sexta-feira, 31 de julho de 2009

A Epopeia das Trevas (32)


- Igreja sem milagres não faz sentido. Os crentes vivem, precisam disso. Andam sobre brasas, perderam o tino. Como comboios desgovernados, perdidos sem estações, apeadeiros, sem paradeiros. Como avalancha seca de pedras a rolar por montanha, que acolhemos, prometemos o paraíso. Entes em tais condições acreditam em qualquer coisa.
- Operários contratados para a fábrica do Senhor. Fabricantes de dízimos.
- Está a brincar ou quê?! Olhe que não se brinca com as Sagradas Escrituras, e muito menos com o santo nome de Jesus! Isto é-nos muito sagrado!
- Colonialismo, neocolonialismo, não há diferença. Difere nas mudas do capital volátil.
- O que é que disse?!
- Que os mitómanos se igualam.
- É isso! Não há crença sem melómanos. Um órgão soberbo bem afinado põe os crentes em êxtase. Não me pergunte que não sei porquê, ninguém sabe... como o amor.
- Ninguém sabe…
- Verdadeiramente ninguém o sabe explicar. Batemos na boa porta desse desconhecido com a religião, os crentes vão na conversa e facturamos em nome do amor.
- Tirando proveito do instinto de conservação das espécies.
- Sim! Sim! O amor de fábrica com os crentes convencidos que são operários… que trabalham para o amor. Não somos diferentes dos outros. Ganhar dinheiro com a crendice humana começou na Terra com os primeiros humanos. Somos apenas maiorais espertos. Despertámos para explorar o passado e o próximo futuro. A meu ver não há nenhuma revolução que acabe connosco. Quando revolucionam, no início somos expulsos, espoliados, martirizados, empalados. Enfim, culpados de tudo. Depois a sanha esmorece. Encarnamos com vigor, mais poderosos. Sumamente negociamos muito bem com a religião. Sem dúvida, é o negócio mais apetecível. Custos inexistentes, os crentes suportam-nos. É o melhor negócio e patrocinado por Deus. Num piscar de olhos somos clientes VIP dum banco. É a dolce vita.
- E o ausente Voltaire quando reencarna, os alicerces bíblicos desmoronam-se?
- Facílimo! Chiamos aos crentes que os falsos profetas chegaram. Eles arrebatam-nos.
- E se não resulta… Contra-Reforma?
- Formulamos: Ab hoc et ab hac, que significa: por aqui e por ali : a torto e a direito. Vamos no seguro, seguramos as torneiras das fontes limpas governais… para que Dat veniam corvis, vexat censura columbas, que traduzido diz: A censura poupa os corvos e persegue as pombas.
- Os templos das memórias aquiescem mudos, soçobraremos sem mudança?
- Aparentemente mudam, mas na verdade não. Inventam-se constantemente novas tecnologias que dizem ser apropriadas para o humano. Curiosamente quanto mais sofisticadas são, a miséria, a fome acompanham-nas. Fico com a certeza que nunca vi tanta escravidão, tantas mortes silenciosas como hoje em dia. Se não houver mudanças, os esqueletos futuros serão arquivados nas enciclopédias de outras civilizações. Serão encontrados, estudados, como uma espécie desconhecida que passou pela Terra. Os investigadores dos tempos futuros trabalharão muito para descobrir, explicar, o enigma deste fenómeno humano.
- Que as seitas cozinharam no pão do espírito
- Claro! É o apanágio das seitas religiosas. De noite todos os gatos são pardos. Um lobo visionário cunha um culto qualquer, alforja-se e vira empresário. O aproveitar da religião é sucesso para toda a vida, sabe porquê?
- Faz render o peixe!
- Livre de impostos.
- Daria boa sacerdotisa, mas não me agrada.
- Na Veni, Vidi, Vici, há lugar para si, aceita?
- Não!

Imagem: http://alemmarpeixevoador.blogspot.com/

O Cavaleiro do Rei (41). Novela


O documento falava para ser efectuado um inventário aos diamantes que se encontravam nos cofres particulares do Banco Real de Investimentos. De quem seriam estes diamantes? Outro decreto real que cria uma nova empresa a Única Cargas Real. Terá uma frota de camiões novos. Actuará nos portos e aeroportos. Cinquenta por cento das vendas mensais serão entregues aos Cofres Reais do Grande Saco Azul.
Havia uma observação. § Único. As empresas privadas obrigam-se a reter vinte por cento das vendas mensais para o Saco Azul. Serão consideradas como custos do exercício.
Mais um decreto. Cada vice-reino terá um orçamento anual de vinte milhões de dólares. Na realidade receberão apenas cinco. A diferença será justificada com o argumento de que os recursos colocados à sua disposição foram desviados.
O que é que temos aqui? Epok esfregou as mãos de contente. Pontes, escolas, viadutos, estradas. Prefiro as escolas, são rápidas de construir. Acciono os contratos para dez escolas e ganho de uma assentada cinco milhões de dolo. Vou receber cinquenta por cento adiantado, mando pôr na minha conta no estrangeiro. Depois sou exonerado, vou-me embora para tratamento de uma doença no estrangeiro, e estou safo.

Comunicados de manifestações? Enviados para aqui pelo vice-rei Jingola? Ele não quer assumir o papel de mau. Hum! Com receio de tomar decisões. Ou melhor, tudo para aqui, seja o que for. Isso da centralização dá cabo da cabeça de uma pessoa. As coisas não deviam funcionar assim. Vejamos o que dizem estes comunicados:

ADERE, Associação dos Dementes do Reino Jingola.
Exigem que os malucos andem à vontade nas ruas. Que não sejam internados. Porque os verdadeiros malucos já andam há muito tempo nas ruas. Já não sei quem é maluco. Quer dizer nós somos malucos, e eles, os verdadeiros são os sãos.

ASURE, Associação dos Suicidas Reais do Reino Jingola.
Queremos um prédio decente, moderno, com pelo menos vinte andares. Para nos atirarmos e apreciarmos a paisagem na queda. Aquele donde nos atiramos, não tem as mínimas condições. Tem lixo por todo o lado. Podemos apanhar uma doença.
Como vão construir um hotel bem alto, terão direito a uma boa refeição durante o voo. Força aí suicidas. Matem-se à vontade.

ASARE, Associação dos Alcoólicos Reais do reino Jingola.
Queremos beber dia e noite sem qualquer restrição. Queremos uma percentagem dos vinhos dos Tonéis Reais, ou acesso a bebida a crédito. Isso é pedir muito? Viva a união dos alcoólicos de todo o mundo. É melhor propor ao rei a mudança de nome do reino. Reino dos Alcoólicos de Jingola.

APRE, Associação das Prostitutas Reais do Reino de Jingopla.
Queremos melhores condições de trabalho. Aqueles a quem prestamos serviços, há meses que não nos pagam. Vamos fechar as nossas pernas e acabou-se. Protestamos contra a concorrência das estrangeiras. Estamos a ser discriminadas. Elas baixam muito os preços. Se não aceitam as nossas reivindicações, vamos oferecer a coisa de borla durante um mês. Cuidem-se minhas senhoras nobres. Vão ficar sem maridos.
Estas putas perderam o juízo. Vou perder o negócio das minhas casas clandestinas. Antes que seja tarde vou importar algumas asiáticas.

Imagem: Angola em fotos

O regresso da escravatura em Angola. A Cabana do Pai Tomás


«Por : janecorrea Autor : Harriet Beecher Stowe

A cabana do Pai Tomás é uma novela da escritora americana abolicionista, Harriet Beecher Stowe, que trata da escravidão como tema central. O trabalho foi publicado primeiramente em março de 1852. A história focaliza a vida do Pai Tomás, um escravo Afro-Americano muito sofrido, como o personagem central. Todos os personagens, escravos seus amigos e proprietários de escravos, giram em torno de sua vida. A novela descreve as atitudes dos brancos com os pretos; os pretos não eram nada naquele tempo porque eram escravos e foram vendidos por dinheiro.

O esforço dos Afro-Americanos e a forte fé no Cristianismo são a beleza da novela. Pai Tomás ajuda seu amigo escravo Cassy a fugir. Isto resulta na morte do Pai Tomás. Ao morrer perdoa tudo àqueles que o mataram. A novela destacou o fato de que se alguém se gratifica na luz da religião, nunca será traído, sempre cuidará das pessoas relacionadas a ele, nunca enganará qualquer pessoa, fará seu trabalho com motivação, nunca dirá uma mentira, e ajudará aos outros. Isto porque não quer pertencer a este mundo, mas visualiza o céu como seu mundo. O Pai Tomás segue os ensinos da religião, sob o ponto de vista de como levar a vida? Como comportar-se sob circunstâncias diferentes? Que fazer e que não fazer? Ele sabe que a religião é sua vida, e que não quer estar neste mundo materialista.

O papel da religião em Cabana do Pai Tomás mostra uma fé grande, dedicação, obediência ao mestre, lealdade nas transações e dizer sempre a verdade por caráter. Os versos bíblicos foram usados em toda parte na novela. Com um fundo forte de Cristandade, o escritor executou belamente os conceitos da religião e o tópico o mais quente é a respeito da escravidão dos seres humanos.»

http://pt.shvoong.com/books/romance/1680063-cabana-pai-tomás/

Imagem: http://www.wook.pt/ficha/a-cabana-do-pai-tomas/a/id/73883

Campos de concentração nazis que parecem de Luanda. Buchenwald




Estima-se que aqui pereceram mais de cinqüenta mil pessoas, vítimas de fome.
Origem: WIKIPEDIA, a enciclopédia livre.

Coordenadas: 51° 1' 20" N, 11° 14' 53" O

Buchenwald foi um campo de concentração Nazi localizado no actual estado da Turíngia (Thüringen), no leste da Alemanha.

Erguido na colina de Ettersberg, a cerca de oito quilômetros do centro de Weimar, constituiu-se num campo de trabalhos forçados para indivíduos considerados inimigos do nazismo, como Comunistas, Judeus, Testemunhas de Jeová, Ciganos e homossexuais. O lema sobre o seu portão era Jedem das seine (A cada um o seu). Voltado para a produção de armamentos, funcionou de Julho de 1937 a Abril de 1945, por aqui tendo passado mais de duzentos e cinqüenta mil detentos. Embora não tenha sido um campo de extermínio, a exemplo de Auschwitz, na Polônia, onde existiam câmaras de gás, estima-se que aqui pereceram mais de cinqüenta mil pessoas, vítimas de fome, doenças, assassinatos e violência arbitrária dos soldados da Schutzstaffel (SS).

O primeiro comandante do campo foi Karl Otto Koch, cuja segunda mulher Ilse ficou conhecida como "A bruxa de Buchenwald" (Die Hexe von Buchenwald), uma das figuras mais cruéis do Holocausto.

Matanças massivas de prisioneiros de guerra tiveram lugar no campo e muitos prisioneiros morreram como resultado de experiências médicas ou foram vítimas de actos perpetrados pelas SS.

O campo foi também local do teste ilegal em grande escala de vacinas contra a epidemia do tifo em 1942 e 1943, ministradas a 729 prisioneiros, dos quais 280 morreram em resultado.

Devido à resistência que resultou das experiências em barracões onde os prisioneiros viviam lado a lado em pouco espaço, o vírus que se desenvolveu no Bloco matou mais pessoas e infectou mais longamente do que o tifo normal.

O campo foi em grande parte evacuado pelos Nazis à medida que as tropas aliadas se aproximavam e foi finalmente libertado pelas tropas do 3° Exército estadunidense em 11 de Abril de 1945, tendo havido resistência mínima.

Após 1945 o campo ficou sob a administração da antiga União Soviética, que aqui manteve, por sua vez, 28 mil prisioneiros de guerra, entre os quais nazistas. Sete mil vieram a falecer por doenças e por inanição.

A partir da década de 1950 as antigas instalações começaram a ser demolidas. Desde então pouco foi preservado na área do campo. Das primitivas instalações restam atualmente apenas algumas, como os fornos crematórios, destinados aos prisioneiros mortos, e em frente aos mesmos, as ruínas de pequeno zoológico, destinado a entreter os militares à época. À entrada do campo, resta ainda o bunker onde eram mantidos e torturados os prisioneiros que desobedeciam às rígidas normas da SS. O relógio na sua torre mostra aos visitantes o horário das 15:15h, momento da libertação pelas tropas norte-americanas, quando se iniciou o resgate de 21 mil pessoas, entre as quais 900 crianças.

Atualmente, o que resta do campo preservado constitui-se num memorial dedicado às vítimas de seu passado, sob a administração da Fundação de Buchenwald e Mittelbau-Dora.

Prisioneiros famosos
Visita do senador americano Alben W. Barkley a Buchenwald, em 24 de Abril de 1945.
Albert Kuntz - deputado no Parlamento da Prússia
Alexander Ulrych - político polaco
Bruno Apitz - autor do romance Nackt unter Wölfen ("Nú entre lobos")
Bruno Bettelheim - prestigiado psicólogo judeu norte-americano de origem austríaca, com excelentes trabalhos na área da psicologia infantil, em especial na compreensão do autismo infantil
Curt Herzstark
Elizer Wiesel, mais conhecido como Elie Wiesel - Sobrevivente e Prémio Nobel da Paz em 1986. Esteve também em Aushwitz. (sétimo a contar da esquerda na primeira foto do artigo)
Emil Carlebach - mais tarde redator do jornal diário alemão
Ernst Thälmann - líder do Partido Comunista alemão

Frankfurter Rundschau
Ernst Wiechert - escritor, autor do romance Der Totenwald
Eugen Kogon
Franz Leitner
Imre Kertesz - escritor húngaro, Prémio Nobel da Literatura de 2002
Jorge Semprún - escritor
Jura Soyfer
Léon Blum - político francês
Leopold Engleitner - nascido em 23 de Julho de 1905 é o mais idoso sobrevivente Objetor de consciência e Testemunha de Jeová
Mafalda de Savoya - filha do rei italiano Victor Emanuel III, aqui falecida
Max Hamburger
Paul Morgan - aqui falecido em 1938, vítima de pneumonia
Paul Schneider - o "Pregador de Buchenwald"
Rudi Arndt
Stefan Zweig - quando de sua libertação tinha apenas quatro anos de idade
Theo Neubauer
Walter Krämer - deputado do Partido Comunista alemão no Parlamento da Prússia
Werner Hilpert - mais tarde líder político da CDU Hessen
Willi Bleicher - líder do sindicato IG Metall
Wilhelm Hammann - prisioneiro mais velho do bloco das crianças, mais tarde sub-prefeito de Groß-Gerau
Reinhold Lochmann 1914-2008

Imagens: Buchenwald em Abril de 1945, fotografia tirada após a libertação do campo pelas tropas americanas

quinta-feira, 30 de julho de 2009

O Cavaleiro do Rei (40). Novela


O homem entrou. Epok fingiu que não estava ninguém. Não se pode dar importância a esta gente. Ao mínimo sorriso tornam-se abusadores. Notou a sua imensa barriga, aliás como todos, incluindo elas que pareciam grávidas. As cozinhas reais eram uma bênção do rei. Todas e todos imensamente gordos. Aleluia meu rei. Epok afirmou de modo brutal:
- Diz lá… tenho mais que fazer que aturar-te!
- Chefe… os géneros acabaram-se!
Epok sentiu-se na cadeira de um avião de combate, que depois de perder o controlo ejecta-se.
- O QUÊ???
- É verdade chefe.
- Acompanhei a chegada dos géneros e não vi nada de anormal.
- Chefe… o problema é a produção nacional… tudo aldrabado… tudo pirateado.
- Quero um relatório.
- Chefe trago-o comigo... vinte quilos de tomate, de batata, arroz, açúcar, leite, couves e outras coisas.
- Vinte quilos de tudo estragado. Só vocês é que não se estragam. Bantus, cafres. Nenhum macaco se estragou?
- Infelizmente não servimos isso. Apesar que adoro… posso retirar-me?
- Sim!.. Para acabar com esta merda, o melhor é contratar guardas mercenários e pessoal para as cozinhas, pagando-lhes dez mil dolos por mês. Vocês não servem para nada. Prometo-vos que hei-de descobrir os roubos que estão a fazer! Retira-te!

Depois do cozinheiro sair, Epok aguardou alguns momentos. Virou a sua atenção para a porta. Chamou:
- Ó Pinturas!
- Sim! Cavaleiro sem figura!
- Olha, não me fales mais assim. Senão vais para o olho da rua.
- Tenta só, vá. O rei gosta muito de mim, não sabes?
- Não quero ser incomodado por ninguém. Tenho que estudar os dossiers que o rei me deixou, vai-te.

Antes de fechar a porta por completo, ela deixou escapar de modo que Epok ouvisse.
- Desgraçado, mal-educado, racista!
- Porra… não sei como é que o rei consegue aturá-las. Desejo que ele não se demore.

Haviam vários dossiers com capas de várias cores. Epok pegou no único de cor vermelha. Abriu-o e viu uma folha de papel que o sobressaltou.
ESTÁ PROIBIDO DE TOMAR QUALQUER DECISÃO SOBRE O LÍQUIDO NEGRO. VÁ PARA O ASSUNTO A SEGUR. Pensou: vou ocupar essa que está aí na porta. Quero estar à vontade. Sei muito bem que são hábeis espias, mais perigosas que as do Kadafi. Chamou:
- Ó pinturas!
- Sim, diga grande chefe da cor de permeio.
- Cale a boca sua burra. Vá nas cozinhas e elabore um relatório completo do que se passou nas últimas vinte e quatro horas.
- Incluindo com quem elas dormiram durante a noite?
- Sim, e com quem tu dormiste durante a noite.
- Oiça Epok, ou lá como se chama. Tira o cavalo da chuva que daqui não levas nada. Isto é propriedade real, percebes?

Epok certificou-se se a espia saíra do local. Abriu a porta, ficou satisfeito. Ninguém à vista. Fechou-a e trancou-a por dentro. Insistiu no conforto do seu assento. Respirou fundo. Olhou para o próximo documento muito atentamente. O que lia não era para menos. Será que o rei se tinha distraído? Ou seria uma armadilha? Para depois ter um pretexto e enviá-lo como embaixador cientifico algures numa estação dos gelos da Antártida? Os documentos estão aqui comigo, devo seguir em frente.

Imagem: http://alemmarpeixevoador.blogspot.com/

A Epopeia das Trevas (31)


- São relíquias autênticas… achados arqueológicos?
- Santas relíquias, objectos dos nossos milagres. O Fundamento inventivo a descoberto.
- Bispo, estão abençoadas?
- Abençoamos tudo. Esse relicário foi abençoado por mim.
Pegou num frasco de azeite e explicou o seu mistério.
- Com o azeite ensinamos: foi ele que ungiu Jesus, veio da Terra Santa. Poupamos despesas juntando-lhe óleo. A água buscamo-la no rio mais próximo.
- Como conseguem atrair crentes que produzem vozearia medonha, como se louvassem as trombetas do Apocalipse?
- Estrondamos a praça porque eles perderam os ouvidos. Estão surdos devido às pândegas das noites perdidas. Os vizinhos, os poucos que têm audição, têm razão que não os deixamos dormir.
- E quando eles protestam?
- Quando nos julgam, anunciamos-lhes a excomunhão. Reforçamos que servem o Demo. É muito importante manter a superstição nesta gentalha. São como carneiros, dominam-se facilmente… como a maria-vai-com-as-outras. Digo-lhes: alegrem-se, sejam barulhentos porque ganharão a liberdade de consciência.
- E quando no culto estão doentes com dores de cabeça, sistema nervoso arrasado, a rebentar de estresse?
- Acreditam piamente nas nossas palavras. São altos cúmulos da crendice, parvoíce… idiotice.
- Negócio de vento em popa, Bispo.
- Prefiro não musicar esse salmo, como amizade segredo-lhe que facturamos só em dízimos, quatro mil vezes cem, fora as doações.
- Acumulação mundial, episcopal.
- Veni, Vidi, Vici.
- O manancial voa para Olísipo.
- Para o Éden! Não confio nos Politburo. Há o perigo das eleições com muita fraudulência escondida. Receio que estejamos a voltar aos velhos tempos dos combates monótonos que os Gregos iniciaram na Baía de Aulis.
- E as curas milagrosas das dores de cabeça, da barriga, dos dentes, infertilidade, arranjar emprego, esposa, esposo…
- Fácil, é preciso ter fé, não há mal que sempre dure.
- A fé… curar dor de dentes é milagre?
- É sim senhor! Acabem com os doces. Passam o tempo a dentar chocolate, ordenamos que parem, a dor passa, confessam que foi um milagre.
- E os estouros da cabeça?
- Bendizemos para não ouvirem música muito alta, excepto na igreja. A conspiração internacional barulhenta, aterradora da música, atrofia o cérebro, ele deixa de funcionar, surge a cura.
- E as dores de barriga?
- É tormentoso convencê-los que parem de comer funje durante uns dias. Conseguido, cura garantida.
- E a badalada infertilidade?
- O machão rejeita convicto que ela é culpada. A querida, atordoada com lamurias acredita que Deus a abandonou. O macho em casa relincha que a põe fora de casa se a barriga não inchar, que facilmente a troca por outra. Dialogamos, enviamos o marido para o nosso posto médico… já está! As enjeitadas fanatizam-se, passam palavra que foi um milagre fora de série.
- E o emprego? Esse é um grande milagre!
- Aliciamos um crente empresário, o emprego é garantido. A crendice firma que Jesus fez um super milagre.
- Caçar esposa, esposo…
- Enfiam-se para aí, fazem dribles, uns passes, resolvem isso entre eles. Elas encontram marido, eles encontram mulher.
- Igreja Veni, muito trepadeira, milagreira.

Imagem: http://alemmarpeixevoador.blogspot.com/

«Deputada do MPLA morta em Luanda»



«Quinta, 30 Julho 2009 11:43

Luanda - Uma deputada do MPLA, Beatriz Aurora Neves Salucombo perdeu a vida esta manha numa das unidades hospitalares em Luanda apos a sua viatura ter sido baleada na noite de Quarta Feira, por elementos ate agora não identificados, algures no bairro Benfica onde vivia. Um dos acompanhantes teve morte imediata.

A malograda que deixou quatro filhos órfão foi esposa do antigo deputado /Membro do CC do MPLA , José Manuel Salucombo falecido por “morte prematura” em Junho de 2003 em Portugal.

Vários populares tem se queixada a cerca ocorrência da criminalidade na capital do países sobretudo na estrada da Samba que da ao bairro Benfica.»

Fonte: Club-k.net

História Universal (19). O Apogeu da Assíria


Israel sobreviveu às represálias assírias, mas o reino de Pecaj reduziu-se aos arredores de Samaria.

CARLOS IVORRA

O descontentamento deu pé a um golpe de estado pelo que foi proclamado rei o general Oseas, que logrou a aprovação da Assíria comprometendo-se a pagar o correspondente tributo.

Em 730 o rei núbio Pianji, sucessor de Kashta, conquistou o Delta do Nilo, com o que se converteu em rei de um Egipto unido de novo. Se lhe considera o primeiro rei da XXV dinastia. Na realidade pequenas zonas do baixo Egipto ficaram debaixo do controlo de reis nativos, englobados numa XXIV dinastia.

Nesta mesma data surgiu um conflito na Grécia. Ao oeste de Esparta, no Peloponeso, estendia-se a região de Messana. Os dórios que se estabeleceram na Messana misturaram-se com a população nativa, ao contrário do que sucedeu em Esparta, pelo que os espartanos depreciavam os seus vizinhos. Não conhecemos os detalhes, mas em 730 iniciou-se a Primeira Guerra Messana, com uma invasão repentina por parte de Esparta. Depois de alguns anos de luta, os messanos, conduzidos pelo seu rei Aristodemo, viram-se obrigados a parapeitarem-se no monte Itome, um pico de uns 800 m. de altura, onde resistiram alguns anos mais.

Entretanto Teglatfalasar III dirigia a sua atenção até à Babilónia, que agora estava governada por um rei caldeu. Quando este morreu marchou sobre a cidade e proclamou-se ele mesmo rei com o nome de Pulu (talvez o seu verdadeiro nome). Esta união foi corroborada nos céus como era habitual, de modo que o deus assírio Asur obtuve a supremacia sobre o deus babilónico Marduk.

Teglatfalasar III morreu em 727 e foi sucedido pelo seu filho Salmanasar V. O Egipto observava com inquietude o progresso da Assíria. Temia que em qualquer momento os assírios pudessem chegar às suas fronteiras, assim que dedicou-se a apoiar todo o intento de rebelião contra o Império. A morte do rei era o melhor momento possível para uma rebelião, assim que o rei egípcio induziu Oseas de Israel a rebelar-se. Este aceitou a proposta e negou-se a pagar o tributo pactuado. Em 725 Salmanasar V sitiou a Samaria.

(Carlos Ivorra, é professor na Universidade de Valência, Espanha. Faculdade de Economia. Departamento de Matemáticas para a Economia e a Empresa.)
Traduzido do espanhol.

Imagem: WIKIPEDIA

Campos de concentração nazis que parecem de Luanda. Birkenau




«Visita ao campo de concentração de Birkenau
Os caminhos de ferro assumiam um papel preponderante no transporte das vítimas para os campos de concentração. Quando os prisioneiros com destino a Birkenau saíam do comboio, já estavam dentro do campo e a fuga era impossível. Pouco antes da guerra acabar a Cruz Vermelha Suíça foi alertada para a existência de vários campos de concentração nas imediações de Auschwitz. Como prova documental foi enviada uma fotografia aéra e a única petição era no sentido da destruição e eliminação das vias férreas que facilitavam o transporte dos presos. A Cruz Vermelha parece nunca ter dado importância a este pedido e, durante toda a guerra, apenas se deslocaram uma única vez a Auschwitz, visitando apenas os blocos que os Nazis quiseram mostrar sem nunca terem falado com prisioneiro algum.

1 - Entrada em Birkenau. O envidraçado superior do portão corresponde à área habitada pelo homem que controlava o campo de concentração. Dali, dado tratar-se de uma planície, tinha-se uma visão completa e abrangente do campo.

2 - Logo a seguir à entrada do campo de Birkenau pode observar-se uma infindável linha de caminho de ferro, pavilhões de ambos os lados e ao fundo as árvores que serviam para esconder as chaminés dos fornos crematórios.

3 - Em primeiro plano, a entrada para um abrigo subterrâneo utilizado pelos Nazis para se defenderem dos ataque aéreos. Como forma de impedir que os prisioneiros fugissem do campo de Birkenau, existia um fosso de água com 2 metros de profundidade à volta do campo. Caso alguém o conseguisse transpôr, teria de saltar a rede da vedação exterior, o que era impossível, dado esta se encontrar electrificada, pelo que quem passe o fosso depois morria electrocutado.

4 - Parte do que resta de uma das alas do campo de concentração de Birkenau.

5 - Quando os Nazis pressentiram que a guerra estava perdida e que brevemente o mundo descobriria as atrocidades por eles cometidas, incendiaram os pavilhões do campo de concentração de Birkenau. Como estes eram de madeira, não foi difícil o fogo atear e alastrar. O único contratempo foi que estes factos passaram-se no mês de Janeiro, num país acentuadamente frio e onde a neve é abundante nessa época, pelo que ainda restaram alguns vestígios dos pavilhões.

6 - Cada 3 chaminés correspondem a um pavilhão que albergava 600 prisioneiros.

7 - Interior de um dos pavilhões que restaram. Em cada nível do beliche dormiam 8 pessoas, o que só era possível em virtude do peso médio por adulto ser apenas de 30 Kg. Os prisioneiros tinham uma péssima e escassa alimentação, pelo que sofriam de desinteria crónica. O esforço físico a que eram sujeitos todos os dias era enorme: a maior parte deles fazia o percurso de ida e volta a pé, para uma fábrica de borracha distante cerca de 13 Km, debaixo de temperaturas que atingiam os 30 graus negativos e tinham que trabalhar durante todo o dia. A hora de dormir era a mais esperada. Mas aqueles mais castigados durante o dia não tinham força para subirem para a parte superior dos beliches e passavam a noite a suportar a diarreia proveniente daqueles que estavam por cima.

8 - Instalações sanitárias do campo de concentração de Birkenau. Por cada 3 pavilhões (1800 prisioneiros) existia uma instalação sanitária (W.C.) que não tinha uma afluência exagerada, pois o segundo e terceiro pavilhões ficavam longe e, em função da desinteria crónica que sofriam, não tinham tempo para chegar às instalações sanitárias. Os excrementos humanos eram aproveitados por um grupo específico de prisioneiros, que tinha a missão de recolher todos os excrementos para serem transformados em gás. Vários judeus, antigos prisioneiros deste campo de Birkenau, que resistiram à guerra e às torturas, tiveram a coragem de visitar este local onde tinham sido escravizados. Um deles deu como explicação de ter sobrevivido o facto de pertencer ao grupo de recolha de escrementos, pois nunca havia saído para o exterior do campo para ir trabalhar para a fábrica de borracha.»

http://www.citi.pt/citi_2005_trabs/2GuerraMundial/new_page_10.htm

quarta-feira, 29 de julho de 2009

A Epopeia das Trevas (30)


Há mais seitas religiosas que campos semeados. Infindáveis sementeiras sem lavradores. Muita semente, poucos lavradores. As seitas religiosas não ensinam a cultivar campos, vivem da fome dos crentes. Seitas com igrejas de improviso. As vozes dos fiéis colapsam, as cabeças e os corações rompem como porões. Mens divinior, o influxo divino! Lembrei-me disto, porque aproximo-me da casa do meu amigo, Bispo Éden. É um soberano bem. Costuma ditar a ponte do postulado da sua confraria social: «As igrejas crescem proporcionalmente à quantidade de analfabetos existente». Há malas endinheiradas, fiéis dizimadas, aviadas. Muito maná dos obcecados, que bem utilizado na agro-pecuária extirparia a fome material do êxodo. De certeza que chegou, já aqui está. Vou escutá-lo, reverenciá-lo.

O Bispo Éden orava numa mansão que lhe era extensivamente reservada. Ostensivamente muralhada e reforçada com seguranças. Sempre a obrar, alargar espaços. Derrubar muros, construir outros porque as fronteiras expandiram. Aproximação ou intromissão desconhecida era aventura fatal. Algumas almas-danadas tentaram profanar o santuário, mas ocultas câmaras de vídeo sempre vigilantes, filmavam-lhes os momentos inglórios. O fim, num buraco de terra desconhecida, que fortalece os vivos e recolhe os mortos.
Tímida, face a face com um segurança precavido com a mão na coronha da pistola, que insinua saltar da sua coxa. Revivo a imagem do tempo saudoso da fronteira, depois transportado para filmes. Ele sentia-se caubói dos westerns, herói do faroeste. O segurança defendeu-se com habitual desconfiança.
- Graças a quem?
- Com o Bispo Éden.
- Nome do bilhete de identidade?
- Jasmim da Noite.
- Aquiete-se um momento.

O portão de barras de aço espaçou. Aventurei-me para o interior, e o portão descansou intramuros. Chegou-me uma pontada de mal-estar. Dois cães movem-se de aviso, ladram. Impõem gélido respeito, parecem lobos puros. A pressão sanguínea do meu coração estabilizou, quando assegurei que os canídeos estavam atrelados, controlados por seguranças. Antes da porta de entrada, à esquerda, diviso uma enorme cruz cimentada com a inscrição: QUE DEUS VOS ESCUTE!

Entrei numa enorme sala, e informaram-me que o reverendíssimo não tardaria. Sentei-me a observar o ambiente. Havia muitas imagens de santos e cruzes que pareciam fazer parte de uma colecção. Tudo em semi-obscuridade para impregnar a sugestão de misticismo. O sacerdote com máscara divinal, de aparência lustrosa como se acabasse de descer do céu, saúda-me:
- Ó Jasmim da Noite! Bem-vinda minha peregrina!
Levantei-me mentalmente abençoada. Deixei transparecer a minha pequenez, perante tanta grandeza pastoral. Cumprimentámo-nos com parcimónia. Ele lança-me a sonda:
- Vens em peregrinação?
- Procuro o paraíso perdido.
- É esse elemento que falta à igreja. Hum, hum, um paraíso perdido, que retorna a Éden, isso agrada-me muito. Óptimo… a Igreja Veni, Vidi, Vici, e o Bispo Éden abençoam-te.
A minha atenção foi para uma vitrina com fragmentos de ossos, folhas de oliveira, restos da túnica de Jesus Cristo, azeite, água, terra, restos de madeira da cruz de Jesus crucificado. Era um museu da cristologia. Para pobre devota como eu, constituía um enredo que inspirava a desvendar, aclarar, entrar no oculto religioso.

Imagem: EL PAÍS

O Cavaleiro do Rei (39). Novela


«4. Um outro factor que explica a arrogância desmedida do mulato Angolano é o tão louvado lado Português. Até recentemente, o índice da evolução humana em Portugal, relativamente ao resto do mundo, era notavelmente baixo. Os Portugueses que foram forçados para emigrarem para as colónias – criminosos, atrasados mentais, filhos ilegítimos etc. – era a escumalha, sem dúvida, de Portugal. Será que, há por exemplo, uma única família de mulatos Angolanos que pode dizer ser oriunda da aristocracia Portuguesa? Quais são os mulatos Angolanos descendentes dos Braganças ou dos Bourbons?

5. Os únicos mulatos em Angola com antepassados que tem uma certa história com algum peso são os Cohens de Benguela que foram criados por um judeu peripatético que eventualmente veio a ser Cônsul Britânico em Angola. Depois, também, há os Daskalos, primos dos Laras, também de Benguela, moldados, com muito carinho e fervor, por um aventureiro Grego. Francamente, se há mulatos em Angola com verdadeiro sangue azul eu não os conheço. Como é, então, que gente com raízes sem valor pode ser comparada aos Aristocratas do Bailundo, descendentes da família real Bakongo que partilham o mesmo sangue com o rei Mandume e outros Angolanos valentes. (Não cito aqui a rainha Ginga porque ela é que começou com a prática tão vergonhosa de negras quererem casar com brancos. Nos últimos anos da sua vida, a grande rainha acabou por ser uma concubina de um Português comum em Lisboa).

6. Esses nossos mulatos, que agora andam por aí cheios de tantos ares e tão orgulhosos dos seus genes lusos, esquecem-se, por muitas vezes, que eles vêem do extracto mais baixo da Europa. Um outro ponto que deve ser salientado: os Portugueses não são caucasianos puros – muitos tem sangue Árabe e, por mais desconcertante que isto seja para muitos mulatos de Angola, também sangue negro Africano. Houve até um tempo em que o atraso Português era atribuído à suposta hibridação dos seus genes. O mongrelismo, não pode esquecer, também resulta em deficiências mentais e em ilusões de grandeza.

7. Sou Angolano – um indígena com raízes inalteradas, algo que me dá muito orgulho. Ascendi neste mundo através do meu próprio esforço. Já fiz todo o tipo de trabalho na vida incluindo, nos anos 80, sobreviver como empregado de uma discoteca em Lisboa onde os mulatos de Angola me trataram como se eu fosse lixo. Sim, limpar as pias dos brancos! Trabalhei na Alemanha, onde, não obstante a má reputação Teutónica não tenho queixas nenhumas – mesmo na Bavaria. Consegui instalar-me nos Estados Unidos onde pretendo continuar com os meus estudos e escrever sobre os grandes mitos de Angola.

8. Não pertenço a nenhum clã das redes de influência tradicionais Angolanas. Pertenço, porém, a um partido que adoro com todo o meu coração. Este partido chama-se – ANGOLA!»
In Abreu Kussuya abreukussuya@yahoo.com

Epok acreditou que era uma boa análise desapaixonada sobre um assunto proibido. Ninguém gosta de o abordar. Será por isso que o reino está a ser destruído? Epok não tinha dúvidas sobre isso. O racismo camuflado destrói tudo. Inclusive as piranhas. Ah! Que se fodam os racistas! Antes que esta merda dê o berro, vou ganhar as minhas comissões na sobrefacturação, enviá-las para o estrangeiro, e depois que se matem uns aos outros. Epok despertou:
- Senhorita das pinturas… envie o chefe das cozinhas!
- …..

Imagem: Angola em fotos

Semear estádios de futebol sim, agricultar não, espoliar sim


Se um estádio de futebol é mais importante, valioso que uma universidade, então cago-me para este futebol. Um bom livro é muito mais valioso que qualquer estádio de futebol. E uma biblioteca é muito mais valiosa que todos os estádios de futebol existentes no mundo.

Eis uma aberração: investem-se milhões num jogador de futebol, e não se investem milhões nos desempregados. É criminosos gastar rios de dinheiro em estádios de futebol e publicitar às populações na miséria, que gastem dinheiro para assistirem à grande parvoíce que é ver homens a correrem atrás de uma bola para a pontapearem.

Pois claro! A crise económica angolana deve-se aos milhões, biliões de dólares gastos nos estádios, enquanto as populações espoliadas estão abandonadas. Sereis julgados, condenados por isto!

É desplante falar na participação de gastos para conservar condomínios, quando o governo protege os trabalhadores estrangeiros e despede os nacionais. Gasta milhões, biliões em estádios de futebol e não distribui os rendimentos do petróleo à população. Porque é um direito que lhe assiste.

Mas, pelo contrário espolia selvaticamente a população, sente-se à vontade porque países estrangeiros protegem a corrupção e a eleição da desgovernação.

Nasce-se para sofrer (!). Fica difícil de acreditar. O povo votar e a ditadura continuar. Só há dinheiro para os prédios deles. A população que construa casas de chapas… se conseguir.

E neste campo de concentração quase à beira-mar desorientado e por apenas uma família manejado. Quando o poder é familiar os servos são a população. Com uma família no poder, tudo para eles. A população nem direito tem a uma cabana de chapas. Isto vai doer muito, e muitos vão perecer outra vez. Traidores, venderam o país e o povo aos estrangeiros.

Quantas alvíssaras os administradores municipais recebem para desalojarem, partirem, organizarem um vendaval de destruição populacional das quadrilhas especuladoras nacionais e internacionais?

Muito tempo no poder, os corruptos e similares fartam-se, asseguram-se, engordam. O futuro desaparece da população, devido à violenta especulação.

Dizia a governadora de Luanda, Francisca do Espírito Santo, que não sabe onde colocar cerca de vinte mil pessoas que vivem numa vala de drenagem em Luanda. Que fraca visão governativa: Angola é tão grande, espaço é o que não falta.

Imagem: http://alemmarpeixevoador.blogspot.com/





Sitiados


E votou-se (?) e saiu um governo democraticamente eleito. No terror da besta com quatro letras. E os eleitos agradecem e retribuem aos eleitores. E os eleitos cumprem as promessas eleitorais. Sitiam, espoliam selvaticamente tudo e todos… no voto sem coração.

Como forças francesas na Argélia e americanas no Vietname e no Iraque. Vencidos e convencidos. Este é o poder catastroficamente eleito que envia contra populações desarmadas, esfomeadas, em uníssono tropas presidenciais, polícia de choque, antiterror, segurança pública, cães, cavalos… esqueceram-se dos tanques e da aviação.

Com um poder assim, quanto tempo lhe restará de vida? Não estamos em 2009, estamos no tempo da Idade das Trevas. Com o êxodo forçado da população atirada para a mais incrível indigência.

Nem às crianças dão o que elas merecem. Angolanos sem direitos… nem estrangeiros podem ser no seu país. Apátridas perdidos no tempo das campanhas constantes que lhes movem as fardas militares da revolução, da destruição de um Povo, de uma Nação.

Um governo de especuladores imobiliários e para especuladores imobiliários. Um governo de estrangeiros e para estrangeiros. É incrível, abominável os crimes que os estrangeiros cometem… e ficam impunes. O poder acoberta-os, o muito dinheiro cega-o.

Que grande felicidade governar analfabetos, não é?! Dóceis, ingénuos, carneiros fáceis de dominar, escorraçar de curral em curral, nos descampados e nos tendais. Governar é exonerar a população. É fingir que houve luta de libertação, que ainda não aconteceu.

Angola é por vontade própria trincheira firme da corrupção e da especulação em África. Angola é uma mina de petróleo e diamantes para os governantes. Parece que há povos que adoram viver subjugados por ditadores. Estes são como os alcoólicos e drogados que tudo justificam para continuarem com o vício. Daqui podemos concluir que os defensores do poder eterno são como os drogados.

E as fogueiras da inquisição reinante estão outra vez acesas, em, abrasantes. Os inquisidores perseguem terrenos, casebres, palhotas, casotas. Completamente loucos, esgazeados, destroem os haveres não corrompidos dos pobres eleitores que lhes votaram.

É uma lástima os ditadores convencerem-se de que os seus reinos não sobrevivem sem eles. Pelo contrário, os reinos extinguem-se, esvai-se com eles.

Imagem: http://news.bbc.co.uk/2/hi/in_pictures/7704187.stm

terça-feira, 28 de julho de 2009

A Epopeia das Trevas (29)


O vento semeava a poeira das catedrais de construções flutuantes. New Deal, projecto nova vida, nova corrida ao homem dourado. Muito dinheiro, muita redundância bancária. Destruir, construir, destruir. Construir uma árvore é mais difícil, é mais fácil construir um prédio. Senti começo de inflamação das conjuntivas. Com apetite fármaco entrei numa farmácia. No fundo do balcão, o farmacêutico conversa molemente com uma cliente. São jovens, parecem disfarçar, namorar. Disfarço-me também e percorro o mostruário até conseguir ouvir a conversa. A jovem activa-se, sacode-se, sobe o tom da voz.
- Não tenho direito ao emprego porquê?!
- Sabe…
- Sei o quê!? Passei nos testes de admissão. Mandaram-me apresentar ao serviço hoje, e aqui estou.
- Você não entende as coisas.
- Repito! Não tenho direito ao emprego porquê?!!
- Sabes… se fosses mais clarinha… terias o emprego.

Ela levantou uma mão na intenção de despedir uma chapada. Vacilou, arreou, ausentou-se espantada. A lacrimejar na porta de saída, esforçou as cordas vocais.
- Essa não! Essa não!
Aviei-me com o medicamento e reencontrei-me na rua. Soltei-me das ilicitudes dos ventos contrários.
- Que Deus nos acuda! Outra vez Nero incendiará Roma e culpará os Cristãos!

No cume de uma antena quatro aves de rapina aguardam maré de rosas. Alguns pombos distraídos voam perto. Duas rapinadoras alçam voo, preparam arraial alado. Pairam sorrateiras, os columbiformes detectam-nas e janelam.
As zungueiras em fila indiana espalham fervores nos seus andores. São jovens apetitosas que estudam nas ruas das universidades paralelas. Carregam livros de ouro, líquidos nas suas panelas. Imensas filas de viaturas esperam, desesperam. As estações de fornecimento de combustível são insuficientes. Aproximo-me do grande esgoto.
Nota-se que era uma rua extensa. Está um imenso estendal, lodaçal. Bem nutrido, alimentado sem encargos régios. Bóiam restos de lixo. Colónias de lagartas colonizam, fazem ambiente. A grata entomologia promove o desenvolvimento social das espécies. Um camião recém-chegado estacionou, estatelou com as rodas traseiras ao léu. Conseguiu engolir-se no espólio crateriforme. O seu condutor aprendeu com o rei David: «o abismo chama o abismo». A engrenagem parecia um dos rios dos Infernos.
- Meu Mentor… é a versão do Apocalypse Now?
- Não… é o nosso mar da existência.
- Sem ondas? Sem pescadores?
- A rua foi saneada quatro vezes. Instruíram como se deve morar num prédio. Os locatários fazem ouvidos de mercador. Os saneadores cansaram-se, abandonaram-nos à sorte. Falta ignição para estas coisas e loisas. São vernáculos, venatórios primevos. Utilizam-se disso como estratagema de vingança. Fruem o prazer mórbido da destruição.

Imagem: Angola em fotos

O Cavaleiro do Rei (38). Novela


Participou num debate sobre racismo na NetReal, acessível a poucos, devido a razões compreensivas… preços Reais e irreais, péssimos, sem concorrência. A sua intervenção limitou-se apenas a dizer que: Os brancos não gostam dos mulatos nem dos negros. Os mulatos não gostam dos negros nem dos brancos. Os negros não gostam dos brancos nem dos mulatos. Não entendia o porquê de tanta hipocrisia. No computador Real procurou um artigo que lhe enviaram pelo e-mail Real. Achava muito interessante o modo como o autor abordava o racismo. Ainda mais era um súbdito do reino, que preferira o exílio no poderoso reino dos Grandes Estados Unidos. O texto apareceu no monitor Real, especialmente fabricado para o rei. Dizia:

«ABREU KUSSUYA abreukussuya@yahoo.com
Muitos dos argumentos que estão a ser feitos aqui não são inéditos no continente Africano e em vários outros lugares aonde existe uma disputa do poder entre raças, grupos étnicos etc. No continente Africano, em países Anglófonos, por exemplo, o processo da “Africanização” do sistema governamental e das altas escalas das empresas públicas não foi encarada positivamente por grupos que, tradicionalmente, pertenciam ao topo – os brancos e Indianos. E o descontentamento deste grupo que se sentia, de repente, destronado, manifestava-se através de argumentos que aparecem hoje neste site quando se debate o predomínio dos brancos e mulatos nas instituições Angolanas. O acrescentamento de quadros indígenas, argumentava-se, resultaria na mediocridade. Enumerava-se então os grandes defeitos do negro – a sua suposta preguiça perene; a sua incapacidade de planificar, organizar e implementar; a sua falta de pontualidade; a sua incapacidade de seguir regras e normas; a sua inabilidade de superar vícios carnais, como querer dormir com as secretarias ou dar emprego às suas amantes; o seu espírito permanente vingativo e invejoso; a sua inabilidade de captar relações abstractas de vários fenómenos relacionados ao seu trabalho; a inabilidade de pensar estrategicamente etc. A lista dos defeitos do negro é quase interminável.

2. Estes argumentos serem mesmo considerados como fazendo parte do arsenal do PRECONCEITO INTERNACIONAL. Nos Estados Unidos, o mesmo foi dito sobre os Afro-Americanos. Na Inglaterra, o mesmo foi regularmente dito sobre os Irlandeses, que só tomaram a sua independência em 1920. Os Europeus do Norte diziam as mesmas baboseiras à volta dos Italianos, Espanhóis e – claro – Portugueses. Os Japoneses, diziam a mesma coisa sobre os Chineses e Coreanos quando reinaram sobre esses povos. Os Russos – esqueçamos da propaganda comunista – diziam as mesmas coisas sobre indivíduos vindos dos estados Asiáticos da União Soviética, como o Kazaquistão. Os Indianos, para justificar o sistema de casta, aonde os Dalits (os ditos intocáveis) permanecem sempre em baixo, como os Nganguelas e Chokues em Angola, também invocam os mesmos argumentos sobre as deficiências desta classe supostamente baixa e que não é dada a mobilidade social.

3. O que é triste, neste nosso debate de Angolanos, é que os nossos irmãos mulatos ainda restam na fase da Catinga. Os pretos, para eles, cheiram a catinga, são corruptos e incompetentes; ergo, não podem assumir ou mesmo reclamar lugares de chefia no seu próprio país. Há várias razões que explicam esta arrogância tão barata do mulato Angolano. Em primeiro lugar, o preto Angolano dá muito valor ao mulato e à sua pele. Em outros países Africanos, o mulato é filho do branco, concebido em muitos casos em circunstâncias enojantes, e acabou. Nestas sociedades, só ascende o mulato que pode provar ser competente etc. Em Angola, isto já não é o caso – não há, no mundo, um indivíduo tão enfatuado consigo próprio, com uma noção do seu próprio valor tão irreflectida como o mulato de Angola! Para constatar isso, basta só uma visita a uma das capelas dos nossos compatriotas claros – como a discoteca Palos na Petrofaminta. Isto tudo advêm de uma certa veneração que o negro Angolano tem para com o mulato. Não é invulgar, em Angola, encontrar um negro licenciado, culto, sofisticadíssimo, capaz de falar varias línguas etc., que, depois de uma tarrachinha, começa logo a gaguejar perante uma mulata semianalfabeta.»

Imagem: Angola em fotos


História Universal (18). O Apogeu da Assíria


As nações Cananeas coligaram-se contra a Assíria.

CARLOS IVORRA

A coligação estava encabeçada por Ozías da Judeia, mas o intento foi um fracasso e em 738 o exército cananeu foi derrotado por Teglatfalasar III. Israel, Judeia, Síria, Tiro e as demais cidades fenícias foram submetidas a tributo. Nesse mesmo ano morreu Menajem de Israel, que foi sucedido pelo seu filho Pecajya.

Segundo a tradição grega, 738 foi também o ano em que ocupou o trono da Frigia o rei Midas. Boa prova da prosperidade da Frigia nesta época é a conhecida lenda grega segundo a qual Midas convertia em ouro tudo quanto tocava.

Voltando a Israel, o rei Pecajya fez o possível para contentar a Assíria, mas o pagamento do tributo exigia arrecadar muitos impostos e o povo estava descontente. Ademais na Judeia havia desde sempre um sentimento de ódio aos estrangeiros, o que unido a uma desconsideração do poder assírio culminou com um golpe de estado em 736, que deu o trono a um general chamado Pecaj, que se apressou a organizar uma nova coligação contra a Assíria. Não tardou em conseguir o apoio do rei Rezin da Síria, filho de Benhadad III, mas tiveram dificuldades em convencer Jotan (o filho de Ozías, regente da Judeia). Em 735 apareceu na vida pública da Judeia o profeta Isaías, profeta na linha reformista inaugurada por Oseas anos antes. Sem embargo, à diferença de Oseas, Isaías era de família aristocrática, pelo que tinha fácil comunicação com o rei e os sacerdotes, e estava contra uma rebelião da Assíria. Para complicar mais as coisas, em 734 morreu Ozías e pouco depois morreu também Jotan, com o que o trono passou para o seu filho Ajaz. O novo rei esteve de acordo com Isaías e optou pela neutralidade da Judeia num hipotético enfrentamento contra a Assíria por parte de Israel e a Síria.

Neste mesmo ano os coríntios fundaram a cidade de Siracusa, a oeste da Sicília. Abria-se assim um processo de expansão da Grécia pelo Mediterrâneo. A política dos gregos foi fundar colónias em zonas costeiras adequadas para o comércio. As suas cidades especializavam-se em elaborar produtos de artesanato com matérias importadas que depois intercambiavam com tribos do interior, mais primitivas, que lhes administravam alimentos.

Entretanto, as forças conjuntas da Síria e de Israel invadiram a Judeia, em represália pela sua negativa a integrar-se na coligação antiassíria. Não tiveram dificuldades em tomar todo o país. Os edomitas e os filisteus aproveitaram para se independentizarem e Ajaz viu reduzido o seu reino aos arredores de Jerusalém. O rei pediu ajuda à Assíria e Teglatfalasar III não tardou em responder. Os seus exércitos chegaram à Síria em 732 e a subjugaram sem dificuldade. Com isso a Síria desapareceu para sempre da história como nação independente. Esta aniquilação deveu-se a que Teglatfalasar III empregou uma política muito mais astuta da dos seus predecessores. Enquanto estes trataram de conter aos povos submetidos mediante o terror, Teglatfalasar III decidiu realizar deportações em massa. Disseminava a aristocracia de um povo entre outras regiões distantes, enquanto que outros estrangeiros eram levados a ocupar o vazio deixado. Assim logrou apagar muitos sentimentos nacionais, enquanto que criava fricções internas entre os antigos habitantes de uma zona e os recém-chegados, fricções que consumiam umas energias que de outro modo poderiam empregar-se contra a Assíria. O caso foi que os sírios se disseminaram pelo império Assírio, e com eles levaram a sua língua, o arameu. Tratava-se de uma língua muito mais simples que o acádio, a língua da Assíria, pelo que foi rapidamente adoptada pelos mercadores e se converteu numa espécie de idioma internacional da Ásia Ocidental. Com o tempo deslocaria também o hebreu.

(Carlos Ivorra, é professor na Universidade de Valência, Espanha. Faculdade de Economia. Departamento de Matemáticas para a Economia e a Empresa.)
Traduzido do espanhol.

Imagem: WIKIPEDIA

Campos de concentração nazis que podem ser de Luanda. Bergen-Belsen


Origem: WIKIPEDIA, a enciclopédia livre.

Coordenadas: 52° 45' N 9° 54' E

Bergen-Belsen, por vezes referido apenas como Belsen, foi um campo de concentração alemão da época de Adolf Hitler. Localizava-se no actual estado alemão da Baixa Saxónia, no distrito urbano de Celle.

Entrou em funcionamento em 1940 como campo para prisioneiros de guerra. Depois de 1941, cerca de 20.000 soldados Soviéticos foram torturados e mortos no campo. Mais tarde, em 1942, Bergen-Belsen tornou-se um campo de concentração; as SS tomaram o comando em Abril de 1943.

Ao contrário do que muitos pensam, nesse campo não havia câmaras de gás, uma vez que os assassínios em massa deveriam ter lugar nos Campos de Extermínio (Vernichtungslager) no Leste Europeu; no entanto, milhares de Judeus, homossexuais e Ciganos foram aí torturados ou morreram de fome, já que os alemães não tinham como alimentá-los no final da guerra, mas, mesmo assim, em 1945 os prisioneiros de outros campos foram levados para as linhas da frente, uma vez que os Soviéticos avançavam.

Em condições de sobrelotamento, de doença e malnutrição, houve muitas mortes. Foram cavadas grandes valas. Quando as tropas britânicas libertaram o campo em 15 de Abril de 1945, eles encontraram milhares de cadáveres por enterrar.

Grande parte de Bergen-Belsen foi deitada a baixo após a libertação, com receio de tifo e dos piolhos.

Cerca de setenta mil pessoas morreram em Bergen-Belsen. Entre elas conta-se Anne Frank e a sua irmã Margot Frank, que morreram ali em Março de 1945.

Hoje, o campo está aberto ao público, e contém um centro de visitantes e uma "Casa do Silêncio" para reflexão em sossego. Foi construído um grande obelisco.

Imagem: Sepultura simbólica de Anne Frank, uma das vítimas de Bergen-Belsen.

Breve História do Terrorismo Bancário (29)


21.03.2009 - 00h05 - Luis, Almada
O actual papa e o anterior estão ainda envolvidos no caso do Banco Ambrosino.

PÚBLICO ÚLTIMA HORA

Em 1976, Paulo VI sondou um marchand franco-judeu, para leiloar a Pietá. As finanças do Vaticano estavam falidas, consequência de séculos de pilhagens e má gestão. As financas do Vaticano foram afectadas pelos contactos entre o cardeal Marcinkus e dois banqueiros italianos: Michele Sindona, ligado à máfia siciliana, e Roberto Calvi, membro da sociedade maçônica Propaganda-2.

Marcinkus, que levou para o túmulo muitos segredos sobre as finanças do Vaticano, era conhecido como "o banqueiro de Deus", pela liberdade e autonomia de que gozou. Dirigiu durante quase 20 anos - de 1971 a 1989 - o Instituto de Obras para a Religião, o "Banco do Papa". Após deixar o Vaticano sem reservas, depois de em 1984 pagar 240 milhões de dólares aos credores do Ambrosiano, Marcinkus viveu em exílio interno no Vaticano, após ser investigado pela Justiça italiana.

Criticado por ter feito negócios com pessoas ligadas à máfia e que lavavam dinheiro em off-shores, Marcinkus foi protegido por este e pelo papa anterior, que sempre lhe deram imunidade diplomática. Não tem pois o papa nenhuma autoridade para pregar moral a ninguém.

Devaneios 28Jul09


11.07.2009 - 22h56 - Manuel, Angola
Um excelente recado para Eduardo dos Santos e outros ditadores que grassam pela África. Isto ajuda a explicar as razões que levaram Obama a excluir Angola nesta digressão à África subsariana.

PÚBLICO ÚLTIMA HORA

12.07.2009 - 01h53 - Karlos, Almada
Este Luís Almada é um fanático de esquerda, um fundamentalista vermelho igual aos outros fundamentalistas islâmicos. Para ele é só ódio a América (Lembra-se o Bin Laden também dizia isso), sinceramente o comunismo é em si próprio uma religião fortemente fundamentalista, não há paciência para esses fundamentalistas sejam eles comunistas ou islamistas ou de outra religião qualquer.

11.07.2009 - 22h12 - Karlos, Almada
Epa o Obama tem razão, os africanos têm de deixar de lamechisses e estar a sempre a atribuir a culpa a estes e aqueles. Discursos como as tretas sobre o imperialismo americano do Luís Almada não servem para nada (o cumunismo morreu a muito tempo, nem no país aonde nasceu aquilo tem valor). O que la foi, la foi. O importante é os africanos correrem com os Kadafis, José Eduardos dos Santos, Mohamed's VI, Mubarak's e outras aves raras que por lá andam que todo o potencial virá ao de cima. Estar agora a chorar porque os americanos fizeram isto e aquilo é ridículo totalmente ridículo absolutamente inútil. O importante é bola para frente e prosperidade acima de tudo contra tudo e contra todos. Portanto Obama tem razão.

1.07.2009 - 16h18 - Achille Talon, Lixado
Engraçado como os países ricos atiram milhões para cima dos países pobres e só provocam a pobreza das populações!! E engraçado como foram esses mesmos países ricos e poderosos que no passado ajudaram à independência dos países africanos para agora colocarem ditadores à frente desses países pobres que seguem as ordens de quem lhes paga tipo franchising!! Engraçado tambêm como o Sousa da Bridge não consegue tirar as palas e constatar o óbvio!!!

DIÁRIO ECONÓMICO

Carlos Justo, Lisboa 16/07/09 10:29
Bom. Este Alberto João sendo um bronco, às vezes tem razão. Sendo o comunismo um atraso dos povos como se comprova na Coreia, em Cuba e em breve na Venezuela e as populações destes regimes autenticos escravos sem direitos,porque razão não deve também ser abolido das Contituições ? Concordo que em Portugal se venha a realizar um julgamento do PCP pelo mal que tem feito ao país, destruição de empresas e grande causador de desemprego.

Julio Martins, Varsovia 16/07/09 10:50
Vivo em Varsovia e conheco bem os efeitos do comunismo na Polonia e nos paises em redor. Poucas vezes concordo com o Alberto Joao, mas desda vez apoio incondicionalmente. O comunismo destroi a individualidade humana!!!
Cumprimentos.

burro, 16/07/09 10:05
atenção: eu sou burro.
os aleijados da morgan stanley dizem que vai para 85$ e há um ano diziam que ia para os 200$ este cretino diz que vai para os 20$ a opep diz que abaixo dos 50$ mais vale ir para casa a galp diz...a galp não diz nada apenas reflecte o aumento do crude a 100% e as descidas do crude a 50% no preço final eu digo: LOL grande LOL e digo mais: gostava de ter dinheiro para especular e mandar as minhas previsões de acordo com a minha carteira de futuros sobre o preço do crude

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Negro, colonialismo negro


Não nos libertaste do colonialismo branco
Estás corrompido, carcomido
Nos poços petrolíferos
E estrangeiros diamantíferos
Negro, colonialismo negro

Generais fazendeiros, não rendeiros
nos jardins do Éden
feitores de leis e espoliadores
de pardieiros, palheiros
e terreiros
Exemplares zimbabueanos
E somalis
sangrentos, odientos
Negro, colonialismo negro

Neste momento, crianças,
mulheres, homens, velhos, velhas
negros e negras indefesos
sem independência
oram nas noites frias
o gélido poder
dos guerreiros sem guerra.
Um exército com a ultima solução
destruir a população
Negro, colonialismo negro

Tanta miséria e infinita opressão
dos palácios que nos açoitam
na servidão
Sem intelectos que nos valham
todos sucumbirão
A seguir uma multidão
de negros e negras deportados
neste campo de concentração
indefesos cairão
Na mais ignóbil traição
Da luta de libertação
Ah!.. Negro, colonialismo negro












sábado, 25 de julho de 2009

O Drácula de Luanda


Apesar da considerável tagarelice em contrário, a relação natural entre pessoas é uma de cooperação pacífica, baseada no reconhecimento da produtividade física mais elevada da divisão de trabalho. Isto não significa dizer que não haverá crime e agressão. A humanidade sendo o que é – assassinos, ladrões, bandidos, e artistas trapaceiros sempre existirão.
Uma ordem natural é caracterizada por cooperação pacífica. Sendo assim, para fazer um Estado parecer necessário, qualquer pseudo-Estado deve primeiro destruir a ordem natural e criar a “anarquia” Hobbesiana caracterizada pela espoliação e pelo vandalismo.
Nenhum povo pode ser governado por muito tempo sob a mira de uma arma.

Se A liberta B, que está sendo mantido como refém de C, isto é um ato de libertação. No entanto, não é um ato de libertação se A liberta B das mãos de C a fim de manter B como refém ele mesmo. Não é um ato de libertação se A liberta B das mãos de C matando D. E também não é um ato de libertação se A através da força toma o dinheiro de D para libertar B de C.
http://www.oindividuo.com/convidado/hoppe.htm



«DEMOLIÇÃO: Regime derruba residência com cadáver dentro
Sexta, 24 Julho 2009 17:27

Luanda - Desde há pelo menos três dias (hoje, 24 de Julho de 2009) que cerca de 3.000 residências vêm sendo demolidas nos Bairros do Iraque e Bagdad e na zona de ligação ao Fubu na cidade de Luanda (Angola), por militares das Forças Armadas, da Polícia de Intervenção Rápida e da Polícia Regular.

Poderosa operação de demolição de residências em Luanda

Testemunhas oculares dizem tratar-se dum autêntico terramoto com casas a serem destruídas com meios pesados e as populações entregues à sua sorte impotentes a verem as suas estruturas e haveres completamente destruídos.

O cenário comporta as cenas mais macabras de desumanidade. Ontem, um cadáver que era velado numa casa foi retirado e depois a casa partida; Uma senhora que estava em trabalhos de parto, tão-logo terminou, viu a sua casa igualmente partida, entre dezenas de acontecimentos tristes e desoladores sem a presença da comunicação social.

Apesar do debate havido recentemente na Assembleia Nacional visando parar com as demolições desumanas e mesmo ilegais o Governo da Província de Luanda e as Forças Militares e Policiais mantêm a sua actuação truculenta.

Sabe-se que nesta manhã os activistas da SOS habitat, cujo líder Luís Araújo, acabou de voltar ao país ontem à noite, se dirigiram ao local.»

Para mais informações contactar:
Ramos Buta: 923574838
Ricardo: 912630732
SOShabitat: 912507343

Fonte: SOS Habit CLUB-K.NET
Imagem: http://www.nadaver.com/wp-content/uploads/2008/09/dracula1.gif

Campos de concentração nazis que podem ser de Luanda. Bełżec


Origem: WIKIPEDIA a enciclopédia livre.

Coordenadas: 50° 22' N 23° 27' E

Bełżec foi o primeiro campo de extermínio nazista criado durante a implantação da Operação Reinhard. Está localizado na parte sudoeste do Distrito de Lublin, perto de Belzec, uma pequena vila de uma linha de trem em Lublin-Lviv.

No início dos anos 40, os alemães criaram alguns campos de trabalho no distrito, trabalhadores criaram a "Linha Otto", uma série de fortificações na fronteira com a URSS. Esses campos judeus foram desmontados em outubro de 1940. O campo de extermínio não foi parte dele, ou convertido de outro daqueles campos de trabalho. Ele foi construído em uma conexão com Aktion Reinhard, especificadamente criado para a morte dos judeus.

O lugar escolhido foi ao lado de uma estrada de ferro, com uma distância de 400m da estação de trem de Belzec, e somente 50m à leste da linha de trem principal de Lublin-Lviv. Richard Thomalla, dos SS-Zentralbauleitung Zamosc supervisionou a construção. O supervisor dentro do campo era um oficial ruivo da SS, mas sem identificação, conhecido como "O Mestre" (dei Meister). Treinou manualmente trabalhadores poloneses de Belzec que criaram na área as câmaras de gás e as barracas, sendo "bem pagos", eles foram substituídos pelos judeus das vilas próximas de Lubycza Krolewska e Mostly Maly. A construção começou em 1 de novembro de 1941 e foi completada no final de fevereiro de 1942.
Belzec foi dividida em duas seções:

O Campo 1, nas seções norte e oeste, que foi a área de recepção e incluía a rampa da estrada de ferro, a qual inicialmente acomodava de 10 a 15 vagões. Um lado não utilizado foi seqüencialmente adicionado para montar uma segunda rampa para a fase final dos extermínios. Juntas, as rampas proviam lugares para 40 vagões. Na fase final, haviam duas barracas para as pessoas despirem-se, uma para mulheres e crianças e outra para os homens. O Campo 2, a área de extermínio, incluía as câmaras de gás e poços retangulares para cremações. Os poços tinham um tamanho méido de 20m x 30m x 6m de altura. Essas sepulturas em massa estavam localizadas nas regiões noroeste, leste e sul. Depois, duas barracas, consistindo de alojamentos e uma cozinha, foram erguidas no Campo 2 para os prisioneiros judeus que trabalharam lá (os Sonderkommando). Os dois campos foram separados por uma cerca camuflada e dois portões, um ao leste da garagem da SS, e o outro próximo do final da rampa.

A partir deste ponto, um caminho foi aberto dentro da floresta para chegar aos poços de execução. Uma passagem chamada "dia Schleuse" ("A Comporta"), foi construída 2 metros de largura e 100 metros de comprimento, camuflada dos dois lados e com cercas de arames farpados. Esta passagem conectou as barracas de despimento no Campo 1 com as câmaras de gás do Campo 2. Uma rede de camuflagem foi levantada acima do teto para evitar observações aéreas. Os alemães perceberam que estavam perdendo a guerra, e Himmler ordenou que todos os vestígios de extermínio deveriam ser "apagados" por entre as áreas ocupadas. Ele direcionou Paul Blobel para formar um comando especial, chamado "Sonderkommando 1005". Os transportes finais para Belzec chegaram em 11 de dezembro de 1942. Isto provocou a aceleração das cremações, que foram realizadas pelos trabalhadores e pela equipe de funcionários judeus, pois a equipe Sonderkommando 1005 teve acesso negado aos acampamentos de Aktion Reinhard.

Höering delegou Gley e Friedrich Tauscher para começar os serviços, assistidos por Hackenholt, que teve à sua disposição uma escavadeira para sepultar os cadáveres. Trabalhadores judeus da "Brigada da Morte" queimaram os corpos e requeimaram os restos nos poços. Os corpos eram jogados dentro dos poços e empapados em um óleo grosso, e só então eram queimados. Entre 434.000 e 500.000 cadáveres foram cremados nesta área em Belzec.

Por meses, toda a área tinha uma espécie de névoa pesada, por causa do óleo. Os habitantes locais tinhasm que raspar a gordura humana que se acumulava nas suas janelas. As tentativas de acabar com as evidências de extermínio foram bem mais funcionais depois que os alemães conseguiram uma máquina para esmagar ossos (do Campo de Trabalho Janowska), operada por algum "Szpilke".

O desmembramento de Belzec começou na primavera de 43. Para elaborar o sistema das cercas e das barricadas, as barracas e as câmaras de gás foram desmanteladas e os itens usados foram levados para o campo de Maidanek. O líder de campo decidiu transportar os últimos judeus Sonderkommando para Sobibor. Höering contou aos Kapos que eles estariam sendo transportados para Lublin. Comendo somente pão, alguma comida enlatada e vodca eles passaram três dias nos vagões. Leon Feldhendler, um prisioneiro judeu de Sobibor, lembra: "Em 30 de junho de 1943, um comboio com os últimos judeus de Belzec chegou sob a supervisão do líder da SS, Paul Groth, para serem liquidados. Enquanto eram descarregados do trem, os prisioneiros começaram a correr para todos os lados. Eles foram todos mortos e ficaram pelo campo." Com as exumações e as cremações quase completas, Höering deixou o campo, colocando Tauscher no seu lugar para as liquidações finais. Quando tudo acabou, os agentes da SS de Belzec foram dispersos para os outros campos. A população local desceu ao campo, procurando ouro e outros objetos de valor. Fazendo isso, várias pessoas encontraram pedaços de corpos decompostos que não haviam sido enterrados.

As escavações do local do campo foram descobertas por Dubois, que depois foi mandado de volta de Sobibor por wirth alguns dias após a SS terem saído. Dubois reportou a Wirth, que discutiu o assunto com Globocnik. Eles decidiram plantar árvores e construir uma fazenda para a ocupação permanente de uma família ucraniana na tentativa de guardar a área dos escavadores.

No verão de 1943, duas pequenas tropas da SS e alguns ucranianos chegaram para implementar este trabalho. Uma tropa veio de Treblinka e a outra, de Sobibor. O grupo de Treblinka era liderado por Karl Schiffner, e o de Sobibor, por Unverhau. Uma grande casa judia do outro lado do campo, foi demolida e reconstruída como uma fazenda para os ucranianos habitarem. No verão de 1944, Belzec foi ocupada pelo Exército Vermelho e, depois da libertação, os moradores destruíram o local.

Aproximadamente 50 judeus escaparam de Belzec. Desses que fugiram, somente 7 continuaram vivos após o fim da guerra. Somente Rudolf Reder, que escapou de Belzec em novembro de 1942, poderia prestar depoimento como testemunha ocular sobre as atividades no campo. Uma pesquisa mais recente indica um total de 434.508 vítimas em Belzec. Depois, estimou-se que os números chegariam entre 500 e 600 mil, mas assim como nos outros campos, esses números são somente estimativas.

Imagem: http://4.bp.blogspot.com/

Devaneios 25Jul09


Vivaço, 09/07/09 09:09
Somos cegos guiados por outros cegos! É uma constante ouvir políticos e economistas que "foram apanhados de surpresa pela crise" " vai ser pior do que prevíamos" "que estagnação vai ser mais longa do que esperávamos". Uma lástima, este choradinho bacoco e incompetente de quem devia governar e só desgoverna acossado pelos acontecimentos que foram incapazes de antecipar. Mas não aprendem, preferem continuar de cabeça bem enfiada na areia e cometer vezes sem conta os mesmos erros! Estou farto de dizer que li um livro que, já em 2003, antecipou com rigor tudo o que está a acontecer no mundo e que prevê que a crise económica só vai acabar mesmo em meados de 2013, tal como previu há dias uma empresa espanhola de consultoria e que foi publicado neste jornal. Esse livro foi publicado pela Gradiva e chama-se "1929-2037 Os Ciclos Económicos...". Ninguém quer saber, pois não? Então depois não digam que não foram avisados!!! Queriam retomas por decreto? Adaptem-se às circunstâncias!!!
DIÁRIO ECONÓMICO

07.07.2009 - 13h58 - Brissos Lino, Setúbal-Portugal
É chocante ver o Papa a semear em seara alheia. Disse Jesus: "O meu reino não é deste mundo"... O que parece é que Bento XVI se está a colocar em bicos de pés. Governo mundial quererá dizer... do Vaticano? Era o que faltava!

PÚBLICO ÚLTIMA HORA

07.07.2009 - 13h50 - Vasco, Guatemala
Ai estão eles..... as peças do lego começão a juntar-se. Primeiro criam um crise artificial referida diarimente nos media para entrar á força na cabeça das pessoas ... Com este "brainshasing" diário, facilmente a carneirada (que muitos vem aqui palrear) facilemte aceita esta proposta do papa (como que se só hovess estaalternativa). O Vaticano faz prte do circulo invisível do poder mundia, cada vez se torn mais claro. New World Order está ai - Escravização mundial.

07.07.2009 - 13h49 - Espectro, Porto
O Papa sonha com a reunificação das Igrejas sob a sua batuta e com a unificação política das Nações sob a batuta de um novo Carlos Magno, que obviamente, tal como o Imperador, serviria a Igreja Católica. Nada de novo nos diz este Papa! Afinal seria a repetição da história! LOL. P.S.: aqui vos deixo, para reflectirdes, um excerto de o Anticristo, de Nietzsche, também alemão, só que, ao contrário do Papa, do ramo dos inteligentes e corajosos: "O cristianismo tomou partido por tudo o qué fraco, baixo, falhado, fez da oposição aos instintos de conservação da vida forte um ideal. estragou mesmo a razão das naturezas intelectualmente mais fortes ensinando que os valores superiores da intelectualidade não passam de pecados, desvios e tentações. O mais lamentável exemplo é a corrupção de Pascal, que acreditava na perversão da sua razão pelo pecado original, quando a verdade é que essa mesma razão só pelo cristianismo que ele professava se encontrava pervertida!". No conceito filosófico de CORRUPÇÃO de Nietzsche o Papa seria um corrupto (aquele que escolhe o que lhe é desvantajoso) LOL


sexta-feira, 24 de julho de 2009

A Epopeia das Trevas (28)


- Verás muito mais. Olha, a morgue principal está cheia de cadáveres desconhecidos. Já apregoam que Caronte, o barqueiro dos Infernos, está midas. Os falsos médicos que os Politburo contrataram, dão grande apoio a Caronte.

Notabilíssima aptidão que os Jingola têm pela poesia, como uma desgraça colectiva. Na caminhada moldada, distanciada, ouço-os animados de bocejos alargados, pomposos.
- Já correm réditos no teu livro de poemas?!
- Ainda não abastaram angariadores.
- Torna-te fácil, elogia os feitos do Politburo.
Ou:
- Feitorei quatrocentos poemas, não consigo ludibriá-los, publicá-los.
- Também agonizei mais de mil, poesia dos combates… não sei se estás a ver!
- Hum, hum!
- Se publicar um livro de poesia, serei eleitor da Academia de Letras Politburro. A garinada fartará com lascívia, eu idem. Serei lisonjeado, admirado, invejado pelos meus amigos. Nas igrejas repicarão sinos, porque se pariu um grande escritor avatar. Farei um figurão heráldico. O meu nome literário será gravado na toponímia. A rua onde nasci chamar-se-á Rua do Poeta.
- Ah! … Os poetas Jingola são tão diferentes, como punhais indiferentes.
- Discordo! A nossa poesia é celebrada nos punhais importados, espetados, frustrados de corrupção. Freados mas combativos, demoramos convencimentos. Inda não zarpou para lá das Colunas de Hércules, porque nos falta tempo de limpar o sangue acumulado na noite dos tempos reais.
- Dos pés à cabeça, poesia vitoriosa e derrotas concordantes.
- Até ver!
- A pé firme!
- Sai uma glosa debatida, declamada, motejada do meu vanglorioso corcel bibliotecário.

A Negra Esperança desmonta
Desponta primeiras pernas primaveris infindas
Inusitadas
Iluminadas pelo branquear sotaque
Do seu biquíni desalmado, armado e equipado
Acalorado, transparente de suado

Olhe! Executa ansiosa ao redor
Talvez que alguém pasmado à solapa
Se deleite, a espreite
Nada acontece. Cansaram-se, desregraram-se
Na habitual amnésia lacunar, apunhalar
Fugitivos, proscritos da Negra Esperança.

Imagem: Angola em fotos

O Cavaleiro do Rei (37). Novela


«CONCLUSÃO

Luanda – Sul é um programa de desenvolvimento urbanístico que visa descongestionar o caso Urano da Província. Programa de novos bairros residências.

Luanda está hoje prensada por uma grande rede de musseques de balão: não houve, nestes anos todos. A passibilidade de acompanhar de uma forma a construção de moradias. O resultado é este: musseques de betão! Quando, noutras partes do mundo são Bairros de lata – chaparias, entabuados e outros matérias, facilmente remov´veis. Mas, se dizermos as contas, concluiremos que a construção clandestina, em betão, fica tão onerosa como se a obra surgisse em terrenos urbanizados a rigor. Com o programa Luanda – Sul vamos, pois, começar a fazer as casas de uma forma ordenada. Vamos meter na ordem a construção, isto é fundamental numa metrópole com 3 milhões de almas.

Ih! Ih! Ih! Que grandes mussequeiras. Ah! Não tenho nada que ver com isto. São assuntos do rei. Ele prefere estes futuros quadros à sua volta. Afinal para bem reinar, é necessário que ninguém tenha acesso à informação. Isso é perigoso. Abrem os olhos depois é o fim. Alvitrou Epok.

CAPÍTULO X
A FUNCIONÁRIA REAL

Tudo é uma simples exibição e uma abominável hipocrisia, de todos os partidos, em todas as épocas, com todos os governos; quando estão fora, lutam por entrar; quando dentro, lutam por não ser postos fora...
Daniel Defoe

Epok está sentado na cadeira do gabinete real. Uma funcionária do protocolo, muito bela, muito alta, muito magra, muito escura, com cabeleira postiça muito pintada com uma cor que ela inventou, óculos muito escuros, com as faces muito pintadas, os olhos, os lábios e as unhas dos pés, também tudo sobrecarregado, muito pintado, aproxima-se e proclama independente.
- Senhor cavaleiro regente Epok, o chefe das Cozinhas Reais apresenta-se. Devo embaraça-lo ou entrá-lo?
- Desculpe-me real senhorita, move-me uma pergunta.

Ela sentiu algo de inesperado. Talvez fosse pela farta cabeleira que na ausência do rei aproveitou para caprichar. O rei era muito crítico nesse aspecto. Gostava de ver as suas funcionárias com o que tinham, com o que nasceram, e nada de imitar costumes importados de outros reinos, especialmente o Ocidental. Pôs as mãos por baixo dos seus cabelos, levantou-os e afirmou:
- Pois não, podeis mover-me com real à vontade.
- Presumo que acabais de sair da real exposição de pintura.
- Ai é!? Seu presumido, acaso não gostais das minhas nobres pinturas?
- O reino já está muito escuro, demasiado encoberto, para quê escurecê-lo mais? Aclare-se devidamente, especialmente nas suas ideias. Na verdade evite confundir-se com as noites sem luar. Faça das noites dias claros, seja mais clara no seu comportamento.
- Estúpido imitador racista! Enquanto o rei estiver fora, vou-te fazer a vida muito negra. Ah!.. Filho da puta racista… vais ver... vou-te queixar no rei!
- Pronto! Não se pode falar nada, levam tudo para o racismo. Assim não vamos a lado nenhum. Não sou obrigado a gostar de tudo o que é escuro. Não sou o rei. Ele que vos ature, porra! Suas feiticeiras de merda! Diga no chefe cozinheiro real para aguardar. Ponha-se lá fora, que depois gritarei por si.

Apesar do ambiente climatizado Epok sentiu suores frios. Passou a mão na testa. Forçou o seu corpo para o fundo da cadeira, uma consola em madeira dourada Luís XIV. Depois considerou: porra! Esta merda do racismo, parece que não, mas existe com muita força, escondido, disfarçado, como as noites muito escuras, em que não se consegue ver quem é quem.

Imagem: Angola em fotos

Exemplo para a maldita poluição sonora e política em Luanda


«Juízes entendem que descanso é um direito constitucional
Impedir a vizinhança de dormir pode sair caro

10.07.2009 - 10h42 Ana Henriques PÚBLICO ÚLTIMA HORA
Que marteladas eram aquelas que se ouviam no andar de cima durante a noite? Seria gente surda a que ali morava, para ouvirem a televisão aos altos berros? Nos primeiros tempos, o casal com duas crianças e uma terceira a caminho ficou à espera que a vida no prédio voltasse à normalidade. Mas o que se seguiu foi o calvário de noites a fio sem pregar olho, porque em lugar do silêncio ouviam-se estrondos, mais marteladas e música.

No início deste mês, fez-se justiça. O Supremo Tribunal de Justiça condenou a barulhenta vizinha desta família a indemnizá-la em cerca de 25 mil euros. "Não é uma sentença comum. Lamento que não haja mais tribunais a tomar este tipo de decisão", comenta o presidente da Associação de Inquilinos Lisbonenses, Romão Lavadinho, ressalvando que são raros os queixosos que decidem ir a tribunal, devido aos custos envolvidos. Isso, aliado ao facto de os autores do ruído se transformarem, perante as reclamações, em potenciais agressores dos queixosos, faz com que "a maioria das pessoas se acobarde" quando é confrontada com uma situação do género. "Esta sentença vai ajudar muita gente a recorrer a tribunal", antevê o representante dos inquilinos de Lisboa.

Menos de um mês depois das primeiras queixas na PSP, em Setembro de 2001, o casal e as duas crianças começaram a sofrer retaliações. Primeiro a vizinha de cima atirou-lhes água. O polícia que tomou conta da ocorrência escreveu no relatório que as roupas que vestiam cheiravam a lixívia. Depois foi um vaso em barro, que atingiu o pai das crianças na cabeça. Veio acompanhado de um rol de insultos e ameaças: "Seus cabrões de merda", "Porcos", "Podem ir chamar a polícia, que eu não abro a porta", "Vou fazer-vos a vida infernal com o barulho que vou fazer". A promessa foi cumprida, ao ponto de a família ter de ir dormir para pensões e hotéis várias vezes.

"Terror de voltar a casa"

Ficou provado em tribunal que as duas meninas, uma de quatro e outra de seis anos, "tinham terror de voltar para casa", enquanto a mãe, que estava grávida, "passou a ter crises compulsivas de choro e a andar deprimida". A família passou a frequentar o psicólogo. Às despesas com a saúde mental e com os retiros temporários fora de casa juntavam-se ainda os gastos com obras destinadas pelo menos a minorar o problema. O primeiro tecto falso não resultou. Foi preciso fazer novo isolamento acústico. Mas as paredes de tabique continuavam a deixar-lhes as madrugadas em branco.

Um ano depois de o pesadelo começar no apartamento de Lisboa onde moravam, em Abril de 2002, meteram a acção em tribunal. Não houve instância judicial que não lhes tenha dado razão. Foram os recursos da vizinha de hábitos nocturnos que levaram o caso até ao Supremo. Nessa altura já o Tribunal da Relação tinha dito que quando se impede sistematicamente alguém de repousar à noite se põe em causa o direito constitucional a um ambiente sadio e ecologicamente equilibrado. Os juízes-conselheiros salientam que casos como este dispensam medições dos níveis de ruído, um processo complicado e por vezes infrutífero: "A ilicitude de um comportamento ruidoso que prejudique o sono de terceiros está precisamente no facto de, injustificadamente e para além dos limites do socialmente tolerável", se lesar "o direito à integridade pessoal".»