Depois de já termos passado por esta fase, parece que o regime resolveu passar ao segundo round e de uma maneira mais ostensiva pressionar alguns dos manifestantes/artistas que têm exprimido publicamente o seu desagrado com a gestão danosa do país por parte do cidadão José Eduardo dos Santos. Os argumentos são intermináveis e quando não existe contra-argumentação possível, passa-se para o jogo sujo das ameaças de morte tentando demover os jovens dos seus intentos.
Depois de há duas semanas a mãe e a avó do Luaty Beirão terem recebido em casa uma carta que ameaça de morte por “esturricamento” toda a família (as provas serão publicadas em breve), hoje foi a vez do rapper Hexplosivo Mental ter sido assediado por uma clique de homens com ares de “poucos amigos”, que deixaram de parte a discrição e resolveram tornar-se visíveis, cercando-lhe a entrada e saída da rua por onde transitava à pé, passando-lhe em caravana com vários carros de vidros fumados, abrindo o vidro e fazendo questão de apontar para ele de forma agressiva. Em um dado momento, um dos homens, à civil, tirou do bolso um par de algemas e fitou-o demoradamente enquanto fazia saltitar esse utensílio policial na sua mão. Ao iniciar a marcha em direcção à sua casa, vários homens aproximaram-se dele, tendo um deles, depois de já o ter ultrapassado, voltado atrás em sua direcção e levantado a camisola para exibir uma t-shirt com a mensagem: “tens um polícia de olho em ti”. Mais à frente, a mesma gang de homens voltou a aparecer-lhe a frente e a segui-lo até casa. Esta ocorrência vem na sequência de um telefonema de nº não identificado que lhe alertava “cuidado com as músicas que andas a cantar!”, alguns dias antes.
“Já há uns dias que têm parado à porta de casa carros com vidros fumados que ficam algum tempo antes de seguirem viagem”, disse o Hexplosivo. Também nos revelou que, mais uma vez, a namorada foi intimidada. Num dado momento em que precisou de sair, o Hexplosivo acompanhou-a para apanhar o táxi, tendo descartado alguns dos carros por não reconhecer os motoristas (diz que, depois de um tempo, as pessoas familiarizam-se com os taxistas que operam as suas linhas), só se sentindo seguro de deixar a rapariga subir para um táxi onde “só tinha meninas”. Ainda assim, uma dessas “meninas” era uma senhora, a mesma que em Setembro, já lhe tinha atraído para um local raptando-a com auxílio de dois marmanjos, quando saía de uma visita ao Hexplosivo que estava preso no caso dos manifestantes condenados a penas de 45 à 90 dias de reclusão. Essa senhora abordou-a, dizendo algo do género: “pensei que por esta altura já não estivesses com o Hexplosivo”. Posto isso, volta a arrastá-la para fora do táxi, forçando-a a entrar num carro particular que tinha no tablier um amontoado de balas como decoração. Aí foi sujeita a mais um interrogatório com intuito de atemorizá-la, para depois deixarem-na seguir a sua vida.
Vamos disponibilizar aqui para vocês três faixas do Hexplosivo Mental que estarão entre as mais controversas de sua autoria e voltar a meter o vídeo da actuação de uma delas na Universidade Hip Hop. Dizem que o “peixe morre pela boca”, por isso consumam as bolhas de oxigénio que esse peixinho tem andado a libertar para o mar no seu processo de respiração e percebam que, serão essas bolhas a razão da sorte que se lhe está a destinar.
Peguem as músicas neste link
CENTRAL 7311
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