As negociações com o Boko Haram são essenciais
Por Heather Murdock | Abuja VOA
O novo conselheiro da Segurança Nacional da
Nigéria, o coronel Dasuki, assumiu o cargo o mês passado e tem estado a deslocar-se
pelo norte, apelando aos dirigentes para acolherem os contactos com o Boko
Haram e convence-los a aceitar conversações de paz.
Nos finais de Junho, o presidente Goodluck
Jonathan demitiu o conselheiro de segurança e ministro da defesa e designou o
coronel Sambo Dasuki.
Alguns responsáveis locais consideram que o
novo responsável proveniente do norte tem melhor possibilidade de ter êxito com
as conversações do que o seu antecessor do sul.
Todavia alguns analistas sustentam tratar-se
de uma cara nova, frente a um problema antigo.
Dasuki viajou até ao coração da violência
atribuída a um grupo militante Islâmico conhecido por Boko Haram, para tentar
levar a paz à região.
Para os dirigentes do norte como o antigo
presidente da Assembleia estadual de Borno, Bulama Fugu, a presença de Dasuki
nas cidades nortenhas constitui um bom primeiro passo.
Clement Nwankwo, director do Centro de
Política Legal de Abuja, considera que a presença de uma individualidade de uma
poderosa família do norte, Dasuki pode vir a ter uma melhor possibilidade de
obter informação sobre o Boko Haram
Todavia, Nwankwo sublinha que Dasuki
encontra-se limitado por que o seu cargo é o de aconselhar o presidente que não
conseguiu conter, nos últimos três anos, os ataques do Boko Haram.
O Boko Haram é responsabilizado por milhares
de mortes e pelo quase colapso da economia no norte da Nigéria.
A semana passada, Dasuki anunciou estarem
iminentes conversações de paz, e possuir os números dos telefones dos
dirigentes do Boko Haram.
Numa mensagem electrónica não identificada o
Boko Haram referiu que Dasuki estava a mentir.
Nwankwo considera que mesmo no caso dos
dirigentes do Boko Haram desejarem encontrar-se com o governo, não será o fim
do derramamento de sangue.
Outros analistas indicam que as negociações
com o Boko Haram são essenciais por que a principal base de apoio do grupo
reside na população jovem empobrecida que se encontra desempregada e furiosa
com as mortes extra judiciais das forças de segurança.
O Boko Haram tem indicado desejar estabelecer
a lei Islâmica na Nigéria, exigindo a libertação dos elementos detidos.
Um colunista do diário nigeriano Daily Trust,
escreveu que o grupo pode ter agendas secretas e financiamento estrangeiro,
O presidente Jonathan por seu lado considera
que o objectivo do Boko Haram é o desestabilizar a Nigéria através do
incitamento à violência religiosa
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