sábado, 17 de dezembro de 2011

Press Release. O Mundo da Mentira & Hipocrisia - 2005/ 2011. Por: Félix Miranda


O Livro “O Mundo da Mentira & Hipocrisia” com 328 páginas que agora apresentamos, é uma mini - enciclopédia, elaborada em linguagem corrente, sob o ponto de vista jornalístico e destinado a todos quantos queiram participar no debate e argumentar com autoridade e propriedade, minimamente documentados. Este debate não pode ser monopólio do Executivo ou Governo, reservado aos deputados ou exclusivo aos políticos. Cada angolano tem de se sentir autónomo, dono de si. Para tal, tem de se armar de conhecimentos político-científicos universais, para não se tornar uma simples arma de arremesso.

Lendo pela transversal, este compilado a partir de Angola, viaja o mundo e penetra nos labirintos das ciências políticas, sociais e económicas que determinam o presente e nos projectam para o futuro com segurança. Dentre outros temas de igual relevância nele contidos, destacamos alguns que julgamos susceptíveis a provocar debates úteis sobre princípios que nos levam a situar a nação na pátria angolana, o individuo uno na sociedade e resgatar a soberania ameaçada. As relações Europa / EUA; Ásia / América Latina; América do Sul/ Mundo Islâmico-muçulmano e o posicionamento da África no contexto global, a partir de Angola, é o sujeito na generalidade, condensado em 328 páginas. Porém e em resumo, destacamos alguns temas que justificam o bem fundado deste livro e a razão da sua leitura.

Angola a grande traição - Pag. 29

Portugal! O Pedido de desculpas à Angola é fundamental
Que importância jurídica tem para Angola a reposição da verdade da história?
1 - A paz real e a estabilidade política, social e económica de Angola, passam pelo pedido de desculpas por parte das autoridades portuguesas do presente, face a descolonização desastrosa. Seria gratificante, já que o passado é irreparável, que o governo português se dignasse em reconhecer publicamente que os seus predecessores falharam.

Porque, com a mentira, uns se tornaram os donos de Angola e se permitem a tudo; com a hipocrisia transformaram-se em vítimas perpétuas. Enquanto isso, outros foram transformados em carrascos permanentes e angolanos de 3ª, excluídos de todo o processo e coarctados de seus direitos de cidadãos, porque são condenados como culpados de tudo. Todos os países com semelhança a Angola, que sofreram anos de guerra, alcançaram a estabilidade a partir do momento que a verdade da história foi reposta.

2 - Se não, vejamos extractos das declarações de um dos protagonistas da descolonização de Angola:
Em relação aos Acordos de Alvor que ajustam a Independência de Angola, Silva Cardoso documenta: “ /.../ Agora no Alvor, ia-se de forma solenemente hipócrita, tentar que o mundo acreditasse na isenção dos responsáveis portugueses quanto à transferência do poder em Angola. Ia-se assinar um papel de grandes princípios e compromissos, mas em Luanda os próceres portugueses continuariam a persistente política de consolidação da força do MPLA, que esteve na origem da guerra que dura há vinte e cinco anos”. “ E, eu ali estava e no final também iria assinar um papel apenas concebido para iludir o povo (Angolano) e o mundo, mas que a hipocrisia dos movimentos políticos nacionais iria transformar em letra morta. Era irreversível e, mais uma vez, o grande sacrificado seria o Povo Angolano. “ Aqui (Portugal), ninguém chorava porque ainda não havia monstro, mas condenava-se todo um povo à pior das provações e à maior das tragédias que a história não poderá deixar de registar”. “ A peça teatral (Cimeira de Alvor, 10 de Janeiro de 1975), sem qualquer ensaio prévio, visava mascarar a traição ao povo angolano e iria ter, com certeza, o aplauso duma parte do mundo. A farsa resultara em cheio, mas o drama catastrófico viria depois e iria arrastar-se por longos e infindáveis anos até ao holocausto final. E aquela grande parte do mundo que rejubilou na altura, hoje nem tem consciência da tragédia que ajudou a promover”. “Os três primeiros artigos limitavam-se a afirmar princípios já traiçoeiramente assumidos por Portugal”. “Mesmo sem as prometidas eleições, o Alvor, se nele tivessem prevalecido as rectas intenções, poderia ter reconduzido Angola para o seu despertar. Os dados viciados que foram usados transformaram-no no início dum penoso crepúsculo duma nação (Angola) que não chegou a nascer”, vinha a citar o General Silva Cardoso.
Obs.: Recorda-se que o livro do General Silva Cardoso foi editado em 2001.

RFA – República Federativa de Angola – Pag. 255

Só o Federalismo pode salvar o futuro e perpetuar a paz em Angola.
Federalismo: “Todos os povos têm o mesmo valor e merecem o mesmo respeito, seja qual for a sua grandeza demográfica, cultural ou económica. O Federalismo não só aproxima-se da perfeição no combate às assimetrias regionais, como persuade e evita conflitos fratricidas”.
A realidade cultural e as sensibilidades locais aconselham enveredar por este caminho se de facto almeja-se a estabilidade duradoira. Tocqueville disse: «É urgente uma ciência política nova num mundo totalmente novo ». Para que assim seja, recomenda-se coragem e lucidez política dos dirigentes do presente em projectar Angola para um Estado Federado, adaptado às realidades culturais e regionais que, em conformidade com a conveniência, poderíamos denominar “República Federativa de Angola”.

Porquê Federalismo?
Pugnamos pelo federalismo, pautando pela repartição das competências, autonomia administrativa e a soberania local desde o indivíduo para a consagração e sacralização da soberania nacional. República Federativa de Angola: composta por regiões, estas por agrupamentos de províncias, estas por colectividades municipais e comunais. Em cada Agrupamento vigora um Prefeito que é a representação jurídica e politica local do Estado e que fica a testa de um Conselho Regional, onde figuram os representantes das regiões e/ou dos agrupamentos provinciais. O Estado dita as doutrinas e princípios políticos e os conselhos regionais a metodologia peculiar e autónoma de aplicação administrativa. Esta seria a estrutura central no quadro da forma do Estado angolano federalista, sem contudo deixar de ser unitário.





União Europeia, renascença ou Declínio – Pag. 62

Disse o Dervixe: “Não se unirão!”
Porque razão se teme a abolição do Euro e a consequente desagregação da Europa e para se remediar, de mais a mais se faz recurso ao Federalismo? – Tudo porque, na construção da União, se ignorou o particular de cada país e o intrínseco identitário de seus povos. Neste emaranhado de circunstâncias, a Alemanha tem a soberba oportunidade de um Phénix e a França a responsabilidade de esfriar os apetites da Alemanha na senda “Do Maior”.

Chegou a hora do Poder Judicial vs a imunidade presidencial – Pag. 214

Porque razão condicionamos a libertação total do Poder Judicial como garante da Paz real e da Estabilidade sociopolítica e económica de Angola para verdadeira Reconciliação e Unidade nacionais? “Num Estado de Direito, a separação dos poderes é uma realidade tangível”.
É consenso entre juízes, advogados e catedráticos do domínio das leis: em Angola só alcançaremos o progresso na equidade se o poder judicial for equidistante e totalmente independente. Por isso, chegou a hora do poder judicial civil se impor sobre o poder judicial político-militar. Noutros termos, da jurisprudência se sobrepor a prepotência e conquistar a independência total do poder partidário ou político e de todo o tipo de interferências, sejam elas económicas, étnicas, culturais ou religiosas. O dia em que os detentores das leis civis jurarem fidelidade ética e submissão senão à Constituição da República e fazerem o usufruto do seu real poder, veremos vezes mais o Presidente da República, o Ministro, o General ou o Comissário policial, o Deputado ou Presidente do Partido Politico às barras dos tribunais e tal como todos os reles cidadãos e demais viventes se submeterem na vertical ao martelo do Meritíssimo Juiz Supremo. Quando isso acontecer estará efectivamente alcançada a paz civil, a paz das mentes e corações, a paz da valorização da inteligência e do saber autóctones indiscriminados.

Globalização – Capitalismo Selvagem - Pag. 20 / 225 / 233

Que modelo social e económico ideal para o crescimento e desenvolvimento de Angola e dos angolanos, atendendo ao facto: “São os factores económicos que ditam o nosso comportamento ético”.
O objectivo do dirigente chinês, Deng Xiaoping era, já desde 1961, o de proceder a reformas profundas ao sistema económico em vigor e levar as massas instrumentalizadas e arregimentadas pelo socialismo democrático centralizado, a aceitar uma outra realidade de vida, mais liberal e próspera. Tudo isso resumia na necessidade da China enveredar por aquilo que intitulava a via da « Economia de Mercado Socialista », que significava deixar o comunismo e passar para o capitalismo socialista.

A força inquebrantável do Nacionalismo - Pags. 182 e 210

Minorias e maiorias. Desde os tempos idos, as minorias compactas, imigrantes ou as nacionais miscigenadas, ao adoptarem a sobrevivência como ideologia, sempre governaram e dominaram as maiorias autóctones, mas dispersas, tudo por culpa da fragmentação “científica” predominante no seio das maiorias. A única maneira de inverter a tendência, é a sublevação do nacionalismo.
Marcel Detienne, professor e antropólogo na Universidade de Johns Hopkins, no seu ensaio « Como ser autóctone », procurou em algumas linhas situar o tema no tempo e no espaço, ao descodificar o pensamento de alguns estudiosos sobre a matéria. Num artigo saído no Jornal Liberation (França) de 24 de Abril de 2003, diz : « Dizia muito bem Erasme : Lá onde eu estou, lá é minha pátria». Esta interpretação muito mais económica e oportunista, tem sido a génese predadora responsável pelo sufoco e usurpação dos valores e riquezas dos povos natos.
Mas, para Marcel, evidentemente, não é tão bem assim como Erasme gostaria que fosse: “Lá é tua pátria se tu podes atestar que lá nasceram os teus pais, que o solo que pisas, está banhado pelo sangue dos teus antepassados e onde jazem as suas ossaturas desde gerações. Ninguém, ninguém para além de você mesmo pode legitimamente reivindicar este lugar da terra, pois, também longe da sua genealogia, encontramos unicamente outros homens idênticos a ti, todos saídos da mesma árvore”.

O islão no mundo - Pags. 122 e 269

Radicalismo integrista; a incompatibilidade de coabitação entre islão e democracia, numa espécie de choque de civilizações; a amálgama entre muçulmano – islamismo e arabismo.

Quando as guerras são justas – Pag. 174

Guerras e o seu fundamento. Direito de ingerência. Quando as forças de ocupação se transformam em forças de libertação e a relação entre a razão da força e a força da razão. « O Pacifismo é um gerador de guerras e conquistas. Um povo pacifista não sendo audaz atira fatalmente a agressão sobre ele. Uma nação bem armada, se vê raramente atacada ».

China imperialista – Pags 23 e 197

A China imponente domina actualmente o mundo. A invasão económica é mais perigosa do que a invasão militar. « Um povo invadindo progressivamente uma nação com seus produtos, chega à dominá-la também completamente como se a tivesse conquistado pelas armas. A dependência económica cria logo a dependência política».

Juventude sacrificada ou perdida. Pag. 277

A sequência de guerras, a ausência de políticas integrais e sérias de educação, formação e inserção, colocaram os jovens num status quo de párias, onde apenas alguns milagrosamente se escapam. Esta realidade favorece a importação de mão-de-obra e cérebros estrangeiros que nos relegam para o segundo plano e submetem a grande maioria dos jovens nacionais ao papel de indigentes. « A competência e o saber são muito mais úteis ao país do que a obediência cega ao partido », Deng Xiaoping

O papel da Comunicação Social no processo de Desenvolvimento. Pags. 202 e 210

A Comunicação social desde que ela se firmou, exerceu sempre um papel fundamental na transformação dos estados, governos e povos. Em Angola, nos distanciamos deste desiderato.
Na deontologia da comunicação explica-se que o propósito dos meios da Comunicação social, não deve ser somente para fabricar dinheiro, mas pelo menos fazer o bem, expondo iniquidades e, com isso, melhorando a sociedade. A tendência nos últimos anos, tem sido a de engolir os órgãos independentes, apenas com objectivos partidários inconfessos. Contudo, a máquina demolidora parece até aqui impotente para fazer face mesmo assim as estações rádio, por instante, locais.
Entretanto, conformados com a imposição da cultura da intimidação e da mendicidade, pautamos por um jornalismo de circunstância e de sobrevivência, ao invés de um jornalismo clássico e profissionalizado que caracteriza as sociedades que progridem.

FIM

Lançamento de Livro

Jornalista - Félix Miranda

Sábado, dia 17 de Dezembro
a partir das 14 horas

Apresenta
Geopolítica internacional
O Mundo da Mentira & Hipocrisia - 2005/ 2011

328 páginas, consagradas ao estudo, análise e críticas, sobre:

• As consequências da descolonização desastrosa de Angola
• As grandes manobras diplomáticas internacionais
• Os conflitos entre o poder real e o poder virtual
• O federalismo de Angola e a luta contra as assimetrias sociais
• A morte do nacionalismo e a neo-colonização
• As crises políticas, económicas e militares que se abatem sobre a Europa e o mundo
• O avanço imparável da China e o recuo do Ocidente
• Os demónios africanos e o afundanço de África
• O islamismo e o conflito de civilizações…

Estão convidados todos os amantes do saber, com particular realce para os estudantes em Ciências políticas, Relações internacionais, actores políticos, sociais e não só.

O livro estará a venda ao preço de 4 000 Kwanzas


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