domingo, 31 de março de 2013

Luanda. Polícia Detém Cerca de 20 Manifestantes. Por Maka Angola


A Polícia Nacional deteve esta manhã perto de 20 manifestantes.
Por volta das 9:10 da manhã, agentes policiais conduziram coercivamente o rapper Luaty Beirão e Adolfo Campos, uma das principais figuras do Movimento Revolucionário (MR), para a 12ª Esquadra, no município do Cazenga, em Luanda. Os jovens encontravam-se junto do Cemitério da Sant´Ana, ponto de concentração para a manifestação contra a repressão governamental, convocada pelo MR para hoje, Sábado, 30 de Março.
http://makaangola.org
O protesto visava também pressionar o regime do Presidente José Eduardo dos Santos a prestar esclarecimentos públicos sobre o desaparecimento de dois activistas, Alves Kamulingue e Isaías Cassule, há quase um ano.
Após o registo de identificação dos suspeitos, a Polícia Nacional transferiu-os para o seu posto do Golf, “onde nos encontramos de momento”, disse Adolfo Campos ao Maka Angola. Outro activista, Mauro Smith, também se encontra no posto policial do Golf.
Por sua vez, Luaty Beirão disse ao Maka Angola que “os agentes policiais nos disseram que não estamos detidos, por isso não nos tiraram os telefones. Também não nos disseram porquê estamos aqui retidos”.
Ambos os detidos confirmaram o espancamento à bastonada, por agentes da Polícia Nacional, de alguns jovens que teimavam em permanecer no local de concentração. Os activistas revelaram também a detenção de Nito Alves e mais dois jovens, cujos nomes desconhecem, e que foram supostamente transportados para Viana.
“No acto de detenção do Nito Alves, um dos oficiais da Polícia disse ‘este gajo tem de ser levado para o armazém’”, explicou ao Maka Angola Américo Vaz, outro membro do MR.
António Manuel Capitão “Pimpão”, um manifestante que passou despercebido da Polícia e não foi detido, contabilizou, no local, a detenção de um total de 14 indivíduos. “Alguns jovens detidos estão a ser guardados na obra da Somague, aqui junto ao cemitério”, disse.
Mbanza Hamza, um veterano das manifestações e vítima da violência policial, explicou como foi esbofeteado por oficiais da Polícia Nacional, no local, e o encaminharam para uma viatura para ser detido e transportado a uma unidade policial. “Mostrei cópia do documento que enviámos, há um mês, ao Governo Provincial de Luanda, a informar a nossa intenção de realizar a manifestação. Provei que a nossa acção era legal”, disse. Em reacção, o chefe de missão decidiu deixar o activista no local, em liberdade.
Na viatura da Direcção Provincial de Investigação Criminal (DPIC) encontravam-se já, sob custódia, Gaspar Luamba, outro veterano das manifestações, e mais seis outros jovens.
No entanto, a uns minutos de distância, Mbanza Hamza e mais companheiros seus tentaram defender uma vendedeira que estava a ser espoliada dos seus bens por agentes à paisana. Estes, segundo o seu depoimento, chamaram efectivos da Polícia Nacional. “Os agentes esbofetearam-nos e detiveram o Pedro Teka, que também vinha da manifestação, e foi levado para a 6ª Esquadra, onde se encontra detido”.
Na 6ª Esquadra, Pedro Teka encontrou mais um manifestante, Pedro Sebastião, detido no ponto de concentração.
As primeiras detenções, num total de seis, ocorreram no município de Viana, às 7:00 da manhã, no ponto de encontro dos manifestantes, que deveriam depois ter rumado à cidade, para se juntarem aos outros membros do MR.
Perto de 50 manifestantes tentaram concentrar-se no Cemitério da Sant’Ana. Um número superior de agentes da Polícia Nacional, apoiados por um helicóptero, polícia montada, com 10 cavalos, polícia motorizada e a brigada canina impediu os manifestantes de procederem com a marcha.
A manifestação convocada para hoje, sob o tema “Direito à Vida e Liberdade para Quem Pensa Diferente”, apelava ao protesto pelo desaparecimento de dois activistas, que se supõe terão sido executados. Alves Kamulingue foi raptado em plena baixa de Luanda, a 27 de Maio de 2012, quando seguia para o ponto de concentração de uma manifestação que deveria juntar ex-efectivos da Unidade de Guarda Presidencial (UGP). Passados dois dias, a 29 de Maio, um dos organizadores do referido protesto, Isaías Cassule, teve o mesmo destino. Desapareceu quando encetava contatos, no município do Cazenga, para saber do paradeiro do seu amigo.



Luanda: Polícia dispersa manifestantes e detém mais de 18 jovens


Governo provincial de Luanda recebeu instruções para abortar manifestação
Coque Mukuta VOA










Procuradoria deveria investigar acusações contra presidente e colaboradores - UNITA


Galo Negro reage a decisão do PRG de indeferir queixa crime.
Manuel José VOA
A UNITA já reagiu a decisão da Procuradoria Geral da República que indeferiu e arquivou sua queixa-crime contra o presidente da república e seus colaboradores.
Para o secretário-geral da UNITA, Victorino Nhany não é de estranhar a posição da PGR que em seu entender, acaba de violar a lei porque, segundo disse, a PGR não deve indeferir, nem arquivar um processo que não é da sua competência como argumentou.

Esta ideia foi reforçada pelo jurista Pedro Caparacata que confirmou á Voz da América que de acordo com a constituição, a PGR não é competente para indeferir e arquivar este tipo de processo.

Caparacata considera que a Procuradoria deve  averiguar os factos e encaminhá-los a instancia competente, no caso a Assembleia Nacional.

O deputado pela bancada da UNITA Abilio Kamalata Numa pensa que o poder judicial no país não é independente.

"Este é um poder que não é poder, é um poder subalternizado pelo poder político,” disse.

“ Os prevaricadores de colarinho branco são aqueles que cometem crimes mais hediondos mas nunca aparecem nos julgamentos, " acrescentou.

"A Procuradoria Geral da República não tem nenhuma iniciativa e as pessoas deixam de acreditar que de facto estejamos num estado democrático e de direito," disse

sábado, 30 de março de 2013

Angola: Rádio Eclésia vai fazer despedimentos


Coque Mukuta VOA
A conhecida emissora católica Rádio Eclésia vai efectuar um grande número de despedimentos.
A rádio tem sido ao longo dos anos uma fonte independente de notícias embora muitas vezes os administradores da mesma se tenham mostrado tímidos perante o poder.

As demissões  foram anunciadas no dia 18 numa reunião dirigida pelo Bispo Dom Filomeno Vieira Dias presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação Social.

O Bispo disse que se vai proceder a demissões em massa  por falta de dinheiro algo o que deixa preocupados os mais de sessenta funcionários que trabalham para a emissora Católica de Angola.

Já foram convocados vários trabalhadores para serem informados da sua demissão.
A Voz da América solicitou esclarecimento do Director Geral da referida Emissora, Padre Quintino Kandanji que confirmou a realização da reunião mas que contudo não deu mais pormenores afirmando que isso é da competência do Bispo Dom Filomeno Vieira Dias presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação Social e Dom António Jaka, Secretário-geral Adjunto da CEAST.

Jornalistas como Bernardo Mário, Agostinho Gayeta, Abílio Cândido e a recepcionista Maria da Costa já foram chamados na semana finda, segundo uma fonte da Direcção daquela Rádio.

Procuradoria deveria investigar acusações contra presidente e colaboradores - UNITA


Galo Negro reage a decisão do PRG de indeferir queixa crime.
Manuel José VOA
A UNITA já reagiu a decisão da Procuradoria Geral da República que indeferiu e arquivou sua queixa-crime contra o presidente da república e seus colaboradores.
Para o secretário-geral da UNITA, Victorino Nhany não é de estranhar a posição da PGR que em seu entender, acaba de violar a lei porque, segundo disse, a PGR não deve indeferir, nem arquivar um processo que não é da sua competência como argumentou.

Esta ideia foi reforçada pelo jurista Pedro Caparacata que confirmou á Voz da América que de acordo com a constituição, a PGR não é competente para indeferir e arquivar este tipo de processo.

Caparacata considera que a Procuradoria deve  averiguar os factos e encaminhá-los a instancia competente, no caso a Assembleia Nacional.

O deputado pela bancada da UNITA Abilio Kamalata Numa pensa que o poder judicial no país não é independente.

"Este é um poder que não é poder, é um poder subalternizado pelo poder político,” disse.

“ Os prevaricadores de colarinho branco são aqueles que cometem crimes mais hediondos mas nunca aparecem nos julgamentos, " acrescentou.

"A Procuradoria Geral da República não tem nenhuma iniciativa e as pessoas deixam de acreditar que de facto estejamos num estado democrático e de direito," disse