sexta-feira, 11 de março de 2011

A bandeira dos piratas


Os poderes dos senhores do petróleo e da Igreja corrompem-se, dividem o povo angolano, já ruandês, outra vez. A Igreja atiça o ódio partidário. A Igreja está a ir perigosamente longe demais, porque não se pode intrometer nos assuntos de Estado de um país. Esse tempo dela, de empossar e demitir reis e príncipes, já quase há muito terminou. A Igreja atiça o ódio e no final sofrerá as consequências, como no Ruanda. A Igreja destrói Angola e o mais valioso, as suas populações. O meu receio é que não haja Igreja que saiba o que é a noção de compromisso. A Igreja aliou-se aos saqueadores do nosso petróleo. A Igreja do Ruanda saúda-vos!

Lá vai, lá vão!
Jornalistas, os sem opinião, e da oposição
esfaqueados, assassinados, para a prisão
E quem se manifestar, vai apanhar
torrar
Lá vai, lá vão!
Para a fogueira da angolana
Inquisição
E lá vai, lá vão!
Para a corte marcial
e do triunvirato generalato
Lá vai, lá vão!
Na derradeira subida
da escadaria do patíbulo
espera-os a força da forca
do petróleo
Espera-os a cruz ensanguentada
desesperada
dos padres paramentados de vermelho
sangue
de um povo exangue
Espera-os o preço do petróleo
que está sempre a subir
no patíbulo da miséria nacional
apoiada pela verborreia
internacional
Este é o Carnaval da derrota do sangue
e das manifestações patrióticas
diárias
dos patriotas do petróleo
A cor vermelha da Igreja e do partido rubro
exigem a continuação, a renovação
do sangue desumano sempre
em vermelhidão
Apenas existe uma esperança, um terror
de rasgar, de regar a terra angolana
E os angolanos… de sangue
E depois de partirem um milhão de casas
agora, a próxima tarefa, é a destruição
de um milhão de carros.
A inauguração foi com as Mãos Livres
destruíram-lhe três. Faltam poucos
Destruir é fácil, qualquer um o faz
construir é muito complicado
especialmente quando se é incapaz
E o caminho da manifestação patriótica
da nossa morte indigente
é sempre em frente
Só a bandeira dos piratas
se pode erguer
as outras são para petróleo
ver
Só a bandeira dos piratas deles se pode içar
As outras são para derrubar, queimar, matar
enjaular
O petróleo da ditadura jorra
nos barris, nos biliões de dólares
Nas contas dos depósitos bancários
secretos, corruptos
Offshore e onshore
E para os verdadeiros donos, o Povo
a miséria total e completa
Somos nós e agora a Igreja
os senhores da nossa terra, do petróleo
e Deus como nosso sócio, espoliamos
e entregamos tudo aos nosso amigos
estrangeiros
E o imperialismo chinês garante-nos
que não sabemos fazer nada
que não temos direitos sobre as nossas
riquezas

Lá vai, lá vão!
No petróleo da escravidão
É preciso o petróleo desbravar
e o Povo enterrar
espoliar, vigarizar, tudo lhes
roubar
Urge garantir transporte
para esta ditadura ao Inferno
regressar

Isto também é impróprio para consumo, porque nenhuma nação pode viver mais de trinta anos na mentira permanente.
Oiçam a Lwena, analista da miséria, formada na universidade das ruas da amargura escravatura analisando a miséria galopante: «Porra! Roubam-nos tudo, daqui a pouco tempo também nos vão roubar o peixe… vamos ficar sem o nosso peixe.»
O maior erro dos ditadores consiste no envio das suas tropas para as ruas e ordenarem-lhes que disparem a matar sobre os seus pais, irmãos, irmãs, primos, enfim, toda a família e amigos. Ora, num clima de guerra civil isso demonstra a demência do ditador, porque nenhum militar dispara sobre a sua esposa e os seus filhos. Há então o recurso a mercenários, mas isso acaba por galvanizar as populações e o TPI, Tribunal Penal Internacional, contra os ditadores, que abandonados pelos bajuladores, caiem, e tudo o que amealharam, espoliaram dos seus povos que juraram governar, e que os amam muito, que não podem passar sem eles, os seus bens serão confiscados. É apenas uma questão de dias democráticos.

Quando se fala de manifestações, ouve-se publicitar amiúde pelos donos da riqueza petrolífera, que Angola não é a Tunísia, o Egipto ou a Líbia. Mas está muito correcto, porque Angola é a China, a Coreia do Norte, a Guiné Equatorial, e terminará exactamente como Khadaffi começou.

E eles, os ditadores, compram bancos para neles semearem os despojos dos esqueletos das suas populações canibalizadas. São o expoente da maldade, monstros terrestres, marinhos e aéreos. E de tão sacanas que são, até fingem que têm programas de apoio às mulheres, mas disparam-lhes, assassinam-nas sem dó nem piedade, como há pouco na Costa do Marfim. Mulheres indefesas que apenas se manifestavam na garantia que afinal de um momento para o outro os ditadores são… democratas. Isso só pode ser grande feitiço. Esse ditador, matador de mulheres que os nossos magnatas apoiam, na mortandade do comité de especialidade das guerras civis… mais uma guerra civil. E anunciam nas suas rádios, televisões e jornais que existe um Março da mulher… para ensanguentar. E os bancos são-lhes muito confiáveis e prestáveis. Têm sempre um caixão depositado… à nossa espera. E espalham bancos para o desenvolvimento económico da corrupção. Os bancos deles chefiam a família da corrupção. E onde há muita corrupção, também há muitos lucros bancários.
Ninguém se pode manifestar, mas o Politburo pode. Mas que diabólica democracia é esta que estamos a construir?! Oh! É apenas uma democracia de novos-ricos.

Lembro-me da frase do rei Leónidas e dos seus trezentos espartanos bem aplicada a todos os jornalistas e demais lutadores pela liberdade e democracia, gloriosos renitentes e resistentes contra o nosso Xerxes, que exige a tomada pela força da nossa Grécia: «Estrangeiro, vai contar aos espartanos que aqui jazemos, por obediência às suas leis.»
«O homem nasceu para lutar e a sua vida é uma eterna batalha.»
(Thomas Carlyle)
Podemos aplicar muito bem a sentença da última batalha que o nosso líder do panteão do Inferno eterno trava contra a sua população: «A maior batalha que eu travo, é contra mim mesmo.» (Napoleão Bonaparte)
Isto é tudo para queimar, e os primeiros da lista da loucura aterradora já estão a apanhar.

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