quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Salvemos a nossa cidade! Canal de Opinião por António Prista


A cultura nacional não é uma cultura de bebedeiras e praticas pornográficas e ofensivas como assistimos agora na Marginal. A cultura nacional nunca foi a de desrespeitar em absoluto os outros. A cultura nacional não é a promoção do vazio. Urge que nos mobilizemos a todos os níveis.

Maputo (Canalmoz) – Nos dias 1 e 2 de Janeiro tive a oportunidade de assistir ao que se passa na Marginal de Maputo. Aquilo que supostamente deveria ser uma praia onde nos deveríamos divertir com as famílias virou um bar de bebedeiras colectivas onde as pessoas, muitas com filhos menores, se embebedam e cometem os mais chocantes actos de atentado às mais elementares normas de civismo.
Me seria impossível descrever o que vi. Quem quiser perceber tem de ir ver. Seja como for, urge a tomada de medidas educativas, o que pressupõe o que qualquer acto educativo tem de implicar: medidas de moralização e medidas coercivas.
A praia de Maputo deveria ser um lugar de actividade lúdica activa, como seja nadar, caminhar, andar de bicicleta praticar desportos de bola e desporto náuticos. Ao invés, virou um local em que as viaturas bloqueiam as estradas e ocupam passeios, os rádios tocam a níveis ensurdecedores misturando sons de tal forma que em vez de musica ouvimos um amontoado de barulho muito pouco saudável. O lixo, esse não se fala e o cheiro a urina é sem qualquer exagero o odor
dominante.
Urge uma mobilização geral para alterar este quadro de coisas.
O argumento que de que esta é a nossa maneira é totalmente absurdo e sem qualquer fundamento. Não é nem pode servir de justificação para a apatia de todos nós. A cultura nacional não é uma cultura de bebedeiras e praticas pornográficas e ofensivas como assistimos agora na Marginal.
A cultura nacional nunca foi a de desrespeitar em absoluto os outros.
A cultura nacional não é a promoção do vazio.
Urge que nos mobilizemos a todos os níveis. Sugiro uma campanha generalizada que envolva a Imprensa, as Universidades, as Escolas, os políticos e as instituições Municipais (que julgo deverão dirigir o processo), para citar algumas das que se deveriam unir num programa generalizado de educação cívica antes que seja tarde de mais.
Esta educação passa necessariamente por medidas coercivas e a criação de condições logísticas. Criatividade não nos falta, falta apenas iniciativa.
A acção é complexa mas indispensável e urgente. Não adianta acharmos que não se pode fazer nada sob pena de em breve todo o cidadão que não gosta de lixo, pornografia, bebedeira não possa mais sair de casa. Alias qualquer urgência hospitalar está inviabilizada nestas alturas porque simplesmente não se passa.
Um nota final cabe para o facto de uma instituição de promoção de turismo está a patrocinar este estado de coisas. Que turismo? (António Prista)
Imagem: Arvore.jpg. [Sociedade Civil; Maputo, 2006]
maschamba.weblog.com.pt

Sem comentários: