quinta-feira, 19 de maio de 2011

O Princípio do Acesso Publico. Experiências da Suécia com a liberdade de informação


Canal de Opinião por Torvald Åkesson (*)

Maputo (Canalmoz) - Antes de mais, apraz-me ter sido convidado a estar aqui hoje para falar de questões que têm merecido atenção internacional nos nossos dias, isto é, questões como o direito à informação ou a liberdade de acesso à informação e transparência na sociedade, e como estes aspectos podem promover a responsabilização e uma governação eficaz. Gostaria de partilhar convosco algumas experiências da Suécia nessas áreas.
Como ponto de partida, no entanto, gostaria de começar por referir a Declaração Universal dos Direitos Humanos que, no seu artigo 19 diz, e cito: “Todo o homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios, independentemente de fronteiras.” Esse direito foi reafirmado em diversas convenções internacionais e regionais, como o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, a Convenção da União Africana sobre a Corrupção, a Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos e a Convenção Europeia dos Direitos do Homem.
A liberdade de expressão e informação é, portanto, um direito humano inalienável. E onde há cidadãos detentores de direitos, há também um portador da obrigação de preservar esses direitos. É claro que a liberdade de informação, a liberdade de expressão e a liberdade de opinião estão intimamente interligadas na medida em que não se pode usufruir de uma sem a outra. Elas constituem exactamente o princípio da democracia, atribuindo responsabilidades aos Estados e Governos e às suas instituições.
Então, por que razão hoje mais de 70 países em todo o mundo adoptaram legislação sobre a liberdade de informação, muitos dos quais nas duas últimas décadas, após a queda do Muro de Berlim? Bem, os benefícios podem parecer óbvios, mas, mesmo assim, eu gostaria de destacar alguns dos aspectos que ao longo dos anos se têm mostrado de extrema importância para o aprofundamento contínuo da democracia na Suécia. Para começar, a liberdade de informação diz respeito ao direito de cada cidadão ter acesso à informação das instituições e indivíduos que tomam decisão em seu nome. A liberdade de informação exige também aos funcionários públicos que assegurem que as decisões estão bem fundamentadas e documentadas, os orçamentos são acompanhados e as leis e regras são cumpridas. O direito que as pessoas têm de solicitar a documentação relativa à sua própria relação pessoal com as instituições públicas é também importante para o fortalecimento do Estado de Direito. Uma sociedade aberta reforça a prestação de contas e contribui para uma administração pública mais eficaz, minora a possibilidade de corrupção e reduz o fosso entre governantes e governados.
Se alguma coisa devo dizer sobre a história e experiência da Suécia em matéria de liberdade de informação, quero referir em primeiro lugar que a experiência sueca não é necessariamente a única maneira de lidar com a “liberdade de informação”. Cada país tem o seu próprio contexto, a sua cultura e as suas tradições, com os quais tem de se relacionar quando se trata do direito universal à liberdade de informação. Mas, uma vez mais, o direito à liberdade de informação é universal.
A Suécia foi o primeiro país do mundo a incluir o direito à liberdade de informação ao integrá-lo na sua Constituição de 1766. Desde então, tem havido melhorias e acréscimos à constituição para garantir a todos os cidadãos igual acesso à informação e à liberdade de expressão. O último acréscimo foi feito em 1991, quando a liberdade de expressão foi reforçada na constituição para abranger meios não impressos como a televisão, os filmes e a rádio.
A lei sobre a liberdade de informação é vulgarmente conhecida em Suécia como o “Princípio do Acesso Publico” e significa que o público em geral e os mass media – os jornais, a rádio e a televisão – têm acesso a registos oficiais. Quer isso dizer que qualquer pessoa tem o direito de solicitar documentação pública a qualquer instituição do Estado, incluindo a Embaixada da Suécia em Moçambique. Significa que temos de fornecer a documentação e que eu não estou autorizado a perguntar por que razão a informação é solicitada. Esse “Princípio do Acesso Publico” permite aos cidadãos suecos fazer uma ideia clara das actividades das autoridades locais e governamentais, o que se baseia na própria noção de que é bom uma democracia ser escrutinada; a transparência reduz o risco de abuso de poder. Gostaria de enfatizar uma vez mais que não se trata apenas de um direito dos cidadãos terem acesso à informação, mas é também um dever das instituições públicas serem abertas e transparentes; elas são obrigadas a manter registos acessíveis de toda a sua documentação e a divulgar pro-activamente toda a informação considerada de interesse público.
A base fundamental da liberdade de informação é que a abertura é a regra e o segredo a excepção, sem prejuízo das excepções específicas contidas na lei. Na Suécia, a esmagadora maioria dos documentos públicos são abertos, mas, sob condições muito específicas e excepções bem definidas, os documentos podem ser mantidos em segredo. Se eles protegem qualquer um dos seguintes interesses: a segurança do país ou a sua relação com outro país ou organização internacional; a política fiscal, monetária ou cambial, a inspecção, o controlo e outras operações de fiscalização realizadas pelas autoridades públicas; a prevenção ou o processamento de crimes; interesses económicos do público em geral; a protecção da situação pessoal e económica de particulares; e a protecção de espécies animais ou vegetais.
O importante é que qualquer decisão de uma autoridade do Estado de recusar fornecer informação com base em qualquer das cláusulas de sigilo mencionadas, pode ser investigada pelo Provedor de Justiça, o Ombudsman, que assume casos em nome de qualquer cidadão que possa alegar não cumprimento da lei. Finalmente, o provedor de Justiça pode processar qualquer autoridade que não tenha cumprido a lei. O importante aqui é que não é a pessoa que solicita a informação que tem de provar que tem direito a ter acesso a essa informação, mas sim especificamente a autoridade que se recusou a fornecer a informação que é obrigada a justificar legalmente por que razão as informações ou os documentos não podem ser fornecidos.
Além disso, os cidadãos suecos, incluindo os funcionários públicos, que prestam informações a redactores, editores e agências noticiosas têm direito à chamada protecção da fonte e a protecção do anonimato, o que significa que os jornalistas nunca podem ser forçados a revelar as suas fontes. Ao mesmo tempo, a autoridade estatal em causa está proibida por lei de investigar quem informou a comunicação social. Esta é certamente uma dimensão interessante nestes dias de Wikileaks.
No entanto, o direito de ser informado e de expressar uma opinião exige responsabilidade. A liberdade de opinião pode ser ofensiva, incitar à discriminação ou à violência, ou ter consequências negativas para o indivíduo ou a sociedade. Existem várias formas de lidar com essa situação. No meu país, caso seja cometido algum crime contra as leis de liberdade de imprensa ou expressão, o caso é remetido para o Chanceler de Justiça, um funcionário público não político nomeado pelo governo, a quem compete decidir se apresentará ou não a queixa.
Num ranking internacional recente, a Suécia foi o país onde o público manifestou maior confiança nas suas instituições governamentais. A abertura e o acesso público à informação reduzem a distância entre governados e governantes, contribuindo certamente para essa confiança, importante elemento estruturante de qualquer sociedade. Afinal, se o governo não confia no seu povo, como se pode esperar que o povo confie no seu governo?
Gostaria, todavia, de deixar bem claro que a abertura tem um preço. Um preço em termos de custos em tempo e recursos; manter registos adequados e arquivos de documentação tem um custo; ter funcionários públicos com a tarefa de ajudar o público a encontrar a documentação que solicita tem um custo; instituições públicas divulgando muito da sua documentação e mantendo páginas informativas na Internet tem um custo. E o maior custo de todos será possivelmente a mudança que terá de ser feita na cultura interna das instituições estatais. Esta mudança levou muitos anos na Suécia, e é claro que não basta simplesmente pôr nova legislação em vigor. São necessários recursos humanos e outros, bem como programas de formação educando funcionários públicos no seu papel de agentes para o interesse público. Tem também a ver com a necessidade de uma mentalidade favorável à preservação de direitos e obrigações.
Há quem argumente também que a Suécia tem leis de transparência demasiado amplas, onde qualquer um pode ligar para as autoridades e obter informações sobre o salário ou a riqueza de alguém, ou obter do meu empregador público o meu CV, ou que eu e a minha equipa , como funcionários, temos por vezes de dedicar demasiado tempo e demasiados recursos para atender pedidos de informação e documentação de pessoas que vão usar essas informações contra nós. Bem, esse é o preço que temos de pagar por uma sociedade aberta, mas acho que vale a pena.
Nesta perspectiva de abertura, os novos ministros na Suécia são regularmente analisados pela comunicação social no que concerne à sua história pessoal para se garantir que eles são adequados para os seus postos e não têm “rabos de palha”. No último governo, dois ministros tiveram que deixar o cargo apenas uma semana após a nomeação, pois a sua história pessoal não resistiria ao escrutínio público. Outro exemplo é um escândalo de corrupção recente, de grande envergadura, na segunda maior cidade da Suécia, que ganhou ampla divulgação depois de um programa investigativo de televisão ter usado o “Princípio do Acesso Publico” para obter informação crucial sobre os esquemas de práticas ilegais de procurement e cobrança excessiva que durante anos se tinham verificado no município. A nível pessoal, acho extremamente importante saber que posso, a qualquer momento, solicitar ao meu hospital todos os meus registos médicos, ou pedir à instituição de segurança social toda a informação sobre o meu “caso”. Mesmo que eu não use com frequência esse direito, é um factor crucial para garantir a legalidade do trabalho realizado pelos funcionários públicos.
Antes de terminar esta minha intervenção, gostaria ainda de destacar a particular importância das organizações da sociedade civil e dos órgãos de comunicação social para se garantir a liberdade de informação. Associações de jornalistas, associações de editores e uma ampla gama de grupos de interesse que se esforçam por alcançar os seus objectivos específicos lutaram e contribuíram, todos eles, para uma maior abertura na sociedade sueca.
Em suma, tentei proporcionar a todos vós algumas experiências da Suécia no que toca à legislação sobre a liberdade de informação e ao impacto que essas leis tiveram na sociedade sueca. O que também tentei dizer foi que não basta ter leis; é importante que gradualmente se alterem as atitudes e a mentalidade dos funcionários públicos e dos cidadãos, para que se possa manter e consolidar uma sociedade aberta e democrática.
Faço votos de que as minhas reflexões sobre a experiência sueca contribuam para as discussões que hoje vamos ter, e que alguns aspectos possam ser relevantes aqui em Moçambique.
(*) Torvald Åkesson , Embaixador Sueco Torvald Åkesson na Conferencia de MISA sobre Direito à Informação / 18 de Maio de 2011)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O nosso petróleo, a água, energia eléctrica e a Net no mês de Abril





O nosso petróleo está sempre a subir nos preços, e nós descemos para a mais incrível miséria. Os preços sobem astronomicamente, como estes dois exemplos: a caixa de chispe estava a mil e quinhentos kwanzas, e de repente sobe para quatro mil. A caixa de peixe seco importada da Noruega, estava a seis mil kwanzas e num ápice passou para dez mil. Está tudo assim, quase que não podemos comprar nada. Como sempre ninguém se pronuncia, para quê? A nomenclatura está feita com os mercenários estrangeiros, e então é roubar até nunca mais fartar. Será? Não é assim que começam os grandes desaires políticos e sociais?

Neste mês a energia eléctrica bateu o recorde nacional dos apagões. O nosso “inimigo principal” assestou-nos golpes demolidores. A ANIP, Agência Nacional do Investimento Privado, conseguirá convencer os investidores estrangeiros? Não é melhor dizerem-lhes aquando do início do investimento carregarem um navio de geradores eléctricos? E por causa disto a respiração em Luanda está demasiado mortal. E a nomenclatura também não está imune. Quantas crianças morrem diariamente por tais actos que sem sombra de dúvidas são passíveis de sanções criminais? Segue o mapa dos apagões.
25Abr 02.00-04.16 24Abr 09.00-09.47 20Abr 12.49-13.44 19Abr 14.28-15.08, 17.21-17.32 18Abr 08.43-19.04 17Abr 17.08-18.56 16Abr 21.26 até às 06.05 do dia 17. 15Abr 11.16-11.37 14Abr 08.48-08.56, 14.49 às 03.07 do dia 15. 11Abr 10.54-11.44 10Abr 05.26-16.19 08Abr 14.06 até 02.36 do dia 09. 07Abr 12.36-12.45, 13.14-13.23 05Abr 13.22-13.38 04Abr 19.01-19.08

Apagões da água
29Abr 23Abr 21Abr 20Abr 19Abr 18Abr 17Abr

Internet
Até a Net nos falha por motivos de não fornecimento de combustível à Angola-Telecom por falta de… dinheiro. E uma censura, restrição tipo China, se preparam para nos imporem. Oh tempo volta pra trás!? Ressuscita o Lenine, Estaline, Hitler, etc. Nunca mais, jamais tempos coloniais.
Segue um trabalho da VOA
Internet angolana é lenta e sofre muitas interrupções

Num mercado sem regulamentação para a concorrência, o negócio no sector das telecomunicações funciona num paraíso dominado por um restrito grupo de empresas

VOA Por Alexandre Nato | Luanda Sexta, 06 Maio 2011

Internet angolana a ritmo de caracol

Os serviços de internet em Angola funcionam com extrema irregularidade. O serviço é já de si lento, mas as interrupções são frequentes e, por vezes, prolongadas.

Os utilizadores de internet estão a queixar-se das inúmeras interrupções do serviço que é fornecido, pelas servidoras locais. O sinal passou a oscilar mais nestes últimos dias, coincidindo mais ou menos com o período das chuvas.

Há coisa de duas semanas duas das mais procuradas servidoras, nomeadamente a TV-Cabo e a Movinet ficaram privadas do serviço por quase uma semana, mas nenhuma delas se atreveu a prestar esclarecimentos até ao momento.

Na única resposta que se podia obter da área de atendimento aos clientes,as operadoras atribuíam responsabilidades à empresa pública Angola Telecom, a única provedora de sinal para todo o país.

Esta dificuldade é maior nas províncias.Ângelo Kapwatcha, do Fórum Universitário na cidade do Huambo,disse que é no acesso às páginas noticiosas onde reside o maior problema. Com os resultantes prejuízos económicos que derivam desta situação,poucos não admitem que o sinal esteja a ser controlado pelas autoridades políticas.

Um representante da conhecida servidora de televisão e internet por cabo, recusou-se a falar sobre o assunto, mas remeteu-o para uma próxima ocasião.

Embora alguns ouvintes se queixem também das dificuldades no acesso à emissão online, sobretudo fora de Luanda, Walter Cristóvão da Comissão de Gestão da emissora católica não considera por enquanto ser problema de maior

Num mercado sem regulamentação para a concorrência, o negócio no sector das telecomunicações funciona num paraíso dominado por um restrito grupo de empresas,detidas por cidadãos angolanos politicamente influentes e, portanto, sujeito aos excessos dos seus proprietários e onde os critérios de eficácia e exigência de qualidade não contam muito.

"Tecnologia é essencial para democracia"


Por Max Milliano Melo em 17/5/2011
Reproduzido do Correio Braziliense, 13/05/2011, via clipping do FNDC (16/5/2011); título original "Especialista defende que tecnologia é essencial para democracia"

"A tecnologia é essencial para o desenvolvimento de um país plural e democrático." Isso é o que defende o pesquisador canadense David Eaves, um dos principais expoentes do Open Data, movimento que defende a transparência nos dados públicos. Para ele, as democracias modernas, em especial aquelas mais jovens, como a do Brasil, só amadurecerão quando a tecnologia se tornar uma ferramenta ativa para a divulgação e democratização das informações governamentais e de interesse público.

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=642ENO007

Pós-graduado pela Universidade de Harvard e atualmente pesquisador do Centro de Estudos da Democracia, da Queen’s University, em Vancouver, no Canadá, Eaves defende que, do ponto de vista econômico e social, toda a sociedade pode se beneficiar da divulgação das informações públicas, o que para ele nada tem a ver com o vazamento de dados como o capitaneado pelo site WikiLeaks – que vem criando saias justas para boa parte dos governos ocidentais.

Antes de embarcar para Brasília para participar do Congresso Internacional Software Livre e Governo Eletrônica (Consei), promovido pela Escola de Administração Fazendária (Esaf) para debater os grandes problemas da governança eletrônica e que termina hoje, David conversou com o Correio. Defendeu a ideia de que o ativismo digital pode "salvar" os governos democráticos do que ele chama de retorno das "políticas orientadas por ideologias distantes dos dados concretos".

***

Qual a razão de, mesmo com o desenvolvimento de ferramentas tecnológicas que possibilitam uma fácil e ampla divulgação das informações públicas, ainda ser tão difícil ter acesso a elas?

David Eaves – Há três respostas a essa pergunta. Muitos governos não compartilham dados porque não podem. Eles não sabem quais dados têm e suas informações estão trancadas em sistemas ultrapassados, que impedem o acesso público. Há ainda aqueles que não entendem a importância da divulgação, que são incapazes de entender como a tecnologia está mudando radicalmente não apenas a economia e a sociedade, mas a natureza do governo. No entanto, além dessas duas questões, existe uma barreira definitiva para a abertura dos dados. A principal razão para a falta de transparência é uma ideologia contrária a isso. Os governos veem no Open Data uma ameaça à sua legitimidade, quando na verdade se trata de uma maneira de reafirmá-la.

Isso quer dizer que os governos não divulgam suas informações porque não estão interessados?

D.E. – A maior transparência permitirá aos cidadãos analisar melhor o seu governo. Inevitavelmente, isso significa que as ineficiências, as injustiças e os outros problemas serão vistos pelos cidadãos e por organizações. Os governos abominam qualquer crítica, e um sistema que permitirá o surgimento de críticas vai experimentar alguma resistência. Há ainda uma razão mais obscura que explica por que alguns governos se opõem aos dados abertos. Acho que estamos no meio de um ressurgimento da política orientada por ideologias, e não por dados. No fim do século 19, com o surgimento das ciências físicas e sociais, as políticas passaram a ser elaboradas a partir de dados concretos. Hoje, experimentamos um movimento inverso. No Canadá, por exemplo, o governo aboliu o recenseamento completo. Sem informações sobre uma série de questões sociais importantes, é difícil criar – e, principalmente, criticar – uma série de políticas para os marginalizados.

Então, de que forma a tecnologia poderia contribuir para o amadurecimento de jovens democracias como a brasileira?

D.E. – Eu acho que a coisa mais importante que a tecnologia pode fazer para as jovens democracias é manter conversas políticas focadas nos dados. O que funciona? O que não funciona? Frequentemente, nas democracias (jovens e velhas) a conversa pode deslocar-se para valores baseados em questões ideológicas e distante dos dados concretos. Minha esperança é que a abertura dos dados públicos possa permitir a uma geração de eleitores e líderes manter seus olhos sobre o que é realmente importante – como tornar o governo mais eficaz – e evitar lutas devastadoras focadas na disputa ideológica entre as velhas noções de "certo" e "errado" que estão distantes da realidade moderna.

Neste sentido, como a internet 2.0 pode colaborar para uma sociedade mais transparente?

D.E. – A web é essencial para fornecer dados públicos, não só porque é um mecanismo pelo qual mais e mais pessoas têm acesso à informação, mas porque a internet é também o principal local onde os dados abertos são interpretados, transformados em ideias, serviços e visualizações mais facilmente compreensíveis pelas pessoas. A web permite que qualquer pessoa que usa dados abertos para criar um novo serviço e tenha alguma ideia brilhante, possa compartilhá-lo com o mundo. Sem a web, dados abertos seriam algo que interessa apenas a uma pequena elite, sem uma conexão profunda com a maior parte do público. Muitos especialistas defendem que os dados públicos sejam divulgados apenas para certos profissionais, como médicos, advogados e jornalistas. Vejo essa visão como bastante limitada. Em maior ou menor escala, as informações públicas interessam a toda a população.

Na prática, como isso acontece?

D.E. – Não faltam casos concretos. Tomemos por exemplo o escândalo de despesas do Parlamento do Reino Unido. Foi por meio da web que as pessoas puderam analisar os gastos dos deputados e também foi por meio dela que as histórias sobre o escândalo puderam ser lidas e divulgadas. Os recursos multimídias dessa plataforma foram o que permitiu a visualização dos problemas e fez as pessoas entenderem o tamanho do escândalo. Outro caso é o da Morningstar, uma empresa de fundos de pensão. Ele usa dados abertos de segurança dos EUA e da Comissão de Valores Mobiliários para avaliar o desempenho dos fundos de investimento. Isso afeta como milhões de norte-americanos vão investir suas economias para a aposentadoria. Esse uso é totalmente inesperado e é uma forma muito interessante de utilização dos dados públicos.

E do ponto de vista econômico? A disponibilização de dados públicos também é economicamente vantajosa?

D.E. – Existe uma enorme gama de grupos que podem se beneficiar desse tipo de ação. De ambientalistas, desenvolvedores de software e associações de bairro a grandes empresas. Veja o caso do Google. O Maps tem informações sobre o trânsito de centenas de cidades ao redor do mundo. Frequentemente, essas cidades compartilham suas planilhas de trânsito, num formato chamado GTSF. Com esses dados, empresas como o Google elaboram ferramentas de navegação. Centenas de milhões de pessoas agora podem planejar viagens em dezenas de idiomas. Se você vier a Vancouver, por exemplo, no site de planejamento local de trânsito não vai ser possível planejar uma viagem em português, mas usando o Google Maps você pode. Outro exemplo são as informações meteorológicas. No Canadá e nos EUA, todas essas informações são geradas por estações do governo, então o trabalho das empresas é traduzir isso para uma linguagem mais próxima do cidadão. Acredita-se que esses sistemas movam uma indústria de mais de US$ 2 bilhões.

A geração Y está chegando ao mercado de trabalho e aos cargos políticos. Esses jovens poderiam usar sua relação mais íntima com a tecnologia para dar mais transparência às informações de interesse público?

D.E. – Talvez. Eu sou otimista, mas com certa cautela. Acho que estamos prestes a presenciar uma batalha entre a mudança trazida por uma geração e a cultura institucional já estabelecida. Muitos baby boomers (pessoas que nasceram nos anos imediatamente no pós 2ª Guerra), quando tornaram-se políticos ou funcionários de governos, acreditavam na transparência e em um governo aberto. Por que eles não conseguiram botar isso em prática? Porque o desejo das organizações de manter o sigilo é mais forte que o de um indivíduo em torná-la mais aberta. Então, tanto aqueles que estão do lado de dentro das organizações – os políticos e os funcionários públicos – como os de fora – os eleitores e cidadãos – têm um papel importante nesse processo. Nossa demanda por transparência é o que vai mudar o sistema, e não apenas a chegada de uma nova geração.

Os movimentos como o WikiLeaks não seriam uma forma forçada de dar mais transparência a esses governos que se recusam a divulgar dados?

D.E. – Acho que uma coisa importante sobre o WikiLeaks é reconhecer que ele não tem nada a ver com transparência pública. O movimento transparência é sobre a criação sustentável, aberta e autorizada dos dados dos governos. É, além disso, um esforço para mudar o governo, aumentando a sua legitimidade, tornando-o mais transparente. Em contraste, o WikiLeaks é um método não autorizado que gera informações de maneira não sustentável. É um esforço para mudar o governo, mas tornando-o menos legítimo, por meio da divulgação de suas ações. Esse não é um julgamento moral sobre transparência pública ou Wikileaks, é um fato simples sobre as diferenças entre eles. Agora, se ela vai ser uma forma eficaz para cobrar dos governos? Ainda não é possível saber.

OS ENFORCADOS DA NOVA VIDA ENVELHECIDA


Meus irmãos em Cristo! Incrível, mas parece que as igrejas já suplantam as agências funerárias, bancárias e os bares.
Pessoalmente não estou muito preocupado com a ingerência Ocidental em África, e particularmente em Angola, mas o que me impressiona muitíssimo é a teimosia das ditaduras e o imperialismo chinês, que as apoia ferozmente.
E no seu, sempre, renovado programa, o governo adoptou uma nova estratégia de combate à pobreza. Vai redistribuir com mais intensidade a miséria da modernidade.
E o nosso inimigo principal, a nossa população, está devidamente acantonado na miséria. Até os cães se compadecem aquando na disputa da humilhação e da desolação das oferendas nos contentores do lixo.
Nesta jangada só de petróleo, quase há meio século invicta no martírio da pobreza, só se exporta petróleo e se importa miséria e álcool. Esta é a jangada do amor à deriva.
Não posso deixar de comentar o último acontecimento mundial: com extraordinário regozijo, o mundo canta vitória pelo fim do homem que mais terror causou em toda a História da Humanidade. Muito bem, e parabéns ao Senhor, Barack Obama, ilustre Presidente dos Estados Unidos da América, e aos seus Navy Seals, que significa: mar, terra e ar. Mas outra questão se evidencia: do modo como andam as relações internacionais, povos espoliados a viverem na extrema miséria, o terrorismo nunca acabará, muito pelo contrário, se exacerbará. E para quando o combate e a eliminação do terrorismo bancário internacional? É assim tão difícil de combater? É licito este terror organizado que constantemente nos aterroriza e nos liquida? Porque é que os Navy Seals também não o liquidam de imediato? Ou aguardam pelo que se espera: a revolução mundial contra o desumano sistema capitalista, que de sistema não tem nada. Apenas o da organização terrorista mais perigosa existente à face da terra.
Veja amigo leitor que já fomos aldrabados na promessa de um milhão de casas, qual será o próximo milhão de aldrabices?
O mais alto que os altos está acampado para a campanha eleitoral à presidência da república. Numa das nossas ruas (?) da cidade de Luanda sem passeios, quantas ruas existem com eles?, acerca-se de um cidadão que começa a tremer e pergunta-lhe em tom imperativo: «Você vai votar em mim não é?!» «Sim, sim, mais alto que os altos, mas faz favor não me roube mais, e deixe o meu casebre em pé.»
E os relatos dos nossos enforcados que li na VOA? Madalena Tchitungo testemunha a sua vizinha de sessenta anos que se atirou ao fogo depois de se ungir petróleo e faleceu. Francisco do rosário, testemunhou igualmente o suicídio de um jovem por enforcamento. ”O jovem deixou uma carta no bolso, dizendo que já não aguentava a batida do Governador. Não me deram o que prometeram, não nasci para sofrer, lê-se na carta”. Outros dados apurados pela voz da América naquelas comunidades e confirmadas pelos activistas dos direitos humanos em retiro na cidade do Lubango prendem-se com o suicídio de uma menina estudante universitária e três rapazes estudantes do ensino médio, cuja idades não foram reveladas.
E o testemunho de Divaldo Martins, no Facebook? Ontem, (27Abril) em Saurimo (Lunda Sul) uma criança de 11 anos enforcou-se depois de discutir com os amigos, outra, de 13, no Mukonda fez o mesmo por frustração. No mesmo dia, um agente da polícia matou-se porque descobriu que a sua 4ª mulher andava com outro (há quem diga que foi o «outro» que lhe matou), e, dois dias depois a irmã matou-se por causa da morte do irmão. Sinais dos tempos ou o tempo dos sinais?
Sim, estes são os dias do desespero, do tempo do destempero. Foi no dia 12 de Agosto…
Tem cerca de vinte anos, alto e magro. Andou para aqui na fezada de uma motorizada. E decidiu-se pelas vinte e três horas, a melhor das horas? A motorizada estacionada em frente do prédio aguardava-o. Aproximou-se convicto de que seria coisa fácil, pois que já tinha feito um estudo prévio. E deitou-lhe as mãos, já a deslocava mas um segurança estava atento aos movimentos da gatunagem e rápido gritou: «Gatuno!!! Gatuno!!! Todos os seguranças vizinhos acorreram e o gatuno corre velozmente tentando bater o recorde mundial dos cem metros. Uma viatura pronto-socorro dessas dos automóveis aproxima-se do cruzamento. O motorista depressa vê o que se passa, ou de tanto habituado a coisas do género, pára, retrocede, vira para a direita e barra o caminho ao desajeitado gatuno que sente acto continuo no corpo, as garras de mais de uma dezena de seguranças que o imobilizam no solo. E nesta época de chuvas caiu-lhe muita carga de água. Cinturões, pontapés, tabuadas, muita, muita surra. Foi um festival de pancadaria, a que a noite anuiu incansável. As noites não descansam, dormem acordadas, nunca deitadas, neste sempre neste velório angolano.
O que caracteriza profundamente os angolanos, é o somente um se sobressair, se destacar, se arquitectar, etc. etc., e se propõe à candidatura do Prémio Nobel da Paz. Os outros – ainda são milhões de angolanos? – são contemplados invictos do Prémio Angolano da Miséria. Dizem que o somente um, na próxima época vai candidatar-se ao Prémio Nobel da Literatura. Quem são os proponentes? A nossa imprensa estatal e demais órgãos privados comprados pela militância partidária da nossa academia das letras.
E como estamos na época anual de mais uma comemoração da nossa liberdade (!) de imprensa, saúdo de forma calorosa o ilhéu dos nossos irmãos angolanos jornalistas: Onde estão os jornalistas angolanos? Olham, mas demasiado baixo. Quando algum colega ameaçado cai, assassinado, esmagado sob barris do petróleo nos subterrâneos do poder, o que fazem os jornalistas angolanos? Olham habituados, manietados muito para baixo. E o que faz o SJA, o Sindicato dos Jornalistas Angolanos? Olha muito para além da defesa da classe. E o CNCS, o Conselho Nacional da Comunicação Social, de quê? De quem? Olha muito no Além, simulando: onde estão os jornalistas angolanos? Não estão… estão solidários, há trinta e dois anos partidários na jangada à deriva do jornalismo angolano. Mas, onde estão os jornalistas angolanos? Ninguém sabe. Andam por aí ao deus-dará, continuamente ameaçados, torturados, amordaçados, cacetados, esfaqueados, humilhados, assassinados, etc. E não há ninguém que os defenda? Não! Muito pelo contrário, há os do sempre mesmo andor de há trinta e dois anos que os atacam. Então para onde vão os jornalistas angolanos? Também ninguém sabe, nem ninguém quer saber. Os jornalistas angolanos estão, vivem acantonados no ilhéu, há muito desesperançados. Mas que fazem os jornalistas angolanos? Deixam-se levar na correnteza para a fortaleza do poder. E lá chegados são abençoados pelo penar das suas penas sem águias. Mas, qual será então o futuro dos jornalistas angolanos? Bom, ou se partidarizam ou então partem-nos, partem-se. Insisto: mas, onde estão os jornalistas angolanos? Estão sitiados pela censura, e os que o não estão bajulam o patrão.
Oh! Como vivemos de aparências congeminais. Angola é uma potência petrolífera e o seu povo há muito que se arresta e se arrasta na miséria. A China é uma potência económica mundial. É campeã da ditadura repressiva, e também um potentado da pobreza. É só ver como os trabalhadores vivem em Angola. Para quê iludir o mundo com tão vasto império de miséria. A China é o principal exportador de miséria e de poluição. E onde houver uma ditadura, a China está lá com o seu abraço imperialista. Entretanto, uma questão se agiganta: pelo que ainda qualquer pessoa vê, os chineses levam uma vida de escravidão dos tempos seculares. Então, como é possível a China alardear que é uma potência económica mundial? É mais um império do mal, da vigarice. Toalhas chinesas desfazem-se, pilhas rebentam-se e estoiram com os nossos rádios e outros equipamentos. Nas espiras do fumo para os mosquitos, a embalagem diz que dura doze horas, quando na verdade são apenas seis, e etc. Tudo o que aqui na banda se compra made in China é a mais impura vigarice. Até quando continuaremos com este flagelo – mais um que nos foi imposto – de meia dúzia de vampiros e de milhões de moribundos sem sangue. Somos os eleitos da colónia de pasto chinesa. Que mais oligarquias acontecerão com esta governação? Além da voraz corrupção, as máfias chinesas enxameiam-nos, como terminarão? Que governantes são estes, que nos entregam ao sabor de um novo prato de comida chinesa. Angolanos não são certamente, de governar tão deprimente. São almas do outro mundo que vivem e se deliciam com os banhos da viscosidade petrolífera. Angola está no fim da encruzilhada, sem saída à vista. Angola é como um laboratório clandestino que executa experiências biológicas nas populações.
Os casebres destruídos, os terrenos e o petróleo espoliados, e como as terras são do partido do estado, são a chama que atiça o alimento do vulcão da cremação. E neste ínterim, os jovens continuam no apresto das maratonas dos navios graneleiros. E as rádios e as TVs do partido do estado criticam arbitrariamente, hipocritamente, a juventude descaminhada e descamisada, no álcool afogada. E a independência da terra prometida trouxe de bandeja o desejado, o mais cobiçado prémio do mwangolé: o privilégio de ficar sem casa, reduzido a zero.
Enquanto que com uma oposição de palavras e não de acções, se eterniza o poder e a escravidão da população. Bem no fundo, a grande questão que nos assola, é os revolucionários iniciarem uma revolução e nunca a acabarem, quer dizer, está sempre latente. República democrática dos sem futuro, onde os gazes tóxicos e a bestialidade dos latifundiários gazeiam-nos mortalmente, perante a passividade do neocolonialismo local e internacional, nesta facturação da morte impune, e sem justiça. Onde não há portas de socorro abertas, que em substituição, reina a imposição dos gradeamentos da prisão. E nas janelas gradeadas, tudo gradeado, apelam-nos constantemente o desfile de populações perseguidas pela peste da fome, com trémulas bandeiras da imposição da liberdade. Reivindicar o direito da livre expressão e o fim da corrupção, é crime quase passível com a pena de morte por fuzilamento. Ah! Se estivéssemos na China, ou Angola fosse uma colónia chinesa. Mas pelo dedilhar das cordas instrumentais lá revolucionaremos.
E essa coisa de partidos políticos bancários não é saudável para ninguém, porque nas chamas do inferno alguns bancos estão lá, abrem-nos contas de depósitos à desordem, que nos hipotecam o futuro. Esses alguns bancos e partidos políticos, quem é que perde tempo, quem acredita em vós? Vaticino que a involução seguinte lhes acena. E se julgarão pelos crimes e pela miséria programada, da qual já não nos resta mais nada. Milhões de contas bancárias se abrirão com a seguinte descrição: depósitos à ordem da altissonante fome.
Eis o poder da maioria das partículas cancerígenas que nos desmaiam. É fácil de verificar porque onde ele está instalado, é só produção de gases tóxicos dos geradores das fábricas, dos bancos nas traseiras dos prédios, etc. É só toxicidade que nos mata, nos assassina. O poder é a maioria silenciosa da poluição, da toxicidade mortal em larga escala. E ninguém tem a coragem de denunciar mais este neocolonialismo tóxico.
Somos como os perdidos no Ocidente do tempo desconcertado:
A vida é como uma montanha dos teus momentos e desejos aprazíveis. Aprende a escalá-la e preserva-a. Quem tudo quer tudo perde, diz-se. Mas as companhias petrolíferas querem tudo e não perdem nada. Os outros caminhos de outros tempos eram inseguros. Mas os actuais, apesar dos avanços tecnológicos, são extremamente inseguros. Quase que não podemos sair de casa. Andamos sempre muito apressados, ocupados, que não conseguimos tempo para mais nada, nem para amar. Civilização é o sermos assaltados a qualquer momento. Se os santos são demais, mais que os dias da nossa vida, e Satanás é um só, como é que ele lhes consegue levar sempre a melhor? Há partidos políticos que armazenados no poder, contrariando as nossas expectativas, revelam-se como perfeitos ditadores, e nos retrocedem para o tempo da escravidão. Os ditadores são como a Igreja e os seus sacerdotes: além de serem eleitos por Deus, também gozam das prerrogativas do poder divino.





terça-feira, 17 de maio de 2011

Os Salteadores do Golfo da Guiné


E a rainha Isabel da Inglaterra, 1558-1603, ordenou a Francis Drake, 1540-1596, que pirateasse à vontade por onde passasse, navegasse. E nos oceanos os navios capturados eram saqueados, e os tesouros entregues à sua rainha. Tal e qual como hoje, apenas com uma diferença, o tesouro, o saque, é o nosso petróleo.
O dinheiro do petróleo não resolve os nossos problemas, complica-os.
Mais uma situação bizarra em Luanda. Tantos provedores de serviços de Internet para tão poucos utilizadores. Perante tal assombro, só podemos comentar que isto é África?
E tudo o poder nos levou.
Eis o peso sagrado das palavras ocas dos que nos governam: E as mais-valias a montante e a jusante do sistema, aliadas às centralidades, são mais um ganho, um valor acrescentado da nossa jovem democracia. O plano director do nosso Produto Interno Bruto estará em pleno quando estabilizarmos as estruturas secundárias e terciárias. Então, com os nossos rácios muito bons, e a nossa taxa de liquidez, este binómio reforça-nos. E apesar dos constrangimentos permanentemente verificados, e também, apesar do forte crescimento, a actual conjuntura indica-o, Angola está no lançamento da sua economia. Tudo isto se deve também à influência de factores endógenos e exógenos. As infra-estruturas estão abaladas. As parcerias político/privadas e a gestão dos nossos projectos, eis a nossa futura aposta: o nosso futuro está no turismo. Os módulos das vias secundárias e terciárias tornam incipientes os influxos de capitais na nossa agricultura. Há questões na macro-planificação que inviabilizam as plataformas transversais do sistema. As teorias não interagem na ordem estrutural. No fundo trata-se de uma mera questão de sinergia epistemológica de ordem superior. É necessário um trabalho de campo mais aturado.
O mais importante veículo do desenvolvimento da nação angolana é o álcool.
Deturpar a informação, fazendo crer que está tudo bem, ocultar que nada acontece, também é um crime muito grave não contemplado na Lei das TIC. Tecnologias de Informação e Comunicação. E a quem se destina esta lei? Mas nós não temos Internet, funcionamos mais ou menos com um pombal de pombos-correios. Coitados dos pombos, será que vão liquidá-los? E nos imporão outra vez o censor que despachará: «Visado por … … Presidente do Comité de Censura da Revolução das TIC.» E são tantos os intervenientes de controlo nesta matéria a saber: Ministério da Comunicação Social, Ministério dos Correios e Telecomunicações, SINFO, a secreta militar, “Diário do Povo”, TPA e demais órgãos de censura. Podemos dizer adeus à democracia. Nos seus fundamentos essenciais, esta lei destina-se a proteger bens pessoais e interesses privados. O mais notável é o incentivo à pedofilia, porquê?
Está tudo em poder de uma só princesa. No aspecto político será impossível a convivência. Tudo o que é opositor é para prender, desaparecer. E com essas leis do qualquer um sem mandato, que pode apreender o que bem entender, estão as portas abertas para um qualquer gatuno nos entrar casa adentro, pois que não é necessária identificação, e nos espoliar o que bem lhe apetecer... um regresso vertiginoso ao ano de 1975 e seguintes. Estas leis têm que ser entendidas, legisladas com muita cautela. Até porque normalmente vira-se o feitiço contra o feiticeiro. De qualquer modo estas aplicações fazem-nos lembrar estranhamente o regresso aos anteriores métodos repressivos das polícias políticas de sombria memória. Estamos muito confusos, entre a democracia ou a mais feroz perseguição aos opositores políticos? Então, onde está a liberdade de expressão? Vamos viver com uma democracia, que mais se parece com as obras de fachada? Do modo que a imprensa actualmente se apresenta, toda partidarizada, comprada com os ilegais milhões de dólares do erário público, exceptuando os três mosqueteiros, Folha 8, o Agora, a Rádio Ecclesia, e a Rádio Despertar, fazendo-nos lembrar Astérix o Gaulês, encurralado na fortaleza de Babaorum resistindo heroicamente contra a invasão dos ferozes ataques dos romanos, incrivelmente superiores em número. Estes quatro órgãos de informação são o nosso Astérix o Angolês.
Quantos mais projectos megalómanos, mais a miséria das populações se expande. Quando se prendem cidadãos sem culpa formada, significa que a justiça é um bocado de papel escrito a lápis que se rasgou. Quando ligamos para alguém e o telemóvel responde: «O telemóvel está desligado ou fora da área de cobertura.» A primeira coisa que nos vem à mente é que o proprietário está preso.
A utilidade pública dos nossos órgãos de desinformação… mas quem é que disse que o nosso “Diário do Povo” não tem nenhuma informação de interesse? Pode não ter, mas isso pouco me importa. O nosso “Diário do Povo” é de notabilíssima utilidade pública. É sempre com ele que embrulho o lixo. É também super óptimo para limpar os vidros de janelas e os ecrãs das TVs da programação estrangeira, porque a nacional dá uma soneira desgraçada. Pelo menos poupam-se kwanzas em calmantes, porque dólares são só para os senhores da guerra do petróleo. Então já sabe: se tiver insónias ligue a TV nas TPAs que é tiro e queda no sono.
Pura loucura? Corruptos exigirem aos seus concidadãos o respeito pela lei? É a mesma coisa que nos dizerem que somos todos parvos?
Angola não tem lei, ela é exercida por chineses, brasileiros, portugueses e outros estrangeiros. Clarifica-se que Angola está privatizada, numa prisão agigantada. Alguém me falou que o nosso governo se inovou. Que ministros e outros governantes vão abandonar os seus gabinetes e tendas de campanha vão montar. Vão ficar junto do povo para resolverem os seus problemas no terreno. É que nos termómetros a temperatura sobe.
Que fim inglório. Levantar às quatro horas da manhã, quase não dormir, e depois ficar especado no engarrafamento do trânsito, para percorrer escassos quilómetros. E sempre na expectativa de ser acometido por um ataque cardíaco. Quem não dorme o suficiente a sua vida encurta. Porque não conseguem o salutar hábito do circular de bicicleta? Duvida amigo leitor? Então leia o texto que recebi no meu Email da LiveScience, Hypescience. «Trânsito afecta até o cérebro. Como se já não bastasse o estresse e as doenças respiratórias resultados do trânsito, pesquisadores da University of Southern California, dos EUA, verificaram que o ar em torno das rodovias movimentadas, cheio de partículas vindas da queima de combustíveis fósseis, causou estragos e inflamação no cérebro de ratos. Segundo os cientistas, a concentração de ar usada no estudo é igual aquela a qual as pessoas ficam expostas diariamente no trânsito. Contudo, o professor Todd Morgan, que participou do estudo, acredita que “mais estudos são necessários para determinar como e em que grau o cérebro humano é susceptível a toxicidade.
Morgan e seus colegas expuseram ratos de laboratório ao ar contaminado destas partículas colhido por eles em rodovias. Nele, estavam contidas partículas com largura mil vezes menor que o de um fio de cabelo humano (tamanho muito pequeno para os sistemas de filtração dos carros conseguirem capturar). Os bichos ficaram expostos ao ar três vezes por semana, durante cinco horas, por 10 semanas. Os pesquisadores verificaram que os ratos tiveram sérios danos nos neurônios associados ao aprendizado e a memória, e os neurônios nos ratos em desenvolvimento não cresceram tão bem. Eles também perceberam que o cérebro das cobaias tinha sinais de inflamação, que é associada ao envelhecimento precoce e a doença de Alzheimer. Em 2000, um estudo publicado no periódico Archives of Medical Research comparava a saúde de pessoas que viviam na Cidade do México, bastante poluída, a outras que viviam em Veracruz, menos poluída. As pessoas da capital tinham, em sua corrente sanguínea, o dobro das proteínas que indicam dano epitelial. Este tipo de estrago acontece quando as células que preenchem órgãos ocos, como os pulmões, estão prejudicadas, isto é considerado um sinal de asma. Outra pesquisa publicada no periódico PLoS One, mostrou que as partículas liberadas pelos carros contribuíam para aterosclerose, que deixa a parede das artérias mais grossas, o que pode levar a ataques cardíacos, derrames e doenças no coração.» Imagine então amigo leitor os estragos que os geradores eléctricos nos fazem, mesmo juntos aos nossos narizes. A quem culpar? Quem?
E como se não bastasse, as garras neocolonialistas do consórcio angolano-português Teixeira Duarte Angola, invadem-nos, espoliam-nos, destroem-nos barbaramente. Estamos em presença da rapinagem mais elementar, a que se juntam o imperialismo chinês, e o sub imperialismo brasileiro. O nosso paciente está na fase terminal da paranóia. Estão a destruir Luanda… Angola, e ninguém se lhes opõe. A não ser de vez em quando algum exibicionista de ocasião. E os escombros avançam inexoráveis. A única mão-de-obra disponível em Angola é a chinesa e os parentes estrangeiros que se disseminam como moscas. Já nada nos pertence. É tudo deles e do bando da meia dúzia. A vida que resta ao mwangolé é: cortar chapas, ferros, furar e partir paredes. Que vivam para sempre os ensinamentos dos arquitectos da destruição de Angola, que há um ror de tempo instituíram a democracia da corrupção. A opressão e a escravidão coloniais retornaram mais fortes que nunca. E os dias e as noites silenciaram, de sombrios. E outro homem e outra resistência se afirmaram, e outra luta pela independência renovaram. E nas florestas os bichos choraram.
A instabilidade cresce desmesuradamente, e inevitavelmente descamba no descontrolo total. Os assaltos sucedem-se a jacto e em todos os lugares. Ninguém está a salvo. Que fazer com os protagonistas, milhares e milhares de jovens desempregados, espoliados, cujo único futuro é o roubo, o crime, para não morrerem à fome? Decididamente o nosso vulcão já expele lava, e não há polícias ou exércitos que o contenham. É ridículo insistir no elitismo de mais uma ineficiente comissão nacional de luta contra a pobreza. Mas que esperteza... a propósito, quando é que o poder indemniza as vítimas da espoliação do mercado Roque Santeiro? E também para quando a distribuição dos lucros do petróleo pela população? Tudo que é do Estado é como empresas privadas, e os lucros apenas para os seus administradores? Este petróleo necessita de um vulcanólogo. Peço desculpa pela redundância. Mas, a obra-prima do humor, é mesmo a criação de uma comissão nacional contra a pobreza. O petróleo realmente inspira imensa insanidade. Agora até a pobreza se decide por comissões. Em Angola as quatro coisas que funcionam em pleno são: a corrupção, a incompetência, a miséria e a fome.

História Universal da Infâmia, ou quando um tarado sexual, mais um, são tantos, incontáveis.


Já antes disse que os idiotas e similares se apoderaram do poder, a seu bel-prazer. Os tarados sexuais exibem-se impunes, dominantes, e de atacantes, algozes sem escrúpulos fazem tudo por tudo para nos convencerem que são puros inocentes, cândidos como as crianças que confiam nessas serpentes venenosas. Não admira que outros tarados façam o que lhes é possível para prepararem a opinião pública mundial para mais um Jack o Estripador. Que mais um violador fique nos enigmas da História.
Entretanto, não será por acaso (!), Angola prepara-se para aprovar a Lei das TIC, Tecnologias da Informação e Comunicação, que protege os pedófilos. Angola, um país pedófilo?

«Teoria de complot contra Strauss-Kahn ganha força
A teoria do complot contra o director-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, acusado de abuso sexual nos Estados Unidos, ganha força na Internet em França, ao ser alimentada por políticos.
Como indicou esta terça-feira a imprensa local, na rede circula a versão de que inimigos políticos de Strauss-Kahn armaram uma cilada para acabar com a sua promissora carreira política, após meses a liderar as pesquisas às eleições presidenciais que ocorrerão no próximo ano em França.

DIARIODIGITAL

A teoria sustenta-se essencialmente no facto de que um jovem militante do partido conservador sarkozista União por um Movimento Popular (UMP) postou no seu Twitter a notícia da detenção do director-greal do FMI apenas 14 minutos após a polícia o deter a bordo do avião que o traria a Paris.
«Um colega nos Estados Unidos acaba de me informar que DSK (nome como é conhecido Strauss-Kahn na França) parece ter sido detido pela polícia num hotel de Nova Iorque há uma hora», afirmava a mensagem de Jonathan Pinet, estudante de ciências políticas de 24 anos e militante do partido de direita, informa a publicação Le Parisien.
Pouco depois, 23 minutos mais tarde, Arnaud Dassier, responsável pela campanha na Internet de Nicolas Sarkozy em 2007, voltou a publicar a mensagem na mesma rede social.
Segundo o Le Parisien, os partidários da teoria de complot consideram que os dois simpatizantes sarkozistas estavam bem informados com muita antecedência.
Dassier é, além disso, um dos mais críticos inimigos de DSK a partir do site que coordena, próximo ao UMP, www.atlantico.fr.
No portal publicou a imagem de Strauss-Kahn deixando um carro de luxo durante uma recente passagem por Paris, uma publicação que estava acompanhada de outras notícias sobre a vida social do possível candidato socialista à Presidência.»

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Angola, o paraíso dos campos de concentração da corrupção. República dos corruptos sem solução?


Depositamos 4 anos de sofrido dinheiro para ver o nosso sonho se desmanchar?
Maria Aparecida das Neves deixou um novo comentário na sua mensagem "A Verdadeira história da Build Angola":

Sr. Paulo Sodre, Roberto Marinho, Ricardo Boer... por favor, quando vamos receber a nossa casa? Minha mãe tem uma cota do projeto Nosso Lar. Comprei uma casa no lançamento e estou muito afoita e triste. Tentamos inúmeras vezes telefonar para esta empresa que se intitula Build Angola e não conseguimos nada. Estive no terreno ontem e o que estive a verificar foram apenas matagais e placas antigas e sujas. Algumas estão repousadas ao chão. Precisamos da moradia, pois estamos a viver de aluguel e não aguentamos mais! Depositamos 4 anos de sofrido dinheiro para ver o nosso sonho se desmanchar? Vocês estão mesmo abandonando Angola? Estou a ouvir pelos cantos de Luanda que os empresários deste grupo estão aplicando um golpe. É verdade isso?
The one, Quintas do Rio Bengo, Bem Morar, Nosso Lar, tudo está sangrando. É tudo uma farsa? RESPONDAM.

A distância entre imprensa livre e imprensa boa. Canal de Opinião por Washington Araújo (Brasil)


Maputo (Canalmoz) – Sabemos, de antemão, que tipo de imprensa não queremos. Nesse bloco podemos afirmar com grande margem de acerto e correcção que será uma imprensa refém do capital pelo capital; uma imprensa travestida de partido político e, portanto, a serviço de determinados projectos de poder.
Existe uma distância razoável entre imprensa livre e imprensa boa. Podemos afirmar que temos no Brasil uma imprensa livre. Veículos de comunicação divulgam o que bem entendem, usam de sua liberdade como bem entendem – do contrário não haveria liberdade –, elevam assuntos de importância secundária para a condição de matéria de primeira página nos jornais, ou com maior minutagem e maior destaque nos telejornais. E fazem, também, o caminho inverso: relegam a um terceiro plano o que teria tudo para ser notícia de primeira, notícia com N maiúsculo.
Ainda assim, não podemos dizer que temos uma boa imprensa pela simples razão de que há uma carga bem pesada de subjectividade em afirmação de tal monta. Boa para quem, cara pálida? Para os veículos de comunicação? Para os governos? Para determinados segmentos da sociedade? Para a sociedade como um todo? Esta última questão esbarra no senso comum do “ora, nem Jesus Cristo agradou todo mundo… como a imprensa agradaria a toda a sociedade ou, no mínimo, seria por esta considerada boa?”.
A imprensa é livre, por exemplo, para mudar o foco real do debate sobre liberdade de imprensa e liberdade de expressão. Qualquer ser pensante que se atreva a pedir mais transparência da imprensa, mais debate sobre suas necessárias formas de regulação – e não apenas aquelas abrigadas no conceito genérico da autoregulação – é logo considerado golpista, pessoa que possui um dos hemisférios cerebrais localizados no campo do autoritarismo, do cerceamento à liberdade de expressão. São apenas censores os que não tomam parte das legiões do pensamento único. E, na verdade, isso tem um nome. Chama-se ideologização e nada mais. Por que há muito de ideologia no ataque a qualquer proposta de regulação da mídia. Do contrário, seria um debate muito bem vindo e não o que se deseja lançar sobre a sociedade, ao reputá-lo como um atentado à liberdade de imprensa.

Todos os meios
Sabemos, de antemão, que tipo de imprensa não queremos. Nesse bloco podemos afirmar com grande margem de acerto e correcção que será uma imprensa refém do capital pelo capital; uma imprensa travestida de partido político e, portanto, a serviço de determinados projectos de poder; uma imprensa que actua como tribunal de primeira à última instância, acusando, julgando e condenando sem deixar de antes fazer terra arrasada da reputação de seus declarados desafectos, os também chamados “bolas da vez”. A imprensa que não desejamos é aquela que é generosa nos ataques e nas acusações e extremamente parcimoniosa no uso do direito de resposta, direito muitas vezes conseguido apenas nos tribunais.
É nesse contexto que julgamos salutar que o governo [brasileio] apresente um anteprojecto de regulação da mídia ainda neste ano. Que as experiências colhidas em governos anteriores sirvam de base para os estudos necessários e que este material seja disponibilizado para conhecimento da sociedade parece ser, desde já, um desafio e tanto. Temos que aproveitar o actual processo de convergência das mídias e o surgimento de novas tecnologias para proceder a uma actualização das regras do sector. Actualização que se faz urgente haja vista que normas brasileiras datam do agora distante ano de 1962, ano em que nem mesmo existiam a TV em cores, as transmissões por satélite e muito menos os meios virtuais – sítios, blogues, redes de relacionamento e tantas outras novidades.
A permanecer o status quo, temos o que temos: terra de ninguém, onde parece ter razão quem tem os meios de difundi-la a todo e a qualquer momento e, ainda mais, por todos os meios à sua disposição. Isto é, à disposição dos grandes conglomerados que produzem as notícias e sabem como despejá-las sobre a sociedade, usando o suporte escrito, radiofónico, televisivo e virtual.

Perspicácia
O importante mesmo é não deixar o debate morrer de inanição. Na luta por uma imprensa de boa qualidade – e esta somente poderá assim ser adjectivada se for fundada no inegociável estatuto de sua liberdade – não devem existir mocinhos e bandidos. Há que se buscar uma imprensa que melhor combine os atributos da liberdade de informar com a responsabilidade de informar, as características de empreendimento económico-financeiro lucrativo com aquelas de empreendimento que favoreça a identidade nacional e o fortalecimento de nossa ainda incipiente cidadania.
É muito trabalho para pouco debate. Estamos apenas no início. Mas não se ganha batalha sem antes haver sido iniciada. E que tenhamos em mente a perspicaz observação do grande líder indiano Mahatma Gandhi (1869-1948) ao afirmar que “a liberdade para ser verdadeira precisa incluir a liberdade de errar.”

(*) Washington Araújo é jornalista e escritor. Mestre em Comunicação pela UNB, tem livros sobre mídia, direitos humanos e ética publicados no Brasil, Argentina, Espanha, México. Tem o blog http://www.cidadaodomundo.org. Email – wlaraujo9@gmail.com.

Facebook serve para espionagem, dis Assange


SÃO PAULO - O criador do WikiLeaks, Julian Assange, site responsável por vazar documentos secretos de diversos países, classificou o Facebook como a maior máquina de espionagem já inventada pelo homem.

Por Vinicius Aguiari, de INFO Online
• Terça-feira, 03 de maio de 2011 - 10h04
http://info.abril.com.br

Segundo ele, a rede social é usada pelo governo americano para espionar seus cidadãos. A declaração foi dada em entrevista em vídeo ao site Russian Today.
“Ali está o maior banco de dados sobre dados pessoais do mundo, com seus nomes, relações, endereços, localizações, familiares e contatos com outras pessoas, tudo ao alcance do governo americano", disse Assange.
Para o australiano de 39 anos, Facebook, Google, Yahoo! e outros gigantes da web oferecem páginas especiais para os agentes do governo. “Não é questão de cumprir uma intimação ou ordem. Eles possuem uma interface especial que podem acessar a tudo”, disparou.
Atualmente, Assange trava uma batalha com a Justiça inglesa para não ser extraditado para a Suécia, onde é acusado de estupro e abuso sexual. Uma nova audiência está marcada para o dia 12 de julho. Ele alega que as acusações possuem motivação política.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Seis anos já te passaram no tempo da eternidade


Há seis anos que navegas no rio do tempo da eternidade.
Depois de te libertares dos ciclones, vulcões e das demais tempestades humanas.
Não procuras em vão o repouso eterno, pois ele já te foi concedido.
E morremos sempre na frustração da não libertação da hipocrisia humana.
A camarilha dos poços petrolíferos impõe-nos as suas regras jamais modificadas: vida ou morte. Nós escolhemos o viver, e os senhores do petróleo, o nosso morrer.
Um poço de petróleo é muito mais valioso que milhões das nossas vidas.
Continua a navegar nesse rio de águas mansas, longe deste alvar.
A História Humana é feita por um punhado de heróis e multidões de fantasmas.
Que o rio da eternidade te conduza ao lago da felicidade, e lá repouses sob a leveza e a pureza dos reflexos solares, das pinturas douradas e prateadas. E do suave agitar da juventude das folhas verdes sempre primaveris.
Enquanto nós por aqui percorremos os incessantes caminhos da tristeza das nossas vidas, onde tudo é composto de maldade.
Podíamos, temos esse direito, de vivermos num lago de amor, mas não, há ainda quem sonhe e nos imponha, o lago do inferno.
O feitiço da vida é aí que reside o nosso amor.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Uma borboleta sorrindo para uma flor


Vim ao mundo para ser amada, e por isso exijo muito amor. Todos os carinhos que me oferecerem nunca serão demasiados, porque sou super exigente. Mas facilmente me comovo e adormeço profundamente, quando me encosto nos suaves, acolhedores, quentes e ternos seios da minha querida mamã. Confio em tudo e em todos, porque ainda não sei distinguir onde está o perigo, a maldade e a bondade. Espero que me deixem viver em paz. Sei que é impossível, mas dêem-me uma oportunidade.
Sobretudo vigiem um dos meus piores inimigos, o pedófilo, lobo, gatinho mau.
É fácil de imaginar que os meus sonhos não se tornarão realidade, porque um bicho-papão vai-me ludibriar, e nunca o meu sonho se vai realizar.
As borboletas são muito bonitas, não me canso de persegui-las, mas mesmo assim nunca consigo apanhar nenhuma. Elas têm magia.
Vivo no planeta das crianças onde é muito fácil brincar, no dos adultos, o planeta deles não dá para brincadeiras, tem coisas muito perigosas, não podemos mexer em nada, a qualquer momento podem-me aleijar.
Este mundo dos adultos não presta, andam sempre a se matar. Fico muito triste porque vou crescendo e abandonando o meu mundo de brincar, até o dos adultos chegar.
Os adultos só sabem lutar, há muito que desconhecem o que é brincar.
O nosso mundo infantil dura poucos anos, nunca devia acabar, o mundo dos adultos é tão louco. Ninguém é capaz de o amarrar?
Todas as crianças são minhas amigas, os adultos são meus inimigos, porque nunca me deixam fazer o que eu quero.
Viver no mundo dos adultos é viver na opressão.
Vou falar com as minhas amigas borboletas para que me levem, daqui carreguem. Elas já me deram asas, vou voar para muito longe, onde não hajam adultos. Vou para o planeta das borboletas. Vou transformar-me em borboleta e sorrir para as flores.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Soberania Nacional é responsabilidade para com os cidadãos


Todo o resto é pacotilha intoxicante…. As figuras de hoje não são as de amanhã, mas o Estado permanece…

Se não avança o combate contra a pobreza é porque ao nível de determinados departamentos governamentais o foco da actuação governamental não é o diagnóstico e busca de soluções para os problemas que apoquentam os cidadãos mas sim o estabelecimento de esquemas para o enriquecimento ilícito.

Canal de Opinião, por Noé Nhantumbo. Beira (Canalmoz) - Será que é algo assim tão importante correr em defesa de algumas figuras nacionais sempre que surja a mais banal acusação a partir de fora ou de dentro do país?
Não haverá alguma confusão ou oportunismo por parte de alguns defensores ao correrem em defesa de quem muito bem se pode defender por si? Ou não será que julgam que estão prestando um serviço ao país agindo de tal modo? Essa de servir de porta-voz não contratado ou assalariado tem muito que se lhe diga. Ou serão de facto porta-vozes pagos debaixo da mesa?
Quem de direito se deve levantar e defender o direito ao bom nome que as figuras nacionais possuem é ministro dos Negócios Estrangeiros quando os ataques vêm de fora. O “sprint” de alguns escribas é despropositado e indicativo de uma tendência não salutar ao promover muitas vezes a defesa do indefensável.
Queremos ver os nossos governantes respeitados dentro e fora do país. O respeito não é mercadoria à venda nos mercados. É algo que se conquista através da maneira como as pessoas actuam e se portam na sociedade em que estão inseridas.
De nada vale tentar “cobrir o sol com uma peneira” ou colorir sem gosto obras pretensamente de arte.
Não se pretende promover campanhas que resultem em difamação ou colocar o bom nome de figuras públicas na rua ou na lama.
Mas existe uma distância entre protecção de figuras públicas e a obrigação de informar os cidadãos.
É preciso que os cargos públicos e a dimensão de figura pública não sejam utilizados para esconder factos aos cidadãos. É muito importante que os titulares dos cargos públicos estejam constantemente sob o escrutínio popular. Afinal é do comportamento deles, da sua actuação na esfera governativa que os cidadãos verão os seus problemas resolvidos.
Em democracia “quem não deve não teme”.
As revelações do “Wikileaks” ou de outra fonte qualquer interna ou externa tem sempre um valor relativo. A melhor defesa de qualquer figura pública ou de pessoa comum é o seu comportamento.
Tanto AEG (Armando Emílio Guebuza) como JAC (Joaquim Alberto Chissano) tem estofo suficiente para se defenderem sem recorrer a mão de gente que já demonstrou uma especialidade em lançar-se de pára-quedas em defesa de quem até nem precisa.
Elogios baratos e lambebotismo por parte de certa comunicação social só servem para esconder aquilo que o povo deste país tem o direito de saber.
Se não avança o combate contra a pobreza é porque ao nível de determinados departamentos governamentais o foco da actuação governamental não é o diagnóstico e busca de soluções para os problemas que apoquentam os cidadãos mas sim o estabelecimento de esquemas para o enriquecimento ilícito.

Em nome de uma pretensa soberania os dirigentes do Estado esgrimem os mais diversos argumentos sempre que alguém os acuse disto ou daquilo. Roubam abertamente os fundos do estado bem como o seu património e depois quando alguém os denuncia dizem que é tudo fruto de uma maquinação externa.

Em nome de uma pretensa soberania os dirigentes do Estado esgrimem os mais diversos argumentos sempre que alguém os acuse disto ou daquilo. Roubam abertamente os fundos do estado bem como o seu património e depois quando alguém os denuncia dizem que é tudo fruto de uma maquinação externa.
É do jogo da auto-protecção institucionalizada que resulta a inércia, falta de criatividade e a corrupção no país. Os mesmos escribas de pacotilha que se prestam a fazer trabalhos de propaganda em favor de certas figuras hoje são alguns daqueles que durante os tempos do partido único mais defendiam o regime vigente na altura. Está claro que a democracia e a participação dos cidadãos lhes incomodam imenso. Tem uma aversão enorme a misturarem-se com o cidadão comum. Julgam-se gente escolhida que perpetuamente tem de estar acima dos outros como se por direito natural fosse.
Vindos dos mais diversos quadrantes, de Lisboa, de Maputo ou de Londres apresentam-se como jornalistas de gabarito mas na essência só conseguem enxergar o que os manuais políticos derrotados pela história lhes ensinaram.
Não querem acreditar que aquele sistema que os colocava acima dos outros em Moscovo caiu de morte lenta mas sempre anunciada. Hoje festejam e dançam a música do capital e querem ser os únicos a fazê-lo.
Há que ter muito cuidado com este tipo de pessoas pois deixados ao “sabor dos ventos” intoxicam o povo com mentiras e falsificações.
A falsa democracia vivida hoje em Moçambique é em parte fruto do seu trabalho na comunicação social.
Instilaram nas pessoas ou assim procuram convencer que existe uma necessidade de defender a soberania nacional e que supostas potências inimigas apoiavam os combatentes anti-comunismo no país. Catalogaram os que queriam um país compartilhado de bandidos armados e desenvolveram uma tese ainda não abandonada de guerra de desestabilização. Jamais aceitam que a guerra dos 16 anos teve componentes de desestabilização mas também um carácter civil. Os ataques sul-africanos contra alvos do ANC em Moçambique não são a mesma coisa que ataques da Renamo contra um quartel governamental em Moçambique. E de uma maneira aparentemente simples mas pérfida pelos seus objectivos, continuam a semear tais teorias de “desestabilização”. Jamais reconhecem que seus excessos programados segundo os preceitos stalinistas, “campos de reeducação, operação produção, repressão de “Testemunhas de Jeová” por recusa de submeter-se a um partido ultrapassam o âmbito da soberania nacional e colocam-se em choque directo com os direitos humanos dos cidadãos. Mas está claro que os conhecidos porta-vozes jamais nos falarão destes factos. Afinal eles até nunca sentiram na pele e na carne os excessos do regime instalado em Moçambique logo após a proclamação da independência. Os relatos dantescos que algumas vítimas da repressão de inspiração stalinista e maoista sofreram nas mãos de algozes moçambicanos é uma realidade que os paladinos do regime no poder se negam a tratar ou a abordar.
Com o objectivo de ludibriar os cidadãos e cegá-los face às evidências históricas e actuais avançam num sentido de se proclamarem os únicos defensores de uma soberania nacional que de facto os tem tornado em “soberanos” exclusivos do país. E nessa ofensiva ideológica e propagandista recusam-se a admitir que os heróis deste Moçambique não são só eles.
Uma soberania que não se traduza em responsabilidade e em cumprimento escrupuloso de agendas que empoderem os cidadãos de modo a que estes tenham uma vida digna, segura e longe da repressão de seus direitos, é uma pacotilha intoxicante.
O único imperativo válido é a defesa da moçambicanidade numa perspectiva de inclusão de todos e de valorização das diferenças que temos e do que nos une.
Defender a Unidade Nacional no discurso e não no compartilhar o país é aldrabice total e nesse sentido inaceitável… (Noé Nhantumbo)

quarta-feira, 4 de maio de 2011

No meu tempo já havia pobreza… e a minha filha Isabel conseguiu 50 milhões de dólares ganhos honestamente



Em Angola morremos por falta de dinheiro para comprar medicamentos para o paludismo.
As desgraçadas abandonadas que vendem nas ruas com os filhos às costas, perseguem-nas… porque as ruas não são locais para venda. Tem que morrer à fome.
Para se conseguir qualquer documento, ou qualquer outra coisa, tem que se untar as mãos dos funcionários, senão nunca mais, senão, eles também ficarão com os seus filhos esfomeados.
Se alguém denuncia a corrupção do poder que tudo nos espolia, e assassina, é só ver os geradores e as fábricas que eles instalam em qualquer lado… desaparecemos.
Ninguém tem direito a reclamar ou manifestar as barbaridades, a opressão desta hedionda ditadura que teima em sobreviver sob os nossos cadáveres.
A corrupção desmedida treme os alicerces, qual forte tremor de terra, do que ainda não é nação, é apenas escombros espalhados pelo chão.
Porque é que os estrangeiros dominam, escravizam os angolanos? Porque a FAMÍLIA em conluio com eles e na divisão das riquezas, dão-lhes total carta branca para fazerem o que bem quiserem e entenderem.
Assim não dá. Os degraus da escada que ainda nos unem parece que já só resta um, o último.
Isto assim não dá. Alguém ainda acredita que isto vai acabar bem? Eu, e muitos como eu, sabemos que isto infelizmente acabará muito mal.
Já não dá mais para suportar tanta ignomínia, tanto desprezo, tantas ameaças de morte. O fim das ditaduras e dos ditadores é igual… também na miséria.
Como enriquecer sem trabalhar? Só na ditadura de Angola.

«Isabel dos Santos está entre as nove mulheres africanas mais ricas, de acordo com a Forbes, numa lista onde as restantes oito fortunas pertencem a sul-africanas. As fortunas estão avaliadas em, pelo menos, 50 milhões de dólares.
A revista Forbes publicou uma lista das nove africanas com maior fortuna. Apesar de não revelar o ranking por ordem, nem revelar os valores das fortunas, a revista salienta que as nove personalidades terão fortunas de “pelo menos 50 milhões de dólares”.

JORNAL DE NEGÓCIOS

Isabel dos Santos consta na lista, com a Forbes a sublinhar que a empresária “começou a trabalhar aos 24 anos, usando a influência do seu pai.” A publicação realça a “ligação próxima” que a empresária tem com Portugal, onde detém participações em empresas, nomeadamente na Zon Multimédia (10%), no BES, no BPI e na EDP.

Isabel dos Santos é assim a única que é deAngola. Aliás, é a única que não é da África do Sul.

Bridgette Radebe, filha do milionário sul-africano Patrice Motsepe ligado á indústria mineira. A empresária é casada com o actual ministro da Justiça da África do Sul.

Irene Charnley, ligada à área de telecomunicações. Foi executiva na MTN, o maior grupo de telecomunicações de África, tendo conseguido expandir a empresa para vários países africanos. A responsável saiu da MTN em 2007, estando actualmente como presidente executiva da Smile Telecoms, uma operadora de telecomunicações “low cost” sedeada nas Maurícias.

Pam Golding enriqueceu através de negócios na área imobiliária, depois de ter fundado a Pam Golding Properties, em 1976. Actualmente a empresária está retirada da vida profissional activa.

Wendy Appelbaum, única filha do milionário sul-africano Donald Gordon. A responsável assumiu a liderança da Liberty Investors, antiga holding cotada do grupo segurador Liberty, fundado pelo seu pai. Entretanto Wendy Appelbaum vendeu a sua participação na empresa, tornando-se rica.

Elisabeth Bradley enriqueceu através de vários investimentos realizados, tendo a fortuna sido iniciada pelo pai, nomeadamente através da venda de 25% da Toyota South-Africa à japonesa Toyota Motor Corp. por 320 milhões de dólares.

Mamphela Ramphele, média e ex-activista anti-apartheid, é uma das africanas mais ricas, encontrando-se actualmente à frente da Circle Capital Ventures.

Sharon Wapnick é accionista da Octodec Investments e da Premium Properties, empresas fundadas pelo seu pai, Alec Wapnick.

Por último, surge Wendy Ackerman que, em conjunto cm o marido, controla a Ackerman Family Trust, que por sua vez detém a Pick ‘n’ Pay, um das maiores retalhistas de África do Sul.»

BCPCRIME. BANCA DA ISLÂNDIA! o formato do actual capitalismo (estado de selvajaria pura)


Porque silenciam... Porque silenciam a ISLÂNDIA?
(Estamos neste estado lamentável por causa da corrupção interna - pública e privada com incidência no sector bancário - e pelos juros usurários que a Banca Europeia nos cobra.

Sócrates foi dizer à Sra. Merkle - a chanceler do Euro - que já tínhamos tapado os buracos das fraudes e que, se fosse preciso, nos punha a pão e água para pagar os juros ao valor que ela quisesse.

bcpcrime.blogspot.com/

Por isso, acho que era altura de falar na Islândia, na forma como este país deu a volta à bancarrota, e porque não interessa a certa gente que se fale dele)
Não é impunemente que não se fala da Islândia (o primeiro país a ir à bancarrota com a crise financeira) e na forma como este pequeno país perdido no meio do mar, deu a volta à crise.

Ao poder económico mundial, e especialmente o Europeu, tão proteccionista do sector bancário, não interessa dar notícias de quem lhes bateu o pé e não alinhou nas imposições usurárias que o FMI lhe impôs para a ajudar.

Em 2007 a Islândia entrou na bancarrota por causa do seu endividamento excessivo e pela falência do seu maior Banco que, como todos os outros, se afogou num oceano de crédito mal parado. Exactamente os mesmo motivos que tombaram com a Grécia, a Irlanda e Portugal.

A Islândia é uma ilha isolada com cerca de 320 mil habitantes, e que durante muitos anos viveu acima das suas possibilidades graças a estas "macaquices" bancárias, e que a guindaram falaciosamente ao 13º no ranking dos países com melhor nível de vida (numa altura em que Portugal detinha o 40º lugar).

País novo, ainda não integrado na UE, independente desde 1944, foi desde então governado pelo Partido Progressista (PP), que se perpetuou no Poder até levar o país à miséria.

Aflito pelas consequências da corrupção com que durante muitos anos conviveu, o PP tratou de correr ao FMI em busca de ajuda. Claro que a usura deste organismo não teve comiseração, e a tal "ajuda" ir-se-ia traduzir em empréstimos a juros elevadíssimos (começariam nos 5,5% e daí para cima), que, feitas as contas por alto, se traduziam num empenhamento das famílias islandesas por 30 anos, durante os quais teriam de pagar uma média de 350 Euros / mês ao FMI. Parte desta ajuda seria para "tapar" o buraco do principal Banco islandês.

Perante tal situação, o país mexeu-se, apareceram movimentos cívicos despojados dos velhos políticos corruptos, com uma ideia base muito simples: os custos das falências bancárias não poderiam ser pagos pelos cidadãos, mas sim pelos accionistas dos Bancos e seus credores. E todos aqueles que assumiram investimentos financeiros de risco, deviam agora aguentar com os seus próprios prejuízos.

O descontentamento foi tal que o Governo foi obrigado a efectuar um referendo, tendo os islandeses, com uma maioria de 93%, recusado a assumir os custos da má gestão bancária e a pactuar com as imposições avaras do FMI.

Num instante, os movimentos cívicos forçaram a queda do Governo e a realização de novas eleições.

Foi assim que em 25 de Abril (esta data tem mística) de 2009, a Islândia foi a eleições e recusou votar em partidos que albergassem a velha, caduca e corrupta classe política que os tinha levado àquele estado de penúria. Um partido renovado (Aliança Social Democrata) ganhou as eleições, e conjuntamente com o Movimento Verde de Esquerda, formaram uma coligação que lhes garantiu 34 dos 63 deputados da Assembleia). O partido do poder (PP) perdeu em toda a linha.

Daqui saiu um Governo totalmente renovado, com um programa muito objectivo: aprovar uma nova Constituição, acabar com a economia especulativa em favor de outra produtiva e exportadora, e tratar de ingressar na UE e no Euro logo que o país estivesse em condições de o fazer, pois numa fase daquelas, ter moeda própria (coroa finlandesa) e ter o poder de a desvalorizar para implementar as exportações, era fundamental.

Foi assim que se iniciaram as reformas de fundo no país, com o inevitável aumento de impostos, amparado por uma reforma fiscal severa. Os cortes na despesa foram inevitáveis, mas houve o cuidado de não "estragar" os serviços públicos tendo-se o cuidado de separar o que o era de facto, de outro tipo de serviços que haviam sido criados ao longo dos anos apenas para serem amamentados pelo Estado.
As negociações com o FMI foram duras, mas os islandeses não cederam, e conseguiram os tais empréstimos que necessitavam a um juro máximo de 3,3% a pagar nos tais 30 anos. O FMI não tugiu nem mugiu. Sabia que teria de ser assim, ou então a Islândia seguiria sozinha e, atendendo às suas características, poderia transformar-se num exemplo mundial de como sair da crise sem estender a mão à Banca internacional. Um exemplo perigoso demais.

Graças a esta política de não pactuar com os interesses descabidos do neo-liberalismo instalado na Banca, e de não pactuar com o formato do actual capitalismo (estado de selvajaria pura) a Islândia conseguiu, aliada a uma política interna onde os islandeses faziam sacrifícios, mas sabiam porque os faziam e onde ia parar o dinheiro dos seus sacrifícios, sair da recessão já no 3º Trimestre de 2010.
O Governo islandês (comandado por uma senhora de 66 anos) prossegue a sua caminhada, tendo conseguido sair da bancarrota e preparando-se para dias melhores. Os cidadãos estão com o Governo porque este não lhes mentiu, cumpriu com o que o referendo dos 93% lhe tinha ordenado, e os islandeses hoje sabem que não estão a sustentar os corruptos banqueiros do seu país nem a cobrir as fraudes com que durante anos acumularam fortunas monstruosas. Sabem também que deram uma lição à máfia bancária europeia e mundial, pagando-lhes o juro justo pelo que pediram, e não alinhando em especulações. Sabem ainda que o Governo está a trabalhar para eles, cidadãos, e aquilo que é sector público necessário à manutenção de uma assistência e segurança social básica, não foi tocado.
Os islandeses sabem para onde vai cada cêntimo dos seus impostos .
Não tardarão meia dúzia de anos, que a Islândia retome o seu lugar nos países mais desenvolvidos do mundo.
O actual Governo Islandês, não faz jogadas nas costas dos seus cidadãos . Está a cumprir, de A a Z, com as promessas que fez.
Se isto servir para esclarecer uma única pessoa que seja deste pobre país aqui plantado no fundo da Europa, que por cá anda sem eira nem beira ao sabor dos acordos milionários que os seus governantes acertam com o capital internacional, e onde os seus cidadãos passam fome para que as contas dos corruptos se encham até abarrotar, já posso dar por bem empregue o tempo que levei a escrever este artigo.
Publicada por RESSARCIDO em 08:13
Imagem: jopelouis.zip.net