotas ricos conluiados com governos que os apoiam. Governos dos pobres para entesourarem ricos.

Era quase meia-noite. Estava na varanda a assassinar o meu corpo com o fumo de um cigarro, a pensar como resolveria os problemas do dia seguinte. Tempo perdido, porque já não há ninguém que resolva problemas.

Na rua vejo uma mulher, que me parece a imagem da morte. Vai muito lenta. É baixa e forte de rosto jovem. O cabelo mal se vê porque está coberto de sujidade. Um pequeno xaile ajuda-a a cobrir as costas. Vê-se no peito uma camisola rasgada, e nas pernas o resto de uma saia. Os chinelos afastam-se dos pés, já não servem para andar.

Parece ter saído de uma vala comum, porque todo o aspecto exterior está banhado com terra. É a imagem adequada de quem não tem para onde ir. Como se fosse um espelho, onde todas as imagens desta sociedade nela se reflectem.

Esta é uma das mulheres poluídas pelos angolanos que tem mais de cem milhões de dólares petrolíferos e diamantíferos.
E-mail para aqui continuado, deportado e esperançado, denuncia que o banco Millennium ocupou metade das traseiras do prédio nº 109 da rua Rei Katyavala em Luanda, para construir mais uma filial. A Teixeira Duarte SA, SS é a executora da obra. As traseiras do prédio são condomínios que pertencem aos moradores. Como é que o banco Millennium e a Teixeira Duarte SA conseguiram ilegalmente roubar a parcela de terreno? Com tanto à vontade só pode ser alguém habitualmente ligado aos serviços da Presidência da República. Ou foi alguém do Governo da Província de Luanda que agora está a passar férias no Algarve?
Gil Gonçalves

Mistérios da Medicina. Efeito Placebo (FIM)


Existem dois tipos de reflexos: condicionados e incondicionados.

Os reflexos incondicionados são aqueles com os quais os animais nascem, adquiridos ao longo da evolução de sua espécie, ou filogênese. Por exemplo, se colocarmos comida na boca de um cão, ele começa a salivar. Isso está determinado dentro do seu próprio sistema nervoso.

Os reflexos condicionados são aqueles que os animais adquirem durante suas vidas, ou ontogênese. Eles são um dos tipos de aprendizado de que o sistema nervoso é capaz. À medida que determinados estímulos ambientais vão agindo sobre eles, formam respostas condicionadas a esses estímulos. Logicamente, para que essas respostas condicionadas surjam, elas têm que se basear em respostas incondicionadas. No experimento clássico de Pavlov, tocar o sino não causava nenhuma salivação no cão, mas depois dele apresentar o sino repetidamente em conjunto com o estímulo incondicionado (a comida), o cão começou a salivar em resposta ao sino, apenas.

Pavlov definiu o reflexo condicionado como: “uma conexão nervosa temporária entre um dos inumeráveis fatores do ambiente e uma atividade bem determinada do organismo”.

Ou seja, o reflexo é uma conexão temporária entre um estímulo qualquer do meio ambiente e um reflexo incondicionado do organismo, que passará, assim, a ser condicionado, despertado por aquele estímulo ambiental, até então previamente indiferente.

Modificando a Reação a Medicamentos Pelo Condicionamento

Este é um tópico importante para podermos entender o efeito placebo. Vamos entendê-lo através de um experimento simples: após fazer soar um estímulo sonoro, aplica-se, em um cão, uma injeção de acetilcolina. Em resposta à acetilcolina, o cão tem hipotensão (queda da pressão arterial). Se, depois de diversas combinações do som com a injeção, substituirmos a acetilcolina por adrenalina, o cão continuará a ter hipotensão. Deveria ter hipertensão (aumento da pressão arterial), portanto o condicionamento mudou completamente a resposta ao segundo agente. A ação farmacológica da adrenalina foi anulada. Seria de se esperar que o cão, ao recebê-la, tivesse aumento da pressão arterial; mas como está recebendo aquela injeção temporalmente associada ao estímulo sonoro, que para ele é sinal de hipotensão, sua pressão continua a baixar. O organismo do cão ignora o efeito farmacológico da adrenalina e obedece ao sinal de hipotensão, registrado no sistema nervoso central.

Fato muito importante é que diversos estímulos ambientais podem conjugar-se entre si, formando uma verdadeira cadeia, e qualquer desses estímulos pode agir como sinal e pôr em marcha o reflexo condicionado. Outros estímulos do ambiente podem apresentar o mesmo efeito, como, por exemplo, a entrada na sala onde a experiência se realiza, a visão do experimentador, a audição de sua voz (mesmo fora da sala), etc.

Reflexos e Linguagem em Seres Humanos

E no ser humano, o que aconteceria? A mesma coisa. Existem diversas experiências mostrando que o homem tem suas funções tão condicionáveis quanto as dos animais. Por exemplo: doentes com dor intensa, provocada por uma doença chamada aracnoidite, que recebiam injeções endovenosas de novocaína (um anestésico), tinham alívio da dor e dormiam. Nesses mesmos doentes, depois de algum tempo, com a troca da injeção de novocaína por soro fisiológico (uma solução fraquinha de sal), continuavam a ocorrer alívio da dor e sono.

No homem existe ainda algo importante a ser considerado. Segundo Pavlov, nos animais existe apenas o que ele chamava de primeiro sistema de sinais da realidade. Trata-se dos sistemas do cérebro que recebem e analisam os estímulos que vêm de fora e de dentro do organismo (por exemplo, sons, luzes, nível de CO2 no sangue, movimentos intestinais, etc).

No ser humano, além desse primeiro sistema de sinais, existe um segundo sistema, o da linguagem, que aumenta as possibilidades de condicionamento. Para o ser humano, a palavra pode ser um estímulo tão real, tão eficaz, tão capaz de nos mobilizar como qualquer estímulo concreto, e, às vezes, até mais. Além disso, o fato de a palavra ser simbólica, ser uma abstração, permite que o estímulo condicionado seja generalizável.

Um exemplo?

Se condicionarmos um homem dando-lhe choques na mão após ouvir a palavra campainha, haverá reação de defesa com retirada da mão. Depois de algum tempo, ao ouvir a palavra campainha, em seu idioma natal ou em algum outro que ele entenda, assim como ao ver uma campainha, real ou em foto, o homem terá a mesma reação de retirada da mão. Por quê? Porque o homem não foi condicionado a um conjunto de sons, como foi o caso do cão, e sim a uma abstração: a idéia da campainha.

Outro exemplo de experiência de condicionamento em seres humanos: dá-se choque na mão de um sujeito após ele ouvir a palavra caminho, provocando retirada da sua mão. Depois de algum tempo, ouvindo a palavra caminho, esta pessoa retira a mão, fazendo o mesmo, também, ao ouvir sinônimos: estrada, via, rota, etc.

O Efeito Placebo como Condicionamento

Chegamos, então, a uma explicação fisiológica bastante convincente sobre o efeito placebo: trata-se de um efeito orgânico causado no paciente pelo condicionamento pavloviano ao nível de estímulos abstratos e simbólicos.

Segundo essa explicação, o que conta é a realidade presente no cérebro, não a realidade farmacológica. A expectativa do sistema nervoso em relação aos efeitos de uma droga pode anular, reverter ou ampliar as reações farmacológicas desta droga. Pode também fazer com que substâncias inertes provoquem efeitos que delas não dependem.

Poderíamos então definir efeito placebo como o resultado terapeuticamente positivo (ou negativo) de expectativas implantadas no sistema nervoso dos pacientes por condicionamento decorrente do uso anterior de medicação, contatos com médicos e informações obtidas por leituras e comentários de outras pessoas.

Conclusões

Existem duas maneiras de encarar o efeito placebo:

1 – Para quem faz pesquisa clínica, estuda um medicamento novo e quer determinar seu real valor, o efeito placebo é um estorvo: constitui um conjunto de efeitos não medicamentosos a serem eliminados, na medida do possível, com auxílio de técnicas de pesquisa;

2 – Na prática médica, o efeito placebo pode ser útil, pois esses efeitos não medicamentosos podem ser benéficos ao paciente. A ação curativa de agentes terapêuticos específicos, farmacologicamente ativos, pode ser reforçada por efeito placebo consequente às expectativas de cura, despertadas nos pacientes dentro do contexto de uma boa relação médico-paciente. Contrariamente, se não houver boa relação médico-paciente, pode ocorrer um efeito placebo negativo de tal monta que prejudique a adesão ao tratamento. O paciente simplesmente ignora a receita ou toma os medicamentos de maneira completamente diferente da que foi prescrita. Mesmo se chegar a tomá-los da maneira prescrita, vai exagerar todos os possíveis efeitos negativos e ignorar os efeitos positivos do tratamento.

Para terminar, lembramos que alguns autores consideram que o efeito placebo tem o seu lado negro, pois as curas a ele devidas favorecem a perpetuação do uso de medicamentos e procedimentos terapêuticos ineficazes e irracionais, como os que acontecem na chamada “medicina alternativa”.

http://ateus.net/artigos/psicologia/efeito_placebo.php

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Mendiga na rua nua


Mendiga na rua nua sem espelho para me mirar
Talvez me digam para voltar a lutar
E matar
Perdi a vontade, já não sei amar
Porque o meu petróleo e diamantes
Estiveram, já aqui não restam
Estão muito além do mar

Vejam o que me fizeram, e não retiveram
Os sons que agora oiço, dos pés nus e mãos estendidas
O meu nome está à venda, esse sentimento perdido
Como uma pequena janela, que nem isso já tenho
E o meu nome era o futuro…depois do ano 2000
O meu futuro, o meu relógio parou, já não se usa
Nos programas rodados sem computador

Nem comecei, parei, à espera da hora, demora falar
Perdi a escalada do véu que me conduz ao céu

Gil Gonçalves

Angolanos com mais de...100 milhões de dólares


Angolanos com menos de um dólar: 14 milhões

Esmagar a infâmia


Porque é que o nosso cérebro se sente feliz quando “ouve” música?

Falta serenidade neste mundo amaldiçoado, sempre por alguns ameaçado. A História ensina-nos a mesmice. Desentendo porque nos deixamos por eles dominar, escravizar. Se são sempre os mesmos, e já o sabemos, porque aceitamos a sua eterna condenação de nos matarem à fome? É porque gostamos de viver na eterna violência das revoluções. Gostamos de pegar, lutar com armas para matar, fazer infindáveis revoluções por causa da fome. Acabamos uma revolução… e damo-nos outra vez conta, que os nossos dentes não têm nada para mastigar. Somos os eternos idiotas da História.

Não me recordo quem me disse que: A ditadura organizada dá-nos algum pão, mas tira-nos a liberdade. A democracia dá-nos a liberdade, mas tira-nos o pão.

Talvez sejam meras conjecturas de políticos que habitualmente nos conduzem à desgraça. Lembro-me da propaganda deles: O programa político não destoava, resumia-se: «queremos o nosso dinheiro!»

Vi que se gastavam milhões, biliões de dólares na compra de jogadores de futebol. E os esfomeados nos campos relvados sentiam-se no Olimpo, convidados pelos seus deuses da bola.

Nunca imaginei um reino, com golpes de estado diários, permanentes.
A maldade não triunfará. Temos que esmagar a infâmia.
Gil Gonçalves

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Negros, agora negreiros


A vida é um forte distúrbio anseio alcoólico
Foge toldada do suave e abrupto nevoeiro do palmar
Onde os álcoois perseguem a nossa existência
Os vapores são intensos, agradáveis intentos

Se conseguimos despertar, despeitados e frustrados abismamos
Na invasão do torpor, do clamor. Bebo, logo existo!
Da vitória universal: bêbados de todo o mundo, uni-vos!

A proa da neblina não se rompe, recomeçam as nuvens neuronais
Da existência, da angústia como veículos na cidade sem luz
Com apenas os seus faróis encandeados em movimento
Como jasmins amarelecidos tentando reencontrar a seiva perdida
da vida

Sombras escondidas, das noites perdidas
Não há dias, apenas monumentais estátuas estáticas sem alvorecer
Nos olhares vazios, inchados do silêncio perdido algures

Este é o mar, o nosso navegar dos petroleiros
descomandados, desnavegados.
Brancos substituídos
por meia dúzia de Negros negreiros

Gil Gonçalves

Meditando. José Sócrates


E depois de um regresso vertiginoso que encetámos à Idade Média, a partir do momento em que José Sócrates foi eleito Primeiro-ministro de Portugal…
Gil Gonçalves

Mistérios da Medicina. Efeito Placebo (I)


O Poder da Pílula de Açúcar
Ateus.net » Artigos/ensaios » Psicologia
Autores: Julio Rocha do Amaral, MD e Renato M. E. Sabbatini, PhD
Fonte: Revista Cérebro & Mente

Quando um medicamento é receitado ou administrado a um paciente, ele pode ter vários efeitos. Alguns deles dependem diretamente do medicamento, ou seja, de sua ação farmacológica. Existe, porém, um outro efeito, que não está vinculado à farmacologia do medicamento, e que também pode aparecer quando se administra uma substância farmacologicamente inativa. É o que denominamos “efeito placebo”. É um dos fenômenos mais comuns observados na medicina, mas também um dos mais misteriosos.

O efeito placebo é poderoso. Em um estudo realizado na Universidade de Harvard, testou-se sua eficácia em uma ampla gama de distúrbios, incluindo dor, hipertensão arterial e asma. O resultado foi impressionante: cerca de 30 a 40% dos pacientes obtiveram alívio pelo uso de placebo!

Além disso, ele não se limita a medicamentos, mas pode aparecer em qualquer procedimento médico. Em uma pesquisa sobre o valor da cirurgia de ligação de uma artéria no tórax na angina de peito (dor provocada por isquemia cardíaca crônica), o placebo consistia apenas em anestesiar o paciente e cortar a pele. Pois bem: os pacientes operados ficticiamente tiveram 80% de melhora. Os que foram operados de verdade tiveram apenas 40%. Em outras palavras: o placebo funcionou melhor que a cirurgia.

O que é o efeito placebo? Como ele pode ser explicado?

Neste artigo vamos examinar as bases neurobiológicas do efeito placebo, de acordo com as hipóteses mais recentes. Estudar e compreender melhor o efeito placebo e seu lugar na medicina tem grande importância para o próprio ato terapêutico, além de ter grandes repercussões éticas na prática e na pesquisa médica. Vamos concentrar nossas explicações sobre um tipo específico de placebo, que é o agente farmacológico (medicamento). Mas os princípios discutidos podem ser generalizados para qualquer tipo de placebo.

O que é o efeito placebo?

A palavra placebo deriva do latim, do verbo “placere”, que significa “agradar”. Uma boa definição é a seguinte: “Placebo é qualquer tratamento que não tem ação específica nos sintomas ou doenças do paciente, mas que, de qualquer forma, pode causar um efeito no paciente”.

Note bem a diferença: placebo é o tratamento inócuo. Efeito placebo é quando se obtém um resultado a partir da administração de um placebo.

O conhecimento sobre o efeito placebo ampliou-se muito com a necessidade da medicina realizar ensaios clínicos controlados, que são uma metodologia científica muito utilizada para determinar a eficácia terapêutica de novos fármacos.

Nestes ensaios administra-se obrigatoriamente um placebo a um grupo controle de pacientes, e depois se compara os resultados com os obtidos no grupo que recebe a medicação ativa, cuja ação se pretende demonstrar. Quanto maior a diferença nos resultados entre o segundo e o primeiro grupos, maior a eficácia farmacológica da substância em estudo.

Os médicos logo notaram nesses estudos que os placebos tinham muito mais efeitos sobre a doença estudada do que podia se esperar. Em alguns casos, os efeitos colaterais (indesejados) dos placebos chegavam a ultrapassar os do medicamento ativo. Em consequência, houve um aumento grande nas pesquisas científicas com a finalidade de esclarecer melhor o que é esse efeito, por que ocorre, qual a sua base fisiológica, etc.

Como o efeito placebo pode ser real, ou seja, provocar mudanças benéficas no paciente, ele pode ser útil na prática clínica. Isso é inclusive permitido pelo código de ética médica.

Tipos de placebo

Os placebos são classificados em dois tipos: inertes e ativos.

Placebos inertes – são aqueles realmente desprovidos de qualquer ação farmacológica, cirúrgica, etc.

Placebos ativos – são os que têm ação própria, embora, às vezes, não específica para a doença para a qual estão sendo administrados.

Diz-se que os placebos têm efeito positivo quando o paciente relata alguma melhora, e efeito negativo quando eles relatam que houve piora ou surgimento de algum efeito colateral desagradável (nesse caso o placebo é chamado de nocebo, palavra que deriva do latim nocere, ou provocar dano).

Uma conclusão interessante é a seguinte: toda medicação administrada, além do seu efeito real farmacológico, tem também um efeito placebo, e eles dificilmente podem ser separados um do outro.

O que causa o efeito placebo?

Surge então a pergunta: se o efeito placebo não deriva de uma ação provocada no organismo do paciente, de onde vem ele?

A ciência médica ainda não explicou completamente qual a causa (ou causas) do efeito placebo. Mas, ao que parece, ele resultaria da espera do efeito por parte do paciente.

Como se explica isso? Existem diversas teorias, decorrentes de diversas escolas da psicologia. A que adotaremos aqui, e que parece ser uma das mais prováveis, é a do reflexo condicionado. Você deve se lembrar dele: foi descoberto por um fisiologista russo chamado Ivan Pavlov no final do século passado, que ganhou o primeiro prêmio Nobel de Medicina, em 1902. Ele é conhecido popularmente pelo famoso experimento do cão que salivava ao ouvir um sino.

A idéia geral é que o efeito placebo surge como um reflexo condicionado involuntário por parte do organismo do paciente. A seguir veremos como isso acontece.

Reflexos Condicionados

Segundo a teoria de Pavlov, podemos compreender o funcionamento do sistema nervoso como dependente de reflexos, ou seja, respostas a estímulos provenientes do meio externo ou do interno. Um estímulo sensorial, venha de dentro ou de fora do organismo, atinge um receptor e provoca modificação das condições orgânicas e, em consequência, uma resposta que pode ser motora, secretora ou vegetativa.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

HOTEL LUANDA. Hotel Ruanda


HOTEL LUANDA. Hotel Ruanda
Atenção ONU! Antes que recomece a senda do novel movimento de libertação, revolta popular, e a imensidão de mortos que se avizinha, adivinha, neste agora Hotel Ruanda.
Gil Gonçalves

Uma lágrima pelo povo ...e pelo Estado de Angola


Neste tempo do Governo de José Eduardo dos Santos, as autoridades, ["competentes"], autorizaram a demolição do Mercado do Kinaxixe. Uma obra arquitectónica erigida no centro de Luanda e que foi um ícone da urbanização de Angola. O Governo desse senhor destruiu assim o património africano herdado da colonização europeia que nos co-engendrou como nação. O mercado do Kinaxixe era um marco do processo cultural que gerou a nossa identidade, portanto, também a de quem, ao mais alto nível, dirige o Governo do Estado que a destruiu.

Por Luíz Araújo

O Mercado do kinaxixe foi transformado em escombros pela nova guerra civil em curso no território angolano. A guerra de assalto ao mercado movida contra todas as angolanas e angolanos por agentes dum poder exercido em promiscuidade com os seus negócios particulares para a construção de riqueza por via do uso abusivo de poderes e de bens públicos. É uma "guerra civil pacifica", desinformados, pensarão muitos, mas que em vários momentos já foi manchada pelo sangue de tantas vitimas do assalto à terra, especialmente da urbana, em Luanda. Uma guerra que está suceder à que houve entre "movimentos de libertação nacional", inaugurada para a captura do Estado, conseguida em 1975 pelo MPLA.

Poucos se aperceberam da Guerra da Terra porque, até agora, só um lado tem usado a violência, os esbulhadores que para isso se servem da autoridade e das armas do Estado contra o povo. As vítimas ainda não replicaram com o recurso á violência. Têm sido defendidos apenas pela denuncia pública desses ataques junto de entidades nacionais e internacionais. A organização que dirijo, a SOS Habitat tem sido uma das protagonistas dessa defesa pacifista que, entre outros efeitos, tem conseguido a contenção do gesto violento espontâneo de tantas vítimas desse assalto à terra. No entanto a impunidade tem sido sistematicamente garantida aos violadores.

Lembro que a guerra civil angolana foi gerada em nome da legitimidade duma revolução conduzida pelo MPLA que postulava o fim do capitalismo em Angola. Revolução que como o Mercado do Kinaxixe, e antes dele, também foi despejada na lixeira da nossa história pelos ex "revolucionários" que, entretanto, continuam a conduzir o partido-Estado que impõe a hegemonia do MPLA sobre a Administração do Estado. Desta herança da sua ditadura monopartidária é que, absolutamente, ainda não se descartaram e no entanto já não é constitucional desde 1991.

Portanto o Governo de José Eduardo dos Santos, objectivamente, destruiu e deitou fora a nossa riqueza material e cultural. Parte da memória colectiva da Cidade de Luanda e do País, em nome da realização de riqueza por particulares, foi transformada em lixo histórico. Um moderno shoping center de gente detentora e ou cliente do poder vai ser erguido no espaço do Mercado do Kinaxixe.

Antes desse cometimento, a mando do mesmo Governo, foi demolido o Palácio de D. Ana Joaquina e depois, no seu lugar, ergueram uma cópia desse edifício. Reagindo a esse delito, indignado, Lúcio Lara, deputado do MPLA, levou um pedaço secular dos escombros desse edifício à Assembleia Nacional onde, em nome de todos nós, chorou como uma das milhões de vítimas desse cometimento. Foi um gesto de protesto ousado com que, [minha percepção], contestou o Chefe do seu partido, [o MPLA], e do Governo e Estado de Angola, o senhor José Eduardo dos Santos. Afinal esse individuo é o responsável máximo pelos actos do Governo e do Estado em Angola. Portanto, esse cometimento e a impunidade com que foi agraciado não lhe são estranhos. Mas o gesto do deputado, além de serôdio, foi inócuo como demonstra a continuidade com total impunidade desse tipo de cometimento governamental.

Depois, em vários musseques, as casas do povo pobre foram demolidas e os seus habitantes abandonados ao relento nos escombros que delas restaram ou, sob ameaça das armas do Estado, despejados em depósitos de pobreza como os que o Governo do MPLA implantou na Calemba, Zango e Panguila. Os novos e mais emblemáticos bairros coloniais para indígenas construídos em Angola, paradoxalmente, no pós independência.

No entanto, o cancioneiro popular a que o MPLA tanto recorreu na mobilização do povo contra o colonialismo português, cantava: "madaram-nos para os currais como se fossemos bois". Agora o Governo do MPLA, conduzido por José Eduardo dos Santos faz exactamente o mesmo que o colonialismo português fez. Esses novos depósitos de pobreza são a concretização pelo endocolonialismo do paradigma de urbanização dos subúrbios da nossa capital adoptado por esse Governo do MPLA para afastar para além da Cidade, do Estado, [dos seus serviços e rendimentos], a maioria da população pobre e excluída que vive na capital do pais.

Concretizam a fase planificada do apartheid social com que José Eduardo dos Santos está a desenvolver o seu regime endocolonialista.

Em qualquer momento serão outras praças do povo e muitas das nossas casas já marcadas que vão ser demolidas para com a nossa expulsão serem servidos outros. Outros que a guerra que obstaculizou tudo que podia ser feito em prol do bem-estar geral, no entanto, não impediu que acumulassem riquezas faraónicas.

Os nossos espaços públicos e particulares estão a ser esbulhados e tornados servidão e ou propriedade de outros para a concretização - à sua maneira - de projectos particulares - alegadamente com "fins também públicos" – mas em cuja concepção não participamos nem mandatamos ninguém para em nosso nome os autorizar. Claro que qualquer empresa comercial serve sempre o publico, vende ao público. Mas será que esse "serviço público" de particulares, [como vem sendo implantado], tem que ser imposto pela destruição de património colectivo e a expulsão de todos os outros?

Os lugares da Cidade estão a ser objecto de apropriação particular depois de terem sido, [de modo preparatório do esbulho], sujeitos aos efeitos predadores duma - desmazelada e ou mesmo demissionista - "gestão governamental" visando a realização de fins particulares.

Aspirações e direitos dos membros de toda uma sociedade estão a ser anulados para se realizar o património e o enchimento dos cofres dos "donos da terra" com capital, assim, conseguido de modo ilícito. Esse procedimento, contra tudo e todos nós, coloca José Eduardo dos Santos, assim como os seus agentes e clientes na condição de co-proprietários, [sem papel passado por quem de direito], do nosso país transformado numa imensa "Fazenda Angola", que está sendo o nosso espaço colectivo de sofrimento e morte. Ainda assim, pasme-se, essa "fazenda" continua a ser paradoxalmente discursada pelos seus predadores como sendo um país e um Estado de direito democrático.

A Comunidade Internacional - para quem os direitos humanos o Estado de direito e a democracia são essenciais ao desenvolvimento humano - cala-se perante o facto endocolonial. Tornou-se cúmplice, para não colocar em risco os seus negócios com a "Fazenda Angola". "Teme a crispação da atitude do Governo de José Eduardo dos Santos caso conteste a sua delinquência predadora tão sobejamente evidenciada.

Não têm vergonha nenhuma desse cometimento contra nós, como demonstram os elogios que vêm tecendo à governação do MPLA dirigida por José Eduardo dos Santos, como recentemente fez o Primeiro Ministro português, José Sócrates, por ocasião da Feira Internacional de Luanda, FILDA. E, para esses representantes de países que são seculares predadores internacionais da humanidade, tudo fica só como uma questão de economia, de oportunidade e modernização do mercado e, alegadamente, até duma "bem intencionada" gestão urbana, como são "bem" entendidas e convenientemente acolhidas as justificações publicamente apresentadas.

Obviamente que, para os sequestradores do Estado angolano, a manutenção de marcos da historia do desenvolvimento da Cidade, da sua configuração, do seu mobiliário e cultura ancestrais, enquanto alicerces da nação angolana, não gera defesas nem receitas para a caixa dos chefes-de-posto da "democrática economia de mercado" angolana em construção que, nos dias que correm, está a ser refeita nos moldes da economia dum colonialismo.

Como há muito a história da humanidade registou, os valores identitários duma sociedade dominada são sempre perigosos para qualquer ditadura. São valores que mantêm viva a memória colectiva das comunidades sustentando a sua coesão e capacidade de resistência. Portanto, no caso angolano estão a ser apagados para em, consequência, nos apagarem enquanto cidadãos, transformando-nos num zero no computo geral duma economia politica que nos reserva no futuro o lugar consolidado de serventes dóceis duma ditadura endocolonial.

O projecto endocolonial está a reproduzir em cada um de nós o monangabê colonial que, nos dias que correm nenhum Jacinto - poeta irreverente - convoca nem ao lamento dessa situação nem à rebeldia que está a gerar.

Por este andar, no futuro, a nossa memória acabará por reter só a obra do chefe-de-posto José Eduardo dos Santos e do MPLA, o "seu" partido. O MPLA é o primeiro e o principal refém da hegemonia pessoal que exerce sobre o Estado e o país. Corremos o risco de chegarmos a um ponto em que os registos demonstrarão que antes dele não houve nada e que tudo que então viermos a ser enquanto gente e país deveremos à sua saga predadora de bens materiais e culturais da comunidade angolana. Teremos então a percepção de que Angola é uma invenção de José Eduardo dos Santos a quem a história, [se registada com rigor], no mínimo, deverá apontar como o demolidor do património e da memória colectiva de Angola.

Se deixarmos essa estratégia ser levada até às suas últimas consequências por José Eduardo dos Santos e pelo seu refém principal, o MPLA - depois da nossa memória colectiva nos ter sido totalmente arrancada - da nossa cidadania restará só a sua "casca". Seremos então, enquanto cidadãos, um mero invólucro.

Teremos sido transformados pela nossa redução politica à aparência de sermos cidadãos como, de facto, já é o que a maioria de nós é no contexto actual. A nossa substancia cidadã que nos dias que correm já está muito mal parada, nesse futuro sombrio que o endocolonialismo de José Eduardo dos Santos perspectiva, será então o que poderá produzir o nosso abandono em depósitos de pobreza e entulho material e cultural onde, [no apartheid social eduardino], a nossa cidadania definhará vigiada pelos chimbas e outros cipaios que usam contra nós as armas do "Estado" da "Fazenda Angola", feita terra esbulhada a "inútil gente gentia", também, feita refém do bando desse ditador.

Respondendo ao apelo endocolonialista, para a realização desse projecto, competentes predadores estrangeiros já instalaram parcerias com predadores angolanos pela constituição de sociedades pretensamente "nacionalistas", em função da relação em co-propriedades onde os agentes económicos angolanos detêm mais do que 50% do respectivo capital. Parafraseando o angolano cognominado como "poeta maior", estamos objectivamente face ao debicar no inerte corpo africano que denunciou, só que, desta feita, esse debicar é concretizado com os olhos secos sob a condução de José Eduardo dos Santos, herdeiro do ceptro do poder do poeta e médico que foi o primeiro Presidente de Angola, o Dr. Agostinho Neto.

Se todas e todos nos resignarmos, se nos anestesiarmos com as migalhas que sobram da mesa do palácio do chefe-de-posto endocolonial ou com o medo de nos darmos pela liberdade, o perverso projecto económico, político e cultural endocolonial que está a estruturar a existência de Angola, será concluído como uma bem sucedida violação, extrema e rebuscada, da nossa condição natural de seres, humanos, livres e dotados de direitos, "respeitados" na "democracia" eduardina.

E assim Angola continuará, endocolonialmente, a ser uma terra boa para todos menos para os angolanos, como denunciou o cantor angolano Dog Murras. Como a sua cumplicidade demonstra, esta situação não é preocupação dos democratas humanistas da Comunidade Internacional, particularmente da que está representada em Angola. Especial e particularmente não é preocupação dos Estados europeus e da sua Comissão, cujos agentes e investidores na economia endocolonial eduardina, há muito que estão cegos e só funcionam em função do seu apetite por petróleo, da expansão dos seus mercados e da exploração de outros recursos naturais da nossa terra. Só vêm Angola como um el dorado onde podem facilmente realizar riqueza em vês de, primeiro e acima de tudo, perceberem o nosso país como um espaço de seres humanos iguais a eles.

Parece-me que assim será até que outro Fevereiro inscreva o nome de novos heróis na história da libertação de Angola. Infelizmente disto já me restam muito poucas duvidas, porque de muito pouco têm servido os nossos honestos e destemidos protestos pacíficos e porque menos ainda nos servirá, [como fez o Deputado do MPLA Lúcio Lara], depois de cada novo golpe, de modo angélico, continuarmos a levar à Assembleia Nacional "pedaços de nós demolidos e molha-los com as nossas lágrimas" nessa catedral da produção de aparências que realizam a fantasia da "democracia angolana para inglês ver contente". O próprio senhor José Eduardo, honestamente, já nos disse e ao Mundo que a democracia e os direitos humanos não enchem a barriga a ninguém. Portanto está a ser coerente consigo mesmo.

Chegados a este ponto e momento da afronta endocolonial que nos submete, ao senhor dos Santos, o chefe-de-posto da "Fazenda Angola", assim como a todos os servidores e clientes do seu projecto endocolonialista, [por enquanto], só resta lembrar que quem semeia ventos colhe tempestades. Mas também, com a mais profunda convicção, aqui exprimo o meu desejo dessa colheita ter lugar num Setembro de eleitores em vês de num Fevereiro de heróis que, no entanto, objectivamente, é o que está a semear a condução predadora de Angola pelo senhor José Eduardo dos Santos. Libertemo-nos com urgência.


Orlando de Castro em:

http://altohama.blogspot.com/2008/08/uma-lgrima-pelo-povo-e-pelo-estado-de.html

Há, abundantes idiotas


Não é necessário estudar muito para saber que há abundantes idiotas.

Américo Amorim mas, o que é que se faz com um povo analfabeto?

Américo Amorim é o homem mais rico de Portugal. Não vê a miséria que o rodeia. O povo português libertou-se dos cravos, é pedinte. Para existir um homem mais rico num país mais pobre, é porque este homem roubou, vigarizou. Este homem é vergonhoso, inescrupuloso. Este homem é aberrante. Deve ser julgado e condenado.

Somos tão pequenos perante tanta imensidão. E no entanto, persistimos que somos gigantes, que somos os melhores. Duvidamos, não aceitamos as nossas origens. Só quase na hora da morte nos lembramos da inutilidade da nossa vida. Nessa hora, nesse momento, regressamos às nossas verdadeiras aspirações, mas é demasiado tarde. Queremos voltar, mas o regresso está eternamente adiado. Então durante uns minutos, uns segundos, lembramo-nos finalmente da vida. Vivemos para recordar uns ténues momentos antes de morrer. Isto é a verdadeira vida.

Tudo foi concebido para ser triste. Desde o mais microscópico, ao mais gigantesco, uma luta incessante pela sobrevivência no Universo acontece. Para obter energia, assim que a luz solar surge, é a corrida na procura de algo para comer. Vale tudo, porque as espécies animais, as estrelas, os planetas, as galáxias, perseguem o que lhes dá a vida. Uns lutam de dia, outros à noite. Vinte e quatro horas sem eternidade, a luta pela sobrevivência desperta, alerta.

E os vigaristas e os parasitas limpam as unhas, as garras, na espera triunfal dos direitos de autor dos que trabalham, dos que labutam. Sem intelecto, mas com muitas momices, sulcam, chafurdam voluptuosos nos pântanos que antes eram do Triunfo dos Porcos e agora deles se assenhorearam, convivem. Como disse Manuel Alegre. «Isto é uma volúpia pantanosa, e como não sou batráquio, prefiro tomar ar puro».
Gil Gonçalves

X-Files. Eclipse Total


19.08.2008 - 02h33 – Soberbo, Lisboa
Ó Senhor PJLC, não é necessário ir tão longe. Basta a fantasia do 11/Set. /01! As pessoas parecem que tem medo de o afirmarem convictamente. O 11 de Setembro foi uma conspiração interna com 100% de certeza. Basta ver como as torres se desmoronaram e principalmente o WTC7. As torres desfizeram-se em pó! Como é que isso é possível sem estarem minadas de explosivos? Como é que o WTC7 caiu simetricamente e em 8 segundos? Pelos incêndios? Há… deixa-me rir, há um ano atrás um edifício ardeu por completo em Madrid (ardeu durante 24 horas) e não caiu. E se caísse pelo incêndio seria gradualmente e não de forma instantâneo como o WTC7 e as torres. Isto é Básico. Agora depois do 11Set como poderemos alguma vez acreditar na política Americana, nos Média "Oficiais" e nos governos europeus, que nunca exploraram a farsa do 11/9 (Excepto um deputado italiano, ignorado)???????

14.07.2008 - 23h58 - Maria, Entroncamento
Eu também sou Moçambicana, branca, e na hora de arrancar, os negros de lá diziam que eu era portuguesa. Portanto os portugueses de origem não são negros, mas sim brancos. Já agora saiba que em Países como Angola quando um português não se comporta são chamados à justiça, pagam o que tem a pagar e são postos a andar, e não querem saber do BI, mas sim da origem? Portanto é só copiar os nossos tão compatriotas. Não sou racista, nem nada que compareça, acho apenas que quem vive em bairros pagos pelos contribuintes portugueses tem demonstrar humildade e não nos andar a insultar com brutais carros e ainda a colocar a nossa vida em perigo com armas, portanto, quem não se sabe inserir em sociedade e cumprir as regras do país a fronteira é a porta da serventia, e isto é principalmente para os ciganos porque é uma etnia que não respeita nada nem ninguém e sei do que estou a falar, apenas acham que tem direitos neste país e nada de deveres.


23.08.2008 - 12h27 – Token, Portugal
Os jovens têm muito tempo morto nas mãos! Não admira encontrar um grupo a passear alguns desses cães saídos de uma luta organizada, para surpreender e obrigar um idoso a enfiar salsichas nas próprias calças, e a fugir o mais que possa antes de os cães serem soltos, só para ser perseguido e caçado como um animal, para ser mordido, urinando, gritando por auxílio e tentando afastar o perigo, sendo derrubado, chorando, despido à dentada, assistindo à própria mutilação num coro estéreo de rosnar, enquanto é mastigado, ficando sem orelha, falanges dos dedos nas mãos, parte dos órgãos genitais, observando uma mistura de satisfação e preocupação no rosto de quem o rodeia, a perder sangue e a revirar os olhos lacrimejantes em asfixia muda, enxovalhado como um boneco, abandonado até à morte... Basta de facilitismo em Portugal!

25.08.2008 - 22h53 – Barbosa, Gaia
À porta de minha casa (Gaia) só vejo insurretada. Alguns de apenas 9 anos e em bandos pelas ruas fora por vezes às tantas da manhã. Nem se pode dizer que roubam, eles pedem! Um puto de 10 anos que vos pede dinheiro para um maço de cigarros e se dizes não ele agride-te. Se reages, vem os irmãos e os pais e tios para te agredirem e seguirem até casa. Por onde olho só vejo violência e agressões, oiço tiros de noite. Idosos e grávidas agredidas e roubadas. Carros roubados e incendiados. Miúdos assaltados e espancados à porta da escola. Traficantes à porta das mesmas. Este país é um esgoto. Os políticos da assembleia são os culpados, pois eles é que tem o poder de mudar isto. Mas eles protegem o infractor em vez de o castigar. Sou contra as prisões, mas sou a favor de trabalhos forçados. O trabalho e consequente formação é a melhor reabilitação. E todo o lucro desse trabalho deverá ser sempre em prol do estado e da comunidade. Não faltam obras públicas e matas para ordenar. Sejam inflexíveis e íntegros que o problema desaparece. Pena os sonhadores de uma esquerda utópica estrangularem o nosso futuro. Mas acredito que o fazem porque beneficiam da anarquia e da violência.
http://ultimahora.publico.pt/

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Fendas Humanas


Falar de mim… sou um eterno, terno descontente. As coisas não podem ser como são. Temos o ancestral direito de as ver na sua realidade, na sua totalidade. “ Sou um filho do universo, e tal como as árvores e as flores tenho o direito de o habitar”.

Gosto de ver as abelhas a colher mel nas flores divinas, inventadas por Deus.

Gosto de ouvir e ver o prateado das calmas ondas do mar. O ir e voltar do ondular fortifica-me a mente. Por isso ganhei uma grande amizade com o mar.

Faço o impossível por compreender e viver no Verbo Humano. Faço de todos os dias uma fortaleza com fendas humanas nas muralhas.

Faço a cada instante um efeito borboleta, afasto-me da teoria do caos, da teoria da impossibilidade e caio num universo paralelo.

Na solidão, só com a minha meditação. Faço agora tudo, porque sinto uma grande amizade pairar-me. É o desejo da tua orbita.

A música medieval que me acompanha invade-me o cérebro. Ele rejubila e lembra-se de contentamento, que existe um nome, um ser humano que anseia viver.
Gil Gonçalves

Durmo sem sonhar


Nasci na África triste, ou triste Africana
Evito encontrar-me, fujo de mim
Durmo sem sonhar
Até os pesadelos me abandonaram
Sonho de olhos abertos e vejo milhares de naus
Multidões nas praias que me perseguem
E escondo-me no que resta da civilização

Tento suavemente sentir a sensação
Da profunda escuridão
Depois das dramáticas batalhas de cada minuto
Para não encurtar a minha vida
Nos muitos anos de guerra
Porque os desígnios da minha existência paradoxal
Nunca serão lembrados

No beiral areal, real lixeira de corpos desumanos
Sou como os palhaços, rio, faço rir
Dentro de mim estou triste
Rio para esconder a minha tristeza
Tenho o direito ancestral de ficar calada
Os dias antecedem a bruma das noites
Negra escuridão dos tempos perdidos,
jamais recuperados
Receio que tenha de partir para longe,
já que aqui não vejo ninguém por perto

Revolução de contínuos descontinuada
Na apanha da bebedeira ficam três dias a dormir.
Alguns não acordam
Era o colonialismo, a seguir vieram os descolonizadores
Depois o neocolonialismo. Que será o que se segue?
África, berço e túmulo da humanidade
Gil Gonçalves

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Pode um escravo se libertar?


Foram compensados, habilmente ludibriados com a liberdade da carta de alforria. A questão é: pode um escravo se libertar? Não! Passa de uma escravidão para outra. O escravo é liberto mas não se liberta, não consegue sobreviver, porque não lhe deram acesso a nenhuma instrução, a nenhuma profissão.

Ele deveria reivindicar esse privilégio. Mas como, se ele não sabe ler, não sabe escrever. Nesta condição dos Movimentos de Libertação, libertar é neo-escravizar, neocolonizar. Os Movimentos de Libertação libertam meia dúzia, os seus chefes, a sua tribo. Passam à condição de novos chefes de novos escravos.

Foi isto que se passou com as independências da África Negra. Oportunistas Africanos educados na civilização Branca, lutaram pela independência, prometeram bem-estar aos seus povos, correram com os colonizadores, mais tarde lembraram-se que os Brancos antes de serem escorraçados, deveriam ficar algum tempo, para deixarem aos Negros as profissões necessárias, para manterem os países na normalidade.

De qualquer modo a civilização Branca apoiou esse abandono. Sabiam com sarcasmo, que uma inapta multidão de escravos satisfaria a continuação dos seus desejos. Na administração colonial caíam algumas migalhas, no neocolonialismo, essa rubrica deixou de existir. Substituiu-se por outra: o lucro do despejo. É mais fácil, não dá trabalho nem chatices explorar. É por isso que se diz que a fome não é branca, é negra.

Gil Gonçalves

domingo, 24 de agosto de 2008

Nascemos para beber, só o álcool nos liberta.


Quando um milionário elogia… elogiou os serviços prestados durante trinta anos de um subordinado destacado, e depois o despede alegando que era insignificante. Esse homem milionário merece ser ensacado com serpentes e lançado ao mar.
As tempestades que nos devastam são o opróbrio, o merecimento da indignidade humana.
Para destruir uma cidade, não é necessária uma guerra.
Não sei de que lado a bondade está. Ela e a maldade deram-se as mãos.
Quem vive feliz, é porque fez alguém ficar infeliz.

O amor, são muitos sentimentos, qual deles devemos seguir? Normalmente mergulhamos no sentimento da carne, mais tarde amaldiçoamo-nos pela escolha. Terminamos na eterna dúvida, não sabemos o que é amar, não sabemos o que é o amor. Nos ritos do casamento, o sacerdote costuma prevenir: «neste dia unem a plenitude dos tempos eternos. Mostrem-se tolerantes quando se provocarem. Mantenham-se firmes no amor, nos muitos momentos difíceis, e momentâneos felizes».

É como a amizade. Tive muitas, mas nunca consegui descobrir quem era de facto amigo.
Também tive muitas amigas, também fiquei sem saber qual delas me era fiel.
E assim continuamos nesta angústia, do augusto eterno.
E tudo se acaba, se recompõe, tudo volta ao que já era.
Bendigo a Deus esses instantes que me lembram o que sempre vi, mas que só agora notei.
Gil Gnçalves

sábado, 23 de agosto de 2008

HOTEL LUANDA. O Senhor dos Exércitos


Já temos os ingredientes de um Estado muito bem falhado: hino, uma bandeira e um palácio. Farras, água a pingar dos tectos dos prédios num derradeiro esforço para acabar os que os colonos generosamente deixaram, geradores fumarentos, mosquitos e as obras nocturnas e motos rápidas também nocturnas que não nos deixam dormir, descansar, estudar, trabalhar ou ler um livro.
Um arquitecto informou sob anonimato que prédios agora construídos vão durar apenas 20 anos. E com a exemplar manutenção um, dois, três anos?!
E se isto tudo acontece, isto não é um país. É um caos petrolífero.

O conflito assegura-se. Chineses, portugueses, brasileiros… e as companhias petrolíferas… toda a escória mundial, não vão deixar o Mpla perder. E os chineses preparam navios carregados com armas. Tudo legal, porque são encomendas do Mpla. Negócio entre dois partidos marxistas-leninistas. No fundo é a costumeira frente patriótica petrolífera.
E o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, acaba de convencer-nos nas Lundas, que não existe ninguém em Angola capaz de prosseguir as obras em curso se o Mpla perder as eleições. Este homem é eterno. Goza do dogma da infalibilidade pontifícia. Onde a História é o movimento dos idiotas que aspiram ao poder.

Assim não é presidente de todos os angolanos. É apenas presidente de mais um partido político. O sucessor cognominado rei Mugabe II, Senhor dos Exércitos, rei Sol, o Iluminado, o Divino, o Rei dos Reis. São indivíduos como Adriano Parreira, Jorge Valentim e José Eduardo dos Santos que provocam incêndios muito difíceis de apagar, grandiosos tumultos.

Um estado democrático e de direito onde a única actividade legal é roubar. Um país sem mácula onde não existem ilegalidades. Mas, Angola está totalmente dominada por especuladores imobiliários e financeiros. De modos que, tumultos, convulsões sociais, revoluções, chauvinismo, enfim, muitas confusões. Será o… salve-se quem puder. Outro Zimbabué, outra Somália… melhor, outro Iraque.

Em Angola vai acontecer o mesmo que se passou nos EUA. Vão aniquilar aqui os agora promovidos Índios-negros. Os que sobrarem guardam-se em reservas frigoríficas para futura exposição turística. Eis esta novel democracia com um sistema político que permite roubar na legalidade. Já provaram e insistem que: a melhor experiência de governação é a corrupção.

Os poderes dos especuladores financeiros e imobiliários aliados ao Mpla, já soltam foguetes da nova guerra para continuarem no poder e escravizarem, exterminarem a população. Os sinais são visíveis porque prosseguem os rumores do pânico para armazenar comida, porque a guerra vai mais vir, já se está a ouvir… outra vez. E os armazéns vão fechar… ou já fecharam.

Os roubos de terrenos e residências praticados em plena campanha eleitoral pelas forças da Casa Militar da Presidência da República e já denunciados por Tchizé dos Santos, anunciam o terror que se aproxima. A Unita e demais opositores vão reviver a história do Hotel Rwanda, neste Hotel Luanda.

Quase todos os dias há interrupções no fornecimento de energia eléctrica. Ninguém sabe porquê. Só pode ser para justificar a emissão de facturas fantasmas. E fiscais do GPL, Governo da Província de Luanda, perseguem e roubam kinguilas e zungueiras. Apesar dos chefes (?) afirmarem que não são fiscais, são bandidos. A questão é que quando não lhes pagam os salários eles vem para a rua roubarem, também para sobreviverem. Elas dizem que não vão votar mais no Mpla.

Os que aqui estão e demais chegam… fincaram-se para roubar. As cabeças não lhes funcionam. São psicopatas, desumanos como SS NAZIS. E ainda gozam e dizem: «que isto não é uma república é um bananal». São bantustões importados livres de encargos alfandegários.

Isto já não tem ponta por onde se lhe pegue.

Gil Gonçalves
Imagem: Hotel Luanda

A Origem da Al-Qaeda


Daí em diante, iriam pensar duas vezes antes de atacarem Hassan-Ibn-Sabbah. Várias províncias se lhe submeteram e os seus dais levavam as suas ordens a todo o lado. O imposto devido ao sultão já não lhe era enviado, mas sim entregue aos homens de Hassan, e, quando um emir ou vizir protestava, não o fazia durante muito tempo: o punhal ou o veneno encarregavam-se dele. No Roudbar, a última fortaleza que ficara nas mãos dos inimigos de Hassan, Lemsir, caiu em seu poder em Setembro de 1102. Na sequência disso, as outras cidadelas iraquianas, as da planície, também prestaram vassalagem ao senhor da montanha e aos seus homens, devotados até à morte.

Perguntou-se muitas vezes como fazia Hassan para captar assim a fidelidade cega dos fidawi que mandava cometer assassínios, sabendo que, provavelmente, seriam capturados e torturados. Hassan mandara construir, no castelo de Alamute, jardins com água corrente e um pavilhão de quatro andares. No interior, as rosas competiam com as porcelanas e as baixelas de ouro e prata para ornamentarem os vários recantos. As colunas estavam forradas de âmbar e musgo. Aí, instalara dez rapazes com formas de efebos e dez jovens mulheres muito belas. Vestia-os de seda e tecidos preciosos, ornava-os com jóias de ouro e prata. Por todo o lado, havia taças que transbordavam com frutos, flores odoríferas e água, mercadoria rara naquelas bandas. E havia também animais nos jardins: gazelas, avestruzes, patos, gansos, lebres, etc. Um corredor secreto ligava o pavilhão a uma grande casa situada fora daquele local paradisíaco.

Quando detectava um indivíduo adequado à missão que tencionava confiar-lhe, Hassan recebia-o na casa e convidava-o a comer alimentos drogados. Depois de adormecer, o homem era transportado para o pavilhão e confiado aos efebos e às mulheres que o aspergiam com vinagre, para o despertar. Quando abria os olhos, ofuscado, ouvia: Apenas esperamos a tua morte, porque este lugar está-te destinado: é um dos pavilhões do Paraíso e nós somos as houris e os filhos do Paraíso [...]. Se estivesses morto, ficarias para sempre connosco, mas apenas sonhas e não tardarás a despertar.
Os odores provocavam-lhe tonturas, os pássaros, os animais, a vegetação pareciam-lhe tão maravilhosos que acreditava no que lhe diziam. Então, os efebos e as mulheres comunicavam-lhe que estavam ali para satisfazer todos os desejos do seu corpo, fossem eles quais fossem.

Hassan chegava em seguida, dizendo-lhe que era capaz de visitar o Paraíso quando queria. Mandava-o aspergir com água de rosas, convidava-o para uma nova refeição em que os pratos estavam, uma vez mais, drogados e mandava-o levar pela galeria secreta até à casa, sem que ele disso se apercebesse. Hassan assistia ao seu despertar e informava-o de que lhe estava reservada uma sorte tão maravilhosa depois de ter sacrificado a vida pela Ordem. Marco Polo, que visitou Alamute e pediu que lhe contassem a história da fortaleza, confirmou esses procedimentos. Escreveu: Quando o Velho queria matar um grande senhor, ordenava-lhes que matassem esse homem e dizia-lhes que os queria enviar para o Paraíso, e iam e faziam tudo quanto o Velho lhes ordenava [ ... ]. E, deste modo, não havia um homem que não fosse morto quando o Velho da Montanha queria...

Assim, Hassan tornava tangível, para esses homens, aquilo que o Corão prometia: Sobre leitos preciosamente separados por tabiques, Em redor deles circulam jovens eternos, Com taças, gonljs e vasos cheios de frescas bebidas, Que não os atordoarão nem angustiarão. Com frutos delicados segundo as suas preferências, E carnes de animais segundo os seus desejos. Para eles há as que têm os grandes olhos brancos e negros, Modelos de pérolas ciosamente guardadas, Adolescentes apaixonadas, apaixonantes; Estarão entre os lótus podados, Entre as sombras extensas, Entre as águas que correm; Cobrem-nos vestimentas verdes, Em subtil cetim e brocado. E estão ornados com pulseiras de prata, E o seu senhor manda-os beber uma bebida muito pura.

Compreendemos assim como os subterfúgios de Hassan-Ibn-Sabbah se destinavam a convencer os fidawi de que, por instantes, haviam entrado no Paraíso, a ponto de se dedicarem de corpo e alma ao seu senhor e de já não terem medo da morte e de, inclusive, a esperarem com impaciência. Isto permitia, nomeadamente, ao senhor da montanha impressionar os seus visitantes ordenando a um dos seus homens que se lançasse, gratuitamente, do alto das muralhas. E o homem mergulhava no vazio a um simples sinal de Hassan, que dizia ao espectador surpreendido: «Tornou-se um liberto», expressão que Villiers de l'Isle-Adam virá a retomar em Axel, ao falar da morte voluntária. Nota: Refiramos, de passagem, que Villiers de l’Isle-Adam projectava escrever uma obra sobre o Velho da Montanha.

No entanto, podemos espantar-nos por os fidawi se terem mostrado tão crédulos e não se terem apercebido do subterfúgio. Apesar de todos os esforços de Hassan, os jardins instalados em Alamute, montanha árida, deviam ter dificuldades em passar pelo Paraíso, como observou Maurice Barrès, que visitou o local.
Mas não esqueçamos a utilização do haxixe, que Hassan descobrira no Cairo. Com o poder dos sentidos decuplicado pela droga, os fidawi viam todas as cores mais vivas, os odores eram mais fortes, o prazer parecia-lhes maior e, ao mesmo tempo, perdiam toda a noção de desconfiança e de prudência. Tinham-se tornado haschischins, termo que os cruzados iriam transformar em assassinos que, a partir de então, viria a designar esse tipo de homicidas.

A partir de então, Hassan apenas precisava de não evidenciar fraqueza, nem piedade, e era isso que acontecia dado que não hesitou em decapitar o seu filho mais velho, por ter conspirado contra ele, e estrangular o seu segundo filho, que cometera o simples crime de consumir vinho.
Na noite de 12 de Junho de 1124, sentindo que a sua morte se aproximava, Hassan convocou os seus fiéis mais próximos para a biblioteca e designou como seu sucessor Kya Buzurg-Humid, confiando, por outro lado, o exército a Hassan-Kasrany e a administração da Ordem a Abu-Ali. A meio da noite, antes de morrer, pediu a todos que o deixassem só, dizendo: - Adeus, e lembrai-vos de que o meu espírito vela. Enquanto fordes dignos dele, dignos de o compreender, ele aconselhar-vos-á.
Kya Buzurg-Humid herdou, assim, mais de setenta mil homens dedicados de corpo e alma, apenas na região do Roudbar. Retomou a prática dos ritos seguidos por Hassan, mas começou bastante mal o desempenho das suas funções de mestre.

Apaixonou-se por um jovem da corte do príncipe do Taberistão. Parece, aliás, que os casos de homossexualidade eram muito frequentes entre os fiéis do velho da montanha. Basta pensarmos nos efebos oferecidos aos fidawi ou no facto de o filho mais velho de Hassan ter sido levado a conspirar pelo seu amante. Acontece que Buzurg-Humid ordenou aos seus homens que raptassem o objecto dos seus desejos. Isso deu origem a um conflito, uma espécie de guerra de Tróia homossexual, que ganhou, mas à custa de pesadas perdas. A partir de então, Buzurg-Humid lançou-se em intrigas de corte, nem sempre coerentes. Teve mesmo tendência para transformar a sua ordem em mafia, não hesitando em vender os serviços dos seus assassinos a príncipes dispostos a pagar caro. Mas, ao mesmo tempo, aumentou o poder da Ordem, chegando a possuir setenta e quatro fortalezas na Síria.

In OS TEMPLÁRIOS, ESSES GRANDES SENHORES DE MANTOS BRANCOS
Os seus costumes, os seus ritos, os seus segredos
MICHEL LAMY

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Há alguma guerra legal?


A faceta mais subtil do ser humano é a doentia traição, patologia da razão. Inundada de goleadores, a sua mente não tem sabor, nem cor.
Preparei-me para a fragilidade do sono da noite. Deus existe ou subsiste?
O choque do humanismo com a selva humana é como um mar infestado de tubarões.
Há alguma guerra legal? As guerras são legais? Invadir um país é legal? Não… é a letargia letal.

Estamos devidamente preparados para sermos neo-colonizados. Servos voltam a servir medievos.
Não havendo ideais humanistas as nações esmorecem.
A Bíblia, a Revolução Francesa e Marx alavancaram a História. Biliões de mortos testemunham-nos.
Quando se aprova o orçamento geral dum reino absoluto, vota-se a continuação da miséria na generalidade.
Somos uma fábrica de lixo ambulatório. Onde chegamos, ficamos, poisamos, deixamos tudo lixado. As nossas mentes fabricam imundícies.

A população com dedicação falsifica documentos. Cumpre o dever, o endereço do poder executivo, falsário poder.
O falso poder é narcótico, entorpece, adormece.
Quando os preços do petróleo sobem, os bancos aumentam. Quando os preços baixam demasiado, os bancos diminuem
Há povos que ascendem à escravidão. Há povos que sempre dominarão.

Prefiro mil vezes viver humilhada na pátria dos colonizadores do que morrer à fome no meu reino.
Quando um maldito morre alegram-se os corações, porque a maldade diminuiu. É sol curto, outro nasce, e grandes choros e tristezas renascem.
A morte prova que não há ninguém imprescindível.
Quando um reino não tem estradas, viaja-se pé ante pé.

O vulgar da gente, de quem não sabe fazer mais nada, especialmente os preguiçosos, inventa, festeja o dolce far niente.
Zebra, onde vais? Sem pés, sem pernas, sem cascos!
O comportamento infantil e juvenil é o espelho dos adultos O comportamento zebra espelha os outros animais.
Para sobreviver, o mais fácil é revender.
Com palavras se elege democraticamente o próximo governante, mas o que trabalha com denodo não é eleito.

Com tanta prostituição e droga, não é possível avançar, melhorar.
Já não há instantes, tudo é distante.
A arrogância, desumanidade, desrespeito pela vida humana, e o belicismo dos EUA, fortalecem o comunismo, islamismo e o terrorismo.
Um governo tem o direito de se defender dos ataques internos e externos.
Serão válidas eleições com generais no poder?
Gil Gonçalves

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Ainda e sempre o 27 de Maio


27 De Maio
* Quanto mais nos embrenhamos nos acontecimentos do 27 de Maio, mais vontade temos de poder, um dia, vir a saber toda a verdade desses mesmos acontecimentos.

* Merece-o o Povo de Angola, esse mesmo Povo que tem esperado, ao longo dos 33 anos que já leva de experiência como Povo independente, que não torne a sentir vontade de voltar para o "domínio colonialista", pois nesse tempo, mal ou bem, sempre ia vivendo na esperança da mudança... que nunca mais aparece!

* O militante do MPLA Pedro Fortunato era o Comissário Provincial de Luanda. Pretendia fugir de Angola, porque sabia ter a vida por um fio, pois querem-no matar. A vida que viveu foi-lhe madrasta, vê mal, está a cegar, progressivamente... mas não perdeu os seus vícios antigos:
«Se pagarem alguma coisa de jeito, conto a verdadeira história dos mortos do golpe de 27 de Maio».

* Não há lugar a rebates de consciência, pois apenas cumpriu ordens e nada mais que isso; nunca actuou envergando a farda da DISA, pois nessas missões fardava-se sempre... de militar. "Pitoco" – o seu nome de guerra - fazia verdadeiros equilíbrios, agarrando-se ao que podia... e lança mais alguns nomes para a arena. Desta vez fala de Vítor Jeitoeira. Jura que este não fez nada, salvando até alguns condenados! Tinha alinhado com as tropas do Dodó Kitumba, um dos acusados de fraccionismo. Até gostava dele, mas ao descobrir que ele tinha os dias contados, tratou de inventar uma história para vender Ludy:
«Não mates o gajo, porque ele tem diamantes escondidos que valem mais de 50 milhões de dólares e é ele o único que pode indicar-nos o esconderijo.»

* José Eduardo dos Santos, ao assumir as rédeas do país, fez o ajuste de contas. Alguns ministros fiéis a Agostinho Neto são afastados do governo. Entre eles estava Iko Carreira, o ministro da Defesa, que foi acusado por Nito de ser um traficante de diamantes.

* Luís dos Passos, o estratego que dirigiu o assalto aos quartéis e efectuou a tomada da Rádio Nacional em 27 de Maio, só voltou a Luanda em 1990. Durante cerca de 13 anos viveu escondido na mata, no norte de Angola. Aí comeu raízes de árvores, sofreu vários ataques de paludismo, mas... sobreviveu.

* O jornalista da BBC João Van Dunem, requereu ao ministro da Justiça angolano, Lázaro Dias, certidões de óbito do seu irmão José e de Sita Walles, mas aquele governante limitou-se a remeter o assunto para os seus colegas da Defesa, da Saúde e da Segurança, com a alegação seguinte:
«Sabido que o Ministério da Justiça só emite certificados de óbito com base em notas ou nótulas de médicos a atestar o óbito – o que não aconteceu –, solicito a informação sobre se têm algum conhecimento do falecimento das pessoas acima referidas.»

* Longe das intrigas de Estado, em Kaleba, Francisco Karicukila envelheceu e perdeu a esperança. Ali ouviu dizer que a União Soviética, a mãe de todas as revoluções, está moribunda. Também ele acreditou no socialismo e em Neto, mas na sua aldeia os homens trabalham na lavra e bebem vinho de palma para esquecer a fome.

* A casa onde escondeu Sita está agora abandonada e cercada de capim... o filho, que levava as mensagens dos fugitivos, também foi fuzilado, e ele foi torturado durante dois anos.
Com um sorriso triste, recorda as últimas palavras proferidas por Sita: «Fomos traídos, mas um dia haverá igualdade no nosso país.»

In http://aerodromobase3.blogspot.com/2008/08/quanto-mais-nos-embrenhamos-nos.html

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Bruscamente no verão passado…


Foi assim que tudo começou, e agora recomeçou na Geórgia

«A Europa, enlouquecida, rugia.
A América do Norte parecia dormir
lá ao longe, no horizonte,
do outro lado do mar.
A Terra girava,
Como um grande astro doido
no qual a paz dependia apenas
do inseguro equilíbrio
de forças dementadas.
E, de repente,
O equilíbrio rompeu-se…»
Jean Guéhenno

A Europa despertou da Primeira Guerra Mundial como de um pesadelo. Para quê tanto heroísmo, se nunca triunfa a paz? Uma vaga de pacifismo invadiu os ânimos, atormentados pelo ciclo infernal de violência e ruínas; era preciso que fosse a última, aquela guerra atroz, «a última das guerras», cedendo o passo à paz tão ansiosamente esperada durante as sombrias horas do combate. Os dirigentes das grandes nações beligerantes tinham-no prometido solenemente aos seus povos. Esforçavam-se por cumprir a palavra dada. Mas a História, cujo curso pretendiam tão ambiciosamente dominar, breve acelerou o ritmo da sua marcha e rompeu, um atrás do outro, os diques destinados a contê-la.

O isolacionismo dos Estados Unidos, a debilidade da Sociedade das Nações, a inquietante ascensão para o Poder das ditaduras totalitárias, eram outros tantos fracassos para os políticos das democracias ocidentais, que desesperadamente se agarravam à letra dos tratados e convénios. Apesar disso, outra vez o Mundo volta a incendiar-se: na China, na Etiópia, mais perto ainda, na Espanha, onde se enfrentam já os inimigos de amanhã. Pode continuar a falar-se de paz numa Europa que vê ressurgir, ameaçadores, os fantasmas do terror?

Desde a sua ascensão ao poder, Hitler acaricia o projecto do «Anschluss», essa união da Áustria com a Alemanha, que faria dele, em seu próprio proveito, o restaurador do Sacro Império Romano-Germânico… Hitler faz tábua rasa das vacilações do seu Estado-Maior, que não se atreve a correr o risco de uma guerra. Os generais cépticos caem em desgraça e o ditador põe à frente do Ministério dos Negócios Estrangeiros um homem da sua confiança, consagrado de corpo e alma à causa nazi: von Ribbentrop. Falta agora somente colocar o Mundo perante o facto consumado. A 12 de Fevereiro de 1938, o chanceler da Áustria, Schuschnigg, é convidado pelo Fuhrer a visitar a sua residência de Berchtesgaden. Hitler exige dele concessões exorbitantes que converteriam a Áustria numa espécie de protectorado alemão. Em caso de negativa, ameaça atacar a Áustria.

À meia-noite o chanceler Seyss-Inquart pede às tropas que marchem sobre Viena «para restabelecer a ordem». A jogada estava feita. As tropas alemãs penetram na Áustria.

A França e a Inglaterra não adoptam qualquer medida, nem sequer de carácter diplomático. Schuschnigg, abandonado por todos, demite-se.

Um plebiscito meramente formal confirma e legaliza o «Anschluss»: 99,7 % dos austríacos aprovam a união com a Alemanha. Os que se opõem estão já nos cárceres de Viena, à espera de seguirem para os campos de concentração, onde se vão reunir aos democratas alemães…

A Sociedade das Nações não abriu sequer a boca. Acaso os Austríacos não tinham o direito de dispor de si mesmos?

In Grande Crónica da Segunda Guerra Mundial Volume I
Selecções do Reader’s Digest. Edição de 1968.

Enigmas. O assaltante de aviões




Uma pista nova num dos maiores mistérios policiais de sempre? O pára-quedas de D. B. Cooper
Publicado em Abril 20, 2008 por Clavis Prophetarum

Foi descoberto a sudoeste da capital norte-americana de Washington aquela que pode ser uma resposta para um dos mistérios mais intrigantes do Século XX… O destino do “assaltante de aviões” conhecido como D. B. Cooper… Em Novembro de 1971, um homem comprou um bilhete de avião num voo local e identificou-se como “Dan Cooper”. Embarcou num Boeing 727, ameaçou fazer detonar uma bomba e recebeu um resgate de 200 mil dólares e saltou do avião, em pleno voo, com um pára-quedas quando este voava sobre o Estado de Washington. Até hoje, o FBI acreditava que não tinha sobrevivido ao salto, mas um pára-quedas meio-queimado descoberto por adolescentes nos arredores da cidade de Amboy nas obras de abertura de uma estrada dão nova luz a este caso…

Em 1978, uma placa com instruções detalhadas de como baixar as escadas traseiras de um 727 foi descoberta a alguns minutos de voo do lugar onde se pensa que D. B. Cooper saltou. Em 1980, um rapaz de oito anos encontrou 5880 dólares em notas envelhecidas de 20 dólares nas margens do rio Columbia. Mais recentemente, em 2007, o FBI declarou ter identificado o perfil parcial de DNA de D. B. Cooper a partir de um laço que deixou no 727.

http://movv.org/2008/04/20/uma-pista-nova-num-dos-maiores-misterios-policiais-de-sempre-o-paraquedas-de-d-b-cooper/

Imagem: Retrato-robot de D. B. Cooper in http://www.aero-farm.com

O poder da vírgula


O poder da vírgula "Se o homem soubesse o valor que tem a mulher, ficaria de joelhos à sua frente." "Se o homem soubesse o valor que tem, a mulher ficaria de joelhos à sua frente."
In e-mail para aqui deportado

Angola sem lei, a saque! Vende-se a cash! Tudo saqueado!




Estou banzado… nem com as denúncias de Tchizé dos Santos?!

Alertámos e Tchizé dos Santos surge com um comunicado no Angonotícias a informar que o roubo, o saque, estão de acordo com os libertadores. A luta de libertação afinal é uma grande ilusão. Uma quadrilha organizada para espoliar os libertados. O roubo de terrenos e de residências… o roubo de tudo.

Depois de Tchizé dos Santos… as burlas e os saques amontoam-se na caverna dos facínoras. As maratonas sucedem-se. A Lei é deles, são eles, só deles, a da selva também. Comodamente instalados… no Hotel Rwanda de Luanda.
A polícia que comece já a investigar (?) na Teixeira Duarte SA, SS e no banco Millennium. A polícia?! A polícia são eles, é deles.

Email para aqui esperançado, denuncia que o banco Millennium ocupou metade das traseiras do prédio nº 109 da rua Rei Katyavala em Luanda, para construir mais uma filial. A Teixeira Duarte SA, SS é a executora da obra. As traseiras do prédio são condomínios que pertencem aos moradores. Como é que o banco Millennium e a Teixeira Duarte SA conseguiram ilegalmente roubar a parcela de terreno? Com tanto à vontade só pode ser alguém habitualmente ligado aos serviços da Presidência da República. Ou foi alguém do Governo da Província de Luanda que agora está a passar férias no Algarve?
Gil Gonçalves

Tchizé dos Santos é filha do Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos.

Que colossais e estúpidos confrontos finais nos espetam.
Gil Gonçalves

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Mistérios da Medicina. Curas milagrosas


Art. 11° - O médico deve manter sigilo quanto às informações confidenciais de que tiver conhecimento no desempenho de suas funções. O Mesmo se aplica ao trabalho em empresas, exceto nos casos em que seu silêncio prejudique ou ponha em risco a saúde do trabalhador ou da comunidade.
Art. 12° - O médico deve buscar a melhor adequação do trabalho ao ser humano e a eliminação ou controle dos riscos inerentes ao trabalho.
Art. 13° - O médico deve denunciar às autoridades competentes quaisquer formas de poluição ou deterioração do meio ambiente, prejudiciais à saúde e à vida.
Art. 14° - O médico deve empenhar-se para melhorar as condições de saúde e os padrões dos serviços médicos e assumir sua parcela de responsabilidade em relação à saúde pública, à educação sanitária e à legislação referente à saúde.
Art. 15° - Deve o médico ser solidário com os movimentos de defesa da dignidade profissional, seja por remuneração condigna, seja por condições de trabalho compatíveis com o exercício ético-profissional da Medicina e seu aprimoramento técnico.
http://www.blogdoredondo.com/wp-ontent/uploads/2008/06/codigo_etica.doc

CURAS MILAGROSAS E A MEDICINA
Por Renato Sabbatini

A recente beatificação de um brasileiro nato, o Frei Galvão, trouxe à tona o debate sobre o que seria uma cura milagrosa. A beatificação foi decidida pela Igreja Católica depois de ter sido declarada como inexplicável do ponto de vista médico a cura de uma menina, apesar de diversos especialistas terem declarado que embora rara, ela não seria impossível.

Os critérios aplicados pela Igreja Católica para definir o que é um milagre médico foram estabelecidos há mais de 200 anos atrás pelo Papa Benedito XIV. A doença precisa ser grave, deve existir prova objetiva de sua existência antes da cura, os outros tratamentos falharam, e a cura foi rápida e duradoura. Por exemplo, curas milagrosas de leucemia são consideradas apenas se o paciente sobreviveu mais de dez anos. O critério fundamental usado pela Igreja é que a cura precisa ser "inexplicável". Depois de um comitê médico do Vaticano determinar que isso ocorreu, um comitê de teólogos examina se o mesmo foi causado por intervenção divina. Finalmente, a proposta de milagre têm que sobreviver ao escrutínio de dezenas de cardeais de Roma e do próprio Papa.

Apesar de todo esse rigor, o Vaticano aprova um grande número de milagres (em média um por mês). O órgão principal responsável é a Congregação pela Causa dos Santos, pois a existência de operação de vários milagres antes e depois da morte de um candidato a beato ou santo é uma das exigências fundamentais (atualmente existem cerca de 250 processos na lista).

O Comitê Médico Internacional de Lourdes, uma cidade do sul da França onde se acredita que a Virgem Maria apareceu para uma jovem chamada Bernadette, cerca de 100 anos atrás, é mais rigoroso ainda. Apesar da grande fama de centro milagreiro na realização de curas (mais de 5 mil já foram listadas), o Comitê reconhece apenas 51 curas realmente inexplicáveis do ponto de vista médico.

O grande paradoxo da avaliação de milagres médicos é que a Igreja precisa utilizar profissionais altamente treinados nas bases científicas da medicina, que por definição excluem qualquer causa sobrenatural na explicação de fenômenos naturais. A crença em milagres é essencialmente um produto da fé religiosa e nada tem a ver com explicações racionais. Para mim, a evidência mais gritante de que milagres são de natureza psicológica (a incapacidade de explicar cientificamente um evento que foge das leis naturais, interpretada como sendo devida a uma intervenção divina, e não à algum fenômeno científico ainda desconhecido) é de que os milagres são relativos. O que era considerado um milagre no século XVII não o seria mais depois da descoberta do sistema imunológico, dos anticorpos, da regeneração dos tecidos, etc.

A medida que a ciência médica e a psicologia descobrem cada vez mais explicações racionais sobre pretensas "curas" espontâneas, fica mais difícil atribui-los à divindade. Um milagre relativo, portanto, não pode ser um milagre. Nenhum dos critérios do Papa Benedito XIV resiste a um exame mais rigoroso, até mesmo porque uma pessoa com uma doença grave não costuma confiar inteiramente em Deus. Numerosos tipos de tratamentos médicos convencionais são tentados ao mesmo tempo, e algum deles pode ter funcionado sozinho ou em combinação, com um certo retardo.

Segundo a definição de São Tomás de Aquino, "podemos chamar de milagres àquelas coisas que são feitas pela ação divina em violação às leis comumente observadas na Natureza". Significa, portanto uma suspensão ou modificação sobrenatural dessas leis, e implica, obviamente, que elas são inteiramente conhecidas pelos seres humanos que as julgam (o que não é verdade).

Pior ainda, existe um enorme subjetivismo da Igreja na hora de determinar se um milagre foi devido à intervenção do santo junto a Deus. Por exemplo, o fato de você ter desistido na última hora de viajar, e o avião cair com todo mundo dentro, não pode ser considerado um milagre, a não ser que seja comprovada a intervenção de Deus a seu favor (e apenas a seu favor…). Como é possível uma coisa dessas? O fato da pessoa na qual ocorreu o milagre, ou seus parentes e amigos, terem rezado para que ele ocorresse, ou feito promessas, não é prova suficiente. Devemos nos perguntar também porque apenas 51 pessoas conseguiram uma cura milagrosa em Lourdes, e outros incontáveis milhões que visitaram o santuário nada conseguiram. Ou ainda, porque nunca foram constatados milagres radicais, como o crescimento de uma perna amputada por um acidente. Será que Deus tem poderes limitados na concessão de milagres?

Apesar de vivermos em uma civilização altamente científica e racional, a crença em milagres nunca será erradicada, pois constitui o embasamento da maioria das religiões. É só ver a importância que o cristianismo atribui aos supostos milagres realizados por Jesus na constatação de sua divindade, ou a grande relevância que a religião dá constantemente às aparições e visões, às imagens milagrosas, estátuas que choram, curas pela fé, estigmas (feridas inexplicáveis no corpo), corporificação, luminosidade, translocação, levitação, liquefação do sangue, profecias, e outros fenômenos considerados como paranormais e causados por Deus.

O fato é que num mundo cada vez mais hostil ao espírito humano, muitas pessoas sentem necessidade de acreditar em milagres, embora a Ciência negue a sua existência.
Publicado em: Jornal Correio Popular, Campinas, 24/4/1998.
http://www.geocities.com/saudeinfo/milagrosas.htm