segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Comerciantes informais da SADC denunciam marginalização pelos governos


Maputo (Canalmoz) – As transacções comerciais transfronteiriças entre os países da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) estão cada vez mais dificultadas por procedimentos burocráticos, acusam os importadores/exportadores. E tudo se torna mais difícil ainda para os importadores e exportadores e do sector “informal” dos países membros da SADC. Os importadores referem que o protocolo Comercial da SADC, ratificado pela Resolução 44/99 de 28 de Dezembro (assinado no Reino do Lesotho) no âmbito da integração regional, se mostra ineficiente para a resolução dos problemas comerciais desde grupo. Reclamam basicamente a dinamização e uniformização dos processos aduaneiros.
As reclamações dos informais denominados “Mukheristas” foram apresentadas durante um encontro internacional dos importadores/exportadores do sector “Informal” dos países membros da SADC. O encontro antecede a cimeira dos países da SADC que se realiza de 18 a 19 do presente mês. O encontro visa a elaboração de um documento final que deverá ser submetido para ser discutido durante a cimeira.
Durante o debate, o grupo de comerciantes do sector “informal” reclamava a falta de colaboração dos governos dos seus países na criação de facilidades de comércio transfronteiriço. Devido a esta situação o grupo acusa os governos dos seus países de estarem a marginalizar a sua actividade em benefício de um pequeno grupo de empresários que sempre pertence aos partidos políticos nos governos dos países da SADC.
Os comerciantes reclamam também contra o facto de os designarem por informais aledando que também pagam taxas.
Sudecar Novela, presidente da Associação dos Mukheristas considera que no caso de Moçambique os “Mukheristas” não têm notado os benefícios do protocolo comercial da integração regional alegando que as importações ainda são dificultadas pelas autoridades.
Para Novela, o governo de Moçambique não tem estado a comprimir com os acordos de integração regional.
O presidente da Associação dos Mukheristas explicou que em 2001 o governo ter-se-ia comprometido a reduzir gradualmente as taxas de importação de produtos a uma taxa de 5% em cada dois anos. Mas, segundo Sudecar Novela, o governo teria apenas reduzido, uma vez apenas, de 52% para os actuais 47%, “situação que contraria o acordo”.
Luisia Mabongo, sul-africana, disse que é altura dos governos assumirem a importância e a contribuição de comerciantes do sector “informal”, alegadamente porque também contribuem para o desenvolvimento do país.
“Os governos querem-nos colocar numa situação de sermos comerciantes informais. Mas, na verdade, não somos isso, porque nós pagamos nossos direitos comerciais. O agravante é que esses mesmos governos se esquecem de que o tal comércio informal contribui de certa forma para o desenvolvimento do país através de abastecimento dos mercados, apara além de pagamento de taxas e impostos”, disse.

Taxas alfandegárias

Muitos comerciantes queixaram-se das taxas alfandegárias cobradas no exercício das suas actividades pelas autoridades. A maioria dos participantes do debate, tanto os nacionais assim como os estrangeiros, mesmo sem revelar valores concretos, consideram exorbitantes as actuais taxas cobradas pelas alfândegas dos seus países para importação de produtos. Queixaram-se da alegada “perseguição” que sofrem “dos agentes alfandegários que se aproveitam de alguma distração dos comerciantes para praticar extorsão”. (António Frades)
Imagem: sadc.int

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