– o alerta é da Directora-Geral do Banco Mundial, Sri Indrawati. Ela diz que o modelo económico adoptado por Moçambique (que não beneficia os mais pobres) não é adequado
Indrawati é responsável pelas operações do Banco Mundial em todas as regiões do mundo, inclusive em África, sendo que ela ocupa a segunda posição mais alta na hierarquia daquela instituição financeira
Maputo (Canalmoz) - A Directora-Geral do Banco Mundial, Sri Indrawati, que recentemente esteve de visita ao País, defende que o modelo de crescimento económico que o País tem vindo a registar não é adequado, pois não tem sido inclusivo, ou seja, os pobres continuam mais pobres e os ricos cada vez mais ricos. Sri Indrawati fez estes pronunciamentos no Aeroporto Internacional de Maputo minutos antes de deixar o País, quando instada pelo Canalmoz a comentar sobre o último relatório do FMI sobre o crescimento inclusivo.
Na opinião daquela funcionária sénior do Banco Mundial, há necessidade de os ganhos que o País tem conseguido serem redistribuídos de forma a criar condições para que as camadas mais vulneráveis “saiam do sufoco”.
A Directora-Geral do Banco Mundial usou, como exemplo, o frenesim da indústria extractiva. Disse ser importante que os ganhos que advêm da indústria extractiva revertam através da criação de condições, não só nas regiões onde são extraídos os recursos assim como tenham impacto na vida de cada moçambicano. Isso porque, segundo disse, se os recursos não beneficiam todos os moçambicanos de igual modo, “os mesmos podem tornar-se uma maldição, porque será um grupo restrito a usufruir dos ganhos provenientes destes recursos, contra uma esmagadora maioria descontente que não beneficia”, disse, para depois acrescentar que a sua instituição tem vindo a apoiar o Governo para que mude de abordagem.
“Temos vindo a apoiar o Governo para que mude do modelo de crescimento económico, porque bem-visto Moçambique é um dos países que cresce economicamente, mas o crescimento não é inclusivo”.
Sobre a adesão de Moçambique à Iniciativa de Transparência da Indústria Extractiva, Sri Indrawati diz que o Banco Mundial se congratula com a decisão, mas alerta que o mais importante é criar condições para que dentro do País a extracção mineira seja transparente e que todo o moçambicano faça parte do processo. Refira-se, a-propósito, que a ministra dos Recursos Minerais já veio a público afirmar que os dossiês da indústria extractiva continuarão a ser geridos de forma secreta. (Matias Guente)
Imagem: África do Sul: O Mundial [Copa], a “maldiçãodos recursos” e as ameaças de ...
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