Sobre o (não) vale tudo, estou
totalmente de acordo com o que JES disse hoje no Lwena. Na política não pode
valer tudo. Definitivamente. Caso contrário a paz que já fez dez anos vai
deixar de fazer qualquer sentido, para ficar reduzida ao calar das armas convencionais
e pouco mais, porque nos bastidores a guerra vai continuar.
http://morrodamaianga.blogspot.com/
Uma guerra ainda mais pérfida, porque
silenciosa e selectiva. Na política não se podem agredir os adversários nem com
difamações e muito menos com barras de ferro. Na política não se pode insultar
a mãe e a mulher do outro, nem se podem partir braços e amolgar cabeças. Na
política as ameaças de morte tão em voga entre nós, não podem continuar a ser
usadas como tem acontecido até agora por conhecidos agentes da nossa praça, que
de facto têm alguma capacidade de executarem tais propósitos. Sinceramente não
acredito que alguém fique com medo de mim se por acaso ouvir da minha boca uma
tal ameaça, porque sabe que eu não tenho qualquer poder. As ameaças que
realmente atemorizam e intimidam são aquelas que são pronunciadas por pessoas
que têm poder ou estão perto dele. Se hoje alguém da oposição me ameaçar de
morte ainda sou capaz de me rir e de o mandar dar uma volta ao bilhar grande,
mas se a mesma ameaça for feita por alguém ligado ao partido no poder de
certeza que não acharei tanta piada e sou capaz de passar a noite a pensar no
assunto. O problema das agressões na política, entre as verbais e físicas, não
é tão simples quanto isso quando se trata de fazer a sua triagem. Em relação às
físicas há poucas dúvidas, já no tocante às verbais as coisas são mais
complexas, porque na política também existe a liberdade de expressão/crítica e
o direito de fazer oposição, que JES hoje no Lwena destacou, sem entrar no seu
âmago. É muito difícil fazer oposição mandando rosas vermelhas ao Governo, por
isso quem está no poder tem de estar preparado para ouvir certas
"verdades", quer goste, quer não goste delas...
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