sábado, 31 de outubro de 2009

A Epopeia das Trevas (60). Sinto-me plantada num deserto




Jasmim sem Casebre

Abandonada numa tenda (?) sem rua, nua
espoliada algures no Golfo da Guiné
perdi o encontro, o encanto milenar
O silêncio, o ardor e o meu doce olhar
Já não consigo mais chorar

Desencontro o luar do meu cabelo
no rio, dominado pelo Senhor dos casebres
Jaz o silêncio das suas margens
Só, no luar das noites
Não conseguirei mais amar

Adoro o silêncio das manhãs
e a sonoridade das folhas das plantas
a chuva cai-me em cima
sinto-me plantada num deserto
é isto o que se vê por todo o lado
este é o saldo da luta sem libertação
da opressão dos novos-ricos
da podridão destes ricos

Aguardo a deusa Kalunga
que ressurja do fundo das águas
e alerte o génio dos jasmins
dos casebres
para me transformar
perfumar
Todos os dias com e sem amanhãs
Grito para os novos colonizadores
Aguardo a espada vingadora
Libertadora!

Eis que aportam os navios
já antes navegados
Partiram com novos degredados
mas, regressaram da Ocidental civilização
e outra vez me descasebram

Vivia com as flores, com os jasmins
amarelos, azuis, brilhantes
imperadores, dos rios
dos poetas, estrelas, verdes, vermelhos

Pedi ao Deus das florestas
que me navegasse num navio feito de jasmins
Que me fecundasse no seu sémen
num profundo jasminal

E pela manhã quando a lua despertar
do seu sono nocturno
Encontrar-me-á a cantar
E fará de mim uma estátua
E apagará, não deixará vestígios
das sepulturas destes tiranos

Serei a sementeira do novo amor
que a minha Angola perdeu
perdida, afundada nas multinacionais
dos novos senhores prediais
Regar-me-ei com as lágrimas
do nosso povo infeliz
Sem amor
subjugado, espoliado, acorrentado
Escravizado pelos filhos milionários
do Rei

Serei santificada pelo génio
dos enamorados na Angola
finalmente libertada
E as aves poisarão sempre no meu pólen
e para sempre serei abençoada
O perfume do meu pistilo imortalizar-se-á
e nos próximos dias
A nossa liberdade será louvada

Os Templários (22). Cavaleiros de Cristo


MICHEL LAMY
Punha a túnica na simplicidade dos seus costumes, no seu desinteresse e na sua caridade e explicava por que razão aqueles monges tinham o direito e, até, o dever de matar, o que constituía a santidade da sua missão: O cavaleiro de Cristo mata em consciência e morre tranqüilo: ao morrer, obtém a sua salvação; ao matar, trabalha para Cristo. Sofrer ou dar a morte por Cristo não tem, por um lado, nada de criminoso e, por outro, merece uma imensidade de glória.

Sem dúvida que não seria necessário matar os pagãos, tal como os outros homens, se tivéssemos outro meio de deter as suas invasões e de os impedir de oprimir os fiéis. Mas, nas circunstâncias presentes, é melhor massacrá-los do que deixar a vara dos pecadores suspensa sobre a cabeça dos justos e deixar os justos expostos a cometerem também a iniqüidade. Pois então? Se nunca fosse permitido a um cristão bater com a espada, o precursor de Cristo teria apenas recomendado aos soldados que se contentassem
com o seu soldo? Não lhes teria antes proibido o ofício das armas?

Mas não é assim, pelo contrário. Empunhar as armas é permitido, àqueles, pelo menos, que receberam a sua missão do altíssimo e que não fizeram profissão de uma vida mais perfeita. Existe alguém mais qualificado, pergunto-vos, do que esses cristãos cuja poderosa mão sustém Sion, a nossa praça-forte, para a defesa de todos nós, e para que, depois de expulsos os transgressores da lei divina, a nação santa, guardiã da verdade, a ela tenha um acesso seguro? Sim, que eles dispersem, têm esse direito, esses gentios que querem a guerra; que suprimam aqueles que nos perturbam; que ponham fora da cidade do Senhor todos esses obreiros de iniqüidades que sonham pilhar ao povo cristão as suas inestimáveis riquezas encerradas em Jerusalém, conspurcar os Lugares Santos e apoderar-se do santuário de Deus!

Depois de ter justificado o papel dos Templários, Bernardo quis mostrar que eram uns escóis, os melhores entre os homens, e participar assim na excelência do seu recrutamento: Agora, para dar aos nossos cavaleiros, que militam não para Deus mas para o diabo, um modelo a imitar, ou antes, para os inspirar e fazer sair da confusão, contarei em breves palavras o tipo de vida dos Cavaleiros de Cristo, o seu modo de se comportarem tanto na guerra como em suas casas.

Quero que se veja claramente a diferença que existe entre os soldados seculares e os soldados de Deus. E, antes de mais, a disciplina não falta entre estes. Não têm desprezo pela obediência. Sob a ordem do chefe, vão, vêm; veste-se o hábito que ele dá e não se espera de outrem nem a roupa nem a alimentação. Tanto na vida como nas vestimentas, evita-se o supérfluo; reserva-se a atenção para o necessário.

É a vida em comum, levada na alegria e na mesura, sem mulheres nem filhos. E para que a perfeição angélica seja realizada, todos habitam na mesma casa, sem nada possuírem em particular, prestando atenção para manterem entre eles um único espírito de que a paz é o laço. Dir-se-ia que essa multidão tem apenas um corpo e uma alma, dado que cada um, em vez de seguir a sua vontade pessoal, se apressa tanto a seguir a do chefe.

Nunca estão ociosos; não vão nem vêm por simples curiosidade; mas quando não estão em campanha (o que acontece raramente), para não comerem o seu pão sem o terem ganho, cosem as suas roupas rasgadas, reparam as suas armas [ ... ]. Entre eles, não há preferências de pessoas; julga-se segundo o mérito e não de acordo com a nobreza [ ... ]. Nunca uma palavra insolente, uma tarefa inútil, uma gargalhada excessiva, um murmúrio, por mais fraco que seja, ficam impunes.

Detestam o xadrez, os jogos de azar, têm horror à caça com galgos e a cavalo e nem sequer se divertem com a caça de altanaria, com que tantos se deleitam. Os númos, os que lêem a sina, os jograis, as canções jocosas, as peças de teatro, são, a seus olhos, tão cheias de vaidade e de loucura, que se afastam delas e as abominam. Têm os cabelos curtos, porque sabem que, segundo as palavras do apóstolo, é vergonhoso para um homem cuidar da cabeleira. Nunca se penteiam e raramente tomam banho. É assim que são vistos, descuidados, hirsutos, negros de poeira, com a pele queimada pelo sol e tão bronzeada como a sua armadura.

Que retrato, que forma de justificar esses homens e de os mostrar tão diferentes dos outros guerreiros! Não podemos dizer que Bernardo tente atrair recrutas prometendo-lhes facilidades, mas os homens de que o Templo necessita devem ser capazes de dar provas da mais total abnegação e de suportar uma vida rude entremeada de sofrimento.

Bernardo procurava levar cada um a empenhar-se mais e, ao pregar a segunda cruzada, em Vézelay, exclamava: A terra treme, é abalada porque o Deus do céu está em vias de perder a sua terra, a que é dele desde que viveu entre os homens mais de trinta anos [ ... ]. Agora, por causa dos nossos pecados, os inimigos da cruz erguem de novo a sua cabeça sacrílega e a sua espada despovoa essa terra bendita, essa terra prometida. E se ninguém resiste, pobres de nós, eles vão lançar-se sobre a própria cidade do Deus Vivo, para destruírem os lugares onde se consumou a salvação, para macularem os Lugares Santos que o sangue do Cordeiro Imaculado purpurou. [ Dareis vós aos cães o que há de mais santo, aos porcos as pérolas preciosas?

Imagem: Sede dos Templários em 1450, Paris. http://2.bp.blogspot.com/

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Que faz Armando Vara em Angola?







Apoia incondicionalmente Angola, o seu governo e a sua FAMÍLIA. Não, não é corrupto. Em Angola não existe corrupção.
Todos os países do mundo são corruptos, Angola não.

Em Angola, Armando Vara é o exemplo da não corrupção. Apenas se corrompeu em Portugal.

Imagens: ALTO HAMA

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Os Templários (21). Jihad islâmica


MICHEL LAMY

Nota: É precisamente o sentido da Jihad islâmica.
Façamos, antes de mais, a nossa própria conquista, amigos muito caros, e poderemos em seguida combater com segurança os nossos inimigos de fora. Purifiquemos as nossas almas dos seus vícios, e poderemos depois purgar a terra dos bárbaros. Porque não é contra adversários de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados, os poderes, contra os que governam este mundo de trevas, contra os espíritos do mal que habitam os espaços celestes, isto é, contra os vícios e os seus instigadores, os demônios.

Estas críticas chegarão, por vezes, a fazer duvidar os próprios Templários, e Hugues de Payns teve de lembrar, numa carta dirigida aos primeiros dentre eles, que se tratava de uma necessidade. Tentando dissipar as suas dúvidas, escrevia: Vede, irmãos, como o inimigo, sob o pretexto da piedade, se esforça por vos conduzir à armadilha do erro. Oh trombeta inimiga, quando te calarás? Como é que o anjo de Satã se transforma em anjo de luz? Se o diabo aconselhasse a desejar as pompas do mundo, reconhecê-lo-íamos facilmente.

Mas ele diz aos soldados de Cristo que deponham as armas, que deixem de fazer a guerra, que fujam do tumulto, que façam um qualquer recuo de modo que, apresentando uma falsa aparência de humildade, dissipa a verdadeira humildade. Com efeito, que é ser orgulhoso senão não obedecer ao que nos é ordenado por Deus? Tendo abanado deste modo os superiores, Satã volta-se para os inferiores, para os derrotar.

Por que razão, diz ele, trabalhais inutilmente? Por que razão despender em vão um tal esforço? Esses homens que servis obrigam-vos a participar no seu labor, mas não querem admitir-vos na participação da fraternidade (confraria). Quando vêm até aos soldados do Templo as saudações dos fiéis, quando são feitas orações no mundo inteiro pelos soldados do Templo, não se faz qualquer menção a vós, nenhuma lembrança. E quando quase todo o trabalho corporal vos incumbe, todo o fruto espiritual se repercute neles. Retirai-vos, pois dessa sociedade e oferecei o sacrifício do vosso trabalho noutro local onde o zelo do vosso fervor seja manifesto e frutuoso.

O Grão-Mestre respondia assim também às tentativas de provocar a deserção dos homens que serviam o Templo sem serem cavaleiros. Hugues de Payns compreendera bem onde se encontravam os pontos fracos da Ordem. Era preciso não deixar desenvolver-se a crítica, convinha responder-lhe antes de se estender e tornava-se urgente que uma personalidade da Igreja, incontestável, viesse em socorro dos Templários. Por três vezes pediu ao seu amigo Bernardo que desempenhasse esse papel de autoridade espiritual e defendesse a missão particular dos Templários.

O santo homem de Clairvaux respondeu-lhe: Por três vezes, salvo erro da minha parte, me pediste, meu muito caro Hugues, que escrevesse um sermão de exortação para ti e para os teus companheiros [... ]. Disseste-me que seria para vós um verdadeiro conforto encorajar-vos por meio das minhas cartas, dado que vos não posso ajudar pelas armas. E garantistes-me que seria muito útil se animasse, com as minhas palavras, aqueles que não posso ajudar pelas armas.

E Bernardo redigiu o De laude novae militiae, verdadeira ferramenta de propaganda, crítica aos guerreiros tradicionais e apologia desta nova milícia de Deus que constituía a Ordem do Templo.
Começou por criticar vigorosamente os homens de armas do seu tempo: Qual é, cavaleiro, esse inconcebível erro, essa inadmissível loucura que faz que despendas para a guerra tanto esforço e dinheiro e apenas recolhas frutos de morte ou de crime?

Embocais os vossos cavalos de sedas e tapais as vossas cotas de malha com não sei quantos panos. Pintais as vossas lanças, os vossos escudos e as vossas selas, incrustais os vossos freios e os vossos estribos com ouro, prata e pedras preciosas. Vestis-vos com pompa para a morte e correis para a vossa perdição com uma fúria sem vergonha e uma insolência impudente.

Esses europeus serão os arneses de um cavaleiro ou os atavios de uma mulher? Ou então julgais que as armas dos vossos inimigos se desviam do ouro, pouparão as gemas, não furarão a seda? Por outro lado, demonstraram-nos amiúde que são necessárias três coisas principais na batalha: que um cavaleiro esteja alerta para se defender, seja rápido na sela e esteja pronto para o ataque. Mas, pelo contrário, penteais-vos como mulheres, o que dificulta a vossa visão; embaraçais os pés em camisas longas e largas e escondeis as vossas mãos delicadas dentro de mangas largas e de amplas aberturas.

E, assim ataviados, bateis-vos pelas coisas mais vãs, tais como a cólera irracional, a sede de glória ou a cobiça dos bens temporais. Matar ou morrer por tais objetos não põe a alma em segurança.
Que requisitório! A esta guerra de rendas, fútil, Bernardo contrapunha a dos monges-soldados da Ordem do Templo.

Imagem: http://www.lojadobode.com.br/images/MD24395.jpg

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O Cavaleiro do Rei (69)







E tudo se mantém na mesma. Pessoalmente temo que o Politburo anti-republicano prepare um novo conflito para justificar a permanência eterna no poder. Não acredito que eles abandonem tudo o que têm. É tudo deles. A manutenção do terror político a manter-se, conduzirá Jingola ao caos. Se não fosse assim não seria África. Nos próximos tempos tudo é possível acontecer. Não duvidamos do que o Politburo pretende. Adoram espoliações, tiroteios e campos da morte. Prevê-se que este ano seja muito quente, acalorado. O vírus do Politburo é muito mais mortífero que o Marburg.

O Politburo sobe no poder há quase cinquenta anos e a água e a luz descem. Foi este um dos prémios que ganhámos da independência. Pensámos e arriscámos as nossas vidas à espera que o colonialismo e a escravidão acabassem. Piorámos muito. A miséria e a falsa democracia estão conforme a Carta da ONU. A democracia hodierna resplandece como no tempo dos romanos. Espelha-se no terrorismo internacional.

O filho conseguiu algum dinheiro. Pagámos a conta da luz. Agora é esperar pelo próximo mês. Temo que se um de nós adoecer, não sei como vamos fazer. Não temos dinheiro para medicamentos. Qual é o novo-rico que nos apoiará? Nenhum! Pelo contrário, desejam que todos desapareçamos.

As meninas do que resta do apartamento de cima conseguiram uma electro-bomba para puxarem a água do rés-do-chão. Ligámos uma mangueira lá para cima e enchemos os nossos recipientes.

O Cliente não atende o telefone de ninguém, excepto as suas amantes. Falei com o seu empregado e disse-lhe que vou escrever uma carta ao Marquês dos Cofres Gerais a denunciar as fugas ao fisco que os neocolonialistas internos e externos praticam.

A agitação grevista nos petróleos tende para uma situação gravíssima. Pelas exposições dos ouvintes na Rádio Oráculo dos republicanos, alguns com conhecimento de causa, o que se passa é como na propaganda comunista que antes era muito badalada. «Abaixo a exploração do homem pelo homem» … pura demagogia. Os trabalhadores Jingola são tratados como escravos. Não lhes aumentam os vencimentos. Recebem ameaças. Isto é uma grande baralhada pois que o Politburo afirmou que os salários para estrangeiros e nacionais tinham que ser iguais.

«Tudo o que fazem é secreto». Nada mudou desde a independência (?).

Voltando ao secretismo. A deputada do PLD, Partido Liberal Democrata, Marta Cristina, informou-nos exactamente sobre o secretismo. Os números apresentados pelo governo Jingola não são discriminados nas Cortes Gerais. Apenas falam dos totais, nada mais.
Voltando atrás no tempo repenso no nome adequado da libertação para a nova opressão. PMLP, Partido Marxista Leninista Petrolífero.

Voltando ao pedido de desculpas do reino do FMI. A verdadeira diplomacia, a hodierna, ensina-nos que: quando pedimos desculpas, significa, aguardem que na próxima vamos lixar-vos. Para quê o contentamento do governo Jingola? Uma entidade internacional de relevo quando se desculpa, de seguida desenvolverá uma grande campanha nos corredores internacionais para atrofiar quem de tal beneficiou.
E Jingola que tem um exercito de diplomatas…

A revolta dos escravos. Os maus-tratos que se seguiam estimulavam juras de contra-ataque.




Ingleses, espanhóis, portugueses e franceses seqüestravam africanos aos milhões. Apesar de o poder estar com a nobreza, a burguesia francesa se transformou na maior força econômica da nação, cujas riquezas eram a produção colonial e o tráfico negreiro.

por Aloisio Milani
© AKG IMAGES/LATINSTOCK

Em São Domingos, entre 1764 e 1771, importava-se uma média anual de 10 mil escravos. De 1787 em diante, eram mais de 40 mil por ano. Os africanos que chegavam escravizados eram sobreviventes: os negros enfrentavam uma viagem transatlântica pela Rota do Meio como cargas selvagens de um traficante.

Não raro, quase um quarto dos escravos transportados morria dentro dos navios pelas péssimas condições de alimentação e higiene. Quando chegavam aos portos, eram examinados, comprados e queimados com ferro em brasa em cada lado do peito para identificar seu dono. Os maus-tratos que se seguiam estimulavam juras de contra-ataque. Algumas delas eram proferidas nos rituais noturnos de vodu, sincretismo dos rituais africanos com o catolicismo.

OS INIMIGOS BRANCOS Em creoule, dançavam e gritavam canções ameaçadoras, registra o escritor Cyril Lionel Robert James. “Ê! Ê! Bomba! Heu! Heu! Canga, bafio té! Canga, mauné de lé! Canga, do ki la! Canga, li!” A tradução seria algo como: “Juramos destruir os brancos e tudo o que possuem; que morramos se falharmos nesta promessa”. Tal qual o Brasil pré-abolicionista, também havia quilombos organizados nas montanhas haitianas para montar uma resistência contra a escravidão.

O mais temido foi o líder Mackland. Negro da Guiné, ele era um visionário, grande orador e se dizia imortal com os poderes do vodu. Tinha seguidores aos montes. Em 1758 planejou envenenar a água das casas dos brancos para libertar os escravos. Foi traído, capturado e queimado vivo. Essa história, que mais parece invenção, virou até mote para livro do realismo fantástico latino-americano – O reino deste mundo, do cubano Alejo Carpentier.

Mas o rancor dos maus-tratos não foi a única razão para a eclosão das revoltas de 1791. Os ecos dos ideais iluministas da Revolução Francesa de 1789 reboaram na colônia.

Sob o lema “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”, o marco histórico europeu derrubou valores do absolutismo e acendeu idéias burguesas. A abolição dos escravos era defendida, apesar de ser o sustentáculo da burguesia marítima. A Inglaterra, que havia perdido sua colônia na América do Norte com ajuda dos pensamentos iluministas franceses, passava a fazer propaganda contra a escravidão.

Após a convocação dos Estados-gerais na França – representações da nobreza, burguesia e clero –, alguns proprietários de terra em São Domingos apressaram-se em formar um comitê para defender seus interesses. Um grupo de mulatos também enviou uma delegação. Formou-se uma representação colonial, um fato inédito. Logo os colonistas queriam mais espaço na política às vésperas da revolução. Conseqüentemente, foi questionada sobre a contradição da exigência de um número maior de cadeiras para os proprietários de São Domingos com a manutenção da escravidão. Afinal, o lema não era igualdade?

Devaneios 28Out09




grita, 27/10/09 18:24
O grupo sonae em conjunto com a banca viraram agora os bombos da festa...os banco ainda vá que não vá que tenham corrigido porque nos últimos tempos tiveram valorizações acentuadas...agora a sonae...

DIÁRIO ECONÓMICO

coitadinha já havia 2 ou três meses que nem atava nem desatava...mas agora todo o grupo desatou para o abismo...e a sonae sgps essa coitadinha se não chegou à barreira psicológica de 1 euro agora aproxima-se é a passos largos do preço dum café...se esta é das empresas mais atractivas da europa para a g. sachs o melhor é inventar outra maneira de convencer os investidores...porque atracção tem a sonae esta desgraça de empresa mas é pelo abismo...basta compará-la com a sua concorrente mais directa j.martins para chegarmos à conclusão que quem investiu na sonae entalou-se e quem investiu na j.marins safou-se...e esta hein!

gabi, 18/09/09 10:08
para comemorar os 50 anos da constituição do grupo sonae os palhaços falidos da ubs que só têem vivido à conta do dinheiro dos contribuintes e dos depositantes e deviam ser poibidos de emitir qualquer opinião atribuem um target aos títulos no valor de 0,97 euros em contrapartida na semana passada a g.sachs atribuiu para o mesmo periodo um target de 1,56 euros...afinal em que é que ficamos? que métodos de avaliação são utilizados por estes senhores? na minha opinião não passam de vendedores de banha da cobra...como é possível haver uma diferença tão grande nestas avaliações? 1,56-0,97 =0,59 euros ou -61% é a variação/diferença negativa ...mas ninguém põe mão nesta cambada de criminosos...o que faz o bp e a cmvm? estão lá apenas para receber os altos salários mais mordomias? a este tipo de avaliações chama-se crime...um criminoso vai para onde? ver o sol aos quadradinhos e sem direito a opinar sobre o que quer que seja... alguém ponha mão nesta gente que o que fazem é prejudicar terceiros e nada mais...calados prestam melhor serviço aos cidadãos...

guru, 16/10/09 12:57
Todos os impérios tem o seu fim!
Até que enfim...já chega de americanos a comandarem a economia global a seu belo prazer!
Um pais que começou na ganancia e vai-se afogar nela.
Agora vamos ter de levar com o império chinês!
Cuidado

xabregas, 23/09/09 08:42
MUDEM-SE PARA A CHINA OU ENTAO CONTRATEM MAO DE OBRA CHINOCA POR ATACADO AO GOVERN0 CHINES ...

O FIM Feliz do ANGOLA EM FOTOS



«O Angola em Fotos termina aqui. Foram quase dois anos de publicações diárias, visualizadas por mais de cinquenta mil pessoas, o que certamente, sem o incentivo de vocês, teria sido impossível. Muito obrigado a todos!

Angola em fotos

E até um dia, Angola, terra maravilhosa que tanto me ensinou e que me fez crescer como pessoa!»

Adeus meu amigo, e muito obrigado por este delicioso convívio e momentos de prazer que me concedeste.

Um grande abraço… e quem sabe talvez um dia destes nos reencontraremos.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

A Epopeia das Trevas (59)




As janelas das ondas do mar abriram-se de par em par
Alagaram a História
sagrada do mar alto, andam fora de mim.

Vivo num mar sem rosas
A areia molha-se, remolha-se, recolhe-se, rebola-se
Voltar ao que sempre foi, não ao que é
Caminho para… desço uma escada sem fim
Outra onda grande cresceu, é outro maremoto

Em Gandhi a inteligência prevaleceu, e venceu.

A cólera impacientava-se, queria escoar-se, faltava-lhe liquidez. O céu auxiliou-a, enviou-lhe chuva hip-hop. Já vitimou mais de três mil. Contaminou, facilmente contaminará.

Novos-ricos Politburo de má nota desbastam nas andanças das festanças, caixas desapossadas, avolumadas com notas de cem dólares.

Seitas religiosas mandam lançar no mar os espíritos falecidos. Muitas almas errantes pairam sob as águas. Dizem que não se pode ir para essas praias porque as almas perdidas nos espantam.

Os Politburo quando se dirigem para os seus carros, ou deles saem, fazem-no com imensa cautela. Espreitam para todo o lado, com receio que os Órfãos os ataquem. Os Politburo têm sempre seguranças Jingola armados que os protegem.

Pelo rumo que as coisas tomam, caminham, com os líderes que governam o mundo, é mais uma civilização, esta dos tempos globais, que desaparece. É notável o ostracismo dos intelectuais Jingola, parecem dementes, coniventes. Onde estão os seus cérebros? Provavelmente perdidos nas florestas de betão.

Sim, eles deixaram de pensar, porque já não têm bosques, árvores, falta-lhes o oxigénio purificador que alimenta o pensamento.

Preparei a minha tanga, o arco e flechas.

Não sei onde estou, o que sou, acho que me perdi no tempo, ou o tempo perdeu-me. O que serei, o que será de mim?!

Vão-me plastificar na civilização do saco de plástico.

Jingola… onde qualquer gato-pingado aventureiro, é doutor, engenheiro.
Jingola dos ministros e vice-ministros. Onde há muitas vozes de comando, desumaniza-se o mando.

O culpado de tudo é o mar, fez as civilizações soçobrar, colonizar.
Escondeu-me o carvalho, o quetzal, e o Manitu. Regozijou-me com Kalunga, mukeka, e missosso… Consolou-me com a Cruz… neocolonizou-me.

O Cavaleiro do Rei (68)


E este português que acaba de ser notícia…
Dizia ele convicto que vinha lançar em Jingola, o primeiro país do mundo, Ups alimentados a baterias que dariam para 24 horas sem energia da rede. Prometia que suportariam tal tempo dependendo das coisas que estivessem ligadas. Quanto menos coisas melhor. O Ups aguentaria mais tempo.
Pela conversa entendi que não ligar nada seria o melhor. Mas quando as baterias estivessem descarregadas, ligava-se o gerador para as recarregar, esclarecia ele.
Para que serve isto então, se não podemos prescindir do gerador?!
O português não sabe, ou finge não saber, que os seus Ups já há muito se vendem em Jingola. Este português ainda não conseguiu sair do século dezanove.

Em Jingola tudo é comerciante, os estrangeiros abastecem regularmente o mercado. Portugueses vendem tintas, chouriço Sicasal, Incarpo e similares que reforçam a neocolonização. Em confraria governamental instalam-se e vendem o que já aqui se consome há muito tempo. A concorrência é sempre desleal, em Jingola nada é leal, tudo é ilegal. Apoiam-se nos amigos da corrupção que nos governam. Mais estrangeiros, comerciantes gatos-pingados vendedores de quinquilharias. Um deles alugou estabelecimento para vender sapatos que serve de disfarce para lavagem de dinheiro.

Na construção civil o português põe cimento areia e água na betoneira. Também varre o chão. Puxa o balde de argamassa no guincho eléctrico. Veio de Portugal para fazer este trabalho com saudades colonialistas. Com tantos desempregados que aqui podem facilmente fazer este trabalho. E chamam-se mão-de-obra especializada.

Os portugueses relançam a antiga moda no mercado de trabalho. Pedem-nos para trabalharmos e em paga sai um almoço. Nada mais. Que gatunice e aventureirismo impiedosos. No tempo colonial não era assim tão fácil roubarem. Agora sem controlo é espoliar à vontade.
Regra geral todos os estrangeiros chegam impiedosos e partem quando já tem o suficiente. Não dá para confiar, a África Negra é muito ingrata.

Os espoliadores nacionais e internacionais não se dão conta que produzem mão-de-obra que alimentam a Al-Qaeda e as outras redes de terroristas mundiais. E como tudo continua na mesma a Europa e os EUA acabarão por sucumbir.

Devido às frequentes, normais falhas de energia eléctrica, os incêndios da luz de vela são frequentes. Os bombeiros reportaram quatro incêndios em três residências particulares e um num contentor, tendo como origem chama de velas.

Na zona da rua do 1º Congresso da capital Jingola existe uma igreja de Indianos. Das 18 às 22 horas os moradores ficam, pode-se dizer, sem acesso às suas residências. Todo o espaço é ocupado pelos seus carros. Quando interrogados respondem:
- Esperar que indiano estar a rezar.
- Vamos queixar-nos à polícia.
- Poder ir. Nós pagar bem à polícia.
Ontem houve ensaio de tumultos. Hoje ou amanhã espera-se uma grande contenda.

Imagem: Folha 8

Os Templários (20). A guerra santa


MICHEL LAMY

A noção de guerra santa era, aliás, bem conhecida no Oriente. No entanto, continuava, em teoria, muito ligada espiritualmente à purificação interior, e isso tanto nas doutrinas essênios ou zoroastrianas como najihad islâmica.

A espiritualidade do monge e o papel do guerreiro haviam sido conciliados, tanto quanto possível, no islamismo, antes de o serem no cristianismo. Assim, os muçulmanos rabitas de Espanha, que levavam uma vida muito austera e faziam voto de defender as fronteiras contra os cavaleiros cristãos, preferiam morrer a recuar. E não é a única aproximação que pode fazer-se entre as concepções guerreiras no Oriente e no Ocidente.

Vemos bem quais os desvios que a noção de guerra santa podia trazer, dado que fazia desaparecer a de guerra justa, defensiva. Doravante, podia-se, em nome de Deus, levar a cabo guerras de conquista sob a única condição de que os territórios envolvidos fossem povoados por heréticos, pagãos ou infiéis. Esta concepção serviu para justificar, um pouco mais tarde, a cruzada contra os Albigenses. Não passou de uma maneira de os barões do norte rapinarem o Languedoque, sob o pretexto de uma guerra santa contra os cátaros, declarados heréticos. Foram, aliás, os monges de Cister que pregaram esta pseudo-cruzada, com o apoio de São Bernardo.

Nota: Na verdade, esta cruzada começou cerca de cinqüenta anos depois da morte de São Bernardo.
Bernardo foi para o Languedoque, esperando trazer os heréticos de volta ao caminho reto. Encontrou diferentes recepções, caracterizadas, na maior parte das vezes, pela indiferença, e até enervamento, da população. Por vezes, foi mesmo recebido à pedrada, o que tinha o condão de o exasperar ao ponto de se dirigir a Deus a fim de que este fizesse secar a região.

Acontece que, tendo perdido toda a esperança de converter esses hereges obstinados, Bernardo pensou que só restava reduzi-los por meio da espada e do fogo das fogueiras. E foi um cisterciense que, segundo se diz, exclamou em Béziers, quando foi levantada a questão de saber como se distinguiriam, na população, os cátaros dos bons católicos: «Matem-nos a todos, Deus reconhecerá os seus.»

Tudo isto ilustra os desvios possíveis de uma teologia da guerra. Todavia, será forçoso reconhecer que a Igreja não podia opor-se à luta contra a insegurança. Eram, pois, necessários homens armados para policiarem, para se oporem aos bandos inimigos, vindos para pilhar.

Ora, dado que esses homens de armas, esses defensores, eram muitas vezes tentados a tornarem-se, por sua vez, saqueadores, violadores, era indispensável «moralizar» a função de soldado. Talvez tenha muito bem sido desta idéia que nasceu a Cavalaria, com o seu código de honra que se julgava impedir os exageros. Aquele que era armado cavaleiro jurava bater-se apenas por causas justas.

Não se trata de uma idéia muito original, dado que já era aplicada no Irão, muito antes das cruzadas. Segundo Paul du Breuil’, «os Persas tinham constituído uma instituição, a fotowwat - substantivo que significa, em sentido próprio, liberdade, generosidade, abnegação - que caracterizava bem uma espécie de confraria cujo grau de fata era conferido pelos sheiks, senhores ou mestres de sociedades iniciáticas».

A introdução do sistema cavalheiresco permitiu à Igreja atalhar o mal. Completou o seu arsenal de luta contra a violência impondo períodos de sossego: as «tréguas de Deus». Multiplicou, por ocasião das festas religiosas, os períodos durante os quais qualquer combate era proibido. Devia fazer também que o cavaleiro não se desviasse do papel que lhe era atribuído. Para tal, possuía uma arma temível: a excomunhão e, para as faltas menos graves, a peregrinação penitencial.

Eis o princípio geral de coexistência de uma sociedade religiosa e de uma sociedade guerreira. Mas estamos longe desse equilíbrio precário devido ao fato de se misturarem completamente as funções de monge e de guerreiro. Quando o braço que abençoa é o mesmo que mata, há razões para surgirem alguns problemas de consciência.

São Bernardo, sargento recrutador dos monges-guerreiros
Na época, alguns insurgiram-se contra a criação de uma ordem militar. Assim o testemunha a carta enviada a Hugues de Payns pelo prior da Grande Cartuxa, Guigues: Não saberíamos, na verdade, exortar-vos às guerras materiais e aos combates visíveis; também não somos mais aptos para vos inflamar para as lutas do espírito, a nossa ocupação de cada dia, mas desejamos, pelo menos, alertar-vos para que penseis nisso. Com efeito, é vão atacar os inimigos externos, se não dominamos, antes de mais, os do interior ...

Imagem: http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A Epopeia das Trevas (58)




A civilização Branca entrou bem nas outras civilizações alegando que eram inferiores, selvagens, que ritualizavam sacrifícios humanos. Com estas justificações invadiram-nos e submeteram-nos à escravidão. Perguntavam-lhes sempre: onde está o oiro, onde estão os diamantes, onde estão as esmeraldas? Os povos não davam valor a essas coisas. Preocupavam-se em amar os deuses da sua natureza e da Natureza.

Invocando os sacrifícios humanos dos apelidados selvagens, iniciaram a matança de milhares, de milhões. Sem comparação possível com os rituais dos corpos que eram oferecidos aos deuses das civilizações destruídas. Os civilizadores Brancos queriam apenas roubar e tudo lhes servia e serve de pretexto. Exterminaram civilizações que desapareceram da História, restando alguns exemplares que mal se lembram do que se passou com os seus antepassados.

Foi assim com os Maias, Astecas, Incas, Hindus, Islamitas, Índios dos Estados Unidos da América, Índios do Brasil e os Negros. Aqui é uma anedota extraordinária: a civilização Branca defendia-se que esta gente andava nua. Vestiam qualquer coisa para se taparem. Não sabiam o que era vestuário, por isso diziam que eram muito primitivos. Mas os seus olhos lançavam faíscas de lascívia para os seios nus e para os corpos das nativas.

Eles, e especialmente elas, as Brancas, deram nas vistas que o calor era demais e ofereceram os seus corpos quase desnudos, imitando as selvagens de corpo escuro, moreno, tisnado, sensual, apetitoso da cor misteriosa do luar africano.

Foram compensados, habilmente ludibriados com a liberdade da carta de alforria. A questão é: pode um escravo ser livre? Nunca! Passa de uma escravidão para outra. O escravo é liberto mas não se liberta, não consegue sobreviver porque não lhe deram acesso a nenhuma instrução, a nenhuma profissão. Ele deveria reivindicar esse privilégio. Mas como, se ele não sabe ler, não sabe escrever. Nesta condição, libertar é neo-escravizar.

Foi isto que se passou com as independências em África. Oportunistas africanos educados na civilização Branca, lutaram pela independência, prometeram bem-estar aos seus povos, correram com os colonizadores, mais tarde lembraram-se que os Brancos antes de serem escorraçados, deveriam ficar algum tempo para deixarem aos Negros as profissões necessárias para manterem os países na normalidade.

De qualquer modo a civilização Branca apoiou esse abandono. Sabiam com sarcasmo que uma inapta multidão de escravos satisfaria a continuação dos seus desejos. Na administração colonial caíam algumas migalhas, no neocolonialismo essa rubrica deixou de existir. Substituiu-se por outra: o lucro do despejo e da espoliação dos casebres. É mais fácil, não dá trabalho nem chatices explorar. É por isso que se diz que a fome não é branca, é negra.

Ressoa-me na memória a homilia sacerdotal do estigma dos três cês, a perversão social dos desejos fáceis do feminino: casa, carro e conta bancária.

O Cavaleiro do Rei (67)




Notei que as rapinadoras descobriram uma alternativa. Antes do findar do dia voam das cavernas do prédio algumas centenas de morcegos. Observei que nos terraços dos outros prédios as aves de rapina poisam à espera do banquete… dos morcegos. Costumo amiúde observar o ataque que elas fazem para sobreviver. Quando caçam uma vítima voam para o terraço preparar a mesa. Os talheres são as garras e o seu bico. É bom recordar que viver é apenas uma questão de saciar a fome.

Desejamos que a ONU aprove como lei: que todos os habitantes do planeta têm direito a três refeições por dia. Que não seja necessário o trabalho escravo para comer. Afinal o planeta é de todos. Quem inventou isso da fome foi quem nos roubou o que nos pertence. Todos temos direito a uma porção do planeta. Basta dividir o planeta pelos seus habitantes e dar a cada um a parte que lhe roubaram.

A Filda-Feira Internacional Jingola, organizada pela Expo/ Jingola em nada contribui para a economia reinante. Como disse o jornalista Américo Gonçalves, trata-se de uma actividade que serve para encher os bolsos de alguns tubarões. A preocupação deles é importarem, servirem de intermediários e receberem as comissões. Não desenvolvem a economia nacional. Devem ser demitidos e entregar tudo a quem de facto se interesse pelo bem-estar das populações.

Cerca das vinte e duas horas, o jovem desgraçado prepara-se para dormir no camião estacionado. Conseguiu arranjar uma camisa para cobrir o tronco nu, porque as noites esfriam. Cobre-se com um recém-chegado papelão grande e bem conservado proveniente de um qualquer electrodoméstico. Prepara a sua cama. Os gestos demoram-se. A meio do camião há uma corrente que segura os taipais. Pretende passar-lhe por cima mas tropeça e ouve-se o estrondo da cabeça que bate desamparada no tejadilho. Levanta-se a cambalear. Acho que deve ter bebido uma dose de gasolina. Poisa um pé num pneu e desce. Dois seguranças dum banco cercam-no desconfiados. Ele pega numa pedra e atira-a contra uma porta metálica próxima. Ouve-se o estrondo. Um dos seguranças dá-lhe uma bastonada. A gemer sobe para o camião. Lentamente enfia o corpo na caixa de papelão. A parte que sobra do corpo tapa-a com outro papelão.
Bons sonhos e boa-noite jovem desgraçado da globalização petrolífera.

Em Londres os corpos das pessoas estão tão mutilados que se torna difícil saber de quem se trata. Lembro-me do maremoto. Pobres vitimas inocentes. Por vezes não consigo discernir quem são os verdadeiros terroristas. São os que nos governam ou a Al-Qaeda? Confesso que já não sei.
Como será o dia de amanhã? Também não sei.

O Partido Socialista Jingola está em congresso. Vão gastar 50.000 a 100.000 dólares.
O que me surpreende é que não sabem quanto vão gastar. Bom começo de propaganda política.

Filda Expo/Jingola dá emprego temporário a 2.000 jovens.
Esta notícia merece supressão. Se estes acontecimentos fomentassem o emprego seria óptimo. Mas não. Em nada contribuem para a economia Jingola.

Abandono de trabalho (?) 26Out09




Os Templários (19). O monge e o guerreiro ou a teologia da guerra


MICHEL LAMY

Aliás, isso levantava um problema terrível: não deveria considerar-se que existia incompatibilidade entre as funções de monge e as de soldado? Não deveria ver-se nas noções de procura da santidade e procura cavalheiresca duas éticas radicalmente opostas? Demurger escreve, a este propósito: Para as conciliar, era necessária uma evolução espiritual considerável, a mesma, aliás, que permitiu a cruzada. A Igreja teve de modificar a sua concepção da teologia da guerra. Teve de aceitar a cavalaria e arranjar-lhe um lugar na sociedade cristã, na ordem do mundo desejada por Deus.

O cristianismo primitivo é representado amiúde como condenando toda a guerra e toda a violência. Preconizava, como única resposta, o amor e apenas o amor, mesmo em caso de agressão. Segundo Mateus, quando Pedro puxou da espada para cortar a orelha do criado do Grão-Sacerdote, não lhe disse Cristo: «Embainha a tua espada, porque aqueles que matam com a espada morrerão pela espada»?

Numa abordagem destas, não há lugar para a batalha, mesmo de modo defensivo. Mas as coisas não são assim tão simples. Em primeiro lugar, a censura feita a Pedro é relatada de uma forma muito diferente pelos outros evangelistas. Marcos não relata esta frase e Lucas contenta-se com pôr Jesus a dizer: «Basta» e com fazê-lo curar a orelha ferida.

Quanto a São João, atribui a Jesus esta reflexão: «Embainha a tua espada. Não beberei eu o cálice que o meu Pai me deu?», o que é o sinal da aceitação do seu destino, por Cristo, da sua submissão ao necessário sacrifício, e não de uma censura a São Pedro. Por outro lado, noutra ocasião, o próprio Mateus refere uma outra palavra de Cristo: Não julgueis que vim trazer a paz à Terra; não vim trazer a paz, mas sim a espada. Do mesmo modo, encontramos no evangelho apócrifo de São Tomás: Por certo que os homens pensam que vim para lançar a paz sobre o Universo. Mas eles não sabem que vim para lançar, sobre a Terra, as discórdias, o fogo, a espada, a guerra.

Paul du Breuil vê aí uma alusão de Cristo à extrema subversão de toda a verdade.. Os teólogos não estavam, pois, desprovidos de recursos para justificar atos guerreiros. No entanto, era necessário escorar, mediante uma verdadeira teologia da guerra, escolhas que teriam podido lançar a perturbação nos espíritos. Evitou-se, portanto, considerar o fenômeno em si mesmo, para, atribuindo apenas interesse às suas razões, se chegar a uma noção de guerra justa. Bater-se para se apoderar das riquezas de outrem ou por simples bravata não podia ser admitido, mas bater-se para se defender ou salvar os seus, para manter o direito e a ordem, tornou-se legítimo, desde que todos os outros métodos estivessem esgotados.

Santo Agostinho foi, sem dúvida, o primeiro a elaborar uma teologia da guerra justa:
São chamadas justas todas as guerras que vingam as injustiças, quando um povo e um Estado, a quem a guerra deve ser feita, descurou de punir os delitos dos seus ou de restituir o que foi roubado por meio dessas injustiças.

Escrevia também: O soldado que mata o inimigo, tal como o juiz ou o carrasco que executam o criminoso, em meu entender, não pecam, porque, ao agirem assim, obedecem à lei.
Santo Agostinho dizia também: «Devemos querer a paz e fazer apenas a guerra por necessidade, porque não procuramos a paz para preparar a guerra, mas fazemos a guerra para obter a paz. Sede, pois, pacíficos, mesmo ao combaterdes, a fim de trazerdes, pela vitória, aqueles que combateis à felicidade da paz.» Demurger assinala que, no século VIII, Santo Isidoro de Sevilha acrescentou, a esta definição, uma precisão capital: É justa a guerra que é feita após advertência para recuperar bens ou para repelir inimigos.

Isto irá permitir justificar as cruzadas, enquanto recuperação dos lugares santos. Era preciso, a todo o preço, mesmo que fosse o de uma guerra, manter na terra a ordem desejada por Deus. Recusar a violência teria tido como conseqüência um recuo do cristianismo e teria feito o jogo do demônio, entregando-lhe populações cujas almas se teriam perdido.

A partir de então, passou-se rapidamente da noção de guerra justa à de guerra santa. Tratava-se de defender o único Deus verdadeiro e a fé do seu povo. O guerreiro batia-se por Cristo, defendendo o cristão contra o infiel. Devia até permitir que os povos pudessem receber o ensinamento da «verdadeira fé» e converter-se, uma vez destruído o poder dos seus antigos amos.

Imagem: http://i.s8.com.br/images/books/cover/img3/1085923_4.jpg

domingo, 25 de outubro de 2009

A revolta dos escravos. A tortura sistemática originava, não sem razão, uma sede de vingança


Revolução Negra
A independência do Haiti, influenciada pela Revolução Francesa, é considerada a única revolta de escravos bem-sucedida desde a Antigüidade clássica. Esse capítulo da história enche de orgulho os afro-descendentes latino-americanos, como símbolo da abolição. Na época, provocou temor nas nações escravocratas – Estados Unidos, Brasil e Cuba
por Aloisio Milani
© AKG IMAGES/LATINSTOCK

Iniciada em 1791, a revolta dos escravos foi a única vitoriosa desde a Antigüidade Revolta em Leocane, água-forte, autor desconhecido, 1840, Haiti


O trabalho na cana era extenuante e desumano. Por décadas, a colônia francesa de São Domingos sustentou um dos mais lucrativos negócios do Novo Mundo com o chicote apontado para o corpo dos escravos africanos. Os negros cavavam valas para o plantio das mudas, cuidavam dos brotos, zelavam pelo crescimento, faziam a colheita e toda a fabricação do açúcar. Os lucros dependiam da exploração do trabalho. A manutenção da escravidão pelos donos de engenho se baseava em castigos brutais e tinha um nível de perseguição implacável.

Os relatos da época descreviam que as punições das chibatas eram mais comuns do que receber comida. Mutilavam-lhes membros, orelhas e genitais; faziam-nos comer excrementos; amarravam-lhes grilhões e blocos de madeira; prendiam-nos a postes fincados no chão. A tortura sistemática originava, não sem razão, uma sede de vingança. E este foi um dos motivos da revolta que seria iniciada em 1791 e conformou a única rebelião vitoriosa de escravos desde a Antigüidade clássica. A independência do Haiti, proclamada em 1804, só nasceu por causa dela.

Na ilha de Ahti – como os índios descreveram a região montanhosa para Cristóvão Colombo em 1492 –, o período colonial deixaria as marcas de genocídios, torturas e escravizações desde fins do século XV. A população nativa foi dizimada. Passou de aproximadamente meio milhão para cerca de 60 mil em rápidos 15 anos. Enquanto os espanhóis deixavam parte do território à medida que acabava a riqueza das minas de ouro, os franceses passavam a ocupar o norte da ilha.

Em 1697, a Espanha reconheceu a soberania da França nas terras. A partir daí, o empreendimento dos colonizadores foi a cana-de-açúcar produzida pelas mãos dos escravos. São Domingos era um oásis exponencialmente lucrativo para a burguesia marítima, responsável pelo tráfico negreiro, e para os produtores de açúcar. Cerca de 20 anos antes da revolta, a colônia começou a viver a apoteose. Exportava 35 mil toneladas de açúcar bruto e 25 mil toneladas de açúcar branco. A elite branca ostentava mais e mais. Entre 1783 e 1789, a produção quase dobrou. E a colônia não avançava sem os escravos.

Bancos, o alimento do terror. O bónus




Neste campo de concentração do terror luandino, o nosso petróleo não beberemos. Os nossos diamantes não comeremos. Nas torres, prédios e condomínios, cagaremos. Nos bancos e nos banqueiros mijaremos. E também cagaremos e mijaremos nos estádios de futebol. Aos nossos saudáveis arcos, flechas e tangas voltaremos.


«“A bolha dos bónus rebentou”
Mafalda Aguilar 18/09/09 11:00

Os líderes dos 27 países da União Europeia vão defender na cimeira do G-20 a limitação aos bónus dos banqueiros.

DIÁRIO ECONÓMICO

A União Europeia acordou ontem apelar às principais economias do mundo para imporem regras efectivas para limitarem os bónus chorudos dos executivos dos bancos, associadas a sanções.

Esta foi a principal resolução que saiu da cimeira informal extraordinária de líderes europeus, que teve como objectivo alcançar uma posição comum para levar à cimeira dos 20 países mais industrializados do mundo (G-20), que vai ter lugar em Pittsburgh (nos EUA) entre os dias 24 e 25 de Setembro.

"Do nosso ponto de vista, a bolha dos bónus rebentou hoje", afirmou o primeiro-ministro sueco, Fredrik Reinfeldt, cujo país assume a presidência rotativa da UE.

"Os bancos que devem a sua sobrevivência ao apoio massivo do dinheiro dos contribuintes, não devem aproveitar-se dos seus bons resultados no futuro e pretender que a crise foi um contratempo menor. Isto seria uma provocação para os cidadãos europeus, especialmente tendo em conta a forte subida do desemprego", salientou o responsável.

"Os cidadãos estão horrorizados com as informações de que os bancos que receberam dinheiros públicos estão a pagar bónus exorbitantes. No G-20 insistiremos na necessidade de uma actuação internacional coordenada e decidida", afirmou Durão Barroso, que foi reconduzido no cargo de presidente da Comissão Europeia esta quarta-feira.

Na cimeira do G-20, os líderes europeus vão tentar convencer Barack Obama, que, segundo um assistente do presidente norte-americano, está relutante "em definir níveis de compensação pessoais".»



sábado, 24 de outubro de 2009

O Cavaleiro do Rei (66)




O general fechou o quarteirão com chapas de zinco, e construiu dois prédios até ao terceiro andar. Queria aumentar mais andares, mas há alguns meses que as obras pararam. Acho que alguém se opôs. Como o local é bem escondido, quase que ninguém sabe o que ele lá faz. Asfaltou a rua que dá acesso ao seu palácio, dizem, por cem mil dólares. Construiu uma piscina o que faz com que a agua diminua, desapareça nas nossas torneiras. Tem muitos ares condicionados. No tempo do calor a luz não vai aguentar. Mas não o afecta porque tem um potente gerador. Agora está a cimentar as paredes com tijolo na parte externa do outro prédio. Retirou uma das cortinas verdes e está a pôr tábuas de madeira nas escadas. Uma vez ameaçou-nos que nós temos os dias contados. Como é que ele consegue dinheiro para isto tudo? Ele trabalha na Logística Real... é por isso.

O filho com trinta anos de idade passou novamente dois dias na bebedeira. Chegou e desculpou-se que lhe puseram qualquer coisa nas duas cervejas que bebeu.
Eles e elas passam a vida nestas coisas. Não sabem fazer mais nada. Estão perdidos sem futuro. Completamente frustrados. Se trabalham dois dias, ou quando apanham algum dinheiro, vai tudo para a bebedeira. Os dias restantes ficam a aguardar que ela passe. Não sabem o que é trabalhar. Sempre com a cabeça no ar, que parece uma máquina de partir pedra. Não sei daqui a quantas gerações é que este reino se vai levantar.

Olha-se para a rua e só se vê mulheres com coisas na cabeça para venderem. E carregam mais coisas nas costas, os seus filhos. Que triste destino e escravidão para estas mulheres no reino mais rico do mundo.

A vizinha de cima mandou uma criança pedir um fósforo para acender o fogão.

Tudo isto faz lembrar as aves de rapina que surgiram.
O vizinho das traseiras do prédio tem uma vivenda com cerca de vinte casais de pombos. Costumam circular à volta dos prédios, numa formação que lembra uma esquadrilha de pequenos aviões bombardeiros. Vi duas aves de rapina, que tentaram capturar um deles. Então os pombos diminuíram os seus passeios. No prédio da rua principal com doze andares de altura, numa das varandas, alguns pombos costumavam lá poisar.

Agora juntou-se mais uma… são três aves de rapina que os perseguem. Ficam no terraço bem escondidas à espera.
Há pouco ouvi os sons que elas fazem, quando caçam. Rápido fui observar. Os pombos fugiram aterrorizados. Agora estão no pombal cheios de medo. Evitam sair. As aves de rapina esperam pacientemente um descuido. É para isso que funcionam. São como tubarões com asas que esperam a comida. Mas acho que qualquer coisa não funciona bem. Acabo de contar seis aves de rapina na varanda das traseiras. É a primeira vez que vejo isto. Voam baixo sem medo, parecendo que me vão atacar. Será um desastre ecológico que aconteceu nas redondezas de Jingola? Não me surpreende, pois estão a destruir a vegetação para construírem tudo de errado que lhes vem à cabeça (?).

Eldorado 24Out09




Carlos alberto dos santos Diz: Outubro 23, 2008 às 11:17 pm
Presados senhores(a),
tenho 26 anos, sou natural de aracaju-se, brasileiro tenho ensinio médio completo, possu-o cursos de enformática, direção defensiva, desenvolvimente de lidéres. Possu-o hablitação cat:(B) e no momento estou tirando a (D), mais o curso mopp. Já tenho experiência na aria de tubulação endústrial como ajudante de: soldador, eletricista, encanador. Caso se enterece no meu curriculo, meu numero de contato é: (79)9925-0237 ou 99933987, 8829-6626.
Atenciosamente, Carlos.

Claudio Correia Diz: Outubro 20, 2008 às 7:25 pm
Procuro emprego na area de informatica…
Gostaria de trabalhar em Angola, Africa…
Por favor quem soube e pode me ajudar entre em contato..
(71) 8896-2369
(71) 9913-4551
Obrigado…

Cristina Abbude Diz: Outubro 23, 2008 às 8:55 pm
Olá, eu trabalho na area administrativa, com call center e telemarketing e gostaria de trabalhar em Angola.

Carlos alberto dos santos Diz: Outubro 23, 2008 às 11:17 pm
Presados senhores(a),
tenho 26 anos, sou natural de aracaju-se, brasileiro tenho ensinio médio completo, possu-o cursos de enformática, direção defensiva, desenvolvimente de lidéres. Possu-o hablitação cat:(B) e no momento estou tirando a (D), mais o curso mopp. Já tenho experiência na aria de tubulação endústrial como ajudante de: soldador, eletricista, encanador. Caso se enterece no meu curriculo, meu numero de contato é: (79)9925-0237 ou 99933987, 8829-6626.
Atenciosamente, Carlos.

HANS MICHEL Diz: Outubro 23, 2008 às 11:27 pm
trbalho de auxiliar de macanicô,mais tenho cnh categoria AD me entereço em trabalhar fora do pais meu telefone (83)8826-3134 estou trabalhando na cr almeida obra mamanguape pb se itereça me ligue por favor valeu..

MOISÉS DE ALMEIDA Diz: Outubro 23, 2008 às 11:34 pm
Tenho amigos que traballham em angola e me falam muito bem de la mais eu particularmente nunca tive oportunidade mais se um dia tivesse iria agorra-la essa oportunidade com unhas e dentes estou arriscando a sorte nao sou formado em em nada infelismente, vejo muitas pessoas formadas e bem preparadas. A unica atividade que exerso como profisção é dirigir mais nem isso estou fazendo fui demitido a pouco tempo eu dirigia caminhão em uma prestadora de servisos tenho abilitação (Categoria D)atulmente sou servente de pedreiro para garantir o pão de casa.Como ver não tenho profisção fixa não sei no que poderia ser úlil mais sou nodetino trabalhador carente de uma oportunidade para mudar de vida.

Julio Silva Diz: Outubro 24, 2008 às 4:26 pm
Sou Projectista electromecanico
Tenho uma larga experiência no projecto montagem e manutenção, de aparelhos de movimentação de carga, assim como na elaboração interpretação e execução de esquemas eléctricos,implementação de projectos electromecânicos, e capacidade de coordenação, orçamentação e controle de equipas de montagem e manutenção de máquinas industriais.
Nos ultimos seis anos exerci funcões de adjunto de chefe de obra em construção civil de obra publica (redes de gás natural, aguas e saneamento, etares na empresa CME)como responsável da area logistica e controlo de aprovisionamentos, implementação de projectos e instalação dos mesmos, através do acompanhamento das equipas de instaladores no terreno.
Dado o meu percurso profissional e a experiência adquirida adapto-me facilmente a situações de desafio e pressão nas varias areas da industria metalomecânica e construção civil conforme demonstra o meu curriculum em anexo.
Sou natural de Angola terra de onde saí com 15 Anos, conheço muito bem o ambiente Africano , pois estudei na Namibia durante dois anos, e executei trabalhos de recuperação de pontes rolantes nos Cimentos de Moçambique nas instalações da Beira (Dondo) e em Maputo (Matola), Nos Anos de 1999 e 2001.
Julio Silva

paulo neves morais Diz: Outubro 25, 2008 às 8:02 pm
sou angolano,e ja trabalhei em angola na area de telecommunicações gostaria de voltar a trabalhar em angola tenho esperiencia de mais de 18 anos. Tanto na rede fixa como na rede movel

adevaldo Diz: Outubro 25, 2008 às 10:35 pm
olá mim chamo adevaldo moro no brasil tenho 35 anos de idade ,sou soldador a 12 anos e em 2007, trabalhei em angola, em luanda a serviço de uma empresa portuguesa, na area metalurgica pois a empresa não estar a recrutar mais soldador pois estão sem contrato de serviço,pois gostaria de ter mais outra oprtunidade de trabalhor em minha segunda casa pois os angolanos são ospitaleiros e respeitosos com os brasileiros mim senti em casa.pois gostaria de saber se tem algumas empresas a recrutar soldadores espero ançioso pela resposta meu email
adevaldosoldador@bol.com.br
adevaldo.soldador@hotmail.com

ferreira Diz: Outubro 26, 2008 às 3:28 pm
Saudaçoes a todos que por qualquer motivo gostam de Angola.
nao sou Angolano mas Angola esta sempre no meu coraçao.
por isso espero mesmo com 62 anos de idade ainda contribuir para a grandeza de Angola em suma do seu Povo que conheço
Sou portugues nunca ninguem da minha familia esteve em Africa que eu saiba .Mas desde muito jovem Africa e sobretudo Angola foi a minha Paixao de talmodo queem certa altura comecei a aprender uma lingua do Leste de Angola Tchokue.Na famigerada guerra colonial como Soldado Condutor,na Vida CIvil na DIAMANG sempre na Construçao Civil .Hoge Sou Empresario mas quero trabalhar em Angol::como Encarregado Geral

ferreira Diz: Outubro 26, 2008 às 3:56 pm
continuaçao da nossa comonicaçao.
Conheçi entre Agosto de 1969 ate Novembro de 1975,Luanda,Huambo,Bie,
Luena,Saurimo,Cazombo,Luau, Zonas de Guerra Colonial, na Diamang,Dundo,Andrada,Lucapa Malange etc.
No Luxilo no meu gipe passiei umCartas do Comandante Hogi Hienda o filho bem amado do Povo Angolano.o Meu contrato tinha acabado regressei a Portugal. Entretanto a guerra entre Angolanos Começou e muitos Portugueses como eu Choraram. Nao havia condiçoes para regressar.todos os povos do Mundo podem gostar de Angola.mas como os portugueses e Impossivel.Foram muitos Anos de coisas boas e más ainda hoje na Europa na America em todo o Mundo existe a exploraçao do Homem pelo Homem Com a idade que tenho sempre atrabalhar no duro estou a vontade para falar disto .Os portuguese dignos desse nome nao so gostam de ti como te AMAM.a Memoria do teu REi NGOLA. ATÉ SEMPRE

Carlos Costa Diz: Outubro 30, 2008 às 3:07 pm
Sou Engenheiro Civil formado da universidade de Coimbra e a minha esposa é Engenheira Industrial com porsgraduação nas áreas de Ambiente, Segurança Industrial e Ambiente. Estariamos interessados em ir trabalhar para Angola enconrtando-nos desde já disponíveis para futuras propostas de trabalho.

http://engenhariacivil.wordpress.com/2007/08/25/mercado-de-trabalho-em-angola-2/#respond

Devaneios 24Out09




PÚBLICO ÚLTIMA HORA
25.09.2009 - 17h20 - Onde fica a casa do meu amigo?, Lx
Lembram-se das inspecções da ONU ao Iraque permitidas por Sadam antes da Invasão Americana. Sadam era burro que nem uma porta, permitiu as inspecções na esperança de evitar a invasão, mas o que os ocidentais e a CIA infiltrada foram fazer de facto foi identificar alvos para os bombardeamentos aéreos Americanos e contratar traidores dentro das forças armadas iraquianas. O Irão que está sob ameaça séria de ataque Israelita e Ocidental não deve estar disposto a oferecer aos seus inimigos a informação que lhes permita a destruição do Irão. Os Iranianos não são burros, ao contrário da maioria dos comentadores deste forum...

25.09.2009 - 16h31 - Castro, Lisboa
Os fanáticos muçulmanos lá sabem porque é que andam a fazer as coisas às escondidas... Aposto que Israel ataca o Irão anntes do fim do ano!

25.09.2009 - 16h02 - NP, VN
...reactores que o Irão comprou a uma empresa francesa e que por acaso tem como grandes accionistas o senhor Dick Cheney e o senhor Donald Rumsfeld. Não acham isto muito estranho?

25.09.2009 - 15h51 - irão a, progredir
O Irão quer energia limpa sem co2, está a contribuir para um mundo melhor. Portanto, que continuem.

25.09.2009 - 15h44 - ...., ...
Na cabeça do Abu já deve andar aí pela décima quarta guerra mundial ... entre os dois neurónios que tem: Tico e Teco.

25.09.2009 - 15h25 - Ostojo, FEC
A historia tem destas coisas... foram os Estados Unidos que iniciaram o programa nuclear Iraniano. Na altura o Irao comprometeu-se a nao utilizar o programa para fabricar armas nucleares. Acredito que tenham respeitado o acordo.

25.09.2009 - 15h15 - Anónimo, Lisboa
Mas este cenário é práticamente uma cópia do que se passou com o Iraque antes do ataque dos gangsters americanos e seus sequazes a esse país. Será que o mundo está a assistir aos preliminares da 3ª guerra mundial.? É que desta vez, não me parece que seja possivel isolar o Irão como fizeram com Bagdad. Um ataque a este país envolverá sem dúvida a Rússia e com toda a probabilidade outros países, entre eles a China. Será bom que a ONU, realize, desde já, os perigos desta politica de querer impôr ao Irão o que não exigiram aos outros detentores de armas nucleares. É uma descriminação inaceitável que conduzirá ao desastre. Só a eliminação das armas nucleares por todas as nações pode levar à paz. Não há outro caminho.!!

25.09.2009 - 15h07 - Abu (Confirma a Clandestinidade), Algures num desrto!
O Sr.Sarkozy quer ficar na historia!....eu avisei, daqui não vai sair coisa muito boa para a humanidade, pouco importa as religiões e convicções ou regras de "trânsito" de cada um, desta vez vai ser uma limpeza.Não porque os USA vão atacar o Irão na vez da França ou de Israel, mas porque o Sr.Sarkozy caiu numa ratoeira (assim quis) da qual nunca mais sai, e será ele que vai atacar o Irão e dai tudo se desmorona como um baralho, o Sr.Sarkozy é um sujeito impulsivo..."il marche au quart de tour"...e vai espalhar-se!Oxalá que sim e de qualquer dos modos, esta viagem não tem marca-atrás !Força, para a frente é o caminho!!!

DIÁRIO ECONÓMICO
fino, Lisboa 23/09/09 09:40
A Crise ainda não acabou e não vai acabar enquanto os POLITICOS EUROPEUS não tiverem coragem de enfrentar o principal problema de frente: A CONCORRENCIA DESLEAL DA CHINA, que levou e levará milhares de empresas Europeias a encerrar.

Os Templários (18). O monge e o guerreiro ou a teologia da guerra


MICHEL LAMY
Tratava-se de adaptar uma regra monástica aos imperativos com que os guerreiros deparavam. Aos Templários, por exemplo, não podiam ser impostos jejuns tão severos como nas outras ordens, senão como teriam forças para se bater? Pela mesma razão, um monge fatigado era dispensado de satisfazer todas as suas obrigações de oração: precisavam de descansar para reconstituírem as suas forças de guerreiros. Mesmo assim, a obediência ao Mestre devia ser absoluta, militar.

A regra foi rapidamente complementada por várias bulas pontificais, bem como pelos «Retrais» que desenvolveram, nomeadamente, tudo o que se relacionava com a disciplina e as sanções eventuais e que enumeraram o conjunto dos deveres aos quais cada um estava submetido.
A regra foi traduzida para francês, em 1140, e recebeu, nessa altura, algumas modificações. Nomeadamente, o novo texto recomendava que se atraíssem os excomungados para a Ordem, para sua redenção. Com efeito, o artigo diz:
Lá onde souberdes que se reúnem cavaleiroS EXCOMUNGADOS, é lá que vos ordenemos que vades, e se houver entre eles quem queira ir juntar-se à cavalaria de Além-Mar, não devereis esperar o lucro temporal tanto quanto a salvação eterna da sua alma, quando o texto da regra latina afirmava: «Lá onde souberdes que se reúnem cavaleiroS NÃO EXCOMUNGADOS ... », isto é, precisamente o inverso...

Erro de copista? É o que pensa a maior parte dos comentadores, mas é impossível porque outras passagens da regra latina que proibiam o convívio com homens excomungados foram modificadas. Tratava-se, pois, de uma alteração voluntária - e importante - a que teremos ocasião de voltar.

Aliás, outras alterações tinham sido introduzidas sem sequer esperar pela redação da regra em francês. Quando Hugues de Payns regressou ao Ocidente, o patriarca de Jerusalém revira doze artigos e acrescentara vinte e quatro, entre os quais o fato de reservar o manto branco da Ordem apenas aos cavaleiros.

Na realidade, a versão latina e a versão francesa parecem corresponder a duas lógicas diferentes, em vários pontos. O concilio de Troyes dissera que deixava ao papa e ao patriarca de Jerusalém o cuidado de aperfeiçoarem a regra de acordo com as necessidades da Ordem no Oriente. Foi, aliás, essencialmente a partir de 1163, após a publicação da bula Omne Datum Optimum, que todos esses regulamentos foram fixados definitivamente. Esse texto reforçava ainda mais os poderes da Ordem e do seu Grão-Mestre.

Autorizava os Templários a conservarem para si mesmos o saque tomado dos Sarracenos, colocava a Ordem sob a tutela exclusiva do papa, permitindo-lhe assim escapar a qualquer outra forma de poder da Igreja, incluindo o do patriarca de Jerusalém. Quando sabemos, por exemplo, que a nomeação dos bispos dependia em grande medida do rei e do poder político em geral, compreendemos a importância de uma tal medida, dado que protegia os Templários de qualquer ingerência a esse nível e dava-lhes, até certo ponto, um estatuto internacional.

A bula confirmava, ademais, que os bens da Ordem estavam isentos de dízimo; em contrapartida, com a anuência do bispo local, os Templários tinham o direito de lançar o dízimo em proveito próprio. Por outro lado, o texto proibia que os Templários fossem submetidos a juramento e estipulava que apenas os irmãos da Ordem podiam participar na eleição do Grão-Mestre.

A bula fixava e condensava os estatutos da Ordem e proibia a quem quer que fosse, eclesiástico ou não, de alterar alguma coisa neles. Permitia, por fim, que o Templo tivesse os seus próprios capelães, junto dos quais os irmãos podiam confessar-se sem terem de recorrer a uma pessoa exterior à Ordem, e construíssem capelas e oratórios privados. Ademais, eram os únicos que podiam utilizar as igrejas e capelas das paróquias excomungadas.

Assim, a Ordem do Templo encontrava-se perfeitamente autônoma, sem que ninguém, a não ser o papa - mas teria ele esse poder? -, pudesse imiscuir-se nos seus assuntos. Esta independência era uma realidade, tanto no campo econômico como no da organização militar ou no campo espiritual e ritual. Tudo se passou como se tivesse deixado aos Templários o cuidado de preservarem segredos, evitando-lhes terem necessidade do que quer que fosse exterior à Ordem, mesmo que fosse para se confessarem. Não deveremos ver aí, se não a prova, pelo menos um indício importante que confirma a existência de um «segredo» da Ordem, sem dúvida relacionado com descobertas feitas em Jerusalém?

O monge e o guerreiro ou a teologia da guerra
O Templo não tinha nada que ver com uma ordem religiosa normal. Os seus privilégios eram exorbitantes, quer se tratasse do poder de decisão, de organização, ou da criação de um potentado financeiro e econômico, em sentido amplo. Os cavaleiros cultivavam a pobreza pessoal, mas a Ordem via serem-lhe conferidas todas as possibilidades para se tornar extremamente rica e, de certa forma, rica a expensas do resto da Igreja, dado que estava isenta de dízimo. Isto era justificado pela necessidade, para a Ordem, de manter um verdadeiro exército na Terra Santa, mas, ao mesmo tempo, o fato de ser uma ordem militar, com o que isso representa em termos de poderio, poderia tornar esse um privilégio suplementar.

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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A Epopeia das Trevas (57)


Quando a fome aperta, os lobos descem das montanhas. Os humanos afirmam categoricamente que são animais muito perigosos, que devem ser abatidos. Mobilizam-se esforços, as feras estão esfaimadas, defendem-se para sobreviverem, os humanos também. Estes humanos destruíram o local onde os lobos viviam e comiam. Que diferença há entre os lobos e os humanos? Só uma: os lobos viviam pacificamente antes de os humanos chegarem. Haverá fera mais perigosa que o ser humano? Não, não há!
Qual é a espécie que merece ser extinta? «Os bípedes!». Quais?!

Aqueles que juram quando o anel lhes é colocado no dedo que:
E depois do casamento, das promessas de amor para toda a vida à sua amada, vão exercitar as suas armas nos pobres e indefesos animais para provarem a sua virilidade. Para oferecerem os troféus de caça da inglória infelicidade. Nesse dia pompas e arraiais são lançados. Mais um nobre cavaleiro foi edificado. Os Cavaleiros do Templo rejubilam. Mais uma estátua será erigida. O melhor, o que mais matou, o que mais fome e sofrimento provocou… recebe como prémio uma estátua e uma fundação. Durante mil anos ou mais, os seus seguidores proclamarão que ele inventou o amor. Sangue será derramado, mil vezes incontido. Todos levantarão as suas espadas ao ar e perante juramento dirão: este veio dos céus, e para sempre será abençoado.

Das pedras que restam da Terra surgirá uma espada gigantesca, tão enorme como o Universo, todos a verão. E dirão: que grande raio laser conseguiram para nos distrair. E de repente, depois da grande espada que subiu no Universo, ela desce sobre a Terra e espeta-se no grande Oceano. A Terra fende-se, abre-se em duas e o fim começa. Tudo o que é humano é arrastado, biliões de corpos são engolidos para o abismo. O fim da espécie humana, fim da Criação.

Surgem trovões no céu. Cantam-se salmos. Naves espaciais, os tais discos voadores, sobrevoam o que resta da Terra. Os que foram sempre chamados de Deuses, finalmente cumprem as profecias. Desceram, e aqui estão, aqui chegaram. Apresentam-se de vestes invisíveis, aquilo a que os mortais imploram, vestidos como a neve. Há muito que estavam entre nós, mas cegos como somos, nunca o notámos. Para quê? Pois se apenas nos contentávamos em amaldiçoar, fazer mal! E eles estavam lá… sempre disfarçados na neve.

E nós, na eterna superioridade da raça eleita… recebemos a ordem divina, de exterminar tudo o que estiver ao nosso alcance. E se mais não exterminámos, foi porque não conseguimos, porque já estávamos fartos. Mas havia sempre alguém que não se cansava… esses incansáveis que recebiam as últimas instruções. Umas parcas ou perdulárias moedas eram suficientes, e lá ia o pouco que restava da biologia.

Algumas espécies teimavam em resistir à extinção, como aqueles pobres loucos que ainda teimavam em acreditar no amor. Teimavam na chamada de atenção, imolando-se como Romeu e Julieta. De nada lhes servia, porque era mais um episódio da tragicomédia humana. Os humanos cansaram-se do amor.

A não ser que se ganhasse com isso… que desse para ganhar dinheiro com alguma reportagem de TV em directo. O negócio era mais importante. Daqui os humanos cavaram uma célebre máxima: primeiro o negócio, depois o amor. Vestiram-se, e depois despiram-se quando inventaram a lingerie. Provaram que sem isto não é possível fazer amor. Os fetiches são necessários, para despertar o instinto animal. Nas selvas dos castelos das muralhas humanas, um animal espreita-nos em cada ameia. Dia e noite as setas são lançadas ao acaso. Os opressores resguardam-se, os malfeitores vivem na sua sombra, os esfomeados vivem das setadas. Mas ai dos que escaparem das setadas, porque as infalíveis flechas de Ulisses estão sempre à espera.

Abandono de emprego (?) 23Out09







Os Templários (16). Estêvão Harding e a tradição hebraica


MICHEL LAMY

Podemos interrogar-nos quanto ao facto de saber quem foi, quanto ao fundo, a personagem mais importante para a constituição da Ordem do Templo: São Bernardo ou Estêvão Harding, abade de Cister, que congeminára tudo, desde o início, com Hugues de Champagne?

Inglês de origem, Estêvão Harding fora, inicialmente, monge no mosteiro de Sherbone. Depois, prosseguira estudos na Escócia e, em seguida, em Paris e em Roma. Marion Melville’ lembra o que dele dizia Guillaume de Malmes: Sabia casar o conhecimento das letras com a devoção; era cortês nas suas palavras, risonho no rosto: o seu espírito rejubilava sempre no Senhor. Depois de uma passagem por Molesmes, fundara Cister. Alguns anos mais tarde, tornara-se o seu terceiro abade.

Estêvão Harding acumulara quase todos os conhecimentos intelectuais que podiam adquirir-se nessa época. Reformou a liturgia e fez da sua abadia um centro cultural único. Empreendeu um trabalho gigantesco: a redação da Bíblia de Cister, com um espírito de correção crítica notável. Para o ajudarem, recorrera a sábios judeus. De acordo com as suas observações, mandou efecuar duzentas e noventa correções e cinco versículos completos de Samuel foram completamente reescritos. Findo isso, Estêvão Harding proibiu que se tocasse numa só palavra daquela Bíblia. Daniel Réju refere que uma personagem curiosa vivia então em Troyes: o rabino Salomon Rachi (1040-1105). Foi considerado o maior exegeta dos textos hebraicos e o principal comentador e intérprete do Talmude. Analisava sempre os textos a três níveis: literal, moral e alegórico.

É difícil saber se Estêvão Harding conheceu pessoalmente Rachi, dado que este morreu em Praga, em 1105. Em todo o caso, é bastante provável que os seus genros tenham vindo trabalhar para Cister, ao lado dos monges, para facilitar a tradução de documentos sagrados especialmente difíceis de interpretar.
por este meio indireto, os Templários beneficiaram de um apoio extremamente importante para a pesquisa que pareciam estar a levar a cabo no Ocidente.

São Bernardo partilhou, sem dúvida, o interesse de Estêvão Harding pelos textos hebraicos, embora as provas sejam escassas. Em todo o caso, ergueu-se muitas vezes contra as perseguições que os judeus tiveram de sofrer um pouco por toda a Europa. Fustigou os autores dos pogroms e manifestou bastante mais indulgência religiosa pelos judeus do que pelos cátaros. O concilio de Troyes: para uma regra feita à medida Claro que Estêvão Harding participou no concilio de Troyes, mas teria sido por qualquer coisa relacionada com a redação da regra? Isso é mais difícil de dizer.

Alguns quiseram ver nesse texto uma espécie de cópia das regras de vida observadas pelos Essênios, no tempo de Cristo. Mas que se sabia, no século XII, sobre esses Essênios que nos foram sobretudo revelados graças à descoberta dos manuscritos do mar Morto, em Qumran? Seriam veiculadas tradições a eles respeitantes nos meios judaizantes? Teriam os próprios Templários descoberto, por acaso, documentos essénios? Por certo temos de relegar isto para o campo das simples conjecturas.

Em todo o caso, o concilio de Troyes reuniu-se «no dia da festa do Senhor Santo Hilário, no ano da Encarnação de Jesus Cristo de 1128, ao nono ano do início da supramencionada cavalaria». A assembléia consular foi presidida pelo legado do papa: Mathieu d'Albano. Assistiram a ela os bispos de Sens, Reims, Chartres, Soissons, Paris, Troyes, Orléans, Auxerre, Meaux, Châlons-sur-Marne, Laon, Beauvais. Encontravam-se também presentes vários abades, entre os quais Estêvão Harding, é claro, e leigos como Thibaud de Champagne e o conde de Nevers. Entre todas estas personagens, algumas eram amigas de São Bernardo.

Logo no prólogo da regra, apercebemo-nos de que a publicidade da Ordem estava pronta para favorecer o seu progresso e que o conjunto se inseria num plano deliberado, em longo prazo. Pode ler-se: Falamos, em primeiro lugar, a todos quantos desprezam ir atrás das suas próprias vontades e desejam, com pura coragem, servir como cavalaria ao soberano-rei, e com um desvelo aplicado desejam vestir e vestem perpetuamente a muito nobre armadura da obediência. E, portanto, admoestamo-nos - a vós que haveis seguido, até agora, secular cavalaria na qual Jesus Cristo não tomou parte, mas que seguistes apenas por favor humano - a seguir aqueles que Deus escolheu da massa da perdição e ordenou, pela sua agradável piedade, para a defesa da Santa Igreja, e a que vos apresseis a juntar-vos a eles perpetuamente [ ...].
Hugues de Payns expôs, perante a douta assembléia, as necessidades da Ordem, tal como as concebia. Depois, o texto foi estudado e discutido, artigo após artigo. A regra latina que daí resultou compreendia setenta e dois artigos. Tudo, ou quase tudo, estava previsto nela: os deveres religiosos dos irmãos, os regulamentos que fixavam os atos quotidianos (refeições, distribuição de esmolas, vestes, armamento, etc.), as obrigações dos irmãos uns em relação aos outros, as relações hierárquicas...
A preocupação com o pormenor foi levada muito longe, dado que se decidia nela como seriam feitos os sapatos, como se cortariam os bigodes, o número de orações a recitar nesta ou naquela ocasião, etc.

Imagem: http://1.bp.blogspot.com/