domingo, 31 de maio de 2009

A Leste do paraíso


E depois, claro, é sacramental, Cristo abandonou-nos. As naus afundaram-se e uns restos assomaram à superfície, e convieram, juntaram-se, catalizaram um novo Portugal. Um sabor a bordel nacional. Portugal já não é a Pátria, é um trágico bordel apátrida. É um gigantesco supermercado onde tudo e todos se vendem.

«29.05.2009 - 09h59 - Homem do Bussaco, Portugal
Em Dacar o tédio abate-se sobre as almas como um húmido miasma. Alguma coisa havia que fazer... mas transformar a embaixada num bordel é questionável.

PÚBLICO ÚLTIMA HORA

29.05.2009 - 13h31 - Anónimo, Algés
Tem perna alta, riginha, estaladiça, apetitosa, tudo firme. Quem nunca provou carne escurinha, não sabe o que é comer bem.

29.05.2009 - 18h11 - luiz celso s. anunciação, Salvador-Bahia-Brasil
Deixem o Embaixador Montenegro curtir a chegada da sua aposentadoria com as jovens gatas senegalesas, o mesmo está mostrando que ainda tem muito gás acumulado. Estou morrendo de inveja dêle.

29.05.2009 - 08h36 - Uma preta, Amizade Portugal/Senegal
Nojento... nojento... nojento. São estas 'coisas' que dignificam um País?! Embaixador??? Agora vem para Portugal gozar a sua reforma a 100%. Julgamento? Para quê? "As gajas eram pretas"! Abominável!!!!!

29.05.2009 - 13h07 - Eu tb quero ser embaixador, Ainda em Portugal
Então?! ... e não há fotos para a malta ver? Assim não vale... compreendo a tentação - o Senegal deve ser uma mina!

29.05.2009 - 09h50 - X-Ato, Cacilhas, perto de Almada...
Pelos vistos, finalmente uma embaixada que serve para alguma coisa! Doutro modo, trabalhar no Senegal até que era uma grande seca!!! Pelo menos levam para lá míudas e não míudos... espera-se que não sejam menores. Seria interessante começar a inquirir o que se passa nas nossas outras embaixadas por esse mundo fora...

29.05.2009 - 12h12 - cooperante, porto
Tudo isto são ciumes e disputas, no machismo Africano mulheres são quase mercadoria. A disputa é que os ocidentais têm mais graveto e luxo para sacar as mais belas mulheres e os Senegaleses não perdoaram, toca a bufar. Deixem-se de falsas moralidades e de manifestações de ignorância nos comentários, sabem pouco da vida e nada de Africa. Quando estive num Pais vizinho do Senegal, foram-me oferecidas raparigas para sexo pelos proprios irmãos. Por isso estou com o Papa, não bastam preservativos para tanta "promiscuidade"

29.05.2009 - 10h51 - Zé, lisboa
Tudo certo. Prostituição, aborto, casamento gay e lésbico, eutanásia... Este é o Portugal do Engenheiro Sócrates, sempre no seu melhor... na linha do Freeport, Banco de Portugal, Caixa Geral de Depósitos, BCP, BPP, BPN... e as minas de S. Domingos (ou será ALJUSTREL???)...

29.05.2009 - 10h39 - Miguel Eufrásia, porto
Aplaudo! Isto é Portugal a exportar o que faz de melhor. De uma intelegência e coerência brutais.

29.05.2009 - 11h10 - maria, lisboa
não sei do porque as pessoas se admiram... a diplomacia portuguesa, e não só, é conhecida por este tipo de "hábitos"!!! tal como banqueiros, empresários e políticos, jornalistas... muitos são abafados, outros não! ele há alturas em que são meninas e outros em que são meninos! nada de mal... se não fosse a proveniência do dinheiro!

29.05.2009 - 10h06 - Ferreira, Braga
Ó pessoal, o homem só estava a tentar rentabilizar o espaço da embaixada e ganhar uns trocos afinal um embaixador não deve ganhar o suficiente para sobreviver. Uma vez que uma embaixada é solo nacional no estrangeiro e como cá em Portugal nos estamos a ser fud…. todos os dias, o embaixador acho que também podia fud…. outros la!!!!!!!!!

29.05.2009 - 13h19 - Carlos, Lisboa
Envolvido em prostituição com a idade que tem é caso para dizer que mesmo velhinhos os portugueses não deixam de ter um comportamento terceiro-mundista.

29.05.2009 - 12h37 - Felicidade, Mó-de-Cima
Cooperante 12h12: A Prostituição é a profissão mais antiga, isso todos sabemos, e não acontece só em África. É chocante ver irmãos vendendo irmãs por dinheiro! A maioria das mulheres africanas não é emancipada, obedece aos homens (pais, irmãos, tios) e não entendo como alguém que conhece os costumes africanos use a pobreza (em toda a sua vertente) e ofereça a "embaixada" portuguesa, para tais usos. Se o embaixador quiser abrir um bordel e isso for permitido no país, tudo bem, pede a demissão e vira empresário noutro lugar, que não seja a embaixada. Se ele, com a idade que tem, apronta destas, imagino como "honrou" as embaixadas anteriores onde esteve.

29.05.2009 - 13h09 - r, usa
prostituicao e 1 termo relativo. No seu termo mais reconhecido envolve o pagamento de 1 acto. Mas no seu termo mais vago, e 1 qualquer que vive com outro sem amor simplesmente com o intento de desfrutar da sua capacida financeira. O mundo esta cheio de prostitutas!!!

29.05.2009 - 17h42 - portuguesa envergonhada, lisboa
é verdadeiramente revoltante o que se passa nas altas esferas políticas e financeiras de Portugal! não há palavras para tanta indignação!!!!! é só o que sei dizer, uma pessoa de bem fica sem fala perante notícias como esta... e como a do Cadilhe a receber 10 milhões de euros.... credo! que obscrenidade, que desgosto!!

29.05.2009 - 17h29 - poquer, Lisboa
Andar a fornicar com o dinheiro dos outros. Querem melhor vida?

29.05.2009 - 13h43 - José do Telhado, Azambuja
Embaixada de Portugal transformada na "maison" da Madame Blanche ! É giro, mas sempre é melhor que andar atrás dos "putos" da Casa Pia ! ISSO É BASTANTE MAIS ANTI-NATURAL ! É bastante mais degradante e criminoso, e Portugal tem envolvida nesta "linda" prática, muita gente importante e conhecida !

29.05.2009 - 12h05 - Pelo menos não eram rapazes!!!, Lisboa
Bom, sendo diplomatas é uma sorte que pelo menos o negócio tenha sido feito com raparigas e não...rapazes!!! É que a percentagem de gays naquele ministério é de quase 75%!!!

29.05.2009 - 12h03 - E. Fernandes, SAC, Loures
Mais um para se juntar ao clube do Jorge Ritto. Será que, tal como o sr. Ritto, não é a primeira vez que este senhor trás problemas? É que ninguem acorda de manhã no Senegal (ou outro) e decide montar uma rede de prostituição... Quando se descobriu o "talento diplomático" do sr. Ritto já o tinham posto a andar não de uma mas de duas embaixadas... Bem haja. Liberdade Sempre.

29.05.2009 - 11h43 - africano, Porto
Um homem não é de ferro ! Chega de Hipocrisia ! Embaixada é a residencia do embaixador ! Ó que há para fazer em Africa ? Talvez fod..., perguntem aos Africanos. Se foi com preservativo estás perdoado, finalmente encontramos um macho no nosso corpo diplomático! ...

29.05.2009 - 11h28 - Professor do proletariado, Merdaleja
Contrariamente ao que dizem os habituais maldizentes, aqui está a prova que as embaixadas portuguesas no estrangeiro atendem aos desejos mais íntimos de cada cidadão e até nos mais pequenos requintes. Se nos reportarmos a casos anteriores, o senhor embaixador Dr. Jorge Marques Leitão Ritto, foi acusado de na República Federal Alemã (Stuttgart), no reino de Marrocos (Rabat), e na República da África do Sul (Pretoria) ter molestado crianças. Para debelar esta grave calúnia, o senhor Presidente da República sr. Doutor Mário Soares no seu segundo mandato de 13-01-1991 a 09-03-1996 condecorou o senhor embaixador com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique em 10-09-1991. Esperemos pois que o actual Presidente da República senhor Professor Aníbal Cavaco Silva, para mostrar a proverbial infalibilidade das suas decisões, condecore com igual galardão o senhor embaixador Dr. António Montenegro. Será um justo prémio por quem repetindo os feitos de antanho, continue a espalhar a fé cristã e ocidental. Quanto ao segurança Omar, resta-nos dar-lhe também um proverbial conselho "Qu’il aille se faire enculer par un sénégalais". Invejosos e mentes perversas existem por todo o lado. Deus nos guarde

29.05.2009 - 09h07 - Luiza Marin, Campo Grande
mas qual é o mal então lá por ser embaixador não pode levar umas miudas para casa? Não prejudicou ninguém. são mesmo caretas e invejosos. se gosta de curtir acho que faz bem dsde que elas não revelem segredos diplomáticos da NATO tudo bem»
PÚBLICO ÚLTIMA HORA

Assassino é decapitado e crucificado na Arábia Saudita


Agência AFP JB ONLINE

RIAD - O governo saudita decapitou nesta sexta-feira um homem acusado de ter matado duas pessoas, e crucificou o corpo sem cabeça em uma praça pública de Riad, informaram as autoridades e grupos de defesa dos direitos humanos.

Ahmed al-Anzi foi condenado à morte pelo brutal assassinato de seu pai e de seu filho em 2008 em Riad. Ele também era acusado de comportamento homossexual e posse de material lascivo, segundo um comunicado emitido pela agência oficial SPA.

A execução foi condenada pela associação Anistia Internacional (AI).

A decapitação dos condenados à morte é corriqueira na Arábia Saudita, mas a crucifixão dos corpos é muito mais rara.

Trinta e oito pessoas já foram executadas na Arábia Saudita desde o início deste ano. Mais de cem (102) foram executadas em 2008.

20:13 - 29/05/2009

Imagem: http://tortura.wordpress.com/category/tortura-medieval/

sábado, 30 de maio de 2009

O 'gozo' de ser ministro no Quénia (e em Angola)


ÁFRICA. Gastos descontrolados

O Governo do país africano é um dos maiores e mais caros do mundo
Cobram até 24.000 € ao mês enquanto 60% da população vive com dois dólares diários

Joana Socías Nairobi

EL MUNDO

Actualizado sábado 30/05/2009 17:06 horas

Um presidente, um vice-presidente, um primeiro-ministro, dois vice-primeiros-ministros, 42 ministros, 50 assistentes de ministros, outros tantos ajudantes, carros de luxo, dietas para o ócio e um soldo mensal de até 24.000 euros. São as credenciais do Governo do Quénia, um dos mais caros do mundo apesar de que mais da metade dos 40 milhões de habitantes do país vive com menos de dois dólares por dia.

O Gabinete da antiga colónia britânica não só tem a duvidosa honra de estar entre os mais caros do mundo, senão também entre os maiores e os mais ineficientes. Segundo as estimativas dos peritos, manter semelhante aparato custa aos cidadãos do Quénia o equivalente a 500 milhões de euros anuais. "O dinheiro que nos custa o Governo bastaria para construir cinco auto-estradas de 50 quilómetros cada uma. É o dobro do que o Quénia recebe para ajuda ao desenvolvimento do Banco Mundial", declara Mwalimu Mati, director executivo do Mars Group, um 'think tank' local que se dedica a controlar os cargos políticos.

Por si as vantagens que desfrutam os ministros e membros do Governo não foram suficientes, a injustiça clama ao céu quando se trata de soldos. Um jardineiro, um guarda de segurança ou uma senhora da limpeza, os trabalhos mais comuns entre 80% da população do Quénia, ganham não mais de 40 euros por mês. Um deputado cobra cerca de 12.000 euros mensais, e os que ademais de ocupar um assento no Parlamento são também ministros, embolsam até 24.000 euros mensais. Boa parte só se recebe em conceito de dietas, umas prestações que estão isentas de impostos e que os deputados se negam rotundamente a submeter ao agravamento.

Carros, motoristas e guarda-costas
O dispêndio oficial explica-se facilmente. Cada ministro queniano tem à sua disposição três carros, todos Mercedes, ademais dentre dois a sete guarda-costas assim como dois motoristas. Ademais, gozam de dietas para o vestuário e calçado, vivenda, gasolina, ócio, entretenimento e ajudas à família.

Enquanto o presidente, Mwai Kibaki — que cobra 34.000 euros ao mês —, não se move sem o seu comboio de sete carros e uma vintena de guarda-costas que lhe acompanham aonde vá. O mesmo com o primeiro-ministro, Raila Odinga, a quem faz pouco mais de um ano atacava na oposição a extravagância dos servidores públicos. O líder do Movimento Democrático Laranja (ODM, em inglês) abandonou recentemente um acto público arejado depois de comprovar que não lhe haviam colocado o tapete vermelho nem instalada uma retrete privada. E numa das suas últimas aparições públicas, recordou o agravo que supõe que o seu soldo seja inferior ao do vice-presidente, o qual recebe todos os meses 30.000 euros do erário público.

As cifras são absolutamente desmoralizadores num país onde o último informe económico que precisamente elabora todos os anos o Governo mostrou que a cifra de quenianos que vivem com menos de um dólar por dia aumentou em 2009 de uma maneira "alarmante", situando-se em 22,8%. No total, estima-se que à volta de 60% da população vive com menos de dois dólares diários, enquanto o desemprego alcança cotas de 40%.

Odinga, da oposição ao luxo
O descontrolo absoluto do gasto chegou com o Governo de coligação que faz ano e meio nasceu para pôr fim à tentativa de guerra civil que o Quénia sofreu depois das eleições presidenciais de Dezembro de 2007. Com acordo entre os dois principais partidos, o Partido de Unidade Nacional (PNU, em inglês) do presidente Kibaki e o ODM do primeiro-ministro Odinga dividiram-se os ministérios, uma estratégia que serviu para contentar a todos, mas que na realidade não fez mais que complicar e encarecer uma já de por si lenta gestão administrativa.

Assim, o que antes era o Ministério da Saúde, com o acordo do governo dividiu-se no Ministério dos Serviços Médicos e o Ministério da Saúde Pública. As batalhas pelas competências do sector entre os seus respectivos ministros são o pão de cada dia. O mesmo sucede com as Obras Públicas e a Educação, ministérios chave que se encontram paralisados pelas disputas entre ambos partidos.

Mas, apesar do insulto que supõe aos quenianos os soldos dos seus representantes políticos, não é isso senão a corrupção que realmente está pondo em xeque a um país que pretende sair do clube dos "países em desenvolvimento" em 2030. A má utilização de fundos, os subornos e as comissões governamentais são habituais nos círculos políticos, segundo denunciaram pessoas conhecedoras do Parlamento.

Escândalos 'por erro'
Só neste ano, dois escândalos — ambos nas mais altas esferas — conseguiram esgotar ao máximo a paciência dos quenianos. A princípios do ano, supõe-se que várias empresas vinculadas a altos cargos do Governo venderam ao exterior milho da reserva estratégica do país, enquanto o Quénia sofria um deficit que fez disparar o preço deste bem básico até ao dobro do seu valor de 2008. A brincadeira custou 30 milhões de euros, que são os que o Governo teve que gastar para importar milho, e deixou a 10 milhões de pessoas em situação de emergência alimentaria.

Também no princípio do ano, a imprensa local publicou que uma quantidade de gasolina valorada em quase 100 milhões de euros desapareceu dos depósitos governamentais em 2008. E, o último escândalo, faz apenas umas semanas, quando se descobriu um "erro tipográfico" na elaboração do orçamento, que supostamente foi inflacionado pelo ministro da Economia, Uhuru Kenyatta, em 90 milhões de euros. O assunto terminou como costumam terminar os assuntos sujos no Quénia: cobrindo-se com um denso véu. Nunca um ministro no Quénia se demitiu depois de se destapar um caso de corrupção que o envolvesse.

Assim mesmo, alguns deputados filtraram a opinião pública que os subornos a deputados na Câmara Baixa — algo que asseguram é muito frequente — oscilam entre os 500 e os 2.000 euros, dependendo da "sensibilidade" da matéria. Como declarou uma fonte parlamentária a EL MUNDO "os deputados passam de sapatos poeirentos, a vestir trajes italianos e a conduzirem carros alemães num ano".

Imagem: O presidente queniano, Mwai Kibaki, à esquerda, chega ao Parlamento em Nairobi. Reuters

História Universal (5). O Rei Salomão


Uma das questões que mais problemas ocasionaram ao rei David foi a sucessão. Por uma parte estava a casa de Saúl.

CARLOS IVORRA

Agora que os tempos eram bons, era fácil que surgissem correntes nacionalistas israelitas (anti-judias) que reclamaram um rei israelita. Debaixo de um ou outro pretexto, David fixou-se-lhes para executar todos os descendentes de Saúl que pudessem reclamar o direito de sucessão. Só restava um filho aleijado, incapacitado para reinar, pelo que David acolheu-o na sua casa, como mostra de boa vontade para a casa de Saúl. Mais problemas lhe ocasionaram os seus próprios filhos. Era costume entre os monarcas orientais dispor de um harém tão numeroso como fosse possível. Isto dava uma imagem de magnificência tanto aos súbditos como aos estrangeiros. Una forma de selar uma aliança com outro povo era incorporar ao harém uma das suas princesas. Era toda uma honra. O problema era que as distintas mulheres rivalizavam entre si, e todas tratavam de que os seus filhos gozassem de maiores privilégios frente às das demais. Particularmente delicada era a questão de qual deles herdaria o trono. Era frequente que quando o rei morria, um dos filhos matasse os seus irmãos, dirimindo assim toda a disputa pela sucessão. Sem dúvida, uma jogada inteligente podia ser matar por sua vez o rei e os irmãos, enquanto estes estavam desprevenidos esperando a morte do seu pai.

A monarquia de Israel era jovem, mas caiu em todos estes tópicos. O filho favorito de David era Absalão, a quem foi gradualmente ganhando partidários até que em 970 reuniu um exército contra o do seu pai e marchou contra Jerusalém. David foi colhido de surpresa, mas seguia sendo um bom estratega. Em lugar de resistir a um assédio na capital (seria humilhante) logrou escapulir-se, fugiu para o outro lado do Jordão, organizou todas as tropas leais de que podia dispor e voltou a Jerusalém, onde não teve dificuldade em afastar o seu inexperiente filho. David ordenou capturá-lo vivo, mas Joab considerou mais prudente matá-lo.

A crise alentou os israelitas descontentes com um rei judio. Um benjaminita chamado Seba encabeçou um levantamento que David sufocou com relativa facilidade. Ainda que o rei demonstrou pela segunda vez ter as rédeas bem apertadas, o certo é que estas rebeliões mostravam que o seu governo não estava tão firme como ele pretendia.

Entretanto morreu Abibaal, o rei de Tiro. Em 969 foi sucedido por Hiram, que seguiu impulsionando a expansão dos fenícios pelo Mediterrâneo. Parece que foi por esta época quando os fenícios aprenderam a orientarem-se em mar aberto mediante as estrelas, o que facilitou as grandes expedições a terras longínquas.

Voltando a Israel e ao rei David, em 961 estava já próximo da morte e as tensões da sucessão eram maiores que nunca. Ao que parece, David designou como herdeiro a Adonias, seu filho maior depois da morte de Absalão. Adonias contava com o apoio de Joab, o chefe do exército e com o de Abimelec, o sacerdote. Sem dúvida, a esposa favorita de David era Betsabé, a qual gozava de certa influência, a necessária para intrigar a favor do seu filho Salomão. Ganhou o apoio do general Banaías, que sem dúvida viu a possibilidade de substituir a Joab, e do sacerdote Sadoc, que viu a possibilidade de substituir a Abimelec.

(Carlos Ivorra, é professor na Universidade de Valência, Espanha. Faculdade de Economia. Departamento de Matemáticas para a Economia e a Empresa.)
Traduzido do espanhol.

Imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Star_of_David.svg

Angola 1963. Henrique de Carvalho


Capital do distrito de Lunda, na Província de Angola, com a população de 58.853 habitantes, é uma cidade acolhedora e agradável no carácter tropical da sua fisionomia.

Permite conhecer as Cachoeiras de Dala, no rio Chicombe, espectáculo de beleza invulgar e impressionante que se impõe à admiração do forasteiro.

O Museu do Dundo justifica uma visita, pela reunião de elementos valiosos que apresenta.

A rematar, cite-se, também, o imprevisto carácter do folclore indígena, tradicional e caprichoso, mais um atractivo que se oferece à apreciação de quem o queira conhecer.

Usa a cidade as armas que lembram a epopeia que representou a expedição ao Muatiânvua, pelos trabalhos que acarretou aos seus componentes, e, em especial, ao seu chefe, major Henrique de Carvalho.

Tomou-se em atenção, também, o facto de a antiga Saurimo, ser a capital de Lunda, vasta região cortada por grandes e vários rios, correndo do Sul para Norte, na sua maior parte atravessados naquela famosa expedição.

In Agência Portuguesa de Revistas. 1963

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Lixo Tóxico Humano


Os desígnios misteriosos de Deus? Temê-lo para sermos escravos dos banqueiros e especuladores. Quem destruiu a economia portuguesa vem construir a economia angolana?!

Pelo andar das plataformas petrolíferas e dos estádios de futebol… custa-me a entender, mas quem manda em Angola? É o lixo tóxico humano estrangeiro.

É o tom paternalista, neocolonialista, lapidar, que estas personagens carregam e induzem-nos na subtileza de que um é o Presidente de Angola, outro o Vice-presidente. E ainda outro ministro da Economia, e mais ainda outro governador do BNA, Banco Nacional de Angola. Parecem mandatados para neocolonizar. Idiotas e similares… ANGOLA ESTÁ NA MISÉRIA, desestabilizada, não a desestabilizem mais. Vocês não entendem nada, absolutamente nada de Angola.

José Severino presidente da AIA, Associação Industrial de Angola, acredita que a medida do Governo (sobre as OT, Obrigações do Tesouro), vai animar o mercado e poderá dinamizar o empresariado que pode negociar e capitalizar o Estado, para evitar a emissão da moeda, nem tão pouco repetir os erros do passado. In semanário AGORA

António de Almeida Santos, líder do PS, Partido Socialista Português
Angola está em pleno desenvolvimento e o nível tecnológico que Portugal possui, assegurou "pode ser muito útil para este país, no futuro".
Sublinhou, por outro lado, que os portugueses sabem que podem investir em Angola e os angolanos em Portugal; " não é necessário que se repita isto todos os dias".
Confessou que tem uma "velha paixão por Angola e África em geral" e orgulha-se pelo facto deste país estar a alcançar um desenvolvimento económico satisfatório.
ANGOP

Armando Vara, vice-presidente do Millennium BCP, "está a chegar o momento" do desenvolvimento económico de África e o sistema bancário tem um papel fundamental nesta evolução.
"A melhoria registada em África [e em particular em Angola] foi imensa. Os negócios podem agora ser feitos com uma margem risco e de segurança que antes não era possível", disse Armando Vara na conferência "Relações Económicas Portugal Angola", em Lisboa.
A importância de em Angola "a economia muito informal ter de passar para a economia formal". "Só traria vantagens, pois geraria poupança e fomentaria o crédito e o investimento, ajudando ao desenvolvimento do país", salientaram os responsáveis.
Armando Vara garantiu também que os bancos portugueses "podem fazer a diferença", pois estão ao nível dos melhores do mundo.
"Os bancos portugueses são bem geridos e têm boa reputação. Além disso acrescentam valor", destacou o gestor.
Diário Económico

Luís Mira Amaral, presidente da comissão executiva do Banco BIC, alertou para o facto de a economia angolana não estar imune à crise internacional.
No entanto, realçou que "não vai impedir o país de crescer".
"Em Angola há poupanças e liquidez nos bancos suficientes para financiar a expansão da economia", garantiu.
Contudo, sustentou que o mercado angolano não é para todos: "Angola não é para empresas com dificuldades, mas para quem tem capacidade de expansão e uma visão de média a longo prazo".
Diário Económico

Rodolfo Lavrador, administrador da Caixa Geral de Depósitos (CGD) referiu que a estratégia em África passa por desenvolver a presença em Angola, Moçambique. "É absolutamente crítica a presença em Angola", sublinhou.
Diário Económico

Belmiro de Azevedo e Daniel Bessa defenderam ontem à noite a importância de Angola para o combate ao desemprego em Portugal, como destino de emigração e dos produtos da exportação nacional.
Belmiro de Azevedo apontou o exemplo concreto de Angola, "seguramente um país que pode atrair muitas pessoas. Está no princípio do seu desenvolvimento e como tal dispõe de muitos empregos e não precisa de trabalho muito qualificado". Quer dizer… é um país de super burros.
Daniel Bessa classificou Angola como "o país do mundo que mais contribui para resolver o problema do desemprego em Portugal"
"Há 40 anos, os portugueses habituaram-se a vender para Angola coisas que não prestavam e que em muitos casos nem chegavam a entrar naquele país. Quem continua a pensar assim que se desengane: hoje a situação é diferente"
Apesar deste crescimento das exportações para Angola, o ex-ministro de António Guterres sublinhou que é apesar de tudo "um lugar de risco", pelo que é preferível "não pôr todos os ovos"
PÚBLICO ÚLTIMA HORA

Luís Mira Amaral. O sector financeiro angolano está longe de ser atingido pela crise mundial e não há motivos para os angolanos se preocuparem com os seus depósitos, segundo Luís Mira Amaral, antigo ministro da Indústria de Portugal e presidente do BancoBic Português.

Falando em Luanda, numa palestra sob o tema “Basileia II e a crise financeira”, numa promoção do BancoBic, Mira Amaral afirmou que a crise que o mundo vive pode servir de oportunidade para Angola e que o país deve preparar-se para receber mais investidores estrangeiros. “Para o investidor importa muito o potencial de crescimento de uma economia. No caso de Angola, ainda que a economia abrande um pouco, o crescimento será de dois dígitos. Na Europa há economias estagnadas e outras a entrar em recessão”, reforçou.

Depois de elogiar o papel do Governo e do Banco Nacional de Angola, o qual comparou, em termos de competência, com bancos centrais dos Estados Unidos e da Europa, na forma “sábia como conduz a política monetária e cambial”, Mira Amaral explicou que a economia angolana ainda é pouco bancarizada e carece de expansão. Na sua opinião, à medida que a banca for crescendo vai aprender com os bancos americanos e europeus em termos de controlo de riscos operacionais e de crédito.

“Angola não é atingida no sistema financeiro, porque a banca angolana não tem nada a ver com o que se passou nos Estados Unidos, está totalmente imune e não há qualquer problema quanto a isso”, afirmou Mira Amaral

As sugestões do antigo ministro da Indústria de Portugal parecem ir ao encontro do Programa de Governo do MPLA, partido que vai governar o país nos próximos quatro anos. Diversificar a economia para criar mais empregos e, por via disso, eliminar a fome
Jornal de Angola

O primeiro-ministro português, José Sócrates, destacou hoje o "trabalho notável" que o Governo angolano tem desenvolvido e que permitiu transformar Angola num dos países que "mais tem crescido economicamente".

"Venho aqui dar uma palavra de confiança a Angola no trabalho que o Governo angolano tem feito que é, a todos os títulos, notável. Basta olhar para os indicadores", disse José Sócrates

Insistindo que Angola "é um dos países que mais tem crescido economicamente", o chefe do Governo disse que "cada vez que Angola progride, evolui e melhora, isso enche de orgulho qualquer português".
PÚBLICO ÚLTIMA HORA

Sandokan, 13/05/09 11:57
E ele a puxar para outro lado. Quando o Berardo entra numa empresa, é para destruir. E, no processo de destruição, os €€€ vêm parar ao bolso dele. É um abutre!
Diário Económico

Imagem do BCP: ALTO HAMA

Angola 1963. Malange


Capital do distrito do mesmo nome, na Província de Angola, com a população de 162.462 habitantes, é ponto de partida para agradáveis excursões.

Citem-se, de um modo particular, as quedas de água dos rios Luando e Cuanza e Bencasados, dignas de nota pela beleza do seu efeito; a baixa de Cassange, observada de Quela ou de Cabatuquila, na época da floração algodoeira, espectáculo de rara beleza; o lago de Carumbo – um dos maiores de Angola – e, ainda, as grutas de Caiolo.

O Museu Diamang é, sem dúvida, um elemento cultural que também não se deve deixar de visitar.

Na constituição do escudo de armas da cidade tomou-se em consideração que o seu pequeno fortim serviu de base às operações de ocupação dos territórios de Cassange e de Lunda, e que a povoação construída em redor foi também, por muito tempo, importante entreposto de comércio com o interior, sobretudo no que diz respeito à cera e ao marfim.

In Agência Portuguesa de Revistas. 1963

quinta-feira, 28 de maio de 2009

A Epopeia das Trevas (10)


Reino Jingola também muito conhecido por reino das Conferências.

Vim ao mundo no reino Jingola, mais um quilombo de concentração de renda… e claro algures no Golfo da Guiné. Convivo com o cinismo e a hipocrisia que ultrapassam o Monte Kilimanjaro. Não consigo distinguir se é um reino, uma república, ou um principado. Também ninguém sabe o que é, ou o que vai ser. Actualmente é uma ilha cercada de fortificações por todos os lados. Tem petróleo, diamantes, uma rádio, uma televisão, e um jornal. E a aspereza da nobreza é vitalícia.

É-me extremamente difícil andar constantemente sob os aguçados, apontados fios dos canos das armas sempre apontadas e que ao menor estrilo… pum! bum! catrapum!
Dum lado fome, do outro miséria. Por cima estado de sítio, por baixo repressão. Atrás polícia, à frente prisão. É árduo, dizem os tiranos, é o caminho da desolação. *
*(alusão à obra de W.S. Maugham, O Fio da Navalha. N.A.)

Sinceramente… não entendo! Primeiro os portugueses, depois os russos, cubanos e mais os do Leste europeu comunista. A seguir alguns negros conluiados outra vez com os portugueses, brasileiros e chineses.

Os portugueses e alguns negros arrastam-me outra vez para o pau, apanhar tautau. Amarraram-me as mãos outra vez, desnudaram-me na cintura outra vez. Outra vez com o chicote batem-me nas costas, parece serpente, e esticaram-na de língua afiada. O neocolonizador lança-a com força, outra vez, como se fosse um dardo. As minhas costas já têm o calejar de tanto apanhar. Evito com dificuldade que não me bata nos seios, porque receio ficar feia. Porque depois o meu príncipe não me vai namorar, bolinar, vai-me abandonar e dirá: os teus seios, os colonos te roubaram… então volta para eles…. Não te quero!

Depois das primeiras chicotadas já não sinto dor. Desvio o pensamento para o mais profundo da minha floresta, e lá está o rio da minha meninice. Vejo-me nele a pescar, e depois peixe para secar. E encanto-me com o meu canto: o que parece um pássaro xirico desencanta-me, apoquenta-me.


Estou super cansada, à espera do momento eterno. Sentada, instalada no meu voltaire. A noite olha-me de soslaio, convicta da minha vã magnificência. Só as noites são magníficas, eternas, nós somos apenas seus efémeros convidados.

Porque é que o nosso cérebro se sente feliz quando “ouve” música?
Falta serenidade neste mundo amaldiçoado, e sempre por alguns ameaçado. A História ensina-nos a mesmice. Desentendo porque nos deixamos por eles dominar, escravizar. Se são sempre os mesmos, e já o sabemos, porque aceitamos a sua eterna condenação de nos matarem à fome? É porque gostamos de viver na eterna violência das revoluções. Gostamos de pegar, lutar com armas para matar, fazer infindáveis revoluções por causa da fome. Acabamos uma revolução… e damo-nos outra vez conta, que os nossos dentes não têm nada para mastigar. Somos os eternos idiotas da História.

Imagem: Angola em fotos

Angola 1963. Novo Redondo


Capital do distrito de Cuanza Sul, na Província de Angola, com a população de 21.105 habitantes, chama a atenção para as fortalezas do Egipto e de Quicombo, e o colonato europeu de Cela.

Sob o aspecto paisagístico proporciona-nos a serra do Amboim e a região de Quibala, pontos de visita de excepcional grandeza e encanto.

As grutas de estalactites na estrada de Seles, a caça de aves ornamentais e o seu museu, merecem todo o apreço e justificam uma visita.

Teve origem o brasão de armas no ofício de 12 de Janeiro de 1769, em que o Governador D. Francisco Inocêncio e Sousa Coutinho dá conta para Lisboa dos resultados do reconhecimento da costa de Angola e da escolha do porto, que denominou Novo Redondo, «onde se edificaria uma povoação muito bem situada, cheia de excelentes palmares e com um rio de água doce, sempre corrente.

In Agência Portuguesa de Revistas. 1963

quarta-feira, 27 de maio de 2009

História Universal (4). O Rei David


A Bíblia chama Israel o reino de David, mas na realidade nunca foi um reino unido.

CARLOS IVORRA

Constava por uma parte de Israel propriamente dito, que ocupava os dois terços setentrionais do território, e do reino de Judá, na parte sul. Os israelitas nunca acabaram de considerar Judá como parte do seu povo. A Bíblia esforça-se por ocultar este facto porque foi escrita por judeus, mas o ver-se obrigados a recorrer a um rei judeu deveria ser humilhante para os israelitas. David era consciente sem dúvida destes problemas e empregou toda a sua diplomacia em dissimulá-los. A sua primeira medida foi cambiar a capital (os israelitas não toleraram muito tempo serem governados desde o centro de Judá). A cidade ideal era Jerusalém. Estava situada na fronteira entre ambos territórios, era uma cidade amuralhada fácil de defender. Esta era por sua vez a sua maior virtude e o seu maior inconveniente: Jerusalém era tão fácil de defender que israelitas, judeus e filisteus nunca puderam conquistá-la. Continuava em poder de uma tribo cananea, os Jebuseos.

Dalgum modo, em 990 David fixou-se para tomar Jerusalém. A Bíblia não explica como o fez, assim que é provável que empregara alguma treta não muito honrosa. Tão pouco é fácil explicar o porquê dos filisteus tolerarem impassíveis a ascensão de David. Dalgum modo, David convenceu-os de que trabalhava para eles, mas depois da tomada de Jerusalém os filisteus exigiram-lhe que abandonasse a cidade como prova de lealdade. David negou-se e assim entrou em guerra. Sem dúvida, os israelitas estavam agora crescidos pela sua notável vitoria em Jerusalém e David dispunha de bons generais. O resultado foi una vitória completa sobre os filisteus, que desde este momento abandonaram para sempre toda a ideia imperialista. Retiraram-se para as suas cidades tradicionais e pagaram tributo a David.

Uma vez estabelecida a nova capital em Jerusalém, os esforços de David para unificar o seu reino bimembre encaminharam-se até à religião. Desde que os filisteus destruíram o santuário de Siló, os israelitas não tinham nenhum centro religioso comum. Cada aldeia adorava os seus deuses locais em pequenos altares, situados especialmente nas colinas (sem dúvida um vestígio da antiga cultura nómada dos israelitas: os pastores estavam acostumados a venerar os seus deuses celestes em lugares elevados). Dentre a fértil mitologia israelita, a parte que mais possibilidades unificadoras brindavam era a referente a Moisés e a sua aliança com Deus. Em torno dela conservava-se a Arca da Aliança, que os filisteus capturaram e conservaram na cidade de Quiryat-Yearim, ao norte de Judá (os filisteus temiam os deuses estrangeiros tanto como os seus próprios, assim que não se atreveram a destruir a Arca, e tampouco a introduziram no seu território). David levou a Arca a Jerusalém e situou-a num santuário próximo ao seu palácio. Ainda que ele mesmo exerceu boa parte das funções sacerdotais, nomeou sumo-sacerdote Abiatar, o único sobrevivente do grupo de sacerdotes que Saúl fez executar por considerá-los partidários de David. Possivelmente foi neste período quando começaram a tomar forma as lendas bíblicas que apresentam as doze tribos de Israel viajando unidas pelo deserto às ordens de Moisés ajudado pelo seu Deus.

Unida política e religiosamente a nação, David viu-se com forças para iniciar uma expansão imperialista. No fundo isto pode ver-se como uma medida mais para unir o seu povo com um sentimento de superioridade patriótica. Um a um, conquistou os reinos hebreus de Amón, Moab e Edom. Logo avançou ainda mais para Norte. Não intentou atacar os fenícios (seria um suicídio sem a ajuda de uma frota). Em seu lugar, firmou com eles tratados comerciais. Sem dúvida, submeteu a tributo as populações do Eufrates superior. Deste modo os israelitas viram-se donos de um império de dimensões respeitáveis. Os limites que Deus fixa a terra prometida quando fala a Abraão segundo a Bíblia são precisamente os deste império.

(Carlos Ivorra, é professor na Universidade de Valência, Espanha. Faculdade de Economia. Departamento de Matemáticas para a Economia e a Empresa.)
Traduzido do espanhol.

Imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Star_of_David.svg

Angola 1963. Gabela


Cidade de distrito do Cuanza Sul, na Província de Angola, digna de visita, consequência das suas belas paisagens, entre as quais se salientam as quedas de água, no rio Cuvo, quedas da Binga.


Algumas fazendas agrícolas, verdadeiras povoações, são motivo de turismo, com o espectáculo deslumbrante do seu café em flor.


Brasão de armas concedo por portaria nº 19.409 de 1 de Outubro de 1962.

In Agência Portuguesa de Revistas. 1963

terça-feira, 26 de maio de 2009

O Cavaleiro do Rei (20). Novela


Aqui também metemos muita água. Das mulheres abandonadas não é preciso falar. Basta olhar para as ruas dia e noite. As nossas Finanças não estão interessadas no trabalho dos contabilistas competentes. Com receio que eles desvendam os nossos segredos. Também quase nenhuma empresa, na verdadeira acepção da palavra, existe.

Na realidade são empresas de aventureiros, que exploram os trabalhadores e violentam as trabalhadoras. Nas nossas Minas Gerais, parece que não se sabe a quem pertencem, estrangeiros invadem-nas impunemente. É o regresso ao eldorado. São exércitos dos diamantes. A nova colonização na grande corrida ao oiro do Klondike.

Ainda não conseguimos desenvolver o turismo. Apesar dos locais serem obras-primas da natureza. O que fizemos até agora foi praticamente reconstruir os hotéis que existiam. Foram entregues a rapinadores que praticam preços, que só uma minoria suporta… Investimos para as minorias. A única industria que funciona é o liquido negro. Chega e sobra-nos muito bem. Além das pedras, que funciona mais ou menos, não necessitamos de mais nada.

A nossa justiça funciona muito lentamente. Quero dizer que os magistrados andam a pé. Isto é para evitar que a nossa justiça corra. A juventude tem o melhor que há no reino. Devemos investir mais nas maratonas. Nada de livros, para que não sejam desviados dos nobres objectivos que pretendemos. As obras do reino e a urbanização estão melhores que nunca. Basta passear nas ruas e observar a sua beleza de autor psicadélico.

No planeamento lembram-nos sempre que faltam os planos. Podemos afirmar que vivemos num reino de líquido negro. Infelizmente não chega para todos. Ainda ninguém conseguiu descobrir porquê. Acredito que um dia isso será possível. Na reinserção social, apesar do controlo estrangeiro, não conseguimos reinserir ninguém. Nunca ninguém me explicou porquê. Nas relações com os outros reinos, apenas conseguimos obter más relações. Ninguém gosta de nós. Temos que mudar os dinossauros das embaixadas, e colocar gente jovem. Mas que não sejam republicanos.

A saúde está muito bem como está. No reino todos nascem doentes. Para quê construir hospitais, se todos procuram curandeiros e feiticeiros? Os transportes não são necessários para ninguém. Exceptuando a nobreza, a quem mais servirão se não temos estradas, e não produzimos nada? Em relação à habitação, limitamo-nos a partir o que a plebe constrói. Em cima das árvores podemos fazer belas casas. Regressar às nossas tradições. Sigamos, reforcemos o exemplo do reino do Zimbabué. Partir tudo o que é casario.

Os nossos juízes do nosso Tribunal Supremo são as pessoas competentes para nos julgarem. Não entendo porque não o fazem. A população está cansada, martirizada do vermelho e preto. Mas com a ajuda chinesa o nosso vulnerável líquido negro vai longe, venerado. Nos próximos tempos no nosso reino, um salmo chinês será cantado.

Que viva para sempre a tristeza. A nossa felicidade é ver toda a gente triste. De vez em quando nas vossas intervenções públicas digam assim: a nossa luta actual é acabar com a fome. Isso agrada à comunidade internacional. A bandeira do nosso coração saiu… está no pau.
Nobres, declaro abertas as Cortes Reais!

Imagem: semanário AGORA
«Dêem tudo à criança o que ela merece». Conforme a propaganda governamental.

Angola 1963. Salazar


Cidade capital do distrito de Cuanza Norte, na Província de Angola, com a população de 74.082 habitantes, possui o cenário gracioso dos seus aprazíveis jardins e pomares.

Nos seus atractivos regionais inscrevem-se as ruínas da Igreja de Cambambe, a Fortaleza e a Igreja de Massangaro, a Fortaleza e a Igreja de Muxima, e, finalmente, o Dondo.

As praias do Ambriz com a sugestiva pesca, a coutada de caça, as quedas de água do Bembeje, no rio Lucala, assim como o carácter pitoresco dos costumes indígenas dos Dembos, concorrem para despertar o maior interesse.

A concessão deste brasão fundamentou-se na analogia de nome entre a cidade e o Homem de Estado que restituiu a Portugal o prestígio de épocas antigas. Teve-se, também, em conta que a mafumeira é uma árvore das mais típicas e úteis da região.

In Agência Portuguesa de Revistas. 1963

segunda-feira, 25 de maio de 2009

O Dia do que ainda resta da África (fim)


Eis a África dos celacantos.

E a África é, são os acampamentos de refugiados, onde não muito longe estão aparatos militares, milícias e palácios. E as guardas presidenciais são outro continente, outro poder… que nos aterroriza. Tirar fotografias ainda é muito perigoso… dá prisão sumária, sempre sem culpa formada. Qualquer um prende qualquer outro.

Entre este colonialismo Negro e o Branco, ainda preferimos o mais claro.

A nossa luta é os momentos constantes pela sobrevivência das ditaduras democráticas.

«Ainda Bulengo esteja muito mais assentado e organizado que o de Hewa Bora, a qualidade de vida é ínfima. As cabanas e locais, muito precários, estão atestados e em qualquer lugar noticia-se desnutrição, miséria, sujidade, desânimo.
Já não esperam nada, vegetam, repetindo de maneira mecânica as suas queixas – plásticos, medicamentos, água, escolas – quando chegam visitantes, sabendo muito bem que isso tão-pouco servirá para nada. Muitíssimos deles estão já mais mortos que vivos e, o pior, sabem-no.
E isto é quiçá o mais terrível espectáculo que oferece o Congo oriental: é o de dezenas de milhares de homens e mulheres aos que a violência e a miséria reduziram a pouco menos que à condição de zombies».
In Mario Vargas Llosa no Congo EL PAÍS

Há pessoas que nascem para incomodar, chatear, infernizar a nossa vida. O poder popular mantém-se, ainda não foi desmatado, desmantelado.

Aqueles, verdadeiros patriotas que sofreram na prisão, passaram apenas por uma perda de inglório tempo.
O dinheiro que resta, mais as receitas extraordinárias petrolíferas, esgotam-se na luxúria presidencial, na megalomania africana de ministros, vice-ministros, governadores, vice-governadores, infinidade de generalato, infindáveis directores de gabinetes. É impossível o dinheiro chegar para tanta gente. É uma maluquice. E quem demonstrar oposição… vai para a lista negra dos alvos a abater.

Da maneira que as coisas involuem, numa sinfonia aterradora de destruição, contaminação sistémica, infelizmente podemos também condizer que neste momento a África é o continente dos imbecis e canalhas.

É como qualquer um que actualmente em qualquer parte do mundo pode ser banqueiro… basta ser gatuno reconhecido ou corrupto… as democracias protegem-nos, são familiares, similares.

Já vejo outros campos de batalhas e infernos nas ruas. Ontem foi a hecatombe da religião, hoje será a imolação dos banqueiros.

Foto: semanário Agora

O Dia Mundial do que ainda resta da África (2)


Chouriço, vinho, futebol e currais para os porcos, corpos negros. África está num curto-circuito sem electricista. África das Luandas onde os generais ordenam às suas milícias atirarem a matar. África reinicia o novo ciclo berlinense. África dos degredados e da importação do lixo humano e demais produtos expirados, adulterados. África, onde as únicas coisas que funcionam são os gatilhos das armas ao desbarato.

«Muitos desempregados que laboravam em empresas quer do distrito de Braga, quer no distrito de Viana do Castelo também estão a tentar a sua sorte em Angola. “Até agora a grande maioria destes trabalhadores ia já com contratos, ligados às grandes empresas. Neste momento vão à sorte para procurar o seu próprio emprego».
http://www.correiodominho.com/

A África é como um navio fantasma, apenas se nota o seu pairar nas vagas da ilusão. A África é ainda… qualquer um é general. A África é um amontoado de generais com as suas milícias desorganizadas, treinadas para Pum! Pum! Bum! Bum!

Luanda é outra África onde reinam motas com escapes livres que disparam tiros e descontruções nocturnas de prédios. Isto é Luanda, um estado-falhado porque ninguém consegue dormir. E ninguém consegue um verdadeiro livro para ler. Luanda não conseguirá subverter os movimentos contestatários emergentes.

E muito dinheiro a risco nunca trás soluções, só problemas.
Oh! Agora são alguns negros com o português desta outra vez.
Quando as cabeças não funcionam, as disfunções governamentais estão presentes e a instabilidade social, total, também.

E o barulho que os autocarros chineses fazem ao desfeitearem nas ruas, parece um terramoto. Barulheira infernal… os prédios não vão aguentar, vão desabar, as ruas ibidem. Mas em África é tudo vitalício, incluindo as guerras até à exaustão e extinção. E as igrejas desfazem o homem negro, reduzem-no a restos humanos confusos. As igrejas e as suas religiões destroem a África.

Fizeram deus, essa invenção diabólica. As igrejas e os seus deuses enriquecem-se na pobreza cada vez mais negra. E quanta mais miséria, mais a igreja é galdéria. Na África há muitas feiras de armas, de livros… nenhuma. Há também muitas feiras de esfomeados e de escravos ainda colonizados.

«Sobre haver doutoramentos, vou citar um caso que me foi relatado por um colega (o Dr. Víctor Kajibanga) e que está até escrito numa revista de sociologia. Quando surgiu a ideia de criação do primeiro curso de Sociologia em Angola, quem se opôs foram (ao contrário do que se possa imaginar) sociólogos. Porquê? Por temerem concorrência. Só os incompetentes receiam que os seus estudantes os possam superar.»
In Paulo de Carvalho, sociólogo, em entrevista ao semanário O PAÍS

África tem muitas escolas e universidades nos campos de concentração. África é um jardim zoológico onde turistas observam a fauna humana a extinguir-se, a esvair-se. África, onde o melhor meio de transporte de bagagens continua a ser as cabeças das mulheres apátridas. Já não existe África, apenas coisas disformes com aparência humana.

Angola 1963. Luanda


Sede de distrito e de bispado, capital da Província de Angola, com a população de 164.540 habitantes, tem uma relação de monumentos de interesse, especialmente igrejas e fortalezas.

Sob o aspecto de paisagem, Luanda possui miradouros bem localizados e jardins aprazíveis.

Ponto predominante de beleza apresenta-se nas quedas de água do Duque de Bragança, espectáculo empolgante digno de admiração.

A caça aos búfalos em Cachari e Funda são importantes atractivos, não esquecendo, também, as famosas lagoas, admiráveis sob todos os aspectos.

Brasão de armas concedido por portaria nº 19.409 de 1 de Outubro de 1962.
Segundo opiniões mais ou menos dignas de crédito, a origem deste brasão deve-se ao facto de nossa Senhora da Conceição ser a padroeira da Sé e São Paulo o patrono da cidade..

In Agência Portuguesa de Revistas. 1963

domingo, 24 de maio de 2009

O Dia Mundial do que ainda resta da África (1)


Afinal as nossas vidas não passam de miseráveis colonialismos.

O dia dos estados-falhados, dos estádios de futebol inaugurados.
O dia dos generais e das suas milícias que militam nas suas leis e ditam a existência da mais atroz escravidão.

Onde a apetência estrangeira continua a encurralar o negro sempre no mesmo desencanto encalhado, enlatado das sardinhas. Negros enjaulados, electronicamente encapsulados. Os novos Brancos que chegam são mais aterrorizadores que os anteriores. Os novos colonizadores são bestiais armadores do que resta dos navios abandonados, naufragados, enferrujados.

Uns nas caravelas, outros com piranhas e mais outros de olhos rasgados, de jade cobiçados, enfeitados. Os caraveleiros sarcásticos com o rosto pasmado de corvos grasnam: «Chegou a hora da África.» Sim! Chegou a hora da África, de Angola. As prisões massivas dos novos libertadores recomeçaram. Outro e mais outro processo dos cinquenta iniciaram. Surgem no horizonte mais e mais contestatários a pregarem a continuação da liberdade prometida, esquecida.

«Não há condições humanas nas celas. O que me preocupou não foi a minha detenção mas a situação dos detidos com quem abordei lá dentro. O jovem lavador de carros por exemplo, foi preso sem processo e outro registo parecido. Corre o risco de lá ficar no esquecimento. Há outros casos semelhantes que lá estão à semanas e meses sem registo algum.
Os presos foram muito solidários. Torciam que eu saísse para poder reportar cá fora a situação injusta a que estão submetidos. Dormem no chão seco. Não se respira em condições devido ao mau cheiro de urina. Come-se mesmo ali” finalizou a sua mensagem.» Detenção de José Gama.
Edna Van-dunem
Club-k

África das igrejas e das religiões tumultuosas, enganosas.

Polícias e exércitos são, serão um fiasco. Esqueceram-se, vitalícios donos do poder?! O poder na África é de famílias, de pais que obrigam, desabrigam os filhos à fome. E a imposição do analfabetismo é modismo é dominação. O Povo é reciclado como o lixo dos aterros sanitários. E não são as chuvas que destroem Luanda, que desfiguram a África, são as comissões das empreitadas.

África arde, tem água e alguns bombeiros mas o valor-acrescantado é ineficaz para extinguir o incêndio. África é o Fausto das chamas, sucumbe nas conferências. Sempre enchouriçada, avinhada, estigmatizada da regressão colonial.

«Quem não leva o depósito do gerador ou o próprio gerador eléctrico ao posto de venda de combustíveis do Futungo, em Luanda, não leva gasolina.»
Mesu Ma Jikuka

Angola 1963. Carmona


Cidade capital do distrito do Uíge, na Província de Angola, com a população de 61.596 habitantes.

Além das ruínas da Sé de S. Salvador, a Fortaleza de S. José do Encoje, a Pedra do Feitiço e a Ponta do Padrão são motivos de grande interesse.

O museu etnográfico tem curiosidades regionais que despertam a atenção.

As serras do Uíge e do Pingano, assim como as paisagens que se desfrutam do Encoje e Ambuíla, são das mais belas.

A caça aos búfalos, e a reserva de elefantes são também atractivos para acrescentar ao folclore indígena que se patenteia em manifestações de curioso exotismo.

Concedeu-se à cidade de Carmona o direito de usar brasão de armas, considerando que o seu nome evoca o prestigioso Chefe de Estado que primeiro visitou Angola e atendendo, também, ao desenvolvimento e prosperidade da cidade e das áreas circunvizinhas devidos à cultura e comércio de café.

In Agência Portuguesa de Revistas. 1963





Breve História do Terrorismo Bancário (21)


Este hediondo problema poderia ter sido morto à nascença, se tivessem resolvido o gravíssimo "CASO BCP" em 2007/2008... Volto a afirmar que devido ao contágio do BANCO MILLENNIUM BCP em questões de crimes económicos e financeiros; estão milhares de famílias e empresas na falência total e seus bens extorquidos pela própria banca. Jamais voltão à sua vida normal... Existem provas mais que suficientes... Já venho a afirmar há anos... Os responsáveis continuam a sua saga da destruição económica no País e contentes...

Chover no molhado. Ponto da situação.
Primeiro, era apenas uma ‘sub-prime’ circunscrita aos Estados Unidos. Depois, a coisa virou recessão e envolveu todas as economias avançadas.

A globalização, associando tudo, juntou-lhe as economias emergentes. E hoje, para utilizar uma expressão muito em voga, já evoluímos para a pandemia: é à escala mundial que o PIB vai cair em 2009, algo nunca visto nos últimos sessenta anos. É dose!

Como a dose já dura há um ano, começa a falar-se de retoma. E aqui as opiniões coincidem: ela deverá iniciar-se já no decorrer de 2010. Como dizia o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, "estamos a aproximar-nos do ponto de inflexão do ciclo". Mas atenção! Vai ser tudo muito, muito devagarinho, com as variações do produto a não se afastarem da vizinhança de zero. E de 2011 ninguém fala. O pior que poderia acontecer-nos seria assumir que o pior já passou.

À recessão sucede o desemprego, em regra ao retardador. Daí que a situação, já de si muito má, venha ainda a agravar-se em 2010. Perspectivas da Comissão Europeia: a taxa de desemprego, tanto na Europa como nos Estados Unidos, deverá em breve atingir os dois dígitos. E em Espanha poderá mesmo chegar aos 20%, uma situação explosiva. Eis a que deverá ser, para nós todos, a preocupação do momento: com este desemprego poderemos estar à beira de uma tragédia.

Que a retoma, lenta no seu conjunto, se processe também a velocidades diferentes parece normal. São os constrangimentos que o determinam. Há países com défices orçamentais de tal modo elevados que já não têm espaço para estímulos: os Estados Unidos, a Inglaterra, a França. E há países com tais dívidas na ordem externa que até o custo do dinheiro é insuportável: a Irlanda, a Grécia, a Espanha.

É aqui que entra o nosso destino. Se são aqueles os constrangimentos, Portugal vai enfrentar os dois: o défice e a dívida. E ainda um terceiro, este específico: a nossa estrutura produtiva é de tal modo caduca que nem com salários miseráveis conseguimos competir. A seguir vem o óbvio. Quando a etapa da retoma se iniciar, estaremos curvados sobre uma bicicleta a cair de podre a pedalar furiosamente na cauda do pelotão.
Chove em Lisboa.

Bcp Crime
Imagem: http://ingridcerveira.blogspot.com/

EL DORADO 24 Mai09


Global Career Company Diz: Agosto 5, 2008 às 10:54 am
Oportunidade de emprego em Angola para estudantes finalistas angolanos que estao estudando no Brasil:

Fórum de Recrutamento “Careers in Africa” São Paulo 03 a 04 de Outubro 2008

Os Fóruns de Recrutamento Careers in Africa são eventos exclusivos, direcionados para os profissionais e estudantes recém-formados africanos. A participação é feita por convite para os quais os candidatos deverão inscrever-se previamente. Para se candidatar a participar no Fórum a decorrer no Brasil, deverá completar uma candidatura online (www.careersinafrica.com) e submeter uma cópia do seu CV mais actualizado. Assim que a sua candidatura esteja completa, considera-lo-emos para as oportunidades disponíveis em multinacionais angolanas nossas clientes.

As candidaturas deverão ser feitas por candidatos que reúnam os seguintes requisitos:

• Autorização para trabalhar em pelo menos um dos países PALOP
• Posse de uma Licenciatura ou qualificação profissional

Para mais informações visite nosso site: http://www.careersinafrica.com

Andre Luiz Diz: Agosto 6, 2008 às 7:12 pm
Ola sou Técnico em Telecomunicações Senior com varios anos de experiencia na area de comutação, transmissao, infra-estrutura e sistema celular.Possuo registro no CREA- Conselho Regional de Engenharia. E tenho disponibilidade dee atuação na frente de reconstrução da Angola. Sou bastante dinamico e de bom entrosamento em equipe fala bem o espanhol meu ingles e basico meu portugues e otimo desde ja estou grato por algum contato. Andre Luiz.

carlos wesley Diz: Agosto 7, 2008 às 7:41 am
gostaria de trabalhar em Angola na are de construção sivil sou eletricista cc linhas leves e pesados

JEFERSON Diz: Agosto 11, 2008 às 11:14 pm
sou tecnico de seguranca do trabalho, quais as oportunidades que estao abertas em angola

heyde Diz: Agosto 13, 2008 às 8:20 pm
trabalho na area de call center sou supervisora de atendimento e gostaria muito de trabalhar na angola;.

joseval nascimento da silva Diz: Agosto 14, 2008 às 12:03 am
ola bom dia sou eletricista ,tenho cursos e experiêcia comprovada em carteira ,gostaria de saber se tem campo em angola e como poderia participar de uma seleçao .

Geraldo Mariano Diz: Agosto 14, 2008 às 4:54 pm
Boa tarde. Sou Engenheiro Civil e tenho vontade de trabalhar em Angola.
Quais são as oportunidades?

cleuber Diz: Agosto 19, 2008 às 4:13 am
olá, gostaria de trabalhar em Angola, sou tecnico de saude e segurança do trabalho como posso ir trabalhar lá? sperando respostas….Obrigado!!!

http://engenhariacivil.wordpress.com/2007/08/25/mercado-de-trabalho-em-angola-2/#respond

Devaneios 24 Mai09


Autoridade
Continua a máfia do sistema bancário como dantes em que o BCP é o chefão da quadrilha... Isto tem a haver com o sistema da máfia bancária e da da elite financeira. As ajudas deles são um pacote de hostilidade, encoberta por uma fachada de ajuda que no final deixa as pessoas dependentes deles e muito mais enfraquecidas. Quem cai na armadilha deles vê com particular desgosto que perdeu toda a sua liberdade e auto-determinismo para a sua vida. Eles utilizam técnicas como criar um problema (por ex. diminuir o dinheiro em circulação), depois dão voz a meia dúzia de grupos que defendem que deve haver mais dinheiro em circulação e surgem com a solução de aumentar o crédito, que era o seu objectivo inicial quando criaram o problema. Essa técnica é usada há séculos pelas elites dominantes e chama-se problema-reação-solução. Portugal devia saír do Euro e voltar ao Escudo, como moeda mais fraca para deixar respirar a Economia Portuguesa. E quanto a uniões mais valia fazer uma união com os países de língua Portuguesa, que sempre deu provas de sucesso no passado, porque a União Europeia, mais me parece um recreio onde os macro-vigaristas lixam os outros...
JORNAL DE NEGÓCIOS

anlopes
O que vai acontecer ao BCP???????? Isto da cotação de hoje foi mágico. Até por volta da 10 horas já estavam cerca de 11 milhões de acções transaccionadas. Os valores chegaram a 0,557 por acção depois cresceu um pouco e até cerca dos 15 milhões a cotação chegou aos 0,58 e depois veio a fechar aos 0,60 e como já soubemos foram cerca de 18 milhões de acções. Pergunto: Quem andou a comprar e a vender???? Quem fez baixar a cotação para os 0,557 euros onde se movimentou em pouco tempo 2/3 das acções do dia??? Isto é o quê??????? A CMVM deverá PUNIR estes infractores, ou não??? Afinar o Estado dá garantias e "ALGUÉM" anda a fazer isto. Aonde está a MORAL perante os Portugueses que estão DEPENADOS e sem apoios??????? Estão a "ROUBAR" tudo.................., mas tudo...............Estamos a saque.
JORNAL DE NEGÓCIOS

Veja-se o exemplo que o BCP está a fazer no sistema bancário Português! Lógico será escusado dizer que o BdP também tem culpa...
Extorquia e tira saldos das contas das vítimas (clientes) silenciadas e indefesas, dando seguimento para o Banco de Portugal, como sendo dívida incobrável (CRC) por parte do cliente.
Assim desta forma criminosa por parte do BCP, o cliente fica cadastrado no BdP para toda a sua vida ou até pagar a dívida de incumprimento ao BdP...
E assim jamais poderá fazer qualquer movimento bancário em seu nome! Os responsáveis continuam intocáveis e ainda gozam com as vítimas...
JORNAL DE NEGÓCIOS

Anónimo RussiaÉ tudo muito engraçado em Angola, então se há reservas suficientes por que razão os estudantes bolseiros vivem ha mais de dois meses sem o complemento de bolsas, muita pobreza em Angola...Então onde está e para onde vão ou ficam essas reservas?angonoticias

Rui Camilo - Washigton DC caso estranho que o governador do BNA chama atenção ao povo angolano a fazer menos gastos nas dispesas. É quase impossível fazer poucos gastos, visto que Luanda está no racking das cidades mais cara do mundo. Epah cada malu co com a sua pancada.Angonotícias

sofredor da Radio senhor vice governador do banco, se há reservas financeiras suficientes, porque é que a Radio Naccional de angola não paga os salarios de janeiro e Fevereiro aos seus pobres jornalistas e os trabalhadores administrativos? o pressidente exonerou algums vices ministros o Manuel Rebelais continua a estragar a radio porque que o senhor PR, não manda este senhor bem longe da Radio. senhor jesus salve os trabalhadores da Radio estão 2 meses sem salarios..................Angonotícias


sábado, 23 de maio de 2009

A Epopeia das Trevas (9)




Introdução

Viver é subir nas montanhas do íngreme sofrer.
Viver é o eterno esperar do desesperar até morrer.

Não! Nunca serás convertida mas, uma estátua ser-te-á erigida, dirigida. Converter sons é comunicar com a nossa alma. O mundo está superpovoado e contudo sentimo-nos muito sós. Continuamos opressos pela solidão. Estamos, ocultamos que continuamos sós neste Universo muito próximos das multidões, mas distantes do que amamos.

Restam-nos as prisões dos nossos corações. Os inventos que se fazem encurtam as distâncias. Viajamos muito rápido para qualquer ponto do globo, mas os nossos corações continuam no flutuante, hesitante mais longínquo.

Não! Não serás convertida, espremida. Estás sempre omnisciente... e aflorada, inundada com beijos de paz das sementes progenitoras das saudades inclementes. Como um navio a navegar no mar da saudade.

Nos próximos tempos será impossível conceber planos a longo prazo porque nos embrulham em papel doirado. Prosseguimos na marcha inóspita do final de mais uma civilização. Porque nascemos na bênção da ilusão. Os especialistas da malvadez estão no trono outra vez.

Tentamos, lutamos para sermos felizes mas as doses letais da intolerância política, religiosa, social e económica fortalecem-se. Os poderes públicos dos homens que nos desgovernam são como o pandemónio do trânsito enlatado, do que resta do serpentear das cidades.

Esta é a década da corrupção, da conspiração genética que abrigou, colocou imberbes no poder. E vão arruinar, arquivar esta civilização.

Ah!.. E por quanto mais tempo assim continuarão (?)

Sendo maldoso por natureza, qual é a utilidade do ser humano?

E houve um tempo, este, actual, que inexplicavelmente só nasciam néscios. O tempo do contrariamente ao século das luzes, esta é a centúria da escuridão. Até a velha democracia da Álbion sucumbiu. Precisamos de um novo sistema político. Mais democracia não, nunca, jamais.



Angola 1963. São Salvador


Cidade sede do distrito do Zaire, na província de Angola, é uma das mais ricas em monumentos e beleza natural. Na serra do Canda, podem observar-se as quedas do rio M’Bridge, de rara beleza e muito visitadas por nacionais e estrangeiros.

Por toda a aba ocidental da serra, oferecem-se-nos outras quedas de águas, num maravilhoso espectáculo de cor e belo efeito.

É rica em fauna, salientando-se, entre variadas espécies, antílopes, pacaças e elefantes.

Brasão de armas concedido por portaria nº 10.409 de 01 de Outubro de 1962.

In Agência Portuguesa de Revistas. 1963

sexta-feira, 22 de maio de 2009

PACIÊNCIA de Arnaldo Jabor


Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados muita gente iria gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia.
Por muito pouco a madame que parece uma "lady" solta palavrões e berros que lembram as antigas "trabalhadoras do cais"...

E o bem comportado executivo? O"cavalheiro" se transforma numa "besta selvagem" no trânsito que ele mesmo ajuda a tumultuar...
Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o jeito do chefe é demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido uma "mala sem alça". Aquela velha amiga uma "alça sem mala", o emprego uma tortura, a escola uma chatice.

O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, até o passeio virou novela.
Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela internet estava demorando a dar o saldo, eu me lembrei da fila dos bancos e balancei a cabeça, inconformado.
Vi uma moça abrindo um e-mail com um texto maravilhoso e ela deletou sem sequer ler o título, dizendo que era longo demais.
Pobres de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para Deus.

A paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a paciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta.
Pergunte para alguém, que você saiba que é "ansioso demais" onde ele quer chegar? Qual é a finalidade de sua vida?
Surpreenda-se com a falta de metas, com o vago de sua resposta.
E você? Onde você quer chegar? Está correndo tanto para quê? Por quem? Seu coração vai aguentar?

Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar?
A empresa que você trabalha vai acabar? As pessoas que você ama vão parar?
Será que você conseguiu ler até aqui?
Respire... Acalme-se...
O mundo está apenas na sua primeira volta e, com certeza, no final do dia vai completar o seu giro ao redor do sol, com ou sem a sua paciência...

NÃO SOMOS SERES HUMANOS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA ESPIRITUAL...
SOMOS SERES ESPIRITUAIS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA HUMANA...

O Destino decide quem Você encontra na vida... Suas atitudes decidem quem fica.

Arnaldo Jabor, é cineasta e escritor brasileiro de grande audiência


Cortesia de Patrícia Guinevere

Emboabas


Chega mais um português aldrabão
vender-nos sêmea por farinha
passados dias já diz
esta Luanda é toda minha
(adaptado de António Aleixo)

Os emboabas são como os furacões muito violentos que onde chegam devastam, arruínam tudo à sua passagem.

«Enquanto isso não acontecer, enquanto os angolanos não beneficiarem dos dividendos da paz, as tensões políticas, sociais, tribais, regionais e raciais, vão de facto multiplicar-se e agravar-se e todo o terreno será fértil para se lançarem as sementes da confrontação, do ódio e da violência.»
MORRO DA MAIANGA

Isto complica-se, resvala perigosamente para o sem sentido. A REDE TERRAS na RÁDIO DESPERTAR denunciou o roubo, o saque, a pilhagem, a espoliação de terras pelos emboabas e anacrónicos. E Luanda também… está a saque e pilhagem.

As hordas ciganas emboabas avançam impunes na invasão para apanharem umas migalhas do crude, crudelíssimo.
Os emboabas são intratáveis, não dão para manter relacionamento. É a ciganada. Estão aqui apenas para nos açucararem. São o piorio das colónias, dos enxames de ciganos. Uma questão se impõe: com a extrema deterioração da economia angolana, como é que os emboabas sobrevivem? Roubar? Esmolar? Pilhar? Espiolhar?

Num terraço dum prédio no largo do Kinaxixi em Luanda, construíram uma empresa. É PROIBIDO! Mesmo nas barbas do GPL, Governo da Província de Luanda. Os comentários abrasadores sucederam-se: «se fosse nós!» «os angolanos estão proibidos de construírem nos terraços dos prédios porque ameaça a segurança deles e alguns já caíram, e os emboabas constroem e nós não?!» «quando matarmos um emboaba no meio da rua, que ninguém se meta porque vamos fazer grande matança»

Os emboabas e outros seguidores, amadores, parece que vão acabar com as ruas de Luanda e nelas construírem prédios. Então o que resta das ruas de Luanda vai acabar, e nelas prédios vão esticar.

E envenena o miserável emboaba: «lá em Portugal despede-se o trabalhador imediatamente.» Os emboabas são como os mosquitos e as moscas. Continuam com os óculos dos cegos a ver Luanda, Angola, África, como se estivessem nos anos dourados. Quando as companhias militares vinham para cumprir a soberania.

«Antigamente tinha-se medo da prisão caso se discordasse do poder instituído. Hoje tem-se medo de perder o negócio ou o emprego", disse, lamentando que haja "um medo de retaliações e de falar com desconhecidos ou ao telemóvel.»
Manuela Ferreira Leite, líder do PSD, citada no ALTO HAMA

Gatos-pingados, herdeiros genéticos dos ciganos metamorfoseados em matilhas de lobos esfaimados, destroçados. Aparecem sempre para revolver e vorazes rejubilam com algumas sobras. Como disse Manuel Alegre: «isto é uma volúpia pantanosa»
E o filho Caçula queixava-se que lhe doíam os olhos e a cabeça, devido ao excessivo olhar para os monitores dos computadores, e o miserável emboaba ria-se.

Não podemos opinar os nguetas nunca nos deixam falar. Tem medo da verdade, porque sentem, refugiam-se no exemplo da mediocridade da ignorância humana. Eles é que sabem tudo, ninguém sabe nada. Então esses que estão a chegar e a se acostar, encostam, não prestam para nada.

Por este andar também vão engraxar sapatos e vender nas ruas. Os chineses já o fazem. Para lhes sobrevivermos, para conseguirmos um pão resta-nos a guerrilha urbana… de ocasião.

Foto Club-k

Angola 1963. Cabinda


Cidade do distrito do mesmo nome, na Província de Angola, com a população de 18.752 habitantes, tem o atractivo imediato e singularmente espectaculoso da grande floresta equatorial de Maiombe.

As margens do rio Chilongo, com a característica própria dos climas tropicais, manifestam-se em aspectos de particular beleza, merecedores do melhor apreço e registo.

A praia de Malimbo, propícia à pesca desportiva, é também um agradável passatempo em todos os aspectos.

Cabinda mostra igualmente à curiosidade, os túmulos dos seus reis indígenas, entre outros pormenores tradicionais dos costumes que constituem precioso índice etnográfico.

Foi concedido à cidade de Cabinda o direito de usar escudo de armas, considerando-se que não é possível falar de Cabinda sem evocar a petição dos grandes da região para se tornarem súbditos da coroa portuguesa, o que deu origem ao Tratado de Simulanbuco; teve-se, também, em conta a extensão das suas praias e a propensão para as actividades marítimas de muitos dos seus naturais.

In Agência Portuguesa de Revistas. 1963

História Universal (3)


O Rei David

Contavam-se muitas histórias sobre ele, que o convertiam no herói grego por excelência, mas o que agora nos ocupa faz referência aos seus (numerosíssimos) filhos, que resultaram ser uma horda de poderosos bandidos, os heráclidas.

CARLOS IVORRA

Um deles desafiou um por um os soldados que o rei de Micenas enviou para expulsá-los da Grécia. As condições eram que se ele vencesse a todos, os heráclidas governariam Micenas, enquanto que se perdesse saíria do país com todos os seus irmãos, que se comprometiam a não voltar ao menos até cinquenta anos mais tarde (isto é, nas pessoas dos seus filhos e netos). O caso é que perdeu, pelo que os heráclidas foram-se, mas à terceira geração, cumprido o pacto, voltaram e apoderaram-se da Grécia. Evidentemente, os netos dos heráclidas eram os dórios que, por conseguinte, ao invadir a Grécia não fizeram senão voltarem à terra dos seus antepassados. É a versão grega da terra prometida dos israelitas.

Enquanto aos israelitas, depois da morte de Saúl encontravam-se completamente à mercê dos filisteus. Não obstante, Abner, o que foi o principal general de Saúl, retirou-se com parte do exército levando consigo Isbóset, o único filho de Saúl que ficou com vida, e retirou-se do Jordão, longe da influência filisteia. Os reinos hebreus, sempre hostis aos israelitas, aproveitaram a circunstancia. Assim o reino de Moab absorveu totalmente a tribo de Rubén. Entretanto, David aproveitou a situação e convenceu os anciãos de Judá de que o proclamassem rei de Judá, e estabeleceu a sua capital em Hebrón, uma cidade fortificada a uns 30 quilómetros da capital filisteia de Gad. Ao contrário de Saúl, o rei David era um astuto diplomata, e soube convencer os filisteus de que debaixo do seu governo teriam um fiel títere de que jamais teriam que preocupar-se.

David teve sorte: Isbóset discutiu com Abner por causa de uma mulher e este enfadou-se até ao ponto de iniciar negociações com David para ajudar-lhe a derrubar o que foi o seu protegido. David exigiu a Abner que lhe entregasse Mical, a filha de Saúl que foi sua esposa antes de ver-se obrigado a fugir de Guibá. Sem duvida David compreendia a importância de poder apresentar-se como genro de Saúl na hora de reclamar o trono de Israel. Abner entregou-lhe Mical e pactuou com David. Possivelmente cedeu-lhe uma parte do exército israelita. Logo Joab, o general de David que fazia de intermediário, matou Abner à traição, teoricamente por uma vingança pessoal (pois Abner matou o seu irmão, ou ao menos isso disse Joab), mas é mais provável que seguisse ordens de David, para impedir que Abner pudesse voltar atrás e revelar o pacto a Isbóset. David lamentou publicamente a morte de Abner, mas Joab ficou no seu cargo.

Cada vez estava mais claro que a casa de Saúl decaía, enquanto David se fortalecia. Talvez isso moveu a dois oficiais de Isbóset a cortar a cabeça do seu rei e levá-la a David. Não seria descabido supor que David foi o indutor desta nova traição, mas oficialmente mostrou-se mais consternado ainda que com a morte de Abner. Segundo a Bíblia, mandou matar os dois assassinos, cortou-lhes as mãos e os pés e foram pendurados publicamente junto ao estanque de Hebrón. Agora Israel estava sem rei. Numa situação tão crítica, debaixo da dupla ameaça hebreia e filisteia, a necessidade de um rei forte era indiscutível, e o único candidato era David, o poderoso rei de Judá, genro de Saúl. Uma embaixada israelita foi recebida em Hebrón, onde suplicou a David que aceitasse reinar em Israel e ele aceitou. Era o ano 991.

(Carlos Ivorra, é professor na Universidade de Valência, Espanha. Faculdade de Economia. Departamento de Matemáticas para a Economia e a Empresa.)
Traduzido do espanhol.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

O Cavaleiro do Rei (19). Novela


- Não sentem cheiro a peixe?! Temos que tomar medidas. Estas cortesãs estão a ficar cada vez mais porcas! Meu Deus! Que horror! – Escandalizou-se a rainha.
- A mim cheira-me a vinho. – Aveludou o rei.
- Epok… fala com os nossos amigos para arranjarem um alcoómetro. Detesto nobres bêbados. – Sentenciou o rei.

Sua majestade ergue-se, toma posição imponente, omnipotente. Demora-se um sem sentido para a TV reinante. Realça-se nos penachos por si instituídos. Demora-se como habitualmente, naturalmente até o sono começar a agitar os celacantos no poder. Finalmente inicia o discurso de abertura:
- Vice-reis, marqueses e marquesas. Chefes dos Exércitos de Terra, Mar e Ar. Nobreza em particular.

Faz ar muito pensativo, meditabundo, como se os imensos problemas existentes fossem apenas invenção dos republicanos. Reata o discurso habitual, a ver se a comunidade internacional vai na conversa, se condescende algumas sobras.
- O reino da Dinamarca está pobre, podre, quero dizer, o meu reino cheira mal. As populações morrem à fome. Rouba-se às claras. A corrupção está pior que piranhas. Devoram tudo. Não deixam sobras para ninguém. Temos que investir seriamente em mais cemitérios condignos, para receber os mortos, os quais já perdemos a conta. Vamos acabar com isto já… em seis meses. O único emprego que podemos oferecer às massas, é carregarem qualquer coisa nas cabeças. Os republicanos ganham terreno a toda a hora. A manter-se esta situação seremos afastados do poder. Os republicanos triunfarão. Os incompetentes, preguiçosos, gatunos, devem abandonar imediatamente o poder…ou seremos esmagados.

O rei olha para a assistência, que parece um campo semeado e não regado, e prossegue:
- Temos que investir já na criação de muitos empregos. Construir fábricas… e não perdermos tempo e dinheiro com construções que a ninguém serve. Um investimento custa cem milhões de dólares. No fim pagam-se duzentos milhões. Quem fica com o resto? Os vice-reinos estão abandonados. Não sei se ainda existem. Porquê a teimosia de investir só na capital? Os republicanos no vice-reino de Cabinda somam e seguem. Com tanta terra que temos, ninguém é capaz de plantar. E os que o fazem desistem porque ninguém os apoia.

Não temos capacidade para reparar uma simples picada. Não se esqueçam que importar é roubar empregos. Com tanto peixe e marisco que existe no mar e nos rios a população passa fome. Será que alguém vendeu o mar e os rios? Já não nos pertencem? Não me surpreenderia. Estamos a vender tudo… a vender-nos. Os combatentes e veteranos das sobras da guerra, lamentam-se da falta de apoios. Chegou-me ao conhecimento que um antigo combatente estrangeiro, que nos ajudou muito, um grande patriota, agora é tratado de colono. Estamos a ser maldosos. Só fazemos maldades.

Tornámo-nos num reino sem ciência. Estamos a formar analfabetos. Somos inimigos dos livros. Nem uma cantina conseguimos gerir. O comércio está todo nas mãos de estrangeiros. Vendem-nos o que nos seus reinos não consomem. A nossa comunicação social não transmite a realidade do reino. Os privados passam-nos à frente. A rádio dos republicanos se emitisse para todos os vice-reinos seria a nossa desgraça. A nossa mala-posta, correios e telecomunicações, diariamente pregam-nos cada partida, que chego a pensar em utilizar pombos-correios, ou um sistema adequado de tambores, com repetidores, para envio de mensagens.

O exército de terra deixa entrar, conluiem-se com estrangeiros que invadem o reino. Já são milhares. A recolonização está próxima é uma vitória certa. Na educação não educamos. Destruímos as escolas existentes, fingimos que temos ensino. Basta ver quantas bibliotecas temos. Não conseguimos que haja o gosto pela leitura. Contudo somos um país de poetas. Somos todos poetas, advogados, economistas, doutores. Para construir uma escola, gasta-se o dobro, o triplo. Esbanjamos o tesouro real. Convencidos que o líquido negro dura toda a vida. A água para passar nas canalizações, primeiro precisa de as rebentar.

Angola 1963


A província ultramarina de Angola, na costa ocidental do continente africano, com um milhão duzentos e cinquenta e nove mil quilómetros quadrados de superfície, corresponde sensivelmente à superfície global europeia de Portugal, Espanha, França, Suiça, Luxemburgo, Bélgica e Holanda.

O território de Angola confina com a África Equatorial Francesa, Congo Belga, Rodésia e Sudoeste Africano. A sua costa sobre o Oceano Atlântico prolonga-se numa extensão de mil e seiscentos quilómetros.

A natureza montanhosa de algumas zonas desta Província dá origem a que parte dos inúmeros rios que a atravessam se despenhem em cataratas de beleza surpreendente.

Refere-se o seu brasão de armas de modo concreto, à importante fauna do seu território, representada por duas das mais importantes espécies.

In Agência Portuguesa de Revistas. 1963