No dia 16 de Julho de
1945, o Cruzador Americano Classe Portland USS Indianapolis deixou o porto de
San Francisco na Califórnia, levando uma das menos desejadas cargas de todos os
tempos: as peças principais e o Urânio enriquecido para a Bomba Atômica
"Little Boy", lançada sobre Hiroshima algumas semanas
depois. Com extremo cuidado, este belo navio lançado ao mar em 1930 levou
um total de 10 dias para chegar ao seu destino final, em 26 de Julho de 1945,
na pequena ilha de Tinian, no Arquipélago das Marianas, de onde o bombardeiro
Enola Gay decolaria para uma das mais mortíferas missões já
executadas. Após a "entrega", os 1.100 tripulantes do
Indianapolis, incluindo seu capitão Charles Butler McVay III pareciam ter tirado
um peso enorme de suas costas, e cumprindo ordens, chegaram à Ilha de Guam e
fizeram troca de parte da tripulação. O cruzador deixou a ilha em 28 de Julho,
seguindo para Leyte, nas Filipinas, onde esperariam pela aguardada ordem de
invasão ao Japão.
Este alívio pode ter
sido um dos principais motivos da tragédia que se seguiria. Durante seu trajeto
de Guam até Leyte, o Capitão McVay manteve uma velocidade de 12 nós sem zigzag,
deixando de realizar uma manobra básica para dificultar o lançamento dos torpedos
japoneses na região. Mas às 00:14h do dia 30 de Julho de 1945 o submarino
japonês I-58 percebeu a "displicência" de seu alvo e lançou 2
torpedos que atingiram o Indianapolis em cheio, afundando-o em 12 minutos.
Cerca de 300 tripulantes morreram na hora, e os 800 restantes foram atirados ao
mar, em pequenos botes ou apenas com seus coletes salva-vidas.
Mas foi ao cair na água
que os marinheiros do USS Indianapolis perceberam que seu sofrimento tinha
apenas começado. 30 minutos após o naufrágio foram avistados os primeiros
tubarões, atraídos pela grande quantidade de sangue no mar, devido aos mortos e
feridos no local. Desesperados, os marinheiros tentavam em vão afugentar os
terríveis predadores, mas um a um marinheiros eram dilacerados pelos enormes peixes
e arrastados para nunca mais voltar. Naquela primeira madrugada só se ouviam os
gritos na escuridão, e ao nascer do Sol estima-se que mais de 100 marinheiros
haviam sido devorados pelos tubarões.
Aguardando ansiosamente
por um rápido resgate, os marinheiros tentavam resistir aos ataques, e
esperavam não serem as próximas vítimas, imaginando que a ajuda chegaria
rapidamente. Porém, a missão "atômica" do Indianapolis era tão
secreta que poucos sabiam sua rota, e os náufragos do Indianapolis foram
encontrados apenas 4 dias depois de forma totalmente acidental, pelo Tenente
Wilbor Gwinn, durante um vôo de rotina.
Dos 800
tripulantes que haviam sobrevivido ao naufrágio, apenas 321 foram resgatados
com vida. Cerca de 500 homens foram devorados pelos tubarões, ou sucumbiram à
fome, sede e desidratação causada pela ingestão de água salgada. O
desastre do Indianapolis não foi divulgado imediatamente pelo Exército
Americano, que esperou o lançamento das bombas atômicas, e apenas no dia 15 de
Agosto de 1945, logo depois do Presidente Truman anunciar ao mundo a rendição
japonesa, a Marinha Americana anunciava a perda de um de seus principais navios
no Pacífico.
O submarino japonês que
afundou o Indianapolis rendeu-se em Setembro de 1945 e foi afundado pelos
americanos em 1946, como alvo para exercícios militares.Este episódio é
conhecido como o maior ataque de tubarões a seres humanos já documentado. Seria
uma "punição divina" pela participação em uma das mais terríveis e
covardes operações bélicas de todos os tempos ?
Na cidade de
Indianapolis existe um Memorial ao navio batizado com seu nome, onde estão
listados todos os mortos na tragédia. Uma lembrança de uma das mais
aterrorizantes histórias da Segunda Guerra Mundial.
http://www.oarquivo.com.br/temas-polemicos/historia/326-a-aterradora-historia-do-uss-indianapolis-bomba-atomica-torpedos-e-muitos-tubaroes.html
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