quinta-feira, 30 de setembro de 2010

COMUNICADO


Aguardamos a qualquer momento um comunicado da UNITA sobre a situação grave que Angola vive, é atravessa, não é?!

Imagem: jacaroadesandalia.zip.net

Ah! como é tão bonito


Ah! Como é tão bonito viver sem energia eléctrica e sem água
Ah! Como é tão bonito ver os nossos queridos governantes ordenaram selvagens destruições dos casebres dos idiotas sem petróleo para depois construírem os seus complexos turísticos, e neles empregarem estrangeiros desempregados e angolanos na recolha das sobras dos seus repastos.

Ah! Como é tão bonito ver os nossos governantes tão inchados de dólares transportados nos oleodutos bancários dos mercenários.
Ah! Como é tão belo viver no desemprego e ver os estrangeiros, bwé de chineses, como se fosse toda a China. E os estrangeiros da vanguarda corrupta comerem, beberem â farta e lançarem-nos olhares de desprezo, como se fossemos lixo. Têm razão, já o somos.

Ah! Esta independência que nos persegue e tudo nos tira e na morte nos desconsola.

Ah! Como é tão exuberante ver e ouvir o nosso rei falar dos seus negócios pessoais, impessoais, familiares, pois que Angola é toda deles. Não sabem?! Já privatizaram o Mussulu, até a igreja lá na ilha da Cazanga está a afundar-se, aquela da Ilha dos Padres. E no Wako-Kungo as populações espoliaram-nas e obrigaram-nas a refugiarem-se nas montanhas, como fugitivas de um grande maremoto. Já não são angolanos, são montanheses.
E no Lubango o governador – nomeado comandante de campo de extermínio – decerto diplomado pela GESTAPO – está a enviar as populações para as câmaras de gás que previamente construiu sob o olhar manhoso do nosso Fuhrer.

Ah! Como é tão bonito ver do palácio, devidamente protegido pelo exército particular, sentir, apreciar o desenvolvimento económico da miséria. Da estrangeirada que rouba impunemente as terras milenares dos autóctones apenas porque… SÃO NEGROS.
Ah! Como é tão bonito ver Angola entregue, vendida, empossada pelos estrangeiros.

Ah! Como é tão bonito ver a juventude tão sabiamente instruída nas universidades da delinquência, tão violentas.
Ah! Como é de beleza tão invulgar ver Luanda e tudo o que resta das cidades de Angola libertas de negros, porque com eles Luanda fica feia, tudo fica tão medonho, e ao enxotá-los para bem longe os estrangeiros e os falsos angolanos viverem numa boa, afastados dos negros imundos, tão porcos, tão chatos, tão animalescos.
Ah! PORRA! Fora com esses porcos!

Ah! Como é tão horrível ver as mamãs nas ruas escorraçadas pela polícia e similares, humilhadas, porretadas, até a miséria dos seus haveres confiscados apenas porque ousam lutar para não morrerem de fome.

Exigimos saber quem está por trás disto! Que seja demitido e julgado no Tribunal do Povo!

Imagem: zequinhabarreto.org.br

E já se avista mais uma solução final. Agora vão-nos matar todos com o fumo dos geradores deles


Em Angola, até já os escravos chineses nos ordenam.

Como ninguém já não confia na electricidade deles, entram em acção com os seus geradores da morte. Há que facturar, para acabar com o que resta das nossas vidas.

E sem energia eléctrica e água, construiremos uma nova vida e um futuro digno, promissor para todos os angolanos. O futuro sorri-nos, porque alcançaremos os mesmos níveis dos países mais desenvolvidos. E isto não será novidade para ninguém porque até os suplantaremos. O nosso petróleo navega na nossa miséria, e assim nunca irá longe.

Petróleo ultrapassa os oitenta dólares, e também a nossa miséria.

A eles só lhes interessa a extracção do petróleo e diamantes. O resto, a população, que vaguei nos caixotes do lixo. Por isso o nome correcto de Angola será: RPDA, República do Petróleo e Diamantes de Angola.

E a UNITA: «O governo não nos deixa fazer nada, despreza-nos, vamos reunir e depois emitiremos um comunicado»
Duas crianças discutem: «Você corrompeu o meu dinheiro, passa pra cá mas é, vou-te bater» e a outra: «Hum! Vou-te queixar no partido dos comunicados».

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Novos colonos in extremis


Luanda, 29 Set, 15.00 horas, em frente à Angop-Angola Press.
Estamos nas últimas consequências… sem energia eléctrica e água, como num maremoto seco mas muito destrutivo.

Os escorraçados para bem longe dos interesses petrolíferos e diamantíferos obrigados, acostados para qualquer local, usam o charme habitual para atraírem alguém que lhes deixe algum dinheiro em troca de algo, a venda do que têm para os compradores circulantes incessantes. Tudo segue na calmaria habitual até que de repente todos entram em pânico.

Fiscais do GPL-Governo (?) da Província de Luanda, escoltados por polícias atacam inesperadamente, assim mais ou menos como num campo de batalha sem dó nem piedade pelo inimigo. Como cavalos sem freios lançando espuma das bocas, arrastando, arrasando tudo o que lhes aparece pela frente, como se fosse o tal inimigo principal, espoliam meia dúzia de latas de gasosas e atiram-nas para a sua viatura com tal ódio, desprezo, desejo de destruírem a exígua lataria das pobres desgraçadas que não roubam o petróleo.

E como tal este é o castigo por não o fazerem. Porque quem rouba e corrompe tem os dias felizes. Eram quatro viaturas, um arsenal rodoviário. Duas dos fiscais e duas da polícia para raptarem meia dúzia de latas de gasosa às mamãs que tentam trabalharem honestamente. Quando estas coisas subsistem, significa que o governo se afoga nos dias que lhe resta. É sempre assim, não é?!

E a outra república de Angola – quantas serão? - a Sonangol, investe mais uns brutos milhões de dólares no banco BCP português. Não sendo para isto que votámos neles, mas pelos vistos na selva que eles insistem em promover nos caixotes do lixo, onde os milhões de sobreviventes da democracia que inventaram perecem como seres do lixo abjecto, primeiro aos poucos, é assim que se começa, e agora às manadas. Populações que a república da Sonangol gerou, sobre-humanas como que poluídas dos imensos derrames petrolíferos sem direito a indemnização.

Pois, esses investimentos ao acaso no país ocidental que elegeram para a vossa lavagem de dinheiro, foi em vão. Porque é por ali que sempre começam as revoluções, e elas já acontecem, e depois… ficam sem nada. Escravocratas angolanos que transferem a corrupção, o saque de Angola para um país europeu?! Vão ficar de bolsos vazios, assim como as vossas mentes vos espelham, sob o cândido abraço de um Sócrates.

Os biliões de dólares usados, abusados, não lhes dão nenhum trabalho. São-lhes presentes de bandeja, e de fato e gravata ridículos passeiam-se como príncipes de um reino ilicitamente angolano.

A falsa ingenuidade usada na destruição dos casebres por toda a Angola, alegando que é para o bem público, serviço do Estado, é na realidade a mais vil negociata. Tudo lhes serve para negócio enquanto as populações perecem pela fome. Nem o direito ã assistência médica lhes é oferecido. As populações têm o direito não adquirido de viverem ao ar livre, para intensa alegria de governantes que se deleitam com a morte de crianças a que hipocritamente classificam de: «O futuro da nação» e os cofres bancários esvaziam-se ainda em nome da revolução, sempre para os mesmos cada vez menos revolucionários.
Na outra independência o colonialismo era como este, e tornou-se impossível sustentar tanta opressão, daí a revolta.

Estes são outra vez tempos do germinar, crepitar da luta pela liberdade, independência e fim deste colonialismo e desta inigualável escravidão.

Imagem: humortadela.com.br/


Johannes Pinctu, o pretor da democracia angolana


Quanto mais o MPLA se apoderar e apodrecer do poder, assim mais trágico será o seu final. Em mais de trinta anos o MPLA ainda não aprendeu a governar. Uma coisa do seu aprendizado é certa: os destroços de Angola e dos angolanos.
Os movimentos de libertação são os sucessores, o apogeu do colonialismo, da destruição final de África e das suas populações. Os descendentes dos colonizadores governam-nos. E chineses à direita, chineses à esquerda, à frente, atrás, chineses por todo o lado… estamos cercados por chineses.

Inventámos a poesia da democracia angolana
e inaugurados no seu panteão restaremos
Neste senado romano consularizaremos
Ah! ainda não se move esta nossa democracia
da trovadoresca poesia

E do petróleo e diamantes nada sobrará para mais ninguém. Nós, os deuses do povo, assim o decretámos. E neste terceiro Reich da informação que implantamos, ficaremos fortes, muito ponderosos. Os nossos negócios serão infalíveis.

Agora com a santa aliança canónica, edificaremos em cada esquina uma igreja, é o melhor investimento. Sem gastos, suportados pelos crentes idiotas embandeirados no analfabetismo, as seitas safam-se, enriquecem na velocidade meteórica os seus sumo-sacerdotes, onde qualquer bispo cai das nuvens eleito pela vontade divina. Angola não pode ser nem nunca será apenas para alguns. E se assim se continuar, uma grande tragédia será inevitável. Angola não é de alguns revolucionários que nos impingiram a luta de libertação deles, e não libertaram nada. Basta admirar os caixotes do lixo, é lá que reside a liberdade plena do angolano.

Ah! este tempo e este clima, tão instáveis
como este governo
Não, não é um partido político
é um circo angolano itinerante

E onde ainda teimar existir um pedaço de terra resistente, lá o espoliaremos pretextando que é do Estado, logo nosso, deles, e lá ergueremos qualquer coisa. O mais importante é especular. Angola já não tem povo, tem ratos e moscas.
Insisto, para mim a democracia é uma poesia, e eu considero-me um poeta democrático. E o espírito democrático do 27 de Maio paira sob as nossas cabeças. E do céu do Politburo chove tanta miséria sobre as populações como nunca em Angola se viu. Libertaram o povo angolano e premiaram-no com a mais aterradora miséria. E riem-se com sarcasmo das promessas de uma nova vida.
Não, não! Os vossos debates são previamente dirigidos, tendenciosos. Isso não é democracia. Eu sou frontal… tudo que é anormal – mas existe algo normal?! – em democracia decide-se no tribunal. As nossas instituições democráticas funcionam a vapor sabiamente dirigidas pelo nosso sumo pontífice da política africana, mundial, planetária e panfletária. Eu antes de ser democrata já o era. Antes aticei-me contra o poder instituído, era uma estratégia, uma chamada de atenção sobre o meu intelecto. Como Júlio César: ave! Cheguei a Luanda, vi e venci.

A nossa missão é esfomear a população
De Kabinda ao Kunene já não é uma só
nação
É um descomunal campo de concentração
de esqueletos a vaguearem sem rei nem
o Roque
E neste império romano/angolano
uma Via Ápia calcetaremos com as ossadas
prendadas do nosso eterno soberano

As populações estão votadas ao abandono, há mais execrável miséria?! Não, não?! Saímos há pouco tempo de um conflito, de um campo de futebol militar que nos ceifou os campos da morte.

Nesta democracia diamantífera
Tão petrolífera, tão mortífera

Democracia é sofrer, é lutar pela liberdade. A nossa democracia executa-se nos deserdados, nos espoliados da terra, dos casebres. Democracia sem corrupção, sem roubos, sem desvios, não é, nunca será jamais uma democracia. E por isso mesmo democratizar, afogar a sociedade angolana, é espoliar. Não existem bens em poder da população, tudo é do nosso Estado papão. Por enquanto a nossa jovem democracia segue bem descarrilada no comboio sem vagões, sem travões. Ora não existindo povo, vamos acabar com ele, estão à espera de quê?! Todos os seus bens reverterão de facto e de jure para os cofres revolucionários do nosso querido e amado Politburo. A nossa luta é inquestionável e nas maratonas está o êxito da nossa revolução. Revolucionar é democratizar.

E a destruição de tudo o que era vegetal aconteceu inexorável. Os patrocinadores dos nossos especuladores imobiliários levam a devastação das árvores de Luanda que está um deserto de betão. Sem arvoredo, uma grande desgraça abater-se-á sobre Luanda como um poderoso feitiço dos grandes feiticeiros imobiliários. Sem vegetação é impossível viver. Os palácios medrosamente fortificados e amuralhados da nobreza, da baixeza dos nossos novos-ricos na revolta das águas sucumbirão.
Quando a coberto da democracia, banqueiros exercem a sua actividade bancária fortalecendo o terrorismo económico e financeiro, beneficiando da impunidade conivente do poder, é com certeza um final trágico de uma nação (?). E quando o silêncio das noites é catastroficamente interrompido pelo potente e estridente ribombar, metralhar dos mentecaptos dos escapes semoventes das motorizadas, é o recordar dos destroços da independência tão horrorosamente engavetada e congelada. Porque é que em Luanda se permite a poluição sonora? Porque os governantes só sabem fazer barulho.
Não, não! Em Angola não existe miséria, isso é uma engenhosa mentira da nossa reacção interna alimentada pelos estrangeiros que desejam que o nosso povo, o nosso Politburo, voltem ao passado das trevas coloniais. Vejam o nosso PIB democrático, como sobe nas alturas do nosso desenvolvimento actual e intelectual. Não dá para entender! Mas já têm a democracia plena, querem mais o quê?! Está bem, está bem, não há empregos, e agora com a invasão chinesa… mas encontraremos uma solução, mais um campo de concentração, ok! Fiquem calmos, serenos e atentos, nós trabalhamos para o bem do nosso querido povo. Tudo só para ele e em nome dele. Na continuação da miséria nacional está a continuação da nossa luta. Jamais se esqueçam que nós do Politburo instituímos a liberdade e a democracia em Angola. E por isso mesmo existem duas classes: os democratas e os escravocratas.

Como me sinto tão feliz quando contemplo os nossos campos da agricultura sem ela, mas de tão grandiosidade democrática neles lavrada.
Sentimo-nos na plenitude do dever cumprido. Nas ruas de Luanda amarguram-se as miseráveis vendedoras escorraçadas e espoliadas sem o seu Roque. É um dantesco espectáculo que aflige qualquer coração benévolo. Mas os precursores da democracia angolana ainda não exorcizados rejubilam perante tanta maldição. Isto não é um país, é um imenso navio lotado de escravos sob os constantes chicotes de meia dúzia de senhores negreiros. O comércio de escravos fortalece-se, é bom negócio, bate bem. Já chega, parem a independência e a vossa democracia. Queremos o nosso petróleo, os nossos diamantes, as nossas terras e os nossos casebres.

E se os governantes e o seu deus máximo não apoiam o livro, a leitura, então, estão à espera de quê?! E Angola que está com uma epidemia de pessoas VIP.
Para a minoria deles, quanto mais velho, mais ditador. Para a nossa maioria quanto mais velho, mais sábio. Esta democracia é um estado de alma, uma dominação, um ultraje ao nosso sonho de amor da nossa liberdade. E nesta luta de destruição nacional, no país da consolidada conjuntura analfabética, da juventude forçadamente prisioneira do inculto que se esforça no alcoolismo. E nisso se desenvolve e torna-se adulta. Que futuro aguarda este oásis de estrangeiros e alguns nacionais-socialistas? Nenhum, pois claro. Mas, apenas um, a anarquia, a impossibilidade de viver, e até da já esperança perdida no renascer. Nunca serás independente sem o retorno ao puro nacionalismo, porque perderás para sempre a tua independência e liberdade.

Uma coisa é certa. Há muita desvantagem
na aniquilação da democrática corrupção
Que tempos novos estes tão encantadores
tão democráticos
E levantei-me para enfrentar mais um dia
de democrática razia
E nesta galera escravocrata mais um dia
sem futuro nos vigia
E quem da nossa liberdade democrática discordar
nos tribunais populares terá de o provar
nesta democracia da fissuração
da independência sem Constituição

m povo obrigado a viver de festejos, fatalmente acaba na infelicidade. E neste nosso jogo de futebol, a bola é a fome.
«O que é que se passa com o sistema do Politburo?» Não sei! Porquê? «Está sempre a reinicializar»

Imagem: humortadela.com.br/


terça-feira, 28 de setembro de 2010

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

PIB chocante e seco



Sem energia eléctrica e água, eis o que resta do PIB de Luanda. Angola afunda-se, não há por aí um governo de salvação nacional?

«Manuel Nunes Júnior assaltado«


«Lisboa - O Ministro da coordenação econômica de Angola, Manuel Nunes Junior foi recentemente alvo de um misterioso assalto, em sua casa, em Luanda. Os “ladrões” teriam unicamente levado o seu laptop pessoal.

Fonte: Club-k.net Domingo, 26 Setembro 2010 23:44

O facto de ter a sua residência assegurada por guardas esta a levantar inquietações no seu circulo privado que apontam as suspeitas para todas as direcções. Há também descartadas deduções, suspeitando que tenha sido vitima do próprio regime afim de se apoderarem de eventuais informações privilegiada que mantinha.

Manuel Nunes Junior é uma das figuras que veio a ser preparado durante anos desde altura que se firmou como responsável do departamento de econômica da Universidade Agostinho Neto. Denota ofuscado nos últimos tempos perdendo importância para um outro Ministro de Estado, Carlos Feijó a quem o mesmo passou a responder. Há informações fiáveis segundo a qual o seu ministério será extinto. Os assuntos relacionados ao pelouro que dirige serão transferidos para o Chefe da casa civil.»

Ruínas arqueológicas maias em Luanda?


No que parece uma torre encimada por um altar para sacrifícios humanos, neste caso escravos chineses, os sacerdotes, neste caso brasileiros que parece esperarem-nos para os sacrificarem. Portugueses passam o tempo a fumar furiosamente, mortalmente. Não têm mais nada para fazer.

Nesta outra obra clandestina dos Ordens Superiores, onde tudo o que é ilegal se legaliza. Onde geralmente quem mais nada sabe fazer, destrói. E por aqui destruir é necessário. Isto passa-se nas traseiras da Pomobel, junto ao Zé Pirão.

Uma casbá clandestina em Luanda?


Ao fundo pode-se ver uma torre que parece insinuar uma casbá clandestina. Pelo panorama fácil se depreende que nada tem de arquitectura, e é um zero em construção civil. É mais pura destruição à solta. As obras clandestinas, ilegais do Ordens Superiores não se deitam abaixo, mas os casebres legais sofrem a violência dos predadores das demolições. Esta lixeira de construção civil é nas traseiras da Pomovel, junto ao Zé Pirão.

sábado, 25 de setembro de 2010

O esplendor da mente


O decano (?) dos jornalistas angolanos, Reginaldo Silva, no esplendor da mente. A narrativa que segue merece o prémio do jornalismo de composição.

«O prédio e o jardim de Benguela

A arquitecta Angela Mingas disse que é mais fácil construir um prédio do que um jardim. O antigo administrador de Benguela pensou da mesma forma. Vai daí investiu muito a sério num só jardim. Fala-se num milhão de dólares. Só que agora foi parar a cadeia. Moral da história: Se ele tivesse construído um prédio com aquela massa muito dificilmente teria sido preso.»

In morrodamaianga.blogspot.com

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Suposta filha de JES reivindica reconhecimento de paternidade


Lisboa - Uma suposta filha de José Eduardo dos Santos apareceu em Luanda para manter contactos com personalidades próximas a família presidencial a fim de poder vir a ter falar com o alegado para ter reconhecimento parternal do estadista angolano.

Fonte: Club-k.net

Será que também foi recrutada por organizações estrangeiras?

A jovem, agora senhora de 46 anos de idade apresenta-se com o nome de Ngutuika Josefa Matias. A mesma diz ser filha do PR angolano com uma fulana, Elisabeth Kaenje no período em que JES andou nos Congos como representante do MPLA. Josefa Matias terá nascido logo após o alegado pai ter partido para a extinta União Soviética estudar engenharia razão pela qual a senhora não foi registrada por JES acabando por ser reconhecida pelo padrastro que atende pelo nome de Matias.

Nos círculos de contactos, Josefa Matias alega que vêem procurando pelo seu pai biológico desde 1999 altura em que ela regressou dos Congos rumo a província angolana da Lunda-Norte fazer negócios. O assolar da guerra, no país terá dificultado com que ela fosse a Luanda.

De acordo com informações plausíveis a mesma ainda não se encontrou com o alegado pai mas terá tido contactos ou aproximação com familiares de JES da linha de Marta dos Santos e de Gaspar dos Santos, suposto tio do PR angolano.

De recordar que esta não é a primeira vez que aparecem filhos a reivindicarem paternidade de políticos ou importantes figuras do nacionalistas angolano. Em 2004, o Jornal de Angola deu destaque ao caso de um antigo jornalista da Vorgam, Charles Wandilika apresentado como filho do Presidente da UNITA, Isaias Samakuva. Na altura o mesmo jornal publicou em letras garrafais, e sem ter escutado o líder dos “maninhos”, o seguinte titulo: “Samakuva não reconhece filho legitimo”. Mais adiante ficou se a saber que Charles era apenas sobrinho de Samakuva que estava a ser usado pelo Jornal de Angola para uma campanha de manipulação contra Samakuva.

O Jornal de Angola foi bastante criticado pela falta de responsabilidade em causar eventuais danos a lar do senhor Samakuva. Entretanto, não se sabe se o jornal dirigido pelo polemico José Ribeiro ira falar também da suspota filha de JES, sem ouvir a versão do estadista a semelhança do fez com o líder do “Galo Negro”. Não há também certeza se Ribeiro voltaria ser irresponsável trazendo o seguinte titulo: “JES não reconhece paternidade de filha abandonada”.

Ou Será que o auto assumido “Ministro da propaganda” José Ribeiro ira dizer que a senhora Josefina “Dos Santos” foi recrutada por organizações estrangeiras para denegrir o bom nome do PR?

O Reino Perdido (reposição)


Governar é muito fácil… basta fingir que existe ensino para ter um povo analfabeto e facilmente o submeter à escravidão.

Desempoeirava os arquivos na Torre do Tombo de Lisboa quando me deparei com um manuscrito surpreendente.
A corte do Rei D. João V de Portugal, que reinou de 1706 a 1750, vivia faustosa das naus que chegavam e descarregavam ouro e diamantes brasileiros. Era o rei dos deuses. Crucificou cento e vinte milhões de cruzados no Convento de Mafra. O dízimo à igreja de Roma ultrapassou duzentos milhões. O Aqueduto das Águas Livres?.. o povo pagou. Um rei que ainda influencia reis actuais porque o copiam, suplantam-no. Insatisfeito, D. João V queria mais riquezas, o que prova que quanto mais se têm mais se quer, e ordenou os preparos de três embarcações com destino à Africa Ocidental, na deriva da rapina, no saque de mais ouro e diamantes.

Acabou-se a aparelhagem das naus que almiranteadas por D. Fuenteovejuna, desacostaram numa manhã sedativa. Usaram a prática de apenas os capitães conhecerem o destino da viagem. Chegaram às ilhas de Cabo Verde, fizeram a Volta ao Largo, depois ficaram à mercê dos bons ventos rumando para sul. Muito navegaram e bordejaram até ao encontro de uma grande tempestade que dir-se-ia os aguardava. As vagas não vagavam as naus que descombinadas perdiam o desejo, o ser de boa paz. Chuva e ventania intensificavam-se o que forçou as naus a largarem-se as mãos, e saírem da rota como países mal governados. Dias aziagos sucederam-se com esforços para não se afastarem, para continuarem como namorados, mas em vão, a nave capitã perdeu-lhes os vultos. O almirante do mar oceano Fuenteovejuna, não se surpreendeu quando se mareou que andava à deriva. Tal como os homens que fazem guerra, o mar também se cansa e amaina. Seguiu-se a dança do universo visível e um estafado marinheiro soltou algo parecido com um grito:
- Terra à vista!
- Louvado seja Deus Nosso Senhor! - Exclamou o capitão que acrescentou:
- Vamos consertar a devastação da tempestade, renovar os víveres e saber onde acostámos.

Exaustos, deitaram-se na areia fina do imaginário paraíso. A vegetação adensava-se e o sol rompia com a sua fornalha, o que levou Fuenteovejuna a profetizar:
- Chegámos ao país do sol!

Saboreava-se o amável convite da Natureza para bater sorna, mas o deleite não foi demorado porque das sombras da vegetação surgiram alguns seres humanos escuros, achocolatados. Um destaca-se, ergue a mão em sinal de cumprimento e Fuenteovejuna pergunta-lhe:
- Onde estamos, quem são?
- Watula! (já chegámos) saudaram os nativos na sua língua.
Fuenteovejuna, à James Cook na Austrália, sabiamente esclarece os seus homens:
- Meus senhores… parece que estamos no reino dos Watulas!
Viu a inutilidade da sua conversa porque os nativos não o entendiam. Esboçou-se, esforçou-se e marimbou-se. De repente surge uma jovem, uma natividade de extraordinária beleza que faz uma afirmação desconcertante:
- Eu entendo a tua prosa.

Fuenteovejuna olhou guloso para a jovem natividade, como alguém que não comia nada há muito tempo. Admirou-se, admirou-a, despiu-a mentalmente, aparentava vinte e cinco anos. Cor de chocolate claro, lembrava uma estátua de deusa perdida, à muito procurada pelo argonauta, uma lenda das maravilhosas ilhas encantadas que nenhum escultor ainda esculpira. Como um sonho nunca viajado, encontrado, nunca revelado. Os seios nus, erectos e mamilos de endoidecer qualquer hominídio, sugeriam que acabavam de aportar no paraíso perdido. A cobrir-lhe o sexo já publicitava, estampava a maravilhosa invenção da tanga. Fuenteovejuna esqueceu-se de Deus porque sentiu um arrepio de paixão terrena passar-lhe pelo centro do corpo. Rouquejou:
- O meu nome é Fuenteovejuna, como é que sabes a minha língua?
- Chamo-me Kufundisa, (fazer justiça) e a tua prosa aprendi nos computadores dos Dólares.
- Como se chama este reino e quem são os Dólares?
- Este reino, agora chama-se Ajimbila, (ficam perdidos) e os Dólares governam-nos, oprimem-nos... os Dólares chegaram aqui nalgumas naves especiais com pessoas brancas, a que o nosso povo estupidamente chama deuses e que conluiados com o rei absoluto, Ka Ubu (o eterno) nos zeraram as almas. Os nossos filhos precocemente sabem que a vitória da morte é certa. Não temos comida, não temos nada…somos zeros … para sobrevivermos bazámos para a selva. Todas as riquezas do nosso reino são para os Dólares, para Ka Ubu e a sua tribo.
- E vocês não se revoltam?
- Não dá, porque Ka Ubu e os Dólares têm muitos guardas, um exército poderoso e muitas armas sofisticadas. Quando nos apanham, e como somos da oposição, fazem tais feitiços que desaparecemos e os assassinos nunca são descobertos. Também extraem um líquido, a que chamam ouro negro, e é com ele que movem as máquinas dos Dólares, e da tribo de Ka Ubu. Também extraem muitos diamantes. Somos alguns milhões e morremos de fome… infindavelmente condenados às galés infortunadas. Os do Ka Ubu estão sempre em festas, e tem umas máquinas que se chamam rádios, e estendem-nos a tentação dos convites para as maratonas deles. Nesses dias bebemos muito e comida nicles. O nosso povo nesses dias usa o passatempo da bebedeira. Os únicos que lutam ao nosso lado, que nos apoiam muito são os Ecléticos. Eles têm uma rádio, mas é quase clandestina. Apoiam os nossos ideais de justiça e igualdade para todos. São uma verdadeira rádio de Kalunga. Espalham o embrião revolucionário da evangelização, a fraternidade, o amor, e noticiam… clamam, proferem sempre a verdade. As atrocidades dos Dólares e de Ka Ubu são oportunamente denunciadas, mas não deixam que o sinal da rádio vá muito longe. Quando os Ecléticos tentam longinquar o sinal e passar o direito à informação para todos, acusam-nos de malfeitoria, prendem-nos, ameaçam-nos, e se necessário libertam-nos para o universo paralelo da morte. Também contratam muitos estrangeiros aventureiros do piorio… malfeitores para nos perseguirem, nos explorarem… nem as nossas cubatas tradicionais a que eles chamam casebres escapam. Ka Ubu desinteressa-se das nossas vidas. Sobrevivemos mergulhando na prostituição. Ka Ubu aprecia muito a minha beleza, consegui-lhe fugir do harém mas a qualquer momento receio ser recapturada… ele quer que eu seja sua esposa, mas não aceito, não gosto dele… ninguém lhe gosta!

Fuenteovejuna, depois de ouvir tudo o que a bela Kufundisa disse, guardou um profundo silêncio, depois nublou-se e desanuviou:
- Minha beleza espectacular…
- Ah! Muito obrigada…
- … Kufundisa, apoiamos-te a restabelecer a paz, harmonia, justiça, para que não haja mais fome neste reino.
- E como o farás?
Fuenteovejuna não se sentia bem. A fofinha perturbava-lhe abria-lhe a alma. Claro que tinha outras intenções. Depois da aventura, se terminasse a contento comeria, sugaria todo o corpo, a beleza da Kufundisa. Decidiu-se:
- Vamos parlamentar com os Ecléticos, para que espalhem a sua rádio por todo o reino, isso é o mais importante… e quanto às armas que utilizam… tens alguma ideia?
- Sim! Falarei com o papá Akakakula, (dar o primeiro alimento a uma criança) era o nosso rei… continua muito bondoso, o nosso povo gosta muito dele. Foi destronado devido às ambições de Ka Ubu e dos seus amigos Dólares.
- Kufundisa, temos que espiar as instalações dos Dólares e Ka Ubu. Alguns homens vão contigo, depois idealizaremos um plano de ataque.
- Sim! Guardarei eterna gratidão por tudo o que fazes pela nossa liberdade, pelo nosso povo… mas por favor não te exponhas demasiado!
Olharam-se durante um profundo momento no universo dos seus olhos. Sentiram o feitiço inevitável que atrai as duas raças, as duas cores maravilhosas. O efeito do feitiço foi rápido, abraçaram-se, beijaram-se num ímpeto de quedas de Kalandula, avassalador de desejos perdidos, a aguardar o futuro prometido, ferido na angústia de tantas esperas.

Mais tarde, Kufundisa confundindo-se com a selva, reuniu-se com seu pai Akakakula, e o chefe dos Ecléticos, Mutongi (lutador). Akakakula apresentou a Fuenteovejuna algumas armas usadas pelos guardas de Ka Ubu e dos Dólares. Entretanto, os espiões enviados por Fuenteovejuna também se lhes reuniram e deram o ponto da situação.
Depois de Kufundisa conseguir instruir devidamente o manejo das armas, e de Mutongi prometer apoio na sua rádio com palavras em código aos resistentes, assentou-se que os alvos primordiais seriam o líquido, chamado de ouro negro. Sem este líquido, Ka Ubu e os Dólares chorariam amargurados.

Efectuaram-se vários ataques com sucesso. Ka Ubu e os Dólares preocuparam-se, porque viam as imensas riquezas fugir-lhes como areia ao vento. Ka Ubu convocou de imediato um dos muitos vice-reis e demandou-lhe:
- Não sabes quem está por detrás disto?
- Não, meu rei, não sei!
- Que morbidez…
Ka Ubu tinha que demonstrar a sua zanga, insatisfação, e o melhor para um rei é ver a cólera no seu rosto, gritar, e gritou:
- …seu mórbido, só pode ser essa maldita da Kufundisa, e do seu pai, esse oposicionista Akakakula.
- Sem dúvidas meu rei! O Mutongi dos Ecléticos está a passar uma mensagem na rádio dele da Kufundisa… ela diz que há muita corrupção no reino, e que vai tomar o poder com a ajuda de estrangeiros.
- Estrangeiros!? Quem, os Dólares!?
- Não meu rei, não são Dólares, são outros câmbios.
- Outros!?.. Quem!?.. Confisca-me a Kufundisa e o maldito pai dela. Vai-te e torna-te com ela… maldita azarada!

Com o auxílio dos Dólares facilitou-se imenso o chefe dos guardas de Ka Ubu capturar a fofinha, tenrinha Kufundisa. Já na presença da tirania, ressoa-se o fadário:
- Já nada me alumia… por causa de vocês donzelas caiem reinos, impérios… agora no meu reino nasceu uma revolucionária. Tu e o teu Toussaint l’Ouverture! Dar-te-ei uma bolinação que jamais esquecerás.
- Ai é! E que bolinação é essa?
- Kufundisa, não me omita, sabes que te desejo, que tenho todas as mulheres que quero. És a eleita, a privilegiada, a princesa do meu harém! Neste reino tudo e todas as mulheres me pertencem, e tu não és excepção!
- Não!!! Como disse um antepassado: até que as leoas tenham seus próprios historiadores, as histórias de caça continuarão glorificando o caçador. Somos corpos à espera no teu matadouro!
- Guardas, tirem-me daqui este tsé-tsé! Prisão com ela! Que o chicote a acaricie!

Na prisão, as encantadoras costas de Kufundisa ardem com o fogo das chicotadas. O sangue da injustiça escorre-lhe porque sempre existirão muitos oceanos injustos e quase nenhuns riachos justos. Mas Kufundisa era muito sacana porque nem lamento, gemido, pedido de misericórdia osculou.
Entretanto, Fuenteovejuna e os seus amigos tomam conhecimento da prisão de Kufundisa. A revolta alastra-se, alcança o auge. Os Ecléticos com a ajuda dos populares estendiam o sinal da rádio a todo o reino, e denunciavam que Ka Ubu e os seus amigos Dólares se aprestavam à rendição. A situação desfavorecia o chefe dos Dólares que tentou negociar com os revoltosos, mas em vão. Ka Ubu, sentindo-se só raspa-se para lugar de incertezas, para o exílio habitual de um reino amigo. Um grupo de pressão chefiado por Fuenteovejuna assola a prisão e liberta Kufundisa. Os dois agora amantes aproveitam-se da situação, saltam-se, abraçam-se, beijam-se interminavelmente. Kufundisa está de rastos.
- Meu amor conseguiu! Oh! Como te amo!
- Também eu… sem a tua coragem nada disto seria possível!

Repôs-se Akakakula no trono. Mutongi rei dos Ecléticos viu a sua rádio definitivamente entronizada. Cânticos, louvores e batucadas a Kalunga foram proclamados, entoados, ritualizados. Uma época de trevas terminara, e uma informação para os sem voz recomeçara. A educação, o progresso do reino democratizaram-se. Akakakula proclamou o novo reino com o nome Azériua. (são felizes).

Fuenteovejuna foi-se, era um aventureiro, deixou Kufundisa com um filho. Foi para as Américas rastreando Francisco Pizarro, Fernando Cortês, e o elixir da longa vida de Ponce de León… onde houver eldorados, misteriosas cidades do ouro, lá estarão e nunca de lá sairão.
Não tardou que aportassem a Azériua as naus com os missionários da evangelização, da espada da delapidação. Aventureiros e pistoleiros sucediam-se na busca incansável da pergunta: «onde está o ouro?» e os nativos respondiam: «aqui não, mas lá muito, muito longe tem» a África Negra é, será o destino dos eternos aventureiros.

Ainda hoje na densidade das selvas do Golfo da Guiné, alguns mais-velhos quentes das fogueiras nas noites frias, contam às crianças a lenda do povo de Azériua.
Civilizar é destruir com o petróleo das minorias, as maiorias. Só nos traz tristezas, misérias, fomes.

Imagem: nanihumor.com

UNITA denuncia crimes cometidos por governantes


Quinta, 23 Setembro 2010 16:19

Minhas Senhoras
Meus Senhores

Agradeço terem aceite o nosso convite para este encontro. Solicitamos a vossa presença para denunciar o que nos parece ser a orquestração de um clima de terror para incutir o medo no Centro do país, e não só, fomentado por actos criminosos que violam de forma sistemática a Constituição da República pelo poder Executivo do Estado.


De facto, no seu artigo 2˚, a Constituição postula que “a República de Angola promove e defende os direitos e liberdades fundamentais do Homem, quer como indivíduo, quer como membro de grupos sociais organizados, e assegura o respeito e a garantia da sua efectivação pelos poderes legislativo, executivo e judicial, seus órgãos e instituições, bem como por todas as pessoas singulares e colectivas.”

Ao invés de promover a defesa da vida e dos direitos dos cidadãos, há fortes indícios de que titulares de cargos públicos, e através de órgãos do poder executivo, terão cometido nos últimos dias crimes contra a integridade física de cidadãos, crimes contra a liberdade pessoal, crimes contra a propriedade e sequestro de cidadãos nas províncias do Huambo e do Bié, onde mais de uma dezena de cidadãos foram vítimas de violência estatal ou de medidas contrárias aos princípios fundamentais do Estado de Direito angolano e puníveis pelo Código Penal.

Há duas semanas, a Administradora da Comuna de Kalussinga, Faustina Cambundo, na Província do Bié, mandou bater e prender o Soba Bernardo Samangomba, cidadão angolano, que esteve detido na Esquadra da Polícia naquela localidade, sem culpa formada, durante quatro dias, por ter assistido a um comício da UNITA, Partido a que pertence.

Feita a denúncia pública, o Governador da Província, Boavida Neto, dirigiu-se à Comuna da Kalussinga na passada semana, para, num comício público, e com grave abuso de autoridade, proferiu ameaças e injúrias contra os denunciantes, fornecendo, assim, apoio moral à violação da integridade moral e física dos cidadãos pela Administradora Cambundo, ao arrepio do disposto no Artigo 31˚ da Constituição que manda aos governadores e administradores proteger e garantir a integridade moral, intelectual e física das pessoas, que é inviolável.

Nas últimas 48 horas, no Município do Chitembo, província do Bié, foram cometidos pela Polícia local onze crimes contra a liberdade pessoal de cidadãos, por exercerem o direito fundamental, inviolável, e constitucionalmente protegido, de escolher a UNITA como seu Partido e nela se filiar como militante.

Também nas últimas 48 horas, na Comuna de Hengue, Município do Bailundo, na província do Huambo, foram cometidos crimes violentos, com armas de fogo, contra a integridade física de cidadãos indefesos, também por exercerem direitos fundamentais constitucionalmente protegidos.

Dentro de dias iremos apresentar à Imprensa algumas das vítimas destes crimes e o registo magnético das declarações do Governador Boavida Neto, para que os angolanos saibam que titulares de cargos públicos estão engajados em actos criminosos que violam os direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos e que atentam contra o Estado Democrático de Direito.

Minhas Senhoras
Meus Senhores

Hoje mudaram-se os tempos. O conflito que opunha no passado dois beligerantes, MPLA/UNITA ficou para trás, para os anais da história de Angola. Esse conflito acabou e nunca mais se repetirá.

Por conseguinte, perante essas violações de direitos humanos, estamos, de facto, em presença de actos criminosos estruturados, planeados por titulares de cargos públicos e executados por órgãos públicos contra o povo soberano de Angola.

Estamos em presença de crimes comuns cometidos por governantes contra os governados, atentados à paz democrática, cometidos por uma só parte contra o povo soberano de Angola.

Em adição ao roubo do erário público, há fortes indícios de que as mesmas pessoas e as mesmas instituições acusadas de corrupção e fraude, no país e no estrangeiro, são agora acusadas de crimes violentos contra a vida, contra a integridade física e moral e contra a liberdade dos angolanos.

Enquanto no interior de Angola, longe da imprensa e do Corpo Diplomático, o regime viola sistematicamente os direitos fundamentais dos angolanos e agride o Estado de Direito, em Luanda e na imprensa estrangeira, o regime procura transformar-se em vítima, procurando branquear a sua imagem, exibindo propaganda, promovendo campanhas de desinformação, proferindo discursos intimidatórios e comprando spots publicitários de uma Angola que não existe, à boa maneira dos regimes autoritários e das práticas totalitárias dos antigos países da Europa de Leste para encobrir os fracassos das políticas erradas do actual Executivo.

Por conseguinte, o actual Executivo não tem o direito, nem mandato para transformar cidadãos pobres e indefesos, em bodes expiatórios para justificar o fracasso das suas políticas económicas e sociais.

O facto da corrupção institucionalizada e o fosso existente entre ricos e pobres criar, em Angola, uma situação propiciadora de conflitos sociais e de tensão política, a exemplo de Moçambique e da África do Sul, não autoriza de forma nenhuma os titulares dos órgãos do poder agredir cidadãos pobres e indefesos, violar a Constituição e atentar contra o Estado de Direito.


Estes actos acima mencionados do actual Executivo, sob liderança de José Eduardo dos Santos, Presidente de Angola, atentatórios da dignidade humana, conferem, de facto, uma nova dimensão à crise de legitimidade institucional que o país vive.

Esta crise de legitimidade é que está na base da crise de valores sem precedentes e da crise social generalizada, todas movidas por políticas estruturantes de exclusão, enraizadas em motivações neo-coloniais.

Essa crise de legitimidade é, de facto, alimentada pela grande corrupção, que penetrou os mais altos círculos do poder e está ancorada em cumplicidades com o exterior, como provam vários relatórios e investigações de organizações independentes, nenhum deles desmentido ou contrariado pelo Executivo.

Essa crise de legitimidade é agravada pela banalização das instituições do Estado, concretizada no incremento da prática de actos anti-democráticos e anti-constitucionais, pelas autoridades públicas, em especial desde Janeiro último.

Prova recente dessa banalização é a pretensa proibição imposta aos deputados do povo pelo Presidente da Assembleia Nacional de fiscalizarem os actos de governação.

Esta proibição permite, de facto, mais desvios do erário público; permite a supressão da liberdade de imprensa; permite a realização de mais obras descartáveis e de cunho eleitoralista, que serão postas à prova pela fiscalização das chuvas que se aproximam, particularmente na cidade de Luanda.

No plano internacional, a imagem do Estado frágil de Angola, deteriora-se todos os dias, particularmente em Portugal, na China e nos Estados Unidos da América, como resultado directo da corrupção, das fraudes contratuais, dos desvios e esbanjamento do erário público, da má gestão da conta petróleo e das linhas de crédito, em especial do crédito chinês.

Os parceiros comerciais do Executivo conhecem certamente os fluxos e os circuitos da corrupção e a dimensão da hipoteca a que já se encontra o país.

Também no plano internacional, importa realçar que não são conhecidas as posições do Executivo angolano em relação à paz democrática para os grandes conflitos africanos, preocupado que está com a diplomacia económica. É reflexo dessa visão a fraca representatividade do Executivo angolano na Cimeira das Nações Unidas que decorre em Nova York com o propósito de avaliar o grau de implementação da Agenda do Milénio das Nações Unidas.

A UNITA vem, assim, e mais uma vez, manifestar a sua preocupação pelo agravamento da crise de legitimidade institucional que enferma o Estado de Angola.

Nesse sentido, cumpre-nos anunciar que a UNITA vai reunir nos próximos dias o seu Comité Permanente e a sua Comissão Política para avaliar a grave situação política, social e económica do país.

A reunião do Comité Permanente decorrerá no dia 25 de Setembro de 2010 e da Comissão Política decorrerá nos dias 27 e 28 do corrente sob o lema: “ UNITA - firme na defesa dos interesses dos angolanos”.

A UNITA reafirma inequivocamente a sua firme determinação de defender os direitos e liberdades fundamentais dos angolanos nos marcos do Estado Democrático de Direito.

Muito obrigado pela vossa

Alcides Sakala Simões
Porta-voz e
Secretario dos Assuntos Internacionais

Imagem: nucleobaoba.blogspot.com

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Não sei como será mais este dia insuportável, miserável


Mulher angolana!
A liberdade recorda a beleza da tua paisagem
aguarda ansiosa que regresses, a despertes
libertes

Diferente dos outros dias não será
mas vê-se que nada nos trará
piorará
E sob a capa de movimento de libertação
perpetua-se a colonização
Estamos no limite da corda, do acordar
já não dá mais para esticar
Inexoravelmente ela cederá
partir-se-á e o lado do opressor
cederá, perecerá
Mais casebres desmontados
e terrenos espoliados
o habitual
E a invasão chinesa incontrolada
normal
Nos caixotes do lixo, shopping center da pobreza
é notório o PIB e o seu desenvolvimento
a miséria é negra, afogou-se no abismo
petrolífero
A nossa GESTAPO lista o assassinato
de mais um jornalista
e outro opositor político
que o nosso Pravda manterá no eterno
anonimato
As mamãs prosseguem no fardo
perseguidas pela independência
da miséria gatunada pelas nossas SS
e até abatidas sem condescendência
Ninguém tem direitos
tudo é do ESTADO do nosso Eterno Endeusado
E o TPI, Tribunal Penal Internacional
e a outra comunidade dos direitos humanos
perdidos, esquecidos, omitidos
aprovam o nosso extermínio
sob o tal olhar do silêncio petrolífero e diamantífero

Tempos muito negros, escuros
de olhos terrivelmente molhados
cegos pelos jorros dos campos crudelíssimos
das piscinas inundadas de petróleo
cercam-nos
Independência na terra espoliada
roubada e da corrupção
da célebre quadrilha organizada
que tem tudo e não nos deixa nada
E o rei e o seu séquito luxuosamente escondidos
protegidos no arsenal inseguro
há muito afastados da população
temerosos dos próximos dias que virão
do vulcão
Nos cemitérios nem os mortos deixam repousar
em cima das suas ossadas edificam tumbas de betão
para novos-ricos habitar

Mas que poder este que tudo amealha
tudo quer e nem aos esfomeados migalha
Este é o reino do rei da nossa miséria

É este o viver e morrer no Tarrafal do terror de Luanda

Imagem: bahianahora.blogspot.com






Cimeira Multipartidária acusa JES de ser responsável pela desgraça do povo


COMUNICADO DE IMPRENSA

Luanda - Os partidos políticos na oposição reunidos em Cimeira aos 21 de Setembro de 2010 no Hotel Fórum, sob o Lema : “Posicionamento dos partidos políticos face a situação actual do país”, após acesos debates sobre os aspectos agendados, os participantes em representação de várias comunidades e sensibilidades, emitiram o presente comunicado que reflecte a opinião da grande maioria:

CLUB-K.NET

1 – Do Pacote Legislativo à Luz da Constituição
O processo democrático no nosso país, no seu desabrochar é caracterizado como muito difícil, fruto da existência de normas que são utilizadas como instrumento de combate contra os partidos políticos na oposição. Por isso:

1° No quadro da revisão pontual do pacote legislativo eleitoral para conformá-lo à Constituição prevista para o próximo ano e por força do disposto no n°5 do art. 167 da Lei mãe, a Cimeira deliberou:
A necessidade de se remeter à Assembleia Nacional:

1 - Proposta de Revisão da Lei Eleitoral;

2 - Lei dos Partidos Políticos;

3 - Lei de Financiamento dos Partidos Políticos;

4 - Proposta de Lei do Estatuto Politico da Oposição.


2 – Da Liberdade de Expressão/ Liberdade de Imprensa

Urgência de um Congresso da Comunicação Social:

Sem pretensão de se interferir nos projectos e estratégias do Ministério da Comunicação Social, depois de digerirmos as intervenções e os alarmes que se percebem legítimos, consideramos preocupante o novo quadro apresentado, em que se indicia duas classes, uma antagónica ao Estado/ Governo e outra acerrimamente defensora; pelo que achamos urgente que se convoque um Congresso dos Jornalistas que deve anteceder a criação do Conselho da Administração Global de Coordenação, bem como a composição do seu executivo, para se discutir a fundo e se perfilar o presente e o futuro da comunicação social e os parâmetros efectivos da Democracia no quadro da Liberdade de Expressão/ Liberdade de Imprensa, seriamente flagelados e comprometidos.

3 – Como não podia deixar de ser a Cimeira acautelou os acontecimentos recentes relacionados com a problemática “Cabinda” ponderando sobre as especificidades, quanto a sua sensibilidade e risco de num porvir se traduza num descambar de forma imprevisível com resultados nefastos pelo que:

A Cimeira recomenda que este assunto translade do fórum nitidamente restrito do governo, para com maior abrangência seja discutida ao nível da Assembleia Nacional.

Ao mesmo tempo que a Cimeira se solidariza com o caso Cabinda e condena com firmeza os vários atropelos que são cometidos contra a população cabindense, principalmente os seus activistas numa clara violação dos Direitos Humanos e restrições sociais ao povo Cabinda que se sente ultrajado, oprimido e descriminado.

4 - Da Situação socioeconómica do país
A realidade económica e social do país, evidencia uma nítida tendência partidária e discriminatória que favorece a militância ao partido no poder em detrimento dos direitos inalienáveis de todo o cidadão à luz da competência e profissionalismo. Só isso justifica o cartão de militante do partido no poder ter mais cidadania que o bilhete de identidade.

Assim, e em conformidade com as políticas estratégicas e económicas eficientes e plurais, a bem de todo o cidadão: apelamos os bancos comerciais existentes no país a concederem créditos à economia, nomeadamente a pequenas e médias empresas angolanas, sem qualquer discriminação de carácter politico, familiar, rácico ou tribal, com taxas de juros acessíveis.

Advertir a comunidade internacional de estar a caucionar a morte de uma Nação, colocando os interesses económicos acima dos direitos naturais do povo angolano ao partilhar posições um tanto ou quanto perversas ao espírito daquilo que consideramos verdadeira Reconstrução Nacional;

4 - Da Reconstrução Nacional
A política de Reconstrução Nacional é um tanto ou quanto ambígua, pouco transparente e antipatriótica, atendendo ao facto de que o angolano que deveria ser o 1° beneficiário, foi relegado para o terceiro plano e o investimento em todos os seus patamares colocam em causa o futuro de Angola.

Face a tendência de nos últimos dias o Executivo vir a público propagandear a quantificação das obras inseridas no capítulo de Reconstrução que qualificamos uma mera operação de charme, a Cimeira sugere: que se crie um espaço de debate sobre o investimento chinês em Angola que poderá ser na Assembleia Nacional e aberto a vários extractos da sociedade, como forma de todos nós sabermos como são utilizados os nossos recursos no âmbito da Reconstrução, bem como o nível de endividamento de Angola à China; pois que, os recursos naturais de que dispomos exige que o governo faça muito mais do que parece fazer actualmente.

a) Sobre a probidade administrativa
Que haja coerência, transparência e vontade política na aplicação da Tolerância Zero e da Lei da Probidade Pública, bem como na transparência da declaração dos bens por parte dos gestores públicos. Tal exercício só pode ter significado se o exemplo provir do próprio executivo.

4 – Da Segurança Social
Através de várias intervenções, a Cimeira tomou boa nota das reclamações que espelham a inquietação do grande número que hoje constitui o universo de reformados, ex combatentes e veteranos da pátria que demonstra o desespero e a decepção que se apegou aos nossos concidadãos. Como um exemplo dos muitos que poderíamos aqui apresentar, são os 11 mil kwanzas que aufere um ex combatente que sacrificou sua juventude estando impossibilitado a adquirir uma formação profissional que o possibilitasse no decorrer construir uma reforma mais condigna, através de uma actividade igualmente dignificante. Face a realidade politica e económica que se vive no momento e que se traduz num fiasco correlação ao sonho que motivou os angolanos a se sacrificarem na luta de libertação nacional para o bem-estar que se consubstanciava na erradicação da miséria, da discriminação, do medo e da possibilidade de programar o futuro; muitos questionam se valeu a pena terem pegado em armas para voltarem a habitar em bairros de lata e voltarem a ser serventes e monangambés como era repúdio na era colonial.

Para o efeito: a Cimeira recomenda que os organismos estatais afins, reavaliem a política de remuneração de reformas que tem de ser agregada de medidas que contemplam a assistência social e subsídios de assistência médica e medicamentosa, assim como abolirem a discriminação patente que divisa os ex- ELNA; ex- FALA; Ex- FAPLA, em que os ex- FAPLA são notoriamente mais privilegiados.

Das Considerações gerais:
A Cimeira, por unanimidade deliberou que não haverá condições para a participação dos partidos políticos no pleito eleitoral em 2012_ que desde já almejamos que não seja deliberadamente adiado, caso não haja seriedade na clarificação e na alteração das leis dos partidos políticos sobre a derrogação da cláusula barreira para a existência de partidos políticos. A saber: sobre a alteração do art°5 da Lei de Financiamento; sobre a adequação da Lei Eleitoral, mormente a clarificação dos votos expressos nas urnas em mandatos, aliado fundamentalmente a honestidade, transparência e equidade no quadro da Liberdade de Imprensa no que diz respeito ao tratamento das matérias e ao tempo de antena;

A Cimeira reconhece igualmente o esforço e a atenção da comunidade angolana na diáspora que com as vantagens dos meios tecnológicos de comunicação têm demonstrado estarem por dentro e a acompanhar a par e passo a dinâmica do país. Estamos em crer que não tarda os bons tempos para o regresso virão, fruto de uma revolução social que se visualiza;

A Cimeira denuncia a confiscação dos reais poderes do Estado e do Governo angolanos pelos detentores de monopólios económicos que na sua interpretação errónea de investimento, impedem a evolução do autóctone;

A Cimeira condena veementemente a estratégia do Estado Real de catalogar todo o território nacional como Reserva do Estado;

Volvidos 31 anos da sua presidência, avaliando os resultados do seu pontificado, a Cimeira é forçada a reconhecer e declarar diante do Plenário, de todos os angolanos e da Comunidade Internacional que Sua Excelência Senhor José Eduardo dos Santos na qualidade de Presidente da República e Chefe do Executivo, é o responsável de toda a desgraça que assola o Povo Angolano.

Por isso: a Cimeira apela a população a estar mais atenta e mais activa na defesa de seus direitos e interesses constitucionalmente consagrados, libertando-se da psicose do medo, da apatia e conformismo.

Luanda aos 21 de Setembro de 2010

A Cimeira Multipartidária

Imagem: cativagoogle.blogspot.com

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Mais um jornalista baleado em Luanda


Quarta, 22 Setembro 2010 16:06

Lisboa - Um jornalista da TV Zimbo que se destaca com “reportagens interessantes” foi baelado por desconhecidos na madrugada de terça-feira quando saia do serviço a caminho de casa. O profissional que atende pelo nome de Norberto Abias Sateko foi atingido com um tiro na perna esquerda.

Fonte: Club-k.net

Algozes usavam uniforme das FAA

A vitima que se encontra hospitalizado na clinica multiperfil na zona do benfica, em Luanda , reconheceu que os seus algozes estaria fardado com uniforme semelhante ao das Forças Armadas Angolanas (FAA) e faziam-se transportar numa viatura Toyota Starlet.

De recordar que o incidente acontece duas semanas depois de um jornalista da Radio Despertar, Alberto Chakussanga ter sido assassinado em sua casa levando com que o Comité de Protecção dos Jornalistas africanos e a organização Repórteres Sem Fronteira exigissem das autoridades angolanas explicações a cerca da iliminação fisica do profissional.

O assunto ainda não foi objecto de informação nos órgãos de comunicação ligados ao governo, mas entretanto há informação descrevendo que a classe de jornalistas em Angola se encontra em estado de inquietação procurando perceber o que se esta a passar.

De acordo com antecedentes públicos, as autoridades não prestam esclarecimento a cerca dos assassinatos a jornalistas. O primeiro teria sido Ricardo de Mello no inicio da década de noventa. Na altura os Bispos da Igreja Católica tentaram pressionar ao governo para esclarecer o assunto mas sem sucesso. Na época um alto funcionário da Presidência Angolana teria contactado o cardeal Alexandre do Nascimento para lhe transmitir a titulo privado de que o referido jornalista fazia parte do aparato de segurança e que teria entrado em transgressão resultando no que ocorrera. Desde então, o Cardeal angolano passou a fazer oposição a corrente da Igreja que levantava o assunto.

Miséria extrema, sem redenção







Luanda, 21 Setembro, pelas 21 horas. A mamã espoliada vende pão para tentar libertar-se da fome. É a única libertação que lhe resta, porque da outra os libertadores libertaram-na dos poços petrolíferos, das minas diamantíferas e dos dinheiros bancários.

Mas como dinheiro atrai dinheiro e também a miséria atrai miséria, os destacados do poder petrolífero rondam na caça incessante de presas indefesas. Fiscais do GPL retornam às suas casas exaustos depois de mais um dia de pilhagens.

Alguém deles se lembrou que as suas casas não têm pão. Pararam a viatura, saltaram lestos e espoliaram o pão da miserável mamã. Mas que infernal MPLA este, que não tem dó nem piedade de ninguém. Transformou-se, camuflou-se, de libertador passou a espoliador.

E os poços petrolíferos produzem vinte e quatro sobre vinte e quatro horas, as populações miseráveis também


Odebrecht: falsificação de facturas para aumentar dividas com o Estado angolano


Lisboa - O maior negócio da Odebrecht em Angola, de momento, é a falsificação de facturas de obras destinada a aumentar as dívidas que o Estado tem para consigo, refere um competente relatório de situação. O dinheiro, é depois dividido com elementos conotados ao governo tidos como facilitadores das operações. A ação da Odebrecht é descrita como “um roubo indescritível, de arrepiar os cabelos.”

Fonte: Club-k.net

A Odebrecht executa obras de construção em Angola que geralmente são pagas com fundos provenientes da linha de credito existente do Brasil. (Os parceiros angolanos buscam 30%). A dimensão do saque é citando como “descontrolada”, razão pela qual os próprios dirigentes angolanos são apresentados como figuras que estimulam as empresas a fazer as subfacturação.

Um observador habilitado chamando a analisar as motivações que levam esta empresa brasileira a proceder desta forma, respondeu da seguinte forma: “Agora com a crise, e como as suas obras não correm bem, e com todos os pagamentos que tem de fazer para chamar a si o maior quinhão de obras, tem de inventar dívidas para ganhar aquilo que não deve: na ordem das centenas de milhões de dólares.”

terça-feira, 21 de setembro de 2010

As 10 Estratégias de Manipulação Mediática - Avram Chomsky


EUA - O linguista estadunidense Noam Chomsky elaborou a lista das "10 estratégias de manipulação" através da mídia que se seguem:

Pratica dos regimes totalitários

1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO.
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto 'Armas silenciosas para guerras tranqüilas')”.

2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES.
Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.
Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO.
Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE.
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestão, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”)”.

6- UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO.
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos…

7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE.
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossível para o alcance das classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.

8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE.
Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto…

9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE.
Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!

10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM.
No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.

Ambiente de rebelião na Media Nova


Lisboa – Estalou-se no grupo Media Nova, um ambiente de “alta tensão” associado a focos da crise financeira que a empresa passou a viver nos últimos tempos. O clima de tensão é acompanhado por reações de alguns funcionários que ameaçam paralizar as suas actividades pelo facto da Media Nova não pagar as contas de uma empresa que gere o refeitório da TV Zimbo (onde todos sãos obrigados a fazerem as refeições).

Fonte: Club-k.net

Crise financeira na empresa do general “Kopelipa”

Esta segunda feira (20), os trabalhadores foram informados de que o refeitório estaria apenas aberto para aqueles que têm dinheiro para pagar a refeição a vista. (O sistema de senha foi dispensado). Em reação, os trabalhadores da TV Zimbo paralisaram as suas actividades durante o período da tarde deste dia. A direcção da TV foi obrigada a substituir os programas que seriam emitidos, (Neste caso o programa Zimbando) com a apresentação de duas películas.

O PCA, João Van-Dunem terá conseguido resolver o problema do refeitório liquidando a divida com a empresa gestora do espaço (Há previsão de as coisas poderem retomar a normalidade, quanto a refeição, esta Terça-feira 21).

Duas versões concorrem a compreensão da crise financeira que o grupo Media Nova vive. A primeira versão é associada a dividas contraídas pelo então PCA, Álvaro Torres enquanto que a outra alega que um dos accionistas terá retirado a sua participação no grupo.

Sinais prenunciadores da crise financeira:
- O Director de programas da TV Zimbo, Galliano Silva, foi a cerca de três meses intimado a deixar o apartamento no Talatona que lhe foi “emprestado” como parte da proposta de trabalho. Sugerem que alugue um “menos caro”, algures em Luanda.

- Os funcionários do Semanário O PAÍS, só receberam este mês o salário correspondente ao mês de Julho.

- Os funcionários da gráfica Damer, paralisaram as suas actividades há 15 dias atrás exigindo aumento salarial. (A única publicação que poderá sair este final de semana será o semanário econômico porque foi fechado no Domingo por causa do seu aniversário que será comemorado esta semana.) Tem apenas duas páginas aberta e a maior parte do jornal já se encontra na gráfica.

- Os funcionários dos órgãos de comunicação social do grupo que haviam se deslocado para o interior do país ou exterior em reportagem foram barbaramente descontados, os valores que receberam como subsídios de viagem. Os mesmos estão endividados até final do ano. (Estão a ser descontados de forma parcial.)

O Grupo Media Nova conforme justificação interna surge com o propósito de produzir e distribuir conteúdos de média para a sociedade angolana. A sua actividade diverge nos variados canais de comunicação que possuí, assegurando informação e entretenimento com a mais elevada qualidade e profissionalismo.