domingo, 31 de outubro de 2010

Angola, a jangada de petróleo


Nunca imaginei que um país recém independente retornasse ao mais horrível inferno de todos os tempos.

Onde a vida de um ser humano não tem qualquer utilidade, apenas vale pela sua futilidade.

Onde os apaniguados lutadores pela democracia e liberdade do povo, demonstram o que é ainda a monstruosidade de uma feroz ditadura democrática.

Onde a religião se compra e vende nos armazéns da fé dos dólares da santa viscosidade petrolífera.

Onde o futuro foge das nossas mãos e se fortalece nas quadrilhas da exemplar selvajaria.

Isto já não é Angola, é um anel de fogo, é o paraíso dos vulcões. Angola arde e ninguém lhe consegue apagar as chamas, porque até os bombeiros estão possessos de corrupção.

Número onze no campeonato mundial da corrupção está muito bom, não é?! Nos próximos anos seremos campeões invictos. E sobretudo não se esqueçam do nosso PIB, é o melhor do mundo.

Neste teatro tétrico ainda se fala em actividade bancária. Pois é aqui que reside o mais aviltante crime. Há os campeões da corrupção mundial porque os bancos são os seus mentores, e como é que os seus correspondentes internacionais nadam no mar da corrupção e mantêm estreitas relações com o governo da corrupção? Melhor se apoiam e nele lavam as suas imundas mãos e faces.

Acham que é possível manter esta relação mortal por muito mais tempo? Decerto que não, porque é impossível suportar tanta tortura imposta.

E os discursos dos mestres dos escravos fazem-nos ranger os dentes, pois do governo dos infernos saciem-lhe labaredas que nos queimam em e todos os sentidos.

Estamos como num circo romano, onde Nero nos dá ordem de morte.

Tal como num campo de concentração nazi, sempre de guardas atentos, despertos para nos darem um tiro, nos matarem apenas pelo prazer de matar.

Angola é um projecto, é uma coisa muito mal alinhavada onde ninguém pode confiar. O reino da podridão pertence-lhe.

Esta Angola é uma pobretana Guiné-Bissau com petróleo.

Aparição de OVNIs assusta quatro comunidades


Ainda chocado com o que viu, morador aponta a direção dos OVNIs (Foto: Antonio Melo)

A noite costumeiramente pacata de quatro comunidades pertencentes ao município de Santo Antonio do Tauá, distante 56 quilômetros de Belém, foi perturbada por um fenômeno surpreendente.

http://arquivosdoinsolito.blogspot.com/2010/10/aparicao-de-ovnis-assusta-quatro.html

Dois objetos voadores não identificados (OVNIs) foram avistados por dezenas de pessoas na noite de segunda-feira e início da madrugada de ontem.

Muito mais que surpresa, a aparição dos objetos causou medo e assustou a maioria dos moradores das comunidades de Santa Rita, Tracuateua, Remédios e Tracuateua da Ponta, localizadas no ramal do quilômetro 23 da PA-140.

A noite de 25 de outubro de 2010 dificilmente vai ser esquecida por parte das 140 famílias da comunidade Remédios que presenciaram o fenômeno.

Por volta das 22h30, Manoel da Conceição Lopes, o “Santos”, foi chamado pelo filho para ver algo estranho que sobrevoava a mata localizada atrás de sua residência.

Um fato curioso ocorreu no momento em que alguns moradores avistaram os objetos que pairavam sobre a cobertura das árvores.

“As televisões saíram do ar. Ficou só o chuvisco. Quando fui ver, pensei que eles iam descer na piçarreira.

Vi dois objetos e eles não faziam barulho de avião. Um deles seguiu e se afastou. O outro deu a volta por trás da mangueira, depois voltou em direção do outro objeto e foram embora”, relata Manoel da Conceição.

Essa primeira aparição foi assistida por pelo menos 10 pessoas que se encontravam em suas casas e outras na rua, conversando.

Luan Carlos Conceição Costa, de 17 anos, foi quem descreveu com mais clareza os objetos avistados. “Tinha uma luz forte, parecia um farol, e mais em cima luzes piscando e girando em volta. Fazia um barulho de motor falhando.

Pensamos que era um avião falhando, depois sumia e aparecia em outros lugares. As luzes apagavam e apareciam em outro lugar”, descreveu o adolescente.


PERSEGUIÇÃO
Luan contou que dois moradores da comunidade saíram correndo atrás dos objetos tentando acompanhá-los e ver para onde seguiriam.

Após se afastarem alguns metros, um dos objetos girou no próprio eixo e jogou um foco de luz em direção aos dois rapazes.

Assustados, os dois correram de volta para a comunidade, mas ainda viram os objetos e afastando em direção à mata que circunda área.

Os jovens não foram localizados, pois estavam trabalhando no município vizinho de Santa Izabel do Pará.

Na localidade de Tracuateua da Ponta, Augusto Souza, de 25 anos, conhecido na comunidade como “Lequito”, estava pescando em um porto do rio Tauá, com três amigos.

Já passavam das 21h30 quando eles foram surpreendidos com a passagem de um “avião” sobre as árvores e depois sobre o rio.

“Era uma luz muito forte, como um farol. Tinha luzes vermelhas na lateral que ficavam girando. Passou e voltou novamente. Uma hora a luz ‘candiou’ a gente e fazia um barulho intenso, mas não era de avião”, recordou “Lequito”.


ANIMAIS ASSUSTADOS
Ainda em Tracuateua da Ponta, o professor Nazareno Correa contou que os animais, a maioria cães, se assustaram ao avistarem os objetos. Ele também chegou a pensar que se tratava de um avião, mas as manobras realizadas pelos objetos não são compatíveis com a movimentação de uma aeronave de pequeno porte, diz o professor.

Nazareno Correa foi chamado pela mulher para ver o objeto que passava pouco acima de uma torre de transmissão que existe na comunidade.

“Ainda disse: Mulher, esse avião vai cair e está procurando rota para pousar, mas ia devagar. Não dava para ser avião”, acredita o professor.

Nazareno também descreveu o objeto avistado por ele e pelos familiares. “Tinha uma luz forte. A base arredondada era brilhante e havia sete luzes amarelas e três vermelhas que ficavam piscando em um movimento circular constante. Em um avião as luzes são fixas”, compara o professor.

Ele disse ainda que o que mais estranhou foi o comportamento dos animais da redondeza. “Os cachorros latiam, os galos e galinhas faziam barulho.

Mas o mais curioso foram os galos, que costumam cantar no início da manhã mas passaram a cantar quando o objeto passou por aqui”.


Fonte: Diário do Pará

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

População destrói florestas à caça de ratazanas para comer


Os meios de sobrevivência estão cada vez mais escassos. A população comete actos que legalmente constituem crime punível com cerca de doze anos de prisão (Código Penal, art. 464 - Fogo posto em lugar não habitado), à procura de ratazanas para comer.

Quelimane (Canalmoz) – A luta pela sobrevivência mostra-se cada vez mais complicada e difícil de ser vencida pelas populações da província central da Zambézia. Tudo vale quando é para garantir a alimentação, sobretudo às crianças e idosos que não têm capacidade de praticar agricultura de subsistência, com a qual vive a maioria da população desta província e do país.
Nas zonas rurais, a população desprovida de qualquer abastecimento de produtos de primeira necessidade, recorre a meios locais para conseguir algo comestível e, no caso particular, recorre a queimadas descontroladas para conseguir carne de ratazanas com vista a assegurar proteína animal para a alimentação, pese embora esta prática seja um crime de acordo com o Código Penal moçambicano.
No último fim-de-semana, a nossa reportagem escalou alguns distritos daquela província, por sinal a segunda mais habitada do País.
O mais recente estudo de avaliação da pobreza em Moçambique, da autoria do Instituto Nacional de Estatística, deixou claro que a província da Zambézia é a mais carenciada do país, onde o número de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza aumentou nos últimos 6 anos. Por isso procurámos ver como vivem algumas comunidades.
Nos distritos de Mopeia, Murrumbala, Nicoadala, Namacurra, Mocuba, Ilé, Alto Molócuè e Gilé, atravessados pela Estrada Nacional Número 1 (EN1), notámos claramente que a população queimou quase toda a vegetação. Por detrás das queimadas está uma razão de sobrevivência: “caça de ratazanas para alimentação”.
Entrevistámos alguns cidadãos. Na primeira versão, ainda sob um olhar desconfiado, suspeitando que éramos agentes da Polícia, disseram-nos que queimavam as matas para aumentar as áreas de cultivo. Mas, ao longo da conversa, certificados que somos profissionais de comunicação social, abriram-se e contaram a verdade.
“Não temos comida, a terra não produz nada (como produzir sem fertilizantes?) queimamos as matas à procura de ratazanas para comer, nossos filhos estão a abandonar a escola por causa de fome”, disse Carlos Mucupua, residente no Posto Administrativo de Mugeba, distrito de Mocuba.
“Todos os anos quando chega esta fase, passamos muito mal para conseguir comida e por isso todos vão à caça”. Como é difícil ver onde ficam os animais, queimamos as matas para pegá-los com facilidade”, explica.
É neste processo de caça que a população perde o controlo do fogo que se alastra pelas matas, destruindo a vegetação indiscriminadamente e, por vezes, queimando casas, culturas nos campos agrícolas e animais domésticos.
Já no famoso cruzamento de Nampevo, parámos para interagir com a comunidade. Apurámos as mesmas dificuldades. A população produz numa determinada época, mas por falta de sistema de armazenamento é obrigada a vender tudo para que os produtos não apodreçam nos campos agrícolas. Depois chega a fome e a solução é entrar nas matas para caçar, sempre com recurso a incêndios.
Já no Posto Administrativo de Alto Ligonha, distrito de Gilé, visitámos algumas comunidades e destas ficámos a saber que quando chega esta época do fim dos produtos das colheitas da época agrícola anterior, tudo quanto resta, para a sobrevivência, é comer da caça e recolecção.
Uma anciã de 65 anos de idade, de nome Antonieta Geraldo, contou-nos, com lágrimas nos olhos, a sua história.
“Nunca tive filho. Desde que o meu marido morreu, há sete anos, passo fome, porque esta gente queima tudo incluindo os meus campos agrícolas”, conta-nos a idosa. A sua história é semelhante à de muitos anciãos locais.
As queimadas são cíclicas. A população chega até a queimar os poucos espaços em volta das suas habitações à procura de qualquer animal que por sorte apareça para lhes garantir a alimentação.
Este fenómeno, para além das demais implicações ambientais e económicas, é crime definido pela lei moçambicana. O Código Penal, no seu artigo 464º (Fogo posto em lugar não habitado) diz que “a pena será de prisão maior de oito a doze anos, se o objecto do crime for: 2º. – Seara, machamba, plantação, floresta, mata ou arvoredo”.
Esta prática é considerada, também, pela Lei do Ambiente ( N. 8 do artigo 1 da Lei n. 20/97, de 1 de Outubro,) como “degradação do ambiente” e punível por pena de prisão.
Mas a questão essencial acaba por ser esta: entre o que diz a lei e a fome o que se pode escolher?

(Aunício da Silva) 2010-10-29 07:24:00

Editorial. É isto o combate à pobreza absoluta?


Maputo (Canalmoz) - Estamos de novo entre a espada e a parede.
Quando a esperança de finalmente vermos o País a tornar-se o espaço por que também ambicionavam os que não chegaram se quer a ver a Independência – ou porque foram excluídos do movimento de libertação e assassinados, ou porque tombaram no percurso, em luta ou por força do destino inevitável – o País entrou numa tremenda Guerra Civil que alguns, na sua eterna teimosia e de ego exasperado, insistem em dizer que se tratou de uma ‘guerra de desestabilização’ confundindo uma coisa com a outra, isto é confundindo a conjuntura regional e internacional com o que se passava – internamente, entre moçambicanos – suscitado pela discriminação dos que não pensavam da mesma maneira como os que estavam no poder, e também porque os desavindos entendiam que os que estavam no poder não eram as autoridades legítimas por não terem sido sufragadas. Entre outras razões, como campos de reeducação, operação produção, etc., que foram aumentando a pressão da “panela”…
Os moçambicanos sofreram na guerra de libertação nacional, mas a Independência foi finalmente reconhecida. Valeu a pena lutar. A conjuntura acabou por proporcionar o entendimento entre os beligerantes.
Com o primeiro advento da Paz, com a Independência Nacional, quando se supunha que tinha sido conquistada a liberdade, foi o que se viu. Uns em nome da sua razão fizeram e desfizeram dos outros, até que um dia os outros começaram também a fazer e desfazer.
Lamentavelmente vimo-nos envolvidos em guerra por todos os lados e uns contra os outros. Houve nessa altura quem defendesse a guerra para se conquistar a paz. Mas só quando os mediadores conseguiram sentar à mesma mesa ambas partes beligerantes – cada uma sustentada pelas convenientes tendências internacionais – é que finalmente foi possível levarem-nas a entenderem-se. Finalmente, a Paz chegou a 04 de Outubro de 1992, na capital italiana, promovida pela Comunidade católica de Santo Egídio e outras pessoas de boa vontade, nacionais e estrangeiras.
Só quando o País chegou ao limite das suas forças, finalmente chegou-se ao entendimento de Roma, que nos devolveu a esperança.
A teimosia custou caro.
Nasceu, contudo, uma alma nova a Moçambique.
Todos voltámos a acreditar que era possível construir um País mais justo para todos, obviamente sem igualitarismos absolutos e naturalmente com uns mais ricos do que os outros, mas com mais justiça social. E pensámos que teríamos uma gestão do Estado respeitadora do bem público e que proporcionasse mais oportunidades a todos. Não é bem isso que temos hoje, como nos disse sempre a Oposição e como nos acabam de confirmar figuras da própria Frelimo do gabarito de Graça Machel e Jorge Rebelo.
Volvidos 18 anos pós Acordo de Paz entre a Frelimo e a Renamo estamos mais ‘crescidos’, mais desenvolvidos, há mais moçambicanos a viverem melhor do que antes, há mais carros, há mais luzes, há mais bicicletas, há mais telefones, mais jornais, mais televisões, mais muita coisa, mas há menos industria, menos agricultura e o Estado, por via do Governo, continua a investir todos os anos nas mesmas coisas que pouco duram depois de construídas de raiz ou reparadas. E assim se alimentam negociatas.
Estamos mais próximos dos vizinhos e do mundo, mas também é verdade que não só esta dita democracia deixa muito a desejar, como as coisas estão-se a pôr muito complicadas para quem não tem os bolsos a transbordar de dinheiro.
Vamos sempre dar ao mesmo e aos mesmos. São sempre os mesmos a embrulhar isto.
O País está de novo metido entre varas.
A 05 de Fevereiro de 2008 foi dado o primeiro aviso. De lá para cá os transportes públicos e os privados semi-colectivos não melhoraram. A vida de quem tem de usar estes meios vai de mal a pior.
Fizeram-se apelos para que não se fizessem intervenções administrativas na economia, por forma a que ela pudesse ir-se ajustando às circunstâncias.
O Poder era o objectivo de alguns e o País foi deixado para depois. O resultado está hoje à vista. Tudo pelo Poder, um grupo de pessoas a quererem ficar com tudo e agora até dentro do Partido Frelimo as coisas estão a arder.
Um governo de autistas, que não quer ouvir, insiste em fazer do País a sua machamba e dos seus apaniguados. Criam fundos para que todos contribuímos com os nossos impostos e outras obrigações fiscais, mas criam também sistemas para os abocanharem. O dinheiro nunca chega a quem deve.
O mesmo e sempre os mesmos acumulam todos os dias, aos milhares, aos milhões usando cantilenas políticas em que os mais distraídos vão acreditando até que um dia explodem.
Falam de combate à pobreza absoluta, mas quando quem está habilitado a avaliar os resultados o faz, o que vemos é que a pobreza está a aumentar em vez de diminuir.
Falam de ‘Revolução Verde’ e no fim não há resultados que comprovem a utilidade do insistente discurso com que um punhado tem estado a tentar adormecer os outros moçambicanos.
Pesquisas “sobre a situação e sobre a evolução da pobreza em Moçambique, tanto pesquisas baseadas em dados estatisticamente representativos (Alkire & Santos, 2010; de Vletter et al., 2009; Cunguara & Hanlon, 2009; Metétier, 2006; MPD, 2010), como pesquisas qualitativas, através de estudos de caso e reportagens narrativas (Paulo et al., 2008; Halon, 2007; Serra, 2010), são unânimes num ponto: a pobreza continua muito elevada em Moçambique, cronicamente resistente e com sinais para aumentar, em vez de diminuir”, escreveu o investigador do IESE, Prof. Dr. António Francisco.
Depois da revolta de 1 a 3 de Setembro, outro economista moçambicano, o Prof. Dr. João Mosca, alertou já também para a possibilidade de ocorrerem novos episódios violentos em Maputo caso não se encontrem, a curto prazo, soluções que atenuem a pobreza urbana em Moçambique cujas causas disse serem “muito mais amplas do que a questão dos bens essenciais”. Não hesitou em afirmar que a “situação de pobreza urbana é muito grave, o desemprego é altíssimo, há muitíssimos desempregados, e não é de admirar que possam surgir novos momentos de violência e de perturbação, sobretudo em Maputo e Matola”.
Um outro conceituado economista e investigador, o Prof. Dr. Carlos Nuno Castel-Branco, chegou também já a chumbar o discurso de Guebuza sobre o alegado combate à pobreza e a dizer objectivamente que “a Pobreza da população gera a riqueza de alguns”.
“Quando estão à procura do voto popular até parecem ‘farinha do mesmo saco’, mas logo que se fazem eleitos é vê-los fugirem dos governados como se estes tivessem peste bubónica ou sarna”, opinou a propósito da miséria que atinge a esmagadora maioria dos governados o técnico agrário e comentarista do Canal de Moçambique, Noé Nhantumbo.
O Alto-Comissário do Reino Unido, em Moçambique, Shaun Cleary, chegou já também a dizer que Moçambique é um caso “paradoxal”, porque, por um lado, é um exemplo de sucesso (em termos de crescimento económico), mas, por outro, é “ainda um dos países mais pobres do mundo”. Referindo-se aos “distúrbios” de 1 a 3 de Setembro opinou que “demonstraram, de forma trágica, a necessidade de se procurar novas formas de abordagem, e prestar maior atenção aos mais pobres”.
Um estudo recentemente publicado na Inglaterra, pela ‘Chatham House’, considera também que “o ritmo do processo de redução da pobreza em Moçambique parece estar a abrandar”, o que pode estar “associado ao declínio das normas de governação democrática e política.”
No mesmo estudo intitulado “Equilibrando o Desenvolvimento, a Política e a Segurança” – da autoria de Jeremy Astill-Brown e Markus Weimer – o primeiro, um ex-diplomata britânico com 22 anos de experiência ao serviço do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido – lê-se que “há indicações de que o espaço democrático tem estado a ser monopolizado, à medida que um elemento da elite do partido principal, a FRELIMO, vai consolidando a sua retenção política e económica do poder, em prejuízo dos elementos reformadores do partido e também de outros grupos da oposição, o que tem um impacto potencial sobre a segurança (humana).”
“Distribuição desigual da renda é a origem das manifestações do início de Setembro”, considerou também o Grupo Moçambicano da Dívida que chega a defender mesmo que “o crescimento do fosso entre ricos e pobres, que se agudiza no país, deve constituir preocupação para os moçambicanos, os quais devem buscar soluções para reverter as tendências actuais”.
Agora, para justificar o fracasso do “cavalo de batalha” do presidente da República e chefe do Governo, Armando Guebuza – o célebre e repetido propósito de combater a pobreza absoluta – o Governo diz que “a pobreza aumentou porque a população também aumentou”.
É como se os vários estudos e relatórios – que estão a provar que a estratégia de combate à pobreza, elaborada e implementada pelo Governo de Guebuza ainda não está a resultar ou fracassou em absoluto – fossem todos meros disparates.
Há cada vez maior número de pobres em Moçambique, como demonstram, para por termo às dúvidas, os números do próprio Instituto Nacional de Estatística.
Na proposta do Plano Económico e Social (PES) para 2011 que já está na Assembleia da República (AR), agora o Governo apresenta quanto cresceu a população nos últimos anos para justificar o porquê da manutenção da pobreza em níveis gritantes. E nós perguntamos: é isto o combate à pobreza absoluta?
Quando o Governo alega que o aumento da pobreza se deve ao crescimento efectivo da população não estará a querer brincar com a nossa inteligência?
Afinal o governo não sabia que o País tem de crescer economicamente mais do que cresce a população?
Se perguntamos não cabe a nós responder. Ficam as questões como contribuição para reflexões que começam a tornar-se pertinentes.

(Canalmoz / Canal de Moçambique) 2010-10-29 07:52:00

Neto enviava dinheiro para a filha búlgara





Lisboa – Os jornais na Bulgária já escreveram sobre o assunto e todos naquele país a conhecem como "a filha do falecido Presidente Agostinho Neto" com uma cidadã búlgara. Em Angola, a informação é do domínio de um núcleo restrito do regime que sempre tomou cuidados para que o assunto nunca viesse a publico. Há inclusive a informação alegando que a primeira vez que um jornalista angolano tentou escrever sobre, isso foi em 1993 mas sem sucesso porque três dias depois de ter sido municiado com a informação acabou misteriosamente morto.

Fonte: Club-k.net

Reconhecimento dificultado por Eugenia Neto
A mãe de Mihaela terá se envolvido com Agostinho Neto no decorrer de uma viagem que o falecido líder guerrilheiro do MPLA efectuou a Bulgária entre os dias 13 a 19 de julho de 1973. Neto se hospedado no Hotel Rila na cidade de Sofia e ambos terão se amigado durante uma semana. Nove meses, isto é em Fevereiro de 1974, nasceu a filha Mihaela Radkova Marinova.

Devido a pressão do sistema naquele país, que discriminava o cruzamento de brancas com negros, a mãe de Mihaela optou por entregar a filha, a um orfanato tendo assinado um documento que permitisse a adopção da mesma ainda bébé. Logo após a independência de Angola, a senhora veio a saber que o político com quem se amigou no Hotel Rila se tornou presidente de Angola. Numa visita de Agostinho Neto a Bulgária, já nas vestes de Presidente a senhora contactou o então chefe de estado angolano pondo-lhe ocorrente que tinham uma filha em comum. Em vida, Agostinho Neto, costumava enviar dinheiro a Bulgária para apoiar a filha.

Há informação fazendo defesa de que Agostinho Neto teria dado sinais de pretensão de receber a filha búlgara. A esta altura a senhora Búlgara desconhecia o paradeiro da filha, uma vez que havia dado para adopção. A senhora tentou procura nos orfanatos mas sem sucesso visto que na altura havia cerca de 100 internatos na Bulgária.

Mihaela foi re-encontrada pela mãe com ajuda das autoridades policiais, quando já tinha 15 anos de idade. Esta informou a filha que o seu progenitor havia morrido e que se chamava Antonio Agostinho Neto. A mãe aconselhou-lhe a procurar os familiares do seu pai solicitando por outro lado que não a envolvesse no assunto visto que esta casada, e não quer problemas no lar (Os filhos e esposo desconhecem que tem uma filha com um negro.). São conhecidas revelações de uma irmã da mãe de Mihaela alegando que com o dinheiro que Neto mandava-lhe chegou a comprar uma casa.

Após a insistente circulação de informação do assunto, na Bulgária, o Presidente angolano José Eduardo dos Santos enviou, em 1995, uma delegação a Bulgária chefiada por um emissário Felisberto Monimambo, então embaixador na ex-Jugoslávia a fim de manter contacto com a suposta filha de Agostinho Neto. Estes conseguiram o contacto de Mihaela e a convidaram para um encontro. No seguimento do desenrolar do contacto, o embaixador Monimambo viajou entusiasmado a Luanda para dizer aos familiares de Agostinho Neto que a filha do “líder imortal” estava viva. Monimanbo terá abortado o dossiê logo após ter dado conta que o assunto tivera deixado a família Neto em dois campos opostos. As autoridades angolanas terão sentido que o embaixador se deixara comover com a versão de Mihaela e num sinal entendido como destinado a anular futuros contactos exoneraram-lhe do cargo de embaixador na Servia e de seguida transferido para outro país.

Em 1998, Mihaela Marinova foi viver em Harare após ter casado com um cidadão Zimbabueno com quem tem uma filha de 18 anos. Neste país, manteve contacto com uma funcionaria da embaixada angolana em Harare, Luisa Chongololo que tem um irmão casado com uma das irmãs de Agostinho Neto. Luisa Chongololo informou contactou Ruth Neto, irmã do malogrado presidente e por sua vez, esta deslocou-se, ao Zimbábue para ver a sobrinha, isto no ano de 1999. Uma versão conhecedora ao assunto alega que Ruth Neto esteve preste a ter um ataque ao ver Mihaela. Terá identificado nela traços paralelos a família Neto. (Todos que vêem Mihaela dizem ser parecida com Leda, a filha mais nova de Agostinho Neto). Ruth Neto terá movido influencias para tratar do assunto de reconhecimento tendo ela ficado pelo caminho devido a alegada oposição que enfrentou no circulo familiar.

O teste do DNA
Entretanto, José Eduardo dos Santos, manifestando sensível tornou a enviar um novo emissário a Harare, Francisco Romão para obter mais pormenores. O enviado falou com Mihaela sob a possibilidade de se fazer um teste de DNA de comprovação de paternidade e esta aceitou. Foi lhe retirado o sangue em Harare e enviado para os laboratórios “Du Boisson and partner”, em Pretoria, África do Sul. Foram comparados com o sangue dos irmãos Irene Neto, Mario Jorge Neto e da viúva Maria Eugenia Neto.

O relatório dos resultados assinado a 9 de Novembro de 1999 pelo medico A.S Greef, e que o Club-K teve acesso, concluiu que Mihaela não é filha de Maria Eugenia Neto acrescentando que não há dados para chegar a conclusão que Mihaela, Irene e Mario Jorge Neto partilham o mesmo pai. (Não há sangue de Agostinho Neto). De acordo com uma apreciação competente, o teste de DNA não deveria ser feito com Eugenia Neto, pois a mesma não é, mãe de Mihaela. Para se apurar, a paternidade tendo em conta que Neto já esta morto, poderia ser feito com fio do cabelo do falecido (Como aconteceu com o caso do fundador da DHL). Em círculos restritos do regime, paira suspeitas segundo a qual terão enviado ao Presidente José Eduardo dos Santos, a copia de um relatório falso, razão pela qual, o PR terá se deixado convencer de que Mihaela nada tem haver com o seu antecessor.

O dossiê “Mihaela” deixou a família Neto dividida. Há os que estão convencidos que a mesma é filha de Neto. Uma das figuras identificas como opositora do assunto é a viúva Maria Eugenia Neto. Diz-se que teria inclusive contacto a Embaixada da Bulgária no Zimbábue para estes informarem a Mihaela para que deixasse em paz a sua família. A filha Leda Neto, identificada como tendo “bom coração” é a figura da família que tem postura diferente quanto a irmã (Diz-se que ambas tem mantido contacto).

Mihaela Marinova presentemente em Londres, onde vive a 7 anos, faz trabalhos para área de hotelaria. É descrita como persistente a semelhança do pai e da irmã Irene Neto. Em Novembro de 2004 esteve em Luanda, tendo se encontrado com Mendes de Carvalho que também terá se sentido comovido com a historia. Esteve com o “tio” Roberto de Almeida que a recebeu no seu antigo gabinete da Assembléia Nacional e falou com a sua irmã Irene Neto. A Leda Neto não pode a ver porque na altura encontrava-se hospitalizada.

Um jornal Zimbabueno que chegou a escrever sobre o caso, alguns anos atrás concluiu que uma das razões que leva o governo angolano a não reconhecer Mihaela é devido a receios que possam afectar a imagem do Presidente Neto que era visto como um homem que não se metia em deslizes.

Falta de democracia no MPLA leva militantes a processarem direcção do partido


Luanda - Circulam esta semana pelos meios políticos e jornalísticos informações segundo as quais a União das Tendências do MPLA (UT-MPLA) apresentou no dia 12 de Outubro queixa no Tribunal Constitucional contra o… MPLA para que este se pronuncie e dê por procedente o:

Fonte: Semanário Angolense CLUB-K.NET

Divisão no MPLA levada para o Tribunal Constitucional


1) reconhecimento da sua existência, no quadro do artigo 7.º dos Estatutos do MPLA (não os tenho);

2) fim dos comités de especialidade, no quadro da Constituição, uma vez que os cidadãos são todos iguais perante a lei;

3) participação em todos os eventos do partido.

O que é então a UT-MPLA e quem deles faz parte?
Segundo a carta endereçada «ao Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente» e a que tivemos acesso, «a União de Tendências do MPLA (UT-MPLA) é a aglutinação de várias tendências no seio do Partido, reconhecidas ao abrigo do Artigo nº 7 nº. 1, 2, e 3 dos Estatutos do MPLA, ora aqui representados por Silva Simão Mateus…», ele mesmo um antigo militante do MPLA que «emigrou» depois para o PRD.

Agora defende a sua pertença a este partido na base que nunca foi formalmente expulso do MPLA através de um processo disciplinar como mandam os estatutos.

Nessa carta, «vem expor e solicitar ao Venerando Tribunal Constitucional acção de reconhecimento e de impugnação de actos e omissões praticados pelo Comité Central do Partido MPLA representado pelos senhores José Eduardo dos Santos, Presidente, Roberto Francisco Víctor de Almeida, Vice Presidente e Julião Mateus Paulo, Secretário Geral».
Por outras palavras, terá de decidir quem tem razão: se o MPLA… ou o MPLA!

Contactado pelo Semanário Angolense, dois deputados do MPLA disseram que achavam a situação quase hilariante e partiram para a ironia. «Quem desdenha quer comprar» disseram.

«Para já esses cidadãos são de imã incoerência incrível: saltam de partido para partido em busca de não sei o quê e agora de repente lembraram-se que são do MPLA, mas não gostam do MPLA como está, vai daí que querem que o partido mude ao seu gosto… epá eu nem vou perder o meu tempo a falar sobre isso, tenho mais é que fazer» disse ao telefone uma das fontes por nós contactadas que nem quis ser citada «… por-que nem vou dar a esses cidadãos a veleidade de pensar que tenho tempo para gastar com a esse as-sunto» disse.

Um elemento de certa forma incongruente é que num outro documento em que a UT-MPLA se apresenta intitulado «conheça o pensamento da UT-MPLA», ele aparece num documento sob a denominação do Secretariado Executivo dos POC – Partidos da Oposição Civil. Fica-se de facto sem compreender como é que o MPLA pode fazer oposição ao…MPLA!

Nesse documento, algo extenso a UT-MPLA apresenta entre outros objectivos «a revitalização do FUA, um movimento criado em Bemguela nos anos 60 composto maioritariamente de Angolanos de cor branca» e a criação de uma Frente Ampla unida de Angola (…) força única capaz de conduzir nos próximos 25 anos o desenvolvimento sócio-económico e político do país» ficando por saber como é que fica no meio desta sarrabulhada toda o «actual» MPLA. «Poupa-me, sócio»atirou um dos deputados do MPLA quando questionado sobre o assunto. «Eu ainda preocupo me com a minha higiene mental» disse-nos meio a sério, meio a brincar. No meio disto tudo, a verdade porém é que uma franja importante do MPLA parece não estar contente com a forma como o partido é gerido.

Está a fazer pressão para que as coisas mudem dentro desse partido e posicionam-se contra uma alegada exclusão a que sentem-se votados pelo facto de terem ideias diferentes. No entanto os defensores do establishment actual acham que «os tais 250´tendenciosos´ deveriam é submeter-se ao pensamento dos milhões de militantes que têm-se pronunciado nos vários conclaves organizados. «São mesmo tendenciosos, esses cidadãos.

Quando não lhe interessa, já não são democráticos, pois se o fossem submeter-se-iam à maioria em vez de estarem para aí a fazer confusão» disse-nos uma das fontes que vimos a citar, aquela que se revelou mais cáustico na análise do assunto.

Se por um lado tanto a Constituição como os estatutos do MPLA consagram aos cidadãos o direito de terem ideias diferentes sobre as coisas da Nação – e o nosso ordenamento jurídico preserva isso mesmo, por outro lado é necessária um grau de afinidade e concordância mínima para que um grupo de pessoas se associe e seja capaz de uma acção concertada na consecução dos objectivos achados comuns.

Senão, em vez de uma frente unida, eficaz para alcançarem o pretendido, serão um grupo fragmentado, mais ocupado em lutas intestinas que em avançar com uma acção colectiva. Dali que, quando se põe lado a lado as pretensões da UT-MPLA e do MPLA, parece estar-se a falar de duas formações políticas diferentes. Opostas mesmo. Ora, como só uma formação política é que pode usar as insígnias, sigla, bandeira, etc, veremos a quem o TC vai dar esse direito. Se aoMPLA… ou ao «MPLA».

JES considerou tendências em 2007
O Presidente da República e do MPLA, José Eduardo dos Santos, aludiu uma única vez a tendências no seio do seu partido no seu discurso proferido na sessão de abertura da VII reunião ordinária do comité central, em Fevereiro de 2007.

«O MPLA é contra qualquer forma de ditadura, porque defende a democracia. Têm circulado alguns textos ultimamente, onde essa ditadura é considerada como sendo necessária para o desenvolvimento de Angola.

Diz-se que os referidos textos são elaborados por ‘tendências’ do MPLA, que não se manifestam abertamente», referira José Eduardo dos Santos.

Esses grupos, prosseguiu Eduardo dos Santos, «não são do MPLA. As correntes de opinião no seio do MPLA são promovidas na base de princípios e dos objectivos estabelecidos nos seus estatutos e programa».

Os comités do partido, a todos os níveis, devem desmascarar as ideias as ideias e atitudes oportunistas das pessoas que se escondem por trás desses textos e só se querem infiltrar no seu seio para desorientar as bases do partido e enfraquecer o MPLA na véspera das eleições legislativas que terão lugar em 2008, acrescentava o líder do partido maioritário.

Democracia à MPLA
O MPLA considera a democracia como o fundamento de toda a sua actividade. Nesta base, trabalha no sentido de elevar a participação dos cidadãos na resolução dos problemas que afectam os diferentes sectores da vida nacional, bem como na formação dos órgãos do poder do Estado, no quadro de uma sociedade multipartidária baseada na Constituição e na Lei.

Assim, o MPLA parte do princípio de que a defesa da democracia política pluralista constitui um aspecto fundamental da sua estratégia partidária para evitar toda e qualquer forma ditatorial de exercício do poder.

O MPLA pugna pelo desenvolvimento e aperfeiçoamento da democracia quer representativa quer participativa. A democracia política, por si só, não garante o pleno desenvolvimento das capacidades e virtuosidades dos cidadãos.

Por isso, o MPLA desenvolve esforços para que a democracia política seja complementada pela democracia económica, social e cultural que se consubstancia essencialmente na participação dos cidadãos na tomada de decisões económicas e sociais em parceria com o Estado, a nível empresarial ou em órgãos autónomos da sociedade civil, bem como na preservação e valorização dos usos, costumes e do património histórico, artístico e cultural de Angola.

O MPLA defende o princípio que assenta em bases da soberania popular e o sufrágio universal, directo, livre, secreto e periódico, princípio basilar para a constituição dos órgãos efectivos.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Saúde pública

Uma vida perene de esperança no rumo certo para um futuro melhor é a garantia do angolano


E até chineses, brasileiros e outros malteses já montam estaleiros nas traseiras dos prédios. Quando este poder acabar definitivamente muito vamos festejar.

Imagem: laranjeira.com

República Popular das Demolições


Sob o lema, Vamos Demolir Angola, o nosso glorioso Politburo com a coragem que lhe é peculiar, encetou uma grandiosa campanha de requalificação de Angola em geral e de deixa abaixo tudo onde hajam seres humanos em particular. A viverem em pardieiros ou não, a que majestosamente as correntes mais conservadoras da eliminação física ultrajaram com a introdução nos espoliados do petróleo do acervo… casebres.

Ora, os detentores dos lucros do petróleo habitam em luxuosos palácios, os que não têm acesso nem a um barril de petróleo vivem em casebres, mesmo que a sua habitação tenha valor neste inferno da imolação imobiliária. Este ainda é o povo que não se pode aproximar destes novos senhores feudais. Este povo tem apenas o direito reservado de viver em campos de extermínio, as estrelas das noites que os contemplam têm muitas histórias de terror para narrarem. O Politburo já conseguiu abolir a família angolana, simplesmente não existe, demoliram-na.

Os bancos logo acorreram em massa apoiados pela angolanidade do lucro fácil, não trabalhoso, obrigados a sustentarem no seu capital social a inutilidade dos eternos habituais da governação e o apoio incondicional da Igreja do Deus local. Pudera, sem eles que seria de Angola?! São os únicos que sabem governar, mais ninguém está habilitado para isso. São detentores das melhores graduações das universidades marxistas-leninistas.

O que dá trabalho, como a agricultura, que se dane. Basta alguns pós de conversa, que daqui a alguns anos teremos os nossos campos inchados de produtos, e as nossas populações finalmente libertas da fome.

De imediato os bancos lançaram-se ao assalto sob as ordens da divina chefia, com o lema: É PARTIR, É DEMOLIR!

Antes era o inimigo principal que destruía as habitações com bombas, como se eles fossem os únicos que destruíram Angola. Agora em paz (?) na imprensa escrita, falada e muda, somos informados a todo o momento que o bairro tal vai ser demolido, que o mercado tal vai ser demolido – é incrível notar que estes demolidores não constroem mercados municipais, é tudo para arrasar – que as casas da rua tal vão ser demolidas, que o campo de futebol vai dar mais um shoping, que a seguir todos os bairros também serão demolidos… só se houve falar de demolições.

Parece que ainda ninguém notou que eles querem demolir integralmente a cidade (?) de Luanda para investirem na especulação imobiliária e a população desaparecer, varrerem-na do mapa?
Está quase, falta apenas um pouco para a total demolição de Angola.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Angola está entre os 10 países com mais percepção de corrupção do mundo


Lisboa - Angola está no top 10 dos países onde se sente mais corrupção. À excepção de Cabo Verde, todos os PALOP estão na metade inferior da tabela, há mais corrupção. Brasil mantém pontuação mas sobre na classificação.

Fonte: JN CLUB-K.NET

O ranking de percepção da corrupção coloca Angola, um dos principais parceiros comerciais de Portugal, no 10º lugar entre os países em que existe mais corrupção, começando a contagem pelo fim da tabela elaborada pela Transparency International. Em termos globais, Angola é o 168º país onde a corrupção é mais perceptível, num total de 178.


Face ao ano passado, o desempenho angolano mantém-se inalterado em 1,9. As pontuações variam entre o zero (percepção de altos níveis de corrupção) e dez (percepção de baixos níveis de corrupção). O Governo de José Eduardo dos Santos não acompanhou, porém, países como o Haiti ou o Irão, que no ano passado tinham 1,8 e agora progrediram até aos 2,2. No fundo da tabela estão o Afeganistão e Myanmar (1,4) e a Somália (1,1).

Recorde-se que Angola tem sido um dos parceiros primordiais das relações comerciais portuguesas. Várias empresas nacionais têm investido na construção do país. Em Julho, e na sequência de falta de pagamento do Governo de Angola às construtoras portuguesas, Cavaco Silva deslocou-se ao país para pôr fim ao diferendo, mas há cerca de duas semanas este ainda são estava totalmente resolvido.

O Brasil manteve a mesma pontuação do ano passado (3,7), mas subiu na classificação, trepando seis lugares para a 69ª posição. Entre os restantes países onde se fala português, Cabo Verde é o mais bem classificado, com 5,1 pontos, o que vale a 45ª posição. Moçambique já se afunda um pouco mais (2,7 pontos, em 116º lugar, ex-aequo com mais seis países), Timor-Leste alcança 2,5 (127º lugar) e a Guiné-Bissau regista 2,1 pontos, o que equivale à 154ª posição.

Quase 75% dos 178 países avaliados têm um resultado abaixo de cinco, o que indica, para a Transparência e Integridade – Associação Cívica a existência de “um grave problema de corrupção”.

TC legaliza Bloco Democrático como novo partido político


Lisboa - O Tribunal Constitucional de Angola legalizou o Bloco Democrático como novo partido político no país, por intermédio de um acórdão assinado a 20 de Outubro. A direcção do partido em referencia foi informada no passado dia 25 do corrente.

Fonte: Club-k.net

O Bloco Democrático, é o herdeiro da Frente para Democracia (FpD), partido extinto na sequencia dos resultados das eleições de 2008. A legalização do BD ainda não foi objecto de informação na media angolana. Há informação apontando para uma reunião “restrita” a ser feita por este partido culminando com uma posição ou comunicado dando conta da decisão do TC.

O líder do BD é Justino Pinto de Andrade, figura de referencia na política angolana. O seu Secretario Geral, é o economista Filomeno Vieira Lopes. Outras figuras emblemáticas são os juristas Luis do Nascimento, e Nelson Pestana “Bonavena” e a psicóloga Palmira Africano. Um dos seus quadros de referencia é o advogado Francisco Viena que representa o partido no centro sul do país (Benguela). Todas estas figuras estiveram envolvidas nas varias etapas da extinta FpD.

No período da abertura democrática no país a FpD teria se revelado num partido ligado a sociedade civil tendo participado nas lutas cívicas no país. No sentido de provocar “desmotivação de aderência” o partido foi alvo de campanha que a rotularam por “partido dos intelectuais”. Na seqüência dos resultados eleitorais que lhe foi atribuído nas eleições de 2008, activistas com um discurso em favor do regime propagaram que a “FpD teve resultados desastrosos por ser um partido de intelectuais”.

Questionada origem de 300 mil dólares do governador Boavida Neto depositados erradamente na conta alheia no BPC




Luanda - O Processo Nº 25/2009, em discussão no tribunal Provincial do Namibe, em que é acusado o cidadão Neto Tchiva Katapa no crime de enriquecimento sem justa causa, pelo facto de lhe ter sido abonado na sua conta BPC-Namibe, três milhões de Kwanzas, dinheiro, pertença do Governador do Bie, Boavida Neto, por alegado erro do respectivo Banco, acautela investigação, para se apurar a origem destas avultadas somas em dinheiro.

Fonte: Club-k.net

Não basta as acusações de negligência, imputadas aos funcionários do BPC-Namibe. Os órgãos afins, no caso a polícia de Investigação Criminal, a Procuradoria-geral da Republica, e outras instituições do Estado, devem proceder acções tendentes a esclarecer a origem de cerca de trezentos mil dólares americanos, pertença do então Governador do Namibe Boavida Neto, actualmente titular da Província do Bie.

O facto, segundo círculos políticos em Luanda, ajudaria esclarecer a especulação que põe em dúvida, o bom nome e a imagem do actual Governador do Bie, ensombrado no passado com a polémica do jardim milionário e desaparecimento de quites de maquinaria de reparação de estrada. Presume-se que o dinheiro em causa seja resultante de negócios ilícitos, como, a droga, as famosas comissões nas empreitadas.

O Governante, já esteve envolvido na polémica de garrafas e pacotes, negócio de um suposto filho de um dos governantes, socorrido a partir da Huila por um afiliado de nome Jojo, que veio inclusive prestar informações em fórum mais restrito do Comando da Policia do Namibe.

Historial do caso
O cidadão nacional, Neto Tchiva Katapa, viu a sua conta enriquecida com um deposito estranho, no valor de trinta milhões de Kwanzas, no Banco de Poupança e Credito do Namibe. O espanto, levou-lhe aos balcões daquela agência bancária, saber da origem do valor. Um dos funcionário, cujo nome não revelou, disse que lhe terá garantido tranquilidade. O que significava que o dinheiro era seguramente do titular da conta, neste caso, o Neto Tchiva Katapa, agora arguido nos autos do processo de enriquecimento sem justa causa “25/2009”.

O facto, aconteceu numa altura em que Neto Tchiva Katapa, aguardava por uma transferência do seu então patrão José Freitas que se encontra fora do pais. A informação recebida do funcionário do BPC, levou-lhe a acreditar na certeza de que estava-se perante a transferência do então patrão.

Movimentação da conta bancária
Fazendo fé nisto, Neto Tchiva Katapa, procedeu desta forma a movimentação dos respectivos valores. O primeiro levantamento no valor de 600 mil Kzs, aconteceu na agência do BPC-Matala, provincia da Huila que teve como consequência, a expulsão de uma das funcionarias que atendeu o cliente, naquela localidade.

A segunda transacção, teve lugar na cidade do Lubango, no valor de 500 mil Kwanzas. A terceira operação, decorreu na agência BPC-Santa Clara, Província do Cunene. Foi retirado daquela agencia bancária o montante de 2 milhões e quinhentos mil Kwanzas, traduzida na compra de uma viatura de marca Mitsubishi.

O levantamento de vinte mil Kwanzas, na agencia BPC-Namibe, foi a ultima operação de Neto Tchiva Katapa, dinheiro do Governador Boavida Neto, depositado erradamente na sua conta bancária.

Detido e levado ao piquete policial
Três meses depois das operações, Neto Tchiva Katapa, viria ser detido, no pretérito dia 3 de Maio de 2009, quando este procedia ao depósito de alguns valores. Neto Katapa foi surpreendido pela senhora Angélica, funcionária sénior do BPC-Namibe. Afinal, o dinheiro (30 milhões de Kwanzas) é do senhor Governador Boavida Neto, depositado, por engano na sua conta. Nós o Banco, já restituímos o respectivo valor ao Governante e, agora você vai devolver o dinheiro ao Banco, disse Neto Tchiva Katapa, referindo-se da conversa com a funcionaria do banco, a caminho do piquete policial.

Defesa do Réu em tribunal
O Governador do Bie, Álvaro Manuel Boavida Neto, dono do dinheiro depositado por engano na conta do réu e a funcionaria sénior do BPC de nome Angélica, são declarantes nos autos em discussão. O Dr Paulino Cândido é o Juiz de causa, o advogado de defesa, Abraão Mulangui, ao passo que o advogado assistente Joaquim Amândio.

Já foram realizadas duas sessões de discussão de causa, sem contudo ter-se encontrado uma saída sobre o caso. Os próximos dias serão derradeiros para o Juiz de causa Paulino Cândido que deverá enfrentar os argumentos dos dois advogados. As tentativas do Juiz de causa que visavam encontrar o consenso que permitisse o réu repor 4 milhões de Kwanzas, em falta do montante de trinta milhões de Kwanzas, que deverá igualmente ser deduzido o custo da viatura apreendida e penhorada a favor do BPC, foram goradas.

O Advogado de defesa Abraão Mulangui, fala em diapasão muito contrário das partes, mas admite uma solução. Disse por outro lado que o seu constituinte “Neto Tchiva Katapa” está obrigado a ressarcir ao BPC, um valor que ele (o constituinte) sem crer, lhe caiu na sua conta. Portanto há aqui a questão de enriquecimento sem causa, mas, sublinha o jurista, não houve intenção de se apropriar do valor porque, não houve obviamente esforço da parte do constituinte, para que o dinheiro caísse na sua conta, lamentou.


Consequências:
Fonte do Club-k.net, na Província do Namibe e da Huila, o banco de poupança e crédito, a propósito, expulsou um funcionário da sua agência no Município da Bibala e uma outra no Município da Matala, Província da Huila.

Ainda no quadro do desaire do banco de poupança e crédito do Namibe, a sub-gerente Maria José, implicada no caso do cheque que defraudou o banco em mais de 37 milhões de dólares, no caso já julgado pelo Juiz Modesto Daniel Gerardes, do tribunal do Namibe, poderá ser igualmente despedida, ao passo que a Gerente Canina, compensada pelo tempo de trabalho, será transferida dos balcões do Namibe.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Dois deuses. Um no céu e outro na Igreja do Nosso Santo Petróleo


«Em 1755 soube do terramoto em Lisboa, onde morreram umas trinta mil pessoas. Ficou revoltado ao saber que os franceses consideravam aquilo castigo divino. Lamentou a desgraça do destino dos vivos em um poema. Voltaire sempre lutou contra o preconceito e as superstições, preferindo em lugar delas a razão e a cultura elucidativa. A adoração a um Ente Supremo e a submissão às suas leis eternas, sem conhecê-las por completo, resulta em rituais que não fazem sentido, não tem eficácia. Os preconceitos, para Voltaire podem ser maus, medíocres, ou ter um fim útil, como amar o pai e a mãe. Preconceito é uma opinião desprovida de julgamento.» In Voltaire, 1694-1778.
A agitação das ondas marítimas arrasta estas margens que nos desfalecem, mas se renovam pelo incessante temporal. É assim a vida de todos os nossos dias e de todos os tempos.

Choveu, as pessoas refugiaram-se, silenciaram. As árvores, parece que compraram novas vestes intensamente verdes. Estão da cor mais agradável que a Natureza nos oferece. Amainou, e as intempéries humanas regressaram ao ruído, à barulheira habitual, infernal, como que afirmando que é apenas o que sabem fazer.
Durante toda a nossa vida lutamos para não perdermos os momentos que passam por nós velozmente. Mais tarde vemos com angústia que não conseguimos recuperar nenhum.
E tudo ao nosso redor contempla o sonho da independência ainda não realizado. Sim! Esse sonho que ainda recorda a beleza da tua paisagem, e aguarda ansioso que regresses e outra vez o despertes. E nesse sonho segui as tuas pegadas. Sente-se a tua terna nostalgia, desejo forte que regresses, porque tudo está tão descontinuado, acho que sem esperança. Que voltes com a vela da tua alma e que nos ilumines. Ah! Como é encantador o teu silêncio, tão revelador do segredo das esfinges egípcias.
Mesmo assim encanta-me sempre acordar pela claridade diurnal e ouvir a ópera pardal. Levanto-me e contemplo o que resta do verde ainda não destruído pela democrática especulação imobiliária.
Insistimos no caminhar desta estrada que nos conduz sempre ao mesmo destino, porque ainda não divisamos, aprendemos a construção de outra via alternativa que nos liberte.
Normalmente antes de nos deitarmos lamentamos que lá se foi mais um dia. Como se apenas vivêssemos para isso. Parece que perdemos a coragem para dizer: tantos devaneios vividos nestes dias perdidos e tão corrompidos.
Quanto mais avançamos no tempo rumo ao futuro, mais ferozes destruidores nos mostramos. Creio que é isto a que ainda chamam de civilização. Receio que estejamos a destruir definitivamente o amor.
Sonhamos muito que voamos, o que nos dá imenso prazer e liberdade. Mas quando acordamos verificamos frustrados que tudo não passou de mais um sonho. Ao dormirmos outra vez, não desistimos do sonho de voar.

Vejo o desplante da bajulação dos nossos bispos ao deus do céu e da nossa terra silenciosa dos desventurados em geral e da espoliação desenfreada em particular
Enquanto as sem pátria soterradas pelos escombros da vida, do viver ainda não independente, porque essa coisa da felicidade tão apregoada revelou-se a mais atroz mentira de toda a História de Angola e também do mundo. Pois, elas continuam ainda prisioneiras na mina do sofrimento que se chama Angola. São as mulheres nas ruas que já perderam o destino, as mamãs, as zungueiras soterradas pelos escombros da luta de libertação nacional da espoliação na selva capitalista que se chama Angola. Porque num regime verdadeiramente democrático a existência de banqueiros é absurda, bizarra, porque junto aos supermercados abundam eleitores nos caixotes do lixo para conseguirem sobreviver nas sobras da democracia.
Custa a acreditar mas é verdade: duas carrinhas dos fiscais da Ingombotas seguem em cortejo tido como geralmente fúnebre. O que segue em frente impõe o ritmo da velocidade. Segue com meia dúzia de caixas de gasosa das espoliadas dos rendimentos não petrolíferos, mortíferos. Mas é impressionante: um dos fiscais vai em pé com a AK empunhada ao alto. Começou outra espécie de guerra não declarada contra a população?! Lentamente ou rapidamente aproximamo-nos da Somália?!
E onde ainda houver um quinhão de terra apetecível ou não, a FAMÍLIA lá estará, lá espoliará. Já não há povo, isso era naquele tempo inventado da luta pela independência, e agora duramente subjugado, vigiado e discriminado política e socialmente pela grandiosidade dos comités de especialidade.

O silêncio teológico dos nossos bispos comunga-se, comunicativo: como o governo nos apoia no Santuário da Nossa Senhora da Muxima que será canonizado na romaria mundial da Maria, faremos e apoiaremos a cem por cento os nossos crentes fervorosos governamentais para instituírem, decretarem em novos moldes que: Angola é e será para sempre um soberano santuário mundial. A população será subvertida – não quer nada com a Igreja, daí o caminharem massivamente para a ancestral feitiçaria usurpada – obrigada à submissão, à escravidão divina do dízimo obrigatório. Deus agradece e retribui imenso o gesto altruísta do poder actual, nosso irmão na fé de Cristo. Com Deus nos nossos corações, Angola é e será sempre sem vontade própria trincheira firme dos santuários em África e no mundo.
E já ninguém perde mais tempo com discursos de qualquer governante, porque já se sabe de antemão que são mais mentiras. Estas são tantas que já não existe mais lugar onde as colocar. E a população em uníssono brada: «Eles roubam-nos para manterem os seus negócios ilícitos, e nós roubamos para sobrevivermos do total abandono a que estamos submetidos.»
Eis o navio angolano a navegar sob o vulcão dos tumultos dos espoliados petrolíferos. E os aliados estrangeiros apoiam, que o PIB está na estratosfera.
Angola, pelas suas características peculiares divide-se em dois PIBs. Um petrolífero e palaciano. E outro sem petróleo, o das massas populares mais favorecidas pela miséria. Ou melhor dito, um PIB para estrangeiros, externo. E outro interno, ou para mwangolés. Acho que a economia é a ciência do ilusionismo. E os economistas, claro, são exímios ilusionistas, porque fabricam carradas de ilusões. São máquinas que nos distorcem a realidade, logo não são reais, são virtuais.

Ao menos se os nossos (?) bispos da Igreja reivindicassem, nos apoiassem, esta nossa outra vez miséria já se teria evaporado. E a nossa política da oposição atira-nos de vez em quando com um comunicado, e o poder ri-se, e os também outra vez inglórios escravos repetem-se: «Ah! este petróleo da negra escravatura.» Mas, a quem interessa Angola ser o principal produtor de petróleo da África se não consegue fornecer energia eléctrica e água. Estas ociosas coisas estão tão tiranizadas.
Declaração bispal: lutaremos, faremos de Angola mais um etéreo santuário mundial, onde vamos mergulhando neste paraíso à beira de poços petrolíferos petrificado. Como bem sabem, isto é Angola… e contudo ela não se move.
Será que finalmente se conseguiu o tão mais esperado feito histórico… o governo mundial de idiotas?! Este é o tempo em que os idiotas finalmente conseguiram tomar o poder. Estão em tudo… e por todo o lado. É só ver o que se passa na actividade bancária. E creio que puseram qualquer coisa na água para tornar os povos dóceis, como cãezinhos de trela.
Sinto-me na Bastilha, sentado ao lado do meu Voltaire. Estamos perdidos neste espaço, dos paços deste tempo com ausência total de gravidade, sem os pés no chão e com as cabeças no ar. E neste asteróide falta-nos tudo. A sabedoria da miséria, nada disto nos falta. Os novos navios negreiros estão encalhados porque as potentes promessas de navegação provocaram-lhes rombos nos cascos das proas que estão indirigíveis. Carregavam a bordo o crescimento económico dos fardos das roupas usadas. Os vendedores das ruas não conseguirão vender as sobras do PIB que aguardam sair do inconsciente subdesenvolvido. As correrias da fome dos dragões perseguidores transformam as ruas em campeonatos de atletismo. E sem oposição o poder eterniza-se em palácios que mais parecem cemitérios abandonados. A vida faz-se a andar, mas para caminhar é necessário um rumo.

O crescimento acidental afecta o visual da nossa falsa existência. Existir para servir o mais distante, nunca o mais próximo. A democracia é para pensar, não para imitar. E nada muda, estão todos nos mesmos lugares. Ainda não teclamos nas máquinas, martelamos-lhes porque a isso nos obrigam. Apesar dos enfeites superficiais ainda não atingimos a profundidade abissal desejada. As vozes repetem-se em cascatas cantadas. É este o pão que os santos amassaram. Os patriotas dos casebres desalojados cumprem o mandato da democracia mural, ainda não rural, marginal. E os ratos: «Não há sobras para ninguém! Estamos isentos porque perdemos o prazo da validade do viver.»
A Rádio Mais (?) e a censura a Rafael Marques, 15 de Outubro de 2010. Movido talvez por um impulso misterioso, deu-me para escutar a Rádio Mais. Como o noticiário da BBC das vinte e uma trinta horas não demorava, faltavam dez minutos, aguardei. A locutora de serviço da BBC falava do discurso do Presidente, Senhor, José Eduardo dos Santos, na sua pioneira intervenção na Assembleia Nacional, onde dissertou sobre o Estado da Nação. Fiquei muito surpreso, confesso que não queria acreditar, quando a locutora anuncia que Rafael Marques vai tecer comentários sobre os números apresentados pelo Presidente. De repente, a emissão desaparece, talvez pela intromissão na frequência de algum disco voador. O silêncio inexplicável continuava. Surge um comentador qualquer com um tema a despropósito para entreter a audiência, mas do Rafael Marques nada. Acho que foi abduzido por algum extraterrestre. Nem uma palavra se ouviu para justificar o corte de tão inóspita censura. Mas que regresso vertiginoso ao colonialismo. Esta continua a ser a democracia do fingir. Quem nunca foi democrata, por mais vestes e disfarces que use, nunca o será. Não são pessoas que nos governam, são deuses. Entretanto as forças progressistas da FRELIMO desejam impor o tempo dos mastodontes, os campos da morte da reeducação.

Houve uma oportunidade soberana para acabarem com a escravidão, perderam-na, agora e futuramente é expressamente difícil dela fugirem.
«O telemóvel está desligado ou fora da área de cobertura.»




segunda-feira, 25 de outubro de 2010

10 governadores extremamente insanos



Os casos a seguir representam exemplos bem diferentes de loucura. Alguns são cruéis, outros podem despertar até pena. A questão da insanidade é relativa, mas quando se trata da realeza e de governantes, é um pouco pior. Seja qual for a causa da loucura, é certo que várias nações foram governadas por loucos de pedra. Confira alguns deles:

10) IMPERATRIZ ANA DA RÚSSIA

Ana, que governou como imperatriz da Rússia de 1730 a 1740, não nasceu no trono. O Conselho Supremo Privado da Rússia a nomeou Imperatriz, na esperança de que ela fosse grata a eles e atuasse como um “fantoche”. Já Ana tinha outros planos. Um de seus primeiros atos foi restaurar a polícia secreta. Com a Guarda Real ao seu lado, seu poder se tornou incontrolável. Seu reinado de dez anos atormentou os aristocratas que a colocaram no poder. No exemplo mais famoso de sua insanidade, Ana fez com que um dos príncipes casasse com sua empregada doméstica, porque ela havia descoberto que sua ex-esposa, agora morta, era católica. Ana então organizou o casamento em um palácio feito de gelo especialmente para a ocasião. O vestido da noiva parecia uma roupa de palhaço, e ela obrigou o casal a passar a noite no palácio do gelo em um dos invernos mais rigorosos da Rússia. Felizmente, seu reinado foi interrompido por sua morte aos 47 anos.

9) REI JORGE III DO REINO UNIDO

O Rei Jorge III é um dos governantes mais conhecidos dessa lista, devido ao famoso filme “As Loucuras do Rei Jorge”. Ele reinou a Inglaterra de 1760 a 1820, e foi durante seu governo que as colônias americanas foram perdidas. Ele provavelmente sofria da doença hereditária porfiria, que também afetava Maria, a Rainha dos Escoceses. Sua doença o tornou totalmente irracional. Quando ele adoeceu, em 1788, seu primeiro-ministro, William Pitt, o Jovem (1759-1806), e a rainha reinaram a Inglaterra em seu nome e, mais tarde, seu filho governou como regente. Em seus últimos anos, conforme sua loucura crescia, ele teve que ser isolado.

8 ) REI CARLOS VI DA FRANÇA

Em 1380, Carlos VI foi coroado Rei da França com apenas onze anos de idade. Originalmente, ficou conhecido como Carlos, o Bem-Amado. Mais tarde, ficou evidente que ele era doido, então seu apelido foi mudado para Carlos, o Louco. Uma das primeiras loucuras conhecidas do rei Carlos VI é que, durante uma viagem, ele ficou agitado com o som de uma lança que caiu, e assassinou um dos seus cavaleiros, além de, supostamente, alguns outros homens. Após este incidente, o rei entrou em coma. Seus sintomas de insanidade progrediram durantes os anos. Houve momentos em que ele não sabia quem era, e não reconhecia sua esposa e seus filhos. Em outros momentos, ele se recusava a tomar banho. Também passou algum tempo acreditando que era feito de vidro. O Rei Carlos VI morreu em 1422.

7) IMPERADOR JUSTINO II

Justino II foi um Imperador Bizantino de 565 a 578. Seu reinado incluiu guerras com a Pérsia e a perda de grandes partes da Itália. Depois de duas desastrosas campanhas militares em que os persas invadiram a Síria e capturaram a fortaleza de Dara (Mesopotâmia), Justino perdeu a cabeça. A insanidade o obrigou a nomear um sucessor, Tibério Constantino II. Nos seus últimos dias, Justino II era empurrado pelo palácio em um trono de rodas, mordendo servos que passavam por ele. Ele teria ordenado que se tocasse órgão constantemente por todo o palácio, em uma tentativa de que a música acalmasse sua mente frenética. Também havia rumores de que seu gosto por servos não veio só no final de seus dias, mas sim que ele comeu uma série deles durante o seu reinado.

6) REI LUÍS II DA BAVIERA

Luís II se tornou rei da Baviera em 1864. Ele era extremamente tímido e mal preparado para seus deveres como rei. Durante seu reinado, gastou todo o seu dinheiro pessoal na construção de castelos de conto de fadas, e tinha uma forte aversão a aparições públicas. Em 1866, Luís II foi acusado de ser louco. Se seu comportamento excêntrico era causado pela insanidade, ninguém sabe, porque o homem que o declarou maluco nunca o examinou. Ele foi deposto por razões de insanidade a pedido de seu tio, que pode ter desejado apenas o controle do governo. Um dia após sua deposição, ele foi encontrado morto em uma lagoa, ao lado do médico que o tinha declarado insano.

5) SULTÃO IBRAHIM I

Ibrahim I foi um dos mais famosos sultões otomanos. Ele sucedeu Murad IV (1623-1640), seu irmão. O desejo de Murad não era bem esse – Murad havia pedido que matassem Ibrahim antes de sua própria morte. Entretanto, Ibrahim foi libertado da Kafes (a prisão especial para potenciais herdeiros do trono) por ser considerado muito louco para ser uma ameaça, e assumiu o reinado em 1640. Ibrahim quase levou o império ao colapso em pouco tempo. Ele é famoso por ter uma obsessão por mulheres obesas, fazendo com que seus empregados encontrassem a mulher mais gorda possível. Uma candidata que pesava mais de 149,69 quilos foi localizada na Armênia, e recebeu o nome de Sheker Pare (literalmente, “torrão de açúcar”). Ibrahim estava tão satisfeito com ela que lhe deu uma pensão do governo, e o título de Governadora-Geral de Damasco. Quando ele ouviu um boato de que suas concubinas eram comprometidas com outro homem, mandou afogar 280 membros de seu harém no mar de Bósforo. Ele foi visto alimentando peixes que viviam na piscina do palácio com moedas. Estes feitos lhe renderam o apelido de “louco” – por razões óbvias.

4) IVAN IV, CZAR DA RÚSSIA

Ivan IV, ou Ivan, o Terrível, teve a infância marcada pela perda de seus pais. Aos sete anos, foi deixado nas mãos dos membros da elite do governo russo, e foi severamente maltratado e abusado por eles no próprio palácio que era seu por direito. Eventualmente, o abuso deu lugar à loucura. No começo, Ivan torturava pequenos animais. Em 1544, quando completou catorze anos, assumiu o controle da Rússia, lançando o chefe do governo a uma matilha de cães. Ivan fez uma confissão pública de seus atos cruéis para o seu povo por meio de um pedido de desculpas. Só mais tarde ficou claro que ele já estava perigosamente insano. Seu governo foi bom em muitos aspectos; ele criou leis destinadas à igualdade de classes, por exemplo. No entanto, seus demais atos pareceram ultrapassar essa bondade. Ivan IV massacrou o seu povo, e matou seu filho mais velho e mais amado.

3) RAINHA MARIA I DE PORTUGAL

Nosso exemplo “quase” nacional. A loucura de Maria foi observada pela primeira vez em 1786, quando ela teve que ser transportada de volta ao seus aposentos em um estado de delírio. Nesse ano, ela perdeu o marido e ficou devastada. Proibiu qualquer entretenimento da corte e as festividades do estado pareciam cerimônias religiosas. Seu estado piorou após a morte de seu filho mais velho, de 27 anos, de varíola, e de seu confessor, em 1791. Em fevereiro de 1792, ela foi considerada mentalmente insana. Maria foi tratada por John Willis, o mesmo médico que atendeu Jorge III do Reino Unido. O jovem príncipe João assumiu o governo em seu nome, embora só tenha levado o título de Príncipe Regente em 1799. Dizem que terríveis gritos ecoavam por todo o palácio onde a rainha ficava. Maria morreu no Rio de Janeiro em 1816.

2) PRÍNCIPE SADO DA CORÉIA

O Príncipe Sado nasceu em 1735, e casou-se nove anos depois. Diz-se que o seu pai, o rei da Coréia, começou a odiar seu filho quando ele era muito jovem. Sado teve seu próprio filho quando tinha dezessete anos. Após o nascimento de seu filho, Sado teve sarampo. Recuperou-se de sua doença, mas ela parecia ter desencadeado uma insanidade profunda. A insanidade do Príncipe Sado primeiro apresentou-se como pesadelos e delírios. Estes episódios foram seguidos por ataques violentos. Sado abusava fisicamente de seus servos e estuprava qualquer mulher que lhe negasse. Sado também assassinava sem motivo, e chegou a perseguir a própria irmã. O rei acabou cansado de seu filho. Ordenou que ele fosse selado em um baú de arroz. O filho morreu em oito dias.

1) IMPERADOR CALÍGULA

Ele certamente merece ser o número um da lista. Veja o que ele conseguiu fazer em um governo de quatro anos: ele tentou instaurar seu cavalo favorito, Incitatus, como sacerdote e cônsul. Construiu um estábulo de mármore para ele, com cadeiras e sofás, nas quais Incitatus nunca sentou, obviamente. Também uma vez, no Circus Maximus, quando não havia mais criminosos para participar dos jogos, ele ordenou a seus guardas que arrastassem as cinco primeiras filas de espectadores para a arena. Centenas de pessoas foram devoradas por leões para a sua diversão. Outra insanidade foi quando um cidadão o insultou, e Calígula o amarrou e o espancou com pesadas correntes. Isso durou três meses. Depois, Calígula o expôs a uma multidão e, muito ofendido com o cheiro do cérebro gangrenoso do homem, mandou que o decapitassem.

Uma outra pessoa que o insultou foi executada publicamente junto a toda sua família. A multidão ficou indignada e começou a se dispersar, mas muitos permaneceram em fascinação mórbida. O último membro da família era uma menina de 12 anos, que estava chorando histericamente por causa do que tinha sido forçada a assistir. Um membro da platéia gritou que ela estava isenta da execução porque era virgem. Calígula sorriu e pediu ao carrasco para estuprá-la, depois estrangulá-la.

O instrumento de tortura favorito de Calígula era a serra. Ele também mastigava os testículos de suas vítimas, enquanto elas ficavam amarradas de cabeça para baixo. Em público, ele teve relações sexuais com suas três irmãs em banquetes e jogos, às vezes em cima da mesa, no meio da comida. Calígula foi assassinado pela Guarda Pretoriana e alguns senadores enquanto saía do Circus Maximus após os jogos. Seu corpo foi deixado na rua a apodrecer, até que cães o comeram. [Listverse]

http://hypescience.com/10-governadores-extremamente-insanos/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed:+feedburner/xgpv+(HypeScience)

HYPESCIENCE