Por Lázaro Pinduca http://makaangola.org VOA
As agressões físicas entre simpatizantes do
MPLA e da UNITA se têm multiplicado nos últimos dias como parte da campanha
para as eleições de 31 de Agosto.
Ao fim do dia de Segunda-feira, 6 de Agosto,
um jovem, simpatizante da UNITA, ao passar por bandeiras e cartazes do MPLA,
afixados na Rua Primeiro de Agosto, no Bairro Comercial do Lubango, província
da Huíla, comentou com o seu companheiro de jornada, em voz alta, que “O MPLA
não presta, mas sim a UNITA´´. Um grupo de sete jovens, identificados como
simpatizantes do MPLA, tomou ofensa ao comentário e agrediu os adversários, com
pontapés e tabefes.
Vitória Epako, professora primária e
catequista da Missão Católica do Lubango, testemunhou o incidente e disse:
“tudo foi tão repentino. Os da UNITA mal disseram que o MPLA não prestava. Um
dos jovens [do MPLA], que estava sentado, pegou num deles [da UNITA] deu-lhe
logo três socos, este caiu e os outros [do MPLA] começaram a pontapeá-lo”.
Segundo a professora, “havia alguns polícias
no local e estes limitaram-se a assistir a pancadaria. Nós tivemos de fugir
pois alguns rapazes [do MPLA] pegaram em pedras e garrafas para ferirem os
outros [da UNITA]´´.
Por sua vez, Manuel Kapitango, estudante
universitário, contou como os jovens da UNITA “foram brutalmente espancados.
Rasgaram as suas camisolas e bonés. Por sorte, um deles, mesmo a sangrar,
conseguiu fugir”. As testemunhas afirmaram que o fugitivo foi atingido
com uma garrafa na cabeça e uma pedra nas costas. Um outro simpatizante da
Unita foi espancado até os agressores se cansarem e foi abandonado no local.
Um transeunte insurgiu-se contra os polícias
que ali estavam a assistir a briga sem tomarem nenhuma acção, revelou João
Kapengo, funcionário público, uma outra testemunha dos confrontos.
Para além deste incidente, a 24 de Julho,
militantes da UNITA e do MPLA envolveram-se em contenda, no município da Jamba,
Huíla, armados com pedras, paus e garrafas. Dos confrontos resultaram três
feridos, assistidos no hospital local, entre os dez militantes do MPLA que se
envolveram com cerca de 15 simpatizantes da UNITA. Os Serviços de Inteligência
Militar (SIM) das Forças Armadas Angolanas (FAA), tiveram de ser destacados
para o local para apaziguar a situação, pois os militantes envolvidos são
ex-militares do antigo exército governamental, as Forças Armadas Populares de
Libertação de Angola (FAPLA), e das antigas forças guerrilheiras da UNITA, as
Forças Armadas de Libertação de Angola (FALA). Na semana anterior, já tinha
havido confrontos entre os referidos grupos de ex-combatentes.
O secretário para a informação da UNITA na
Huíla, Manuel Angêlico, afirmou ao Maka Angola, não ter
recebido comunicação dos seus representantes sobre os incidentes. Por sua
vez, o seu homólogo do MPLA, Augusto Veloso, também disse não ter
conhecimento dos confrontos. O porta-voz da Polícia Nacional na Huíla,
superintendente-chefe Paiva Chandala Tomás, afirmou desconhecer casos de
intolerância política na Huíla.
Sem comentários:
Enviar um comentário