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Lisboa -
O Jornal de Angola saiu em defesa da actuação do ministro português dos
Negócios Estrangeiros de Portugal, Rui Machete, e de caminho acusou a
procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, de se ter posto “fora da
lei”.
Fonte:
Publico
Num
artigo de opinião assinado por Álvaro Domingos (na foto), que vários sites
angolanos identificam como sendo o pseudónimo de um jornalista que presta
assessoria ao director do jornal do regime, o Jornal de Angola sustenta que
Machete mais não fez do que “pedir diplomaticamente desculpa (e não desculpas
diplomáticas) pelas patifarias cometidas pelo Ministério Público e órgãos de
comunicação social contra o vice-presidente angolano, Manuel Vicente, e o
procurador-geral da República, João Maria de Sousa” – que, segundo noticiário
publicado em Portugal, foram investigados no âmbito de um inquérito-crime
aberto pela Procuradoria-Geral da República por fraude fiscal e branqueamento
de capitais.
“Ao
alimentar manchetes e notícias falsas que têm no centro figuras públicas
angolanas, o Ministério Público e a procuradora-geral da República, Joana
Vidal, puseram-se fora da lei.”
“E deram esse salto arriscado, para atentarem contra a honra e o bom nome de dois cidadãos que desempenham altas funções no Estado angolano”, opina Álvaro Domingos. Perante tal situação, prossegue o artigo, “é natural que o ministro Rui Machete tivesse vontade de deitar água na fervura”.
O
problema é que “a procuradora-geral, Joana Vidal, toda abespinhada, atirou-se
ao ministro”, enquanto “os sindicatos dos juízes e do Ministério Público o
crucificaram”. Álvaro Domingos lamenta que Rui Machete tenha sido “trucidado”
pelos “mais assanhados membros das elites corruptas e caloteiras portuguesas”,
que terão aproveitado a ocasião para “lançar a habitual chuva de calúnias
contra os dirigentes angolanos, eleitos democraticamente”.
O artigo
termina exigindo a Joana Marques Vidal que revele a angolanos e portugueses
quem foram os membros do Ministério Público que violaram o segredo de justiça.
A
polémica em torno do ministro dos Negócios Estrangeiros surgiu depois de o
governante ter, em entrevista a uma rádio angolana, pedido desculpa pelas
investigações que o Ministério Público português tem em curso sobre várias
figuras daquele país. Diversos dirigentes políticos e analistas pediram já a
demissão de Machete, mas o primeiro-ministro, Passos Coelh,o desvalorizou
aquilo que considerou poder ter sido "uma expressão menos feliz" do
ministro dos Negócios Estrangeiros.
Ministro
dos Negócios estrangeiros devia sair do Governo pelo seu pé, defende Marcelo
Marcelo
Rebelo de Sousa entende que o primeiro-ministro não tem, neste momento, margem
de manobra para demitir o ministro dos Negócios Estrangeiros, pelo que Rui
Machete devia sair do Governo pelo seu pé quando a polémica associada às suas
declarações sobre Angola se desvanecer.
“Como
comentador e como seu amigo aconselho-o a deixar passar este período e a sair
daqui a algum tempo pelo seu pé, quando já ninguém esperar que o faça”, diz
Marcelo Rebelo de Sousa.
O
comentador desvaloriza a reacção do Jornal de Angola aos pedidos de demissão de
que Rui Machete tem sido alvo: “A publicação já nos habituou a estas tiradas
muito violentas. Mas como o Jornal de Angola não é o Governo angolano, não vale
a pena criar um problema diplomático”.
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