terça-feira, 10 de julho de 2012

Jovens convocam manifestação em Luanda para o fim de semana


Objectivo é protestar contra o presidente e exigir explicações pelo desaparecimento de dois manifestantes
Por Agostinho Gayeta | Luanda  VOA
A menos de sessenta dias para realização das eleições gerais de em Angola mais um grupo de jovens pretendem sair à rua no próximo sábado, 14 de Julho.

A manifestação está a ser convocada pelo movimento juvenil denominado Jovens Unidos da Sociedade Civil. O objectivo é protestar contra a recandidatura de José Eduardo dos Santos à Presidência da República nas próximas eleições de 31 de Agosto.

Os organizadores querem também exigir explicações pelo desaparecimento de Isaías Kassule e Alves Kamulingue, cidadãos supostamente raptados por elementos afectos às forças da ordem em finais de Maio durante uma manifestação pública realizada por ex- militares angolanos.

Hugo Kalumbo um dos organizadores e porta-voz do Grupo diz que a marcha visa por outro lado chamar atenção da comunidade internacional sobre os vários problemas que se vivem no país, numa altura em que se preparam as eleições gerais.

A marcha a ter lugar a 14 de Julho a partir das 9 horas da manhã terá início no Distrito Urbano do Sambizanga, no Mercado do São Paulo, um dos maiores centros de concentração de vendedores ambulantes em Luanda e termina no Tribunal Constitucional localizado na cidade Alta, imediações da Presidência da república.

Hugo Kalumbo afirma que os jovens vão à marcha determinados e preparados para darem as suas vidas por Angola sem temerem eventuais repressões mas salientou acrescentou que a manifestação será pacífica e de cariz cristão.

Os Jovens da Sociedade Civil alegam ter cumprido com todos os pressupostos legais para usufruírem do direito de manifestação consagrado na Constituição da República.

Recorde-se que a Human Rights Watch instou num relatório publicado recentemente o governo angolano a pôr imediatamente termo ao uso da força desnecessária contra manifestantes antigovernamentais pacíficos, defensores dos direitos humanos, jornalistas e políticos da oposição.

A Human Rights Watch também manifestou a sua preocupação com o facto dos meios de comunicação estatais parecerem estar a promover grupos anónimos que incitam à violência contra os manifestantes antigovernamentais.

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