Benguela - Um grupo de empresários benguelenses manteve
encontro secreto com o partido no poder, na segunda quinzena de Junho, mais
concretamente, no salão nobre da administração municipal de Benguela, com o
principal propósito de a classe empresarial local, apoiar com rosto e, sobretudo,
com meios financeiros a campanha eleitoral dos camaradas nas eleições gerais de
31 de Agosto, sou o Semanário Angolense de fontes seguras.
*Nelson
Sul D’Angola
Fonte:
Semanário Angolense Club-k.net
A reunião, que foi
orientada pelo primeiro secretário provincial do MPLA, general Armando da Cruz
Neto, contou com a participação de vários empresários locais, nomeadamente,
Adérito Areais, Káká Vasconcelos, Nelito Monteiro, general Fernando Andrade,
entre outros.
As mesmas fontes
dão conta que, no referido encontro, não ficou claro, como e de que forma os
empresários poderão conseguir o retorno do capital a ser empregue na campanha
do «EME». De acordo com a fonte deste jornal, o capital a ser injetado,
dir-se-ia em «linguagem económica», é uma aplicação de alto risco.
Os empresários
deixaram transparecer que irão «investir cegamente» na campanha do partido no
poder, apesar de, alegadamente, não terem recebido o mínimo de garantias de
retorno. «Aliás, se nós (MPLA) não ganharmos essas eleições, muitos dos nossos
camaradas (os empresários) vão mesmo “chorar” porque o partido não terá como
devolver os dinheiros», julgou a fonte.
Adérito Areias, é
dono do Grupo Empresarial «Adérito Areias», de cujo leque patrimonial consta a
Fazenda Caviombo, as Salinas Calombolo, e uma empresa vocacionada a pesca de
nome Iemanjá. O Grupo Adérito Areias tem ainda um pequeno interesse no ramo
hoteleiro. Em anos anteriores, era assustadora a facilidade que este empresário
benguelense tinha para conseguir créditos, a tal ponto que simbolizava o
empresário mais bem privilegiado no consulado do ex-governador Domilde Rangel.
Entretanto, com a
saída do popularmente conhecido «governador catrinta porcento», alguns
observadores atestam que o actual governador Armando da Cruz Neto, «criou» os
seus próprios homens de negócios, sendo que, Adérito Areias, não figura no
leque dos empresários eleitos da actual governação.
Há 4 anos a viver
numa situação das vacas magras, já que a sua carteira de negócio baixou
consideravelmente com a vinda do general a Benguela, pode mesmo dizer-se que o
encontro secreto entre os empresários e o «maioritário» foi, para Adérito
Areias, um sinal de prosperidade caso o «seu MPLA» vença as eleições… afinal,
diz o ditado popular: uma mão, lava à outra.
Coragem de
Nelito Monteiro
Mário “Káká”
Vasconcelos, é o presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Benguela
(CCIB). No ramo empresarial, não faz parte dos dinossauros locais,
provavelmente, nem sequer integrou a lista dos homens que obtiveram favores no
tempo das vacas gordas (entenda-se no consulado de Domilde Rangel). Em
linguagem, oceânica dir-se-ia que Káká Vasconcelos é, somente, um peixinho na
água à procura de sobrevivência diante de animais (aquáticos) ferozes bem
maiores que ele.
Ligado há uma firma
de distribuição de bebidas, o presidente da Câmara de Comércio e Indústria de
Benguela poderá apoiar com os parcos recurso financeiro de que dispõem para o
êxito da campanha eleitoral dos camaradas. Aliás, no penúltimo sábado do mês de
Junho (dia 23), Káká Vasconcelos, foi um dos empresários que pôs a gritar nas
ruas de Benguela a favor da candidatura de José Eduardo dos Santos.
Nelito Monteiro,
um «jovem» empresário na casa dos 40 anos de idade ou muito próximo disso, é
dos poucos que teve a coragem de criticar abertamente a politica agropecuária
do general Armando da Cruz Neto, face à indiferença do seu governo aos inúmeros
problemas com que se debatem os agricultores, numa altura em que, imensas
fazendas correm o risco de fechar devido à seca.
«rainha
Sandra Carraça» e «latonas»
Para além de vir a
contribuir com alguns «milhões» de Kwanzas na campanha eleitoral do MPLA,
Nelito Monteiro poderá ainda, na qualidade de presidente da Associação dos
Agricultores, ter a missão de apelar ao voto ao MPLA junto dos agricultores e
os camponeses. Contudo, tal como Adérito Areais viu a sua carteira de negócio
baixar consideravelmente com a vinda do «general Armando», o mesmo se pode
dizer de Nelito Monteiro, que, segundo soubemos, passa por momentos de austeridade
financeira, aguardando também por dias melhores.
Um outro
empresário que se fez presente na citada reunião, foi o general Fernando
Andrade, tido como o empresário mais bem-sucedido na actual governação e
bastante influente junto do governador Armando da Cruz Neto.
Consta ainda que,
o general Fernando Andrade foi o cérebro da demissão do administrador municipal
de Benguela, José Manuel Lucombo, e da promoção do jovem Leopoldo Muhongo ao
cargo. Devido à sua condição de militar no activo e por estar impedido por lei,
não foi possível fazer-se presente na marcha de apoio à candidatura de José
Eduardo dos Santos. Mas, como manda a boa militância partidária do coração, a
«rainha Sandra Carraça», sua esposa, fez-se presente e levou consigo algumas
«latonas» na passeata e, como é óbvio, mobilizou-as para o voto ao EME).
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