sexta-feira, 30 de abril de 2010

A Ocidente do Paraíso (56). Um líder não se impõe, nasce naturalmente.


O batalhão já tinha conhecimento devido à escuta dos seus operadores, uma vez que estávamos em rede. Lá, o operador de serviço informava constantemente tudo o que se passava. Chamava o operador dos nossos pelotões a todo o momento, e não obtinha resposta. Isto fez-me pensar que já teria ido desta para melhor. Mas não, consegui ouvir: «Filhos da puta de portugueses vão para casa!» Eram as vozes dos guerrilheiros que estavam tão próximas, que o meu colega ligava o micro para que fosse possível ouvir o que se escutava, e por precaução evitava falar para que não denunciassem a posição em que se encontravam. «Querem água seus brancos de merda, pois venham buscá-la! Estamos à vossa espera! Vamos matá-los todos! Vão para a vossa terra!»

Por mais que tentasse chamar, o meu colega não respondia. Também, se falasse muito arriscava-se a ficar sem bateria. Não me lembrava se tinha levado uma de reserva. Mas acabou por informar:
- Alta quatro estamos junto a um rio, precisamos de água mas não conseguimos aproximar-nos. Quem tentar é recebido com forte tiroteio.
- O capitão perguntou se há baixas.
- Por enquanto ainda não.
De vez em quando ele ligava o micro. Ouvia claramente o tiroteio. Os meus colegas estavam numa situação muito difícil. No fim do dia conseguiram comunicar:
- Pela manhã mandem a aviação fazer um bombardeamento. Só assim conseguiremos sair daqui.

Eram cerca de vinte e três horas. Levantei-me e aproximei-me da porta de saída. Olhei em frente e de repente vi muitas portas. Olhava e procurava concentrar-me mas não conseguia. Cada porta que via transformava-se em quatro. Parecia que estava no mar. Senti que não estava nada bem. O esforço tinha sido muito intenso. A cambalear procurei o furriel enfermeiro Diniz e contei-lhe o que se passava. Redigiu uma mensagem para o médico do batalhão – o código era barcarola – contando-lhe os meus sintomas. A resposta foi, que o doente estava com a tensão muito alta. Que deveriam administrar-lhe quatro gotas de epifortil num copo com água e vigiar o doente. Depois do tratamento senti-me melhor.

Dormi bem junto do rádio, mas sempre atento aos meus colegas que me poderiam chamar a qualquer momento. Imaginava que vários deles teriam sido abatidos ou feitos prisioneiros.
Quase a meio da manhã despertei com a algazarra de várias vozes. Não queria acreditar no que se estava a passar. ERAM ELES. Alguns estavam com a roupa quase em farrapos e com os rostos cheios de carvão. As botas de cabedal rebentadas. Todos carregavam restos de capim queimado. Não pareciam andar, davam passos arrastados como se acabassem de sair de um grande pesadelo, como que renascidos do inferno. Pareciam cadáveres. O alferes Lopes foi recebido como um grande herói. Perguntei-lhe:
- Meu alferes, como é que conseguiu este milagre?
- Primeiro, lançámos a ideia de que a qualquer momento seriam bombardeados – eles ouviam as nossas comunicações – depois, durante a noite ordenei que rastejássemos pelo meio dos montes e aqui estamos.
Tanta simplicidade e humildade vindas deste homem nos comoveram tanto, que a nossa admiração por ele já não tinha limites. Era o nosso verdadeiro chefe. Um líder não se impõe, nasce naturalmente.

Imagem: cortesia do furriel Luís Filipe

Campos de concentração de Angola




Campo de concentração. «Local cercado para onde pessoas são levadas contra a sua vontade, por ordem de governos, comandos militares etc., em período de guerra ou não, sob o pretexto de serem indivíduos nocivos à sociedade, inimigos em potencial, ou qualquer outro motivo que sirva para justificar a supressão da sua liberdade.» in Dicionário electrónico Houaiss da língua portuguesa 3.0.


É uma questão de História lembrar que, quando o Supremo Comandante das Forças Aliadas (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, etc.), General Dwight D. Eisenhower encontrou as vítimas dos campos de concentração, ordenou que fosse feito o maior número possível de fotos, e fez com que os alemães das cidades vizinhas fossem guiados até àqueles campos e até mesmo enterrassem os mortos.

E o motivo, ele assim explanou: «Que se tenha o máximo de documentação – façam filmes – gravem testemunhos – porque, em algum momento ao longo da história, algum idiota se vai erguer e dirá que isto nunca aconteceu. «Tudo o que é necessário para o triunfo do mal, é que os homens de bem nada façam». (Edmund Burke)

Em Angola, e especialmente em Luanda, já se perdeu a conta dos deportados. Quem está no comando supremo das operações destes campos de concentração, são corsários e flibusteiros portugueses, brasileiros e chineses.

E o Puto continua com as exportações em larga escala para a ainda colónia de Angola.

Imagens: http://angolaecoisalinda.blogspot.com/2008/10/residencial-ginga-isabel-fotos-luanda.html
Desespero: Vítima de desajojamento forçado na zona do Cambamba I, município do Kilamba Kiaxi . http://www.angolaresistente.net/



quinta-feira, 29 de abril de 2010

A Ocidente do Paraíso (55). Capitão, a nossa situação não é das melhores. Estamos cercados por todos os lados.


Uma das coisas que comecei a habituar-me no ser humano, é que ele raramente conta com o imprevisto. Tudo está devidamente programado, preparado, ensaiado, para que não hajam falhas. Mas a rotina, o cansaço e a fadiga dos materiais revelam-se os piores inimigos. Quando alguém nestas circunstâncias propõe alterações, normalmente consideram-no uma pessoa não grata. Porque é hábito o ser humano não gostar de alterações ao sistema de trabalho mecanizado. Prefere que o desastre aconteça para depois propor mudanças.

O Lavoura e o Cansadinho estavam em Luanda nas provas de exame com o meu apoio total, apesar de estarem fora dois pelotões com os seus dois operadores, outro estava de férias também em Luanda, os restantes estavam doentes com forte paludismo, de modos que só restava eu. De acordo com as circunstâncias tinha que aguentar sozinho o trabalho no nosso posto de rádio.

Os dois pelotões progrediram a pé do aquartelamento para mais uma missão de rotina. Consistia analisar em profundidade a segurança dos nossos domínios. Bater toda a zona, pois que haviam fortes indicações da presença de guerrilheiros. Durante todo o dia e noite nada de invulgar aconteceu. Mas o imprevisto veio de manhã às cinco horas. Adormeci encostado ao rádio. As condições de escuta eram muito boas:
- Alta 4, alta dois alfa chama! Alta quatro alta dois alfa chama!
Despertei por instinto, parecia-me que a voz provinha de um sonho:
- Alta quatro, alta dois alfa chama!
Não, não era nenhum sonho. A esta hora da manhã só podiam ser problemas:
- Alta dois alfa informa!
Contra todos os procedimentos das comunicações a mensagem era muito clara:
- Caralho! Informa o capitão que estamos cercados!!!
- Fica calmo, dá-me mais informações!
- Qual calma qual caralho estamos fodidos! Informa o capitão que estamos cercados! Não sabemos se vamos sair daqui vivos!
- Ok! Mantém alfa sierra! (espera)
- Vamos falar directamente, que se foda o código fonético!
- Ok! Aguarda!
O nosso capitão dormia. Dei socos violentos na porta que o despertaram como num pesadelo. Abriu e perguntou-me o que se passava:
- Meu capitão os nossos pelotões estão cercados!
- O quê?! Diz-lhes para aguardarem que já vou para aí!
O capitão chegou e mandou-me chamar o operador.
- Alta 2 alfa, alta quatro chama!
- Informa!
- O nosso capitão está aqui. Disse para chamares o alferes Lopes.
- Capitão, a nossa situação não é das melhores. Estamos cercados por todos os lados. Informe o batalhão para fazer uma RVIS (reconhecimento aéreo) e depois uma TEVES (bombardeamento aéreo.)
- Ok! Já vou tratar disso!

Imagem: cortesia do furriel Luís Filipe

Para os novos-ricos, condomínios. Para os espoliados, campos de concentração, a que chamam Zangos.



«Situação social débil de moradores de tendas no Zango em Viana.
QUINTA, 29 ABRIL 2010 14:02 HUGO RAMON CASTRO
Situação das populações do Zango débil. Milhares de pessoas estão vulneráveis aos efeitos da delinquência, dos roubos, da falta de acesso ao ensino, da falta de assistência médica e das condições básicas para o estabelecimento de uma vida regrada e sadia.»

Dantes era a ditadura, agora é a democracia. Os investidores estão “a sair da Grécia, Espanha, Portugal, Reino Unido e Islândia”,


Roubini diz que "a Grécia é só a ponta do iceberg"
Nouriel Roubini, professor da Universidade de Nova Iorque que previu a crise no crédito, considera que a crise na Grécia representa apenas a ponta do iceberg do problema da dívida soberana, que irá provocar uma alta na inflação e falências e pode chegar aos Estados Unidos.

Nuno Carregueiro nc@negocios.pt JORNAL DE NEGÓCIOS

Nouriel Roubini, professor da Universidade de Nova Iorque que previu a crise no crédito, considera que a crise na Grécia representa apenas a “ponta do iceberg” do problema da dívida soberana, que irá provocar uma alta na inflação e falências e pode chegar aos Estados Unidos.

Os investidores estão “a sair da Grécia, Espanha, Portugal, Reino Unido e Islândia”, afirmou Roubini durante uma conferência na Califórnia, acrescentando que “infelizmente, nos Estados Unidos os investidores ainda não estão a sair”.

O economistas mostra-se preocupado com a subida da dívida soberana em diversos países e adianta que se o problema não for combatido, os países vão entrar em incumprimento ou registar uma forte subida da inflação, uma vez que os governos irão monetizar a sua dívida e imprimir moeda para combater os défices orçamentais.

“Os mercados hoje estão preocupados com a Grécia”, mas a “Grécia é apenas a ponta do iceberg, ou o canário na mina de carvão, para problemas orçamentais de escala muito maior”, refere Roubini, acrescentando que aumentar impostos “não será suficiente” para resolver o problema.

Reiterou que a Grécia poderá ser forçada a sair do euro, o que tornará a moeda única uma divisa com menor liquidez e considerou que “fará sentido” constituir uma zona euro mais pequena.

Roubini prevê também que o problema da dívida chegue aos Estados Unidos. “O risco de algo de sério acontecer aos Estados Unidos no espaço de dois ou três anos vai ser significativo”, uma vez que “em Washington não há vontade de fazer nada”, a menos que sejam forçados pelos mercados.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

A Ocidente do Paraíso (54). Na realidade a guerra era deles, e não nossa.


Na nossa frequência de serviço, às dezanove horas, escutava-se a emissão radiofónica do MPLA, o Angola Combatente. Confesso, que se me fosse possível fugiria e iria ter com eles, mas como sair daqui era muito difícil, limitava-me a ouvir a emissão.

Tinha um problema que não sabia como resolver. A minha arma ficou com um local torto junto à mira. Deixei-a cair e por azar bateu numa pedra e ficou assim. O pior é que o major da inspecção do armamento estava quase a chegar. Peguei numa pedra e com algumas pancadas bem dirigidas consegui endireitá-la. Quando o major fez a inspecção rezei interiormente. Não me fez qualquer observação. Consegui escapar.

Dos muitos livros devorados, saliento da colecção Enigmas de Todos os Tempos, da Bertrand, as Histórias Desconhecidas dos Homens Desde Há Cem Mil Anos, onde explicava que quatro indivíduos colocando as mãos em pirâmide, por cima da cabeça de outro sentado, primeiro a mão esquerda, depois a mão direita sem se tocarem. Aguardar algum tempo, e depois retirá-las uma a uma. Com o dedo indicador colocado debaixo dos ombros e joelhos, a pessoa levantava-se como se voasse. Ficava sem peso. Também funcionava com objectos. Não havia explicação para o enigma.

Chamei os meus colegas e fizemos a experiência, perante o cepticismo geral, que isso era coisa de malucos. Quando levantámos com quatro dedos o indivíduo, este quase que se elevou até ao teto, parecendo voar. Os meus colaboradores ficaram tão aterrorizados que decidiram nunca mais repetir a experiência. Mas não desisti. A nossa bateria de serviço pesava muito. Quando íamos buscá-la – a de reserva – o local ficava um pouco distante. Fiz a mesma experiência e a bateria ficou tão leve que não se sentia o peso. O mesmo fiz com uma mesa de madeira grande e pesada com os mesmos resultados. Seria assim que colocaram as pedras das pirâmides do Egipto? Porque não existe explicação para isto?

Lembrei-me do Quitério, porque o alferes Lopes passou a receber a Seara Nova e o Comércio do Funchal. Como ele mos emprestava, lia-os com avidez. Os artigos eram muito interessantes e edificantes. Disse-me se o queria acompanhar na próxima operação. E lá fomos.

Descansávamos numa pequena clareira do mato. O Lopes confidenciou que o major das operações, a partir de agora, não estava para brincadeiras. Porque o pessoal fingia que tinha alcançado o objectivo, o que era verdade. Ficavam no meio do caminho a passar o tempo. Na realidade a guerra era deles, e não nossa. O que queríamos era queimar o tempo e evitar problemas com os guerrilheiros. Só que o major veio com a avioneta DO a sobrevoar para confirmar a veracidade dos factos. O Lopes disse-nos a sorrir:
- Estamos fodidos. Temos que andar ainda muito e muito até atingirmos o objectivo. Estão a vigiar-nos.

Imagem: http://www.sitiodolivro.pt/pt/livro/historia-desconhecida-dos-homens/9789722510790/

Isabel… esta é a oportunidade soberana para comprar Portugal


Portugal substitui hoje a Grécia nas manchetes dos sites internacionais.

O Post faz referência à "montanha de dívida" sobre os ombros de Portugal num artigo onde defende que "a maioria das economias avançadas se encontra na pior situação orçamental de sempre, excluindo os períodos de Guerra".


Temendo a falência do país mais pobre da Europa Ocidental, os investidores fugiram em massa dos títulos portugueses", escreve o Financial Times, dizendo ainda que a dívida coloca a bandeira portuguesa "a meia haste."

Mostrando uma fotografia da estação de comboios do Rossio, no dia da greve, o New York Times escreve que "ambos os Governos [Portugal e Grécia] estão a ser confrontados com protestos de trabalhadores, que têm pela frente um futuro cheio de incertezas"

A CNBC dá destaque à reunião de Sócrates e Passos Coelho. "Os dois reuniram-se de emergência para discutir estratégias num dia em que os mercados accionistas voltaram a registar perdas recorde".

"A Europa espera conseguir conter a crise de crédito grega que já se espalhou a Portugal, levando a um 'sell-off' nos mercados mundiais, que estão a testar a capacidade da União Europeia em proteger a sua moeda".

O Times escreve em título que "A infecção grega está a alastrar-se" e que "Portugal já esta a ser afectado". O jornal britânico chama-lhe "vírus da insolvência", explicando que na terça-feira a Standard & Poor's provocou um verdadeiro vendaval nos mercados financeiros.

Existem agora receios que Portugal seja a próxima economia europeia a ter de requerer ajuda e que este país seja seguido por outras nações da Zona Euro altamente endividadas".

"A Zona Euro aproxima-se rapidamente do final do jogo. O contágio que muitos temiam está a ameaçar todos os países do euro num período demasiado curto".

O jornal francês dá conta aos seus leitores que os mercados têm medo da Grécia e que depois da apreciação feita ontem pela Standard & Poor's passaram também a recear Portual, país com "um défice público colossal e o próximo país em risco no euro".

"Grécia e Portugal provocam pânico na Zona Euro". Este foi o título escolhido pelo Le Figaro num ‘stock report' que dava conta da quebra abrupta das cotações da parte da manhã.

"A crise grega agravou-se e arrastou Portugal", escreve o El País, referindo que os dois países têm enfrentado protestos dos trabalhadores contra as medidas de austeridade anunciadas.

"O principal problema da economia portuguesa é estar obstruída por uma moeda sobrevalorizada quando necessita de um ajustamento fiscal em larga escala".

É o pior em tudo?


Portugal é o sexto país do mundo com mais computadores infectados por vírus
Segundo o Relatório da Microsoft "Security Intelligence Report" Portugal é o sexto país do mundo com maior taxa de computadores infectados por vírus.

Joana Gonçalves
jgoncalves@negocios.pt JORNAL DE NEGÓCIOS




Segundo o Relatório da Microsoft “Security Intelligence Report” Portugal é o sexto país do mundo com maior taxa de computadores infectados por vírus.

O Relatório de Segurança da Microsoft, realizado entre Julho e Dezembro de 2009, analisou mais de 500 milhões de computadores em todo o mundo. De acordo com o mesmo relatório, “os computadores domésticos são os que estão mais expostos a software malicioso e ameaças nas redes sociais”.

Além disso, o relatório concluiu que os “hackers” estão cada vez “mais profissionais e organizados” na maneira como actuam e que as redes empresariais continuam a ser mais susceptíveis a ataques.

O Relatório confirma que os criminosos estão agora mais motivados pelos ganhos financeiros e que raramente actuam sozinhos. Durante a metade de 2009 foram registadas 2,500 vulnerabilidades pela indústria de software.

Segundo o comunicado da Microsoft Portugal, “Os vírus da classe “worm” são os mais preocupantes para as redes corporativas, pois são os mais utilizados pelos criminosos para tirar proveito das vulnerabilidades. O “Adware” e os vírus da classe cavalo-de-tróia são as maiores ameaças para os consumidores. Os falsos programas de segurança são um problema que afecta todos os segmentos, mas especialmente os utilizadores domésticos.”

O Relatório mostra ainda, que o Windows Vista SP2 e o Windows 7, são os sistemas operativos que têm as taxas mais baixas de infecção por vírus. Enquanto que o Windows XP é o mais afectado.

Navio ao fundo. Agora, é aguardar pelo regresso de D.Sebastião


«BCP afundou 17% e nunca valeu tão pouco.»

DIÁRIO ECONÓMICO

PÂNICO EM LISBOA, PSI 20 CAI 5% E BCP AFUNDA 13%


A Jerónimo Martins apresentou hoje lucros abaixo do esperado pelo mercado.
Lisboa em queda

Pedro Latoeiro 28/04/10 08:08 DIÁRIO ECONÓMICO

É mais um dia negro na praça portuguesa. O PSI 20 desce mais de 5% depois da S&P ter cortado ontem o 'rating' de Portugal e da Grécia.
O índice PSI 20 tombava 5,09% para 6.788,06 pontos. As principais praças europeias também abriram negativas, mas com quedas bem mais ligeiras, abaixo de 0,5%.

"Os investidores entraram em pânico por causa do efeito contágio. A aversão ao risco vai continuar até que os problemas sejam resolvidos", explicava um gestor de fundos à agência Bloomberg.

O ‘sell-off' em Lisboa acontece um dia depois da S&P ter reduzido o ‘rating' português em dois níveis e ter ameaçado com um novo corte se o défice e a dívida nacionais derem sinais de descontrolo. É neste clima de alta tensão que Pedro Passos Coelho vai esta manhã a São Bento para um encontro de urgência com o primeiro-ministro José Sócrates.

À semelhança do que aconteceu ontem assiste-se hoje a uma venda desmesurada de acções portuguesas, sobretudo na banca. O BCP, por exemplo, tombava 12,82% para 0,58 euros no dia em que apresenta as contas do primeiro trimestre. O mesmo acontecia com os títulos do BPI, que afundavam 10%, enquanto o BES descia 10,13%.

O pânico afecta, contudo, todos os sectores e todas as cotadas. Mota-Engil e Inapa, por exemplo, também sucumbiam mais de 10%.
AS QUEDAS MAIS ACENTUADAS EM LISBOA
Empresa Queda
Inapa -13,21%
BCP -12,82%
Mota-Engil -10,91%
BPI -10,13%
Zon -9,96%
A SEMANA NEGRA DO PSI 20
Dia Queda
Segunda-feira -3,17%
Terça-feira -5,36%
Quarta-feira -5,09%

terça-feira, 27 de abril de 2010

A Ocidente do Paraíso (53). e aumentando ou diminuindo a pressão do dedo, conseguia apanhar a mensagem


Que nem sequer gostavam de tal planta. Com a descoberta deste filão, raramente passava um dia que não comesse alface. E quando não havia, sentia-me apoquentado. Mais tarde soube que este vegetal entre outras coisas dá sono, é calmante do sistema nervoso, tonificante dos órgãos genitais, depurativo, ajuda nas palpitações cardíacas. Outras plantas que comecei a comer com gosto, o agrião e a beldroega, enfim, verdadeiros medicamentos naturais.

Surgiu uma epidemia de queda do cabelo. Muitos lamentavam-se, era notória a calvície, caminhavam para carecas. Outros, como eu, não tinham problemas com o couro cabeludo, sentiam dores de dentes. A dentadura desaparecia. Ninguém conseguia explicar, até que o nosso furriel Diniz, o enfermeiro, apontou-nos a causa. A água que consumíamos era muito pobre em dois minerais fundamentais, e além das vitaminas que ingeríamos, adicionávamos comprimidos de flúor e cálcio. Mas os sintomas permaneceram até ao fim. Seria um caso de stress?

Cansado da rotina de apanhar mensagens em cifra, tive a ideia de colocar o meu gravador próximo enquanto as recebia. Assim, quando o operador informava que tinha uma mensagem em cifra, gozava-o, dizia-lhe para transmitir em alta velocidade. No fim perguntava-me se consegui apanhar tudo. Com a maior das calmas respondia que sim. Claro que ele ficava desconfiado. Ligava o gravador e calmamente reproduzia a mensagem. Em seguida consideraram-me o operador mais incrível de todos os tempos. Até que alguém desvendou o segredo.

Durante as tempestades, as interferências eram tantas que era difícil receber ou transmitir mensagens. Para as receber utilizei um estratagema: com um rádio de campanha sem antena, e com auscultadores, coloquei o meu dedo na base da antena, e aumentando ou diminuindo a pressão do dedo, conseguia apanhar a mensagem, o que se revelou importante para nós. Por causa das tempestades, o uso dos auscultadores fazia com que passasse electricidade no nosso corpo. Quando um colega tocava nos nossos ouvidos apanhava choque. Claro que todos sentiam medo com estas condições. Isto devia-se a que o equipamento não estava ligado à terra. Providenciei nesse sentido, criando um sistema de protecção devidamente instalado, cavando um buraco no chão com uma chapa de zinco, de acordo com as normas eléctricas. A situação foi sanada.

- Filhos da puta! Filhos da puta!
Era o furriel Moreira, espantado perguntei-lhe:
- Será que está muito zangado comigo? Alguma coisa grave aconteceu, nunca o vi assim. Meu furriel, o que é que se passa?
- Filhos da puta! Filhos da puta! São uma cambada de grandes filhos da puta!
- Mas meu furriel...
- Oh Pá, não me chateie por favor.
- O meu furriel está zangado comigo?
- Não, não é nada consigo.
- Então...
- Estou farto deles, chicos de merda, só sabem é foder a vida de um gajo.
- O meu furriel foi castigado?
- Não, seria melhor que isso acontecesse. O filho da puta do primeiro-sargento, durante o almoço, disse-me que eu sou a única pessoa que não faz nada, que passo a vida a dormir, e que estando cheio de trabalho pediu para que eu o fosse ajudar. Disse-lhe que as Neps, Normas de Execução Permanentes, são muito claras em relação a esse aspecto, e que cada um tem as suas funções. Como há muito tempo ele não gosta de mim – como se comenta na nossa messe – foi-se queixar ao capitão, que o Moreira é a pessoa indicada...
- Indicada para quê meu furriel?
- A partir de agora vou gerir a cantina de dia e de noite como castigo. Vim aqui para lhe informar que você agora passa a chefe das comunicações. Quero que vão todos para o caralho, e que ninguém me chateie. O que vale é que o tempo da comissão está a terminar, senão isto não ficaria assim. Sugiro que você se mantenha calmo e aguente, e qualquer dúvida que tenha vá ter comigo.
- Sim meu furriel… saiba que estou muito revoltado com isso.
- Obrigado. Vamos aguentar esta merda até ao fim. Já falta pouco tempo… fascistas de merda!

Imagem: cortesia do furriel Luís Filipe

Assaltos. Diário dos últimos dias de Luanda


Contra milhões de assaltantes ninguém combate.
Um numeroso grupo de motociclistas pára em frente à venda da tia Lwena. Sempre estridentes, um como que se arvorando no chefe, aproxima-se e possuído pelo copo e ou pela droga, berra, amedronta:
- Isto ainda não é nada! Vocês vão ver o que é assaltos. A partir de agora é que vai ser. Vamos fazer um campeonato nacional de assaltos. Não temos medo de morrer.

O Politburo assaltou a Internet, de tal modo que perece como a agora lotaria das casas dos jovens sem petróleo. Para acessar a Internet é outro sorteio.

O Politburo conseguiu um feito notável. Elegeu a juventude para os campos da loucura. E ainda lhes faz sorteios de casas, enquanto diariamente se suicida nos milhões de dólares que arrecada da anarquia petrolífera e diamantífera, que apregoa já está outra vez a dar. Sem hipótese de sobrevivência, à juventude só lhe resta um descaminho: ondear assaltos de minuto a minuto e depois de segundo a segundo?! E quando alguém muito famoso, poderoso, do Politburo lhes cair nas mãos, e o eliminar?! Ninguém pensa nisto, né? Mas é uma hipótese muito provável, muito natural.

Sim! Mesmo com a crise mundial, Angola está em crescimento. Crescem os assaltos e a corrupção também. E como ainda estamos na revolução de Abril, que foi um arrasador terramoto na escala de Richter 11 ou 12, e que revividos dezenas de anos ainda semeia réplicas, ondas de morte, de miséria e de fome.

E o angolano perdeu o espírito de entreajuda, porque se refugia, conserva, defende os estigmas do tribalismo e do regionalismo. A juventude angolana não necessita de ajuda espiritual. Necessita urgentemente de ajuda material. A espiritual significa enviá-los para o cemitério mais próximo.

Até Isaac dos Anjos não está só, este assalta mal. É o assaltante campeão nacional do pó das casas/casebres. Uma coisa daquelas no Lubango ser feita por ele sozinho, até cá, o governo reagiria. Não reage porque há interesses por trás disso. Espoliar a cambada para depois aproveitarem os terrenos. A distribuição de casas serviu inicialmente para dar lugar ao caminho-de-ferro. Mas, o que se pretende é aumentar o cordão para mil metros.

Nesta distribuição de casas as pessoas foram amontoadas com as suas imbambas e posteriormente levadas para a mata onde foram basculadas. E esse local onde foram basculadas, em nyaneka e umbundu designa-se tchavola (lugar putrefacto, onde se destinava todo o lixo da cidade.) Licenciados, mestres e funcionários públicos, atiraram-nos para a mata, sem mantas, sem tendas, debaixo das árvores e na encosta de uma montanha muito frígida.

A terceira guerra em Angola já começou. Os assaltos a todo o momento são de facto e de jure a prova guerreira.

Outra vez?!


Petróleo. Especuladores estão de volta ao mercado

Fundamentais não sustentam petróleo acima dos 80 dólares.
O preço do barril de ‘brent' caía ontem 0,8%, para os 86,54 dólares, a acusar a pressão do dólar em alta. Apesar de estar a corrigir, o petróleo negociado em Londres seguia no terceiro valor mais alto desde Outubro de 2008, depois de na última sexta-feira ter atingido máximos de 17 meses, nos 87,25 dólares.

Marta Marques Silva 27/04/10 07:00 DIÁRIO ECONÓMICO


Alguns analistas de mercado justificam o recente ‘rally' com os últimos dados macroeconómicos divulgados nos EUA. De acordo com estes especialistas, a forte recuperação na venda de casas e nas encomendas de bens duráveis sinaliza uma recuperação sustentada da maior economia do mundo. Mas, em contrapartida, o petróleo negociado na maior economia do mundo negociava em torno dos 84 dólares, a perder 1,3%.

O facto de o crude estar a negociar a valores mais baixos que o ‘brent' é um acontecimento raro que, nos últimos 12 meses, aconteceu apenas por três vezes. Uma diferença justificada pelos elevados níveis de ‘stocks' e de armazenagem nos EUA. Esta realidade resulta de um fenómeno que dá pelo nome de contango. Acontece quando os investidores conseguem lucrar com a armazenagem de petróleo visto a diferença de preços entre os contratos para a entrega no curto-prazo e a entrega em prazos superiores ser superior aos custos de armazenagem.

Ontem, o contrato para Julho cotava mais de dois dólares acima do contrato para Junho, o que é a maior diferença desde, pelo menos, Dezembro de 2009. "Parte da procura pela ‘armazenagem flutuante' é atribuível aos ‘traders' de petróleo , à medida que tentam tirar vantagem do reaparecimento do contango nas últimas semanas", explica Ole Slorer, analista da Morgan Stanley. De acordo com esta casa de investimento, os ‘traders' aumentaram o número de navios de carga utilizados para guardar o petróleo - meio utilizado por estes ‘players' para a armazenagem dado os armazéns estarem lotados - em 75% na última semana.

O Nomura, em ‘research' divulgado ontem, confirmava a tendência: "Os especuladores têm vindo a construir uma crescente posição longa líquida enquanto os ‘traders' comerciais não aumentaram muito as suas posições longas. Esta divergência sugere que o recente aumento nos preços do petróleo foi largamente conduzido pela entrada de capitais de investimento". Os analistas da casa nipónica acrescentam ainda que não existem problemas de oferta e que esta excede ainda em larga medida a procura. "Se a recuperação económica global se mostrar sustentável a médio-prazo, o preço pode subir até aos 90 dólares por barril. No entanto, actualmente, não pensamos que os fundamentais da oferta e da procura justifiquem preços muito acima dos 80 dólares", referem os analistas. E adiantam: "A OPEP já afirmou que vai responder a qualquer aumento excessivo no preço aumentando a produção de modo a prevenir um declínio da procura devido a preços excessivos". O valor é ainda ratificado por uma ‘poll' da Reuters publicada ontem, que coloca o preço médio do crude em 2010 nos 81 dólares e o do ‘brent nos 79,69 dólares.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A Ocidente do Paraíso (52). Cerca de um mês depois ouvimos no rádio que a Berliet rebentou uma mina.


Passámos a noite sem problemas. A manhã surgiu com frio. Acender fogo de lenha era impossível por motivos de segurança. Como tínhamos pequenos cubos incendiários, bastava encostar-lhes a chama de um isqueiro, e aquecer uma lata de leite com chocolate da ração. Cerca do meio-dia vinha o calor abrasador. Prosseguimos a marcha e avistámos um acampamento dos guerrilheiros. Ficámos quase completamente imobilizados durante o resto do dia e da noite, muito próximos para observar se existiam movimentos.

Nada aconteceu e fomos cautelosamente em pequenos grupos para o seu interior, sempre na suspeita de que os acessos estariam minados. Eram cerca de vinte cubatas bem construídas e organizadas quase num círculo. Viam-se restos de dendê recentes espalhados pelo chão, o que significava fresca actividade. Sem dúvida que era um local de passagem, um hotel na mata. O comandante do batalhão foi informado, e de imediato ordenou que se queimasse tudo. O alferes Lopes obedeceu e mandou atear fogo. Enquanto as chamas faziam o seu trabalho destruidor profetizou: «Agora vamos ter represálias. Era melhor deixar tudo como estava». E ordenou que regressássemos a casa.

Cerca de um mês depois ouvimos no rádio que a Berliet rebentou uma mina. O condutor estava ligeiramente ferido. Devido aos sacos de areia a viatura sofreu poucos estragos e o condutor salvou-se graças a isso. Eram as represálias, o alferes Lopes foi certeiro.

Sempre gostei muito de alface. Na minha casa dos Olivais-Sul, em Lisboa, costumava comer uma grande quantidade num alguidar plástico. Dava-me um grande prazer que nunca soube explicar. Passaram a chamar-me grilo.
Quando descobri que ligeiramente afastada do nosso aquartelamento havia uma horta com alfaces bem grandes e apetitosas, estabeleci um plano para as colher. Assim, quando estivesse de serviço à noite seria o período ideal. Por volta das duas horas da manhã ausentei-me do posto de rádio, cheguei junto da sentinela e gritei-lhe que era eu. Abri a porta da horta. Ele ficou a olhar-me desconfiado e com certeza a pensar o que seria que este gajo iria fazer a uma hora destas à horta?! Escolhi quatro alfaces bem grandes, arranquei-as e afastei-me. Acho que ele não deve ter ficado bom da cabeça quando me viu sair com elas. Desconhecia como reagiriam no outro dia os que tratavam da horta, quando dessem pela sua falta.

No posto de rádio lavei-as uma a uma e coloquei-lhes algumas rodelas de cebola, vinagre, sal, óleo alimentar e comi-as inteiras.
A sentinela comentou o sucedido. A ocorrência chegou ao conhecimento do comando, que afirmou que nunca tinha visto algo semelhante, e por entre risadas convictas que eu devia ser maluco. De igual modo assim comentaram os meus colegas, quando viram o que fiz com outras alfaces, jurando que não conseguiam comer tanta quantidade.

Imagem: cortesia do furriel Luís Filipe

Horror no Hospital Maria Pia em Luanda


Criança internada no Hospital Maria Pia em Luanda está sem alimentação há dois dias. A sua mãe não consegue alimentá-la porque proíbem-lhe a entrada no hospital. Até ao momento ninguém lhe explica qual é o motivo da proibição. Entretanto, a criança vai padecendo com a fome.

Fonte: Rádio Ecclesia

domingo, 25 de abril de 2010

Faltam-lhes os cravos da revolução do 25 de Abril.


Imagem: FOLHA 8

25 De Abril. Sempre o dia dos comunistas comodistas




A tremenda vigarice democrática de todos os tempos. O suicídio colectivo de um povo e de outros além-mar.
Parafraseando Napoleão Bonaparte: Ó democratas (?)! Do alto da vossa torpeza, milhões de mortos, estropiados e esfomeados sem Abril vos contemplam!

«João Bastos , Lisboa. 22.04.2010 12:05
Título


O 25 de Abril foi um equívoco feito por gente incompetente, gananciosa e sem visão estratégica para Portugal. Quanto a Cabo Verde, é mais um absurdo do Soares, que se pretendia preservar as províncias ultramarinas deveria ter preservado Angola e Moçambique, porque Cabo Verde são milho miúdo ou "amendoins" comparado com aquelas. E se Cabo Verde ficou mesmo independente, só não entendo porque é que à Madeira e aos Açores não ofereceram também a independência como ao resto dos territórios ultramarinos? Será que os revolucionários do 25 de Abril eram racistas? Quereriam simplesmente verem-se livres dos pretos? Vergonhoso.

arsenio , paderne. 22.04.2010 12:32
25 de Abril? Para corruptos.
O Bochechas,devia ser pendurado na praça publica.Foi ele que delapidou Portugal.Perdemos o Ultramar e a nossa Independência.Passa assim?Ou continuo a ser censurado?A Verdade faz mal?Esse democrata que enriqueceu sem trabalhar.
«
Habitante, daqui. 03.02.2010 11:48
Próximo objectivo
Próximo objectivo, conseguir passar "abaixo" da Ucrânia, da Moldávia, do Paquistão, do Iraque, do Burquina-Fasso, do Haiti, e a malta começar a emigrar para esses países. Já estivemos mais longe. Mais um esforço cambada, e não me refiro só aos políticos, banqueiros e outros negociantes, refiro-me à portugalhada em geral. Não podemos deixar os nossos males por mãos alheias, temos que conseguir transformar este pardieiro no pior buraco do planeta e arredores.

1. gonçalo costa, pdl. 03.02.2010 10:16
Mais do mesmo ...
Se nos anos 60 a culpa era do Salazar, agora só pode ser da democracia .....
1. Anónimo, Portugal. 03.02.2010 08:57
Não é Emigração, é FUGA
Portugal está completamente falido e corrupto a todos os níveis, a começar por cima.

acpbrandao . 22.04.2010 12:19
Não era isto que se esperava com o 25 de Abril. Se no tempo do Salazar era uma sardinha para três, agora é o banco alimentar contra a fome. Não sou Salazarista, nem podia escrever o que estou a escrever, mas o 25 de Abril só veio favorecer alguns oportunistas, como foi o caso das ex- colónias. Ainda não percebi porquê tanta pressa. è que enquanto o Dr. Mário Soares trazia o Marfim os retornados em alguns casos vieram só com a roupa do corpo. Ele que não se esqueça de contar isso na sua fundação que vive também do dinheiro do Estado. E ainda não percebi para que funciona

Viper , à espera do 28 de Maio para festejar :). 22.04.2010 13:46
Abril... nunca!
A Abrilada foi, talvez, a maior desgraça que o nosso país teve no século XX. A outro nivel, a implementação da republica foi tambem um grande nojo!Ainda estamos a pagar para o caos e corrupção que veio no esgoto da Abrilada....

E.Barreto , Santarém. 22.04.2010 13:05
Eanes-o único PR independente
De acordo com as suas ideias, sr general : a descolonização foi uma vergonha , a deixa do Bochechas de que Cabo Verde não devia ter adquirido a sua independência é fruto de alguma senelidade e desconhecimento de economia.E, sr general, a meu ver, após estes anos todos, vejo que o 25 de Abril apenas serviu para encher os bolsos dos socialistas( não esquecer entretanto que logo após o golpe, a palavra socialismo era a mais pronunciada). E a corrupção ?E os vergonhosos vencimentos de administradores de empresas com capital público?Bem desgosto tenho por sentir que afinal o 25 Abril serviu para nada.

Miguel Sousa , Lisboa. 22.04.2010 12:43
Exemplar...
A descolonização "foi exemplar perante as condições", diz Soares. Finalmente temos outro ex-PR que diz que "não foi a melhor, muito longe disso". Mesmo muito longe disso, foi uma catástrofe. Só f... podiam concordar com o que foi feito naquele 74-75, a maneira como os portugueses que lá trabalharam uma vida foram positivamente escorraçados, humilhados, embarcados como gado, eles e alguns contentores, que muitos lá ficaram, e despejados em Alcantara, sem nenhuma forma de apoio. Esses socialistas e comunistas de meia-tijela que comiam do bom e do melhor no continente deviam era ser fuzilados pela traição à patria que cometeram, com o tratamento a que sujeitaram os milhões que estavam nas "provincias ultramarinas". O resultado foi guerra civil nas ex-colónias, que ainda hoje teem condições de vida inferiores, são livres mas miseráveis. Podiam ser livres, e ter sido tão diferente...

artur ferreira , marrazes-leiria. 22.04.2010 12:23
de mão beijada
nunca se devia entregar as ex-colonias como se entregáram, 500 anos é muito tempo, fizémos países prósperos, démos uma língua, fizémos riqueza, havia naturalmente alguma ditadura, mas nunca entregar com uma simples assinatura em Alvor, a partir daí foi a debandada e a derrocada, e, Portugal não estava preparado para este desafio, hoje é o que se vê, precisamos dum novo escudo para nos defendermos, hoje nem ouro, nem algodão, nem ferro nem petróleo, vivemos no faz de conta, Portugal hoje e apenas "produz" um pouco de Sol, por enquanto...
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francisco , alentejo. 22.04.2010 12:09
25 abril falhou nos finalmente
o 25 de abril foi uma treta vomo se esta a ver, nada funciona, o nosso povo eh como o povo russo so funciona debeixo de uma lideranca forte e com pouca contestacao. em democracia e devido ah nossa costela arabe todos se querem governar individualmente e marimbam-se no pais e no conjunto. o paos onde ha mais greves eh em portugal, todos fazem greves por da ca aquela palha, o paisesta falido mas que poe faz greve trabalhar ta queto.so com uma lideranca tipo jardim isto funciona , alias a madeira eh um exemplo uma regiao das mais pobes do pais passou para uma das mais ricas. nos so funcionamos com lideres carismaticos e fortes, nao conseguimos funcionar em democraciA.hoje somos um pais tipo america do sul. No tempo do salazar por exemplo bastava vender 15% das nossas reserveas em ouro e as dividas ficavam a zero

sábado, 24 de abril de 2010

JES Quis Comprar Metade Do Capital De Um Banco Português


Bastidores

Lisboa - Depoimentos de processo judicial que correu em Portugal falam do envolvimento directo do Presidente de Angola na operação financeira. Um dos objectivos era controlar a UNITA.

Fonte: DN CLUB-K.NET

José Eduardo dos Santos esteve directamente envolvido na tentativa de compra de metade do banco Banif. Vários depoimentos de personalidades angolanas, que constam de um processo investigado pelo DCIAP e consultado esta semana pelo DN, afirmam que a operação, com recurso a "testas de ferro", avançou por indicações directas do Presidente de Angola. O caso foi arquivado porque as partes chegaram a um acordo.

Os factos remontam a 1994, numa altura em que Angola ainda vivia uma guerra civil entre o MPLA e a UNITA (ver página ao lado). Naquele ano, segundo a queixa crime que deu origem ao processo, o Estado angolano decidiu adquirir uma participação qualificada no Banif, liderado por Horácio Roque. "Para o efeito, celebrou um acordo com Francisco Cruz Martins, advogado, e António Figueiredo, tenente-coronel (entretanto falecido), no sentido de estes adquirirem as acções necessárias para perfazer a pretendida participação no capital social daquela instituição bancária". Posteriormente, o grupo de testas de ferro contou ainda com o empresário Eduardo Morais.

A operação deveria ficar concluída em 2003. Segundo alguns depoimentos, o Governo angolano pretendia investir numa praça financeira, ao mesmo tempo que, dadas as ligações de Horário Roque à UNITA, queria estar a par de eventuais financiamentos ao movimento do Galo Negro.
O esquema foi montado com recurso à constituição de várias empresas e à circulação de fundos pela Suíça, pela Inglaterra e pelo Mónaco. Ao todo, segundo os angolanos, foram transferidos 192 milhões de dólares (143 milhões de euros ao câmbio actual).

Ora, ao fim de muitos anos, o Estado angolano apercebeu-se de que houve acções compradas, mas elas não estavam na sua posse. Por isso avançou, em Junho de 2008, com uma queixa-crime no Departamento Central de Investigação e Acção Penal. O que mereceu uma interrogação para Orlando Figueira, procurador do processo: "Por que razão o queixoso, Estado angolano, deixou ou permitiu que tivessem decorrido cerca de cinco anos para tomar providências no sentido de recuperar uma quantia, manifestamente avultada, que diz ter ficado desapossado - 192 milhões de dólares? Para esta pergunta, que nos tem perseguido e assolado desde o início, não conseguimos encontrar resposta", escreveu no despacho de arquivamento.

Presidente de Angola deu ordem
Num depoimento que consta do processo, Generoso Almeida, governador do Banco de Angola à altura dos factos, contou que a compra de capital do Banif se tratava "de uma orientação do senhor Presidente, José Eduardo dos Santos". E que a mesma seria financiada através da Sonangol, empresa petrolífera angolana.
José Costa e Silva, antigo "braço direito" de José Eduardo dos Santos, também declarou que a decisão partiu do Chefe do Estado angolano, embora a ideia não tenha sido dele. E há ainda outros depoimentos que referem que a operação foi sempre entendida como um "assunto de Estado" e "secreta".

Arquivamento
O caso acabou por ser arquivado porque o Estado angolano fez chegar ao processo um documento em que afirmava ter chegado a um acordo com os denunciados e considerava--se ressarcido. A actual lei prevê esta situação quando está em causa o crime de burla. Ao que o DN apurou, o entendimento entre as partes foi patrocinado pelo advogado Daniel Proença de Carvalho.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

A Ocidente do Paraíso (51). E os furriéis e alferes passaram a ficar envergonhados de lhes darem ordens.


Estávamos mais próximo de Luanda. A estrada era asfaltada, e além do nosso aquartelamento não se divisava vivalma. Convictos que aqui passaríamos o resto do tempo, até que nos rendessem, com um merecido descanso, a realidade foi bem diferente. Era operação atrás de operação, o que nos surpreendeu. O pessoal começou a ficar revoltado.
Neste posto de rádio tinha um pequeno compartimento só para mim. Afastado do barulho da caserna, já dormia e descansava com tranquilidade. Tinha finalmente a minha privacidade.
Várias vezes da Bairrada, em Portugal, chegavam chouriço, presunto e afins, incluindo o vinho. Fazíamos grandes patuscadas, graças ao Lavoura que era natural da Bairrada e do Cansadinho que era de Lisboa.

O Lavoura e o Cansadinho eram soldados telegrafistas. Mas tinham habilitações para o CSM, Curso de Sargentos Milicianos. Podiam muito bem serem furriéis. Mas devido a não terem entregue a papelada a tempo, ficaram na condição de soldados. Apesar disso continuavam a estudar. Quando havia os períodos de exames em Luanda, autorizavam-nos a sair, e quando regressavam vinham cheios de contentamento, porque os exames lhes correram bem. «O sétimo ano já está no papo.» - Diziam. Uma situação nova surgiu... já tinham habilitações para oficiais milicianos.

E os furriéis e alferes passaram a ficar envergonhados de lhes darem ordens. Tinham mais habilitações que os furriéis, e estes sentiam-se como que inferiorizados. Os alferes tratavam-nos como iguais. Mas não era só isto, havia mais. O Lavoura era das transmissões de engenharia e o Cansadinho de infantaria. O Cansadinho tinha gordura a mais, e não suportava carregar o rádio às costas fazendo jus ao seu nome. O Lavoura oferecia-se sempre para o substituir. Num espírito de solidariedade passámos todos a fazer o mesmo.

Depois de uma grande caminhada em direcção a um acampamento de passagem dos guerrilheiros, onde alguns de nós não aguentavam a passada, incluindo eu, senão vejamos: O rádio era pesado, cerca de dez quilos, um Racal TR28 de campanha, com um saco cheio de rações de combate, garrafas plásticas com água de reserva, cantil, um cobertor, um pano de tenda e quase sempre um livro, as munições, e claro, a G3. Imaginem este peso durante uma longa caminhada. A certa altura tudo pesa como chumbo. Deixei-me cair e tirei o rádio das costas convencido de que o alferes iria fazer uma paragem. Mas nada disto aconteceu. Alguém gritou:
- Meu alferes! Meu alferes!
Ele olhou mas não parou, marimbou-se:
- Quem quiser ficar que fique!
Caramba, só de pensar que iríamos ficar por aí abandonados, dava-nos tal força que esquecíamos o cansaço. Corríamos com o que restava das nossas forças e juntávamo-nos aos nossos companheiros.
Estacionámos num local que parecia ser o mais seguro, densamente rodeado de vegetação. Quando alguém falava mais alto, o alferes Lopes impunha silêncio, e fumar não era possível. Porque os sons na floresta são perfeitamente audíveis, e o fumo do cigarro sente-se a distância considerável. Assim, como de repente se as aves levantassem voo, isso significa que alguém, ou algo estava nas proximidades.

Imagem: cortesia do furriel Luís Filipe

Os únicos com quem se podia falar eram os do MPLA.


Mauzinho , imparcial. 22.04.2010 12:33
Não sei como se entergou a meia dúzia de selvagens


...............O futuro de uma grande país como Angoila. Quando foi feita a cimeira para a independência no hotel da Penina, eu era recpcionista lá e conhei-os a todos. Os únicos com quem se podia falar eram os do MPLA. Oos da Unita eram meio esquisitos e os da FNLA nem Portugûes falavam. Quando assinaram o acordo, naquele tempo não havia computadores nem faxes. Só telexes. E chega-me um tipo da Unita a pedir-me para eu lhe enviar um telex para o Congo. A mensagem nem sequer era em Português. Didia simplementeem Francês " UNITA á sá place "


quinta-feira, 22 de abril de 2010

A Ocidente do Paraíso (50). Vivemos num mundo onde precisamos nos esconder para fazer amor! Enquanto a violência é praticada em plena luz do dia. John



De repente, por cima de nós, ouvimos o barulho de um avião que voava em círculos a baixa altitude. Era uma avioneta DO27, (Dornier). Sentimos algum receio porque não sabíamos da sua presença. Subiu bem alto, e de repente em queda livre veio na nossa direcção. Alguns fugiram em pânico. Estabilizou e executou várias acrobacias. Um espectáculo digno de se ver. Tirei várias fotos. Pensei que a enviaram pelo comando para nos distrair, mas não. Depois de aterrar, chegou próximo de nós o homem que a pilotava – era um oficial piloto aviador – e abraçou demoradamente um furriel da nossa companhia, o Sanches, que o aguardava. O Sanches era familiar do Comandante-chefe da Região Militar de Angola. Demoraram cerca de meia hora a conversar, depois o aviador foi-se embora. Fez mais algumas acrobacias e no fim abanou as asas em sinal de despedida. Tinha vindo aqui de propósito para cumprimentar o seu amigo.

A picada que a engenharia abria já ia distante. Para lhes acompanhar o passo, tínhamos que sair deste local e montar um acampamento de tendas mais à frente. Antes da partida tirei algumas fotos dos bagos dos cafeeiros, que estavam muito bonitos, com uma cor muito provocante.
Novamente a preparar as bagagens para mais uma viagem. A engenharia tinha preparado um local de terra, devidamente nivelado, e à sua volta levantou uma muralha de terra que nos servia de protecção.

Tomávamos banho em regadores suspensos de uma estrutura de madeira improvisada. A água carregava-se a balde de um camião cisterna.
O pó era insuportável e penetrava a todo o momento pelas aberturas das tendas. Quando o pão não ficava resguardado, parecia que tinha sido cozinhado com pó. As formigas não perdoavam, e tudo o que era comida desaparecia. Tínhamos que colocar um prato com água, e no meio um recipiente, onde em cima deste colocávamos as sobras das refeições, que depois aproveitávamos enquanto aguardávamos pelo rancho.

Sentado na minha cama, todos os momentos livres dedicava-os à leitura. Parava para descansar quando as dores me acometiam as costas devido a tão incómoda posição. Nunca li tanto como nestes meses. As deslocações frequentes de um lado para o outro começaram a cansar-me. Já não desfazia a bagagem, apenas tirava o que necessitava, e depois quando de nova abalada, arrumava tudo no mesmo sítio.
Outra vez de partida para novo acampamento, porque a engenharia já ia mais além. Depois a nossa missão terminaria. Tinham-se passado vários meses, e o tempo da nossa comissão quase chegava ao fim. A odisseia da CCAV 3418 prosseguia para o destino final, Balacende.

Vivemos num mundo onde precisamos nos esconder para fazer amor! Enquanto a violência é praticada em plena luz do dia. John Lennon

Imagem: http://www.bush-planes.com/images/TopDornierRight.jpg

22Abr10. Os bancos. Diário dos últimos dias de Luanda


Os bancos dão crédito a quê e a quem?! Eles estão ao serviço da FAMÍLIA, e mais ninguém, os tais 7% de depositantes.

São eles que desgraçaram, e insistem na desgraça das nossas vidas.
São tão pantanosos… isto não dá para alargar, porque está demasiado infestado de podridão.

Um pobre exemplo: são eles que financiam a destruição dos casebres, das casas, das cubatas, daquelas do pau-a-pique… e dos bens ganhos pelas poupanças ao longo do tempo, etc. Para depois construírem lá os condomínios, as torres, os prédios, e mais etc.

Ora, aqui reside o não aumento dos depósitos. Isto constitui uma monstruosidade… se destroem o modus vivendi das populações, forçando-as às tendas, deixa de haver poupanças, logo não há dinheiro para depositar.

E a população não mete lá o dinheiro porque os bancos não funcionam, não são credíveis. E depois com o que se passa actualmente com mais uma Experiência de Filadélfia da nossa engenharia financeira corrupta… mas que grande roubalheira.

Estão sempre no: «estamos sem sistema.» Há aqui um outro aspecto também muito importante a considerar: a energia eléctrica não funciona, podemos ir mais longe e afirmar categoricamente a sua não existência. Não é possível um banco trabalhar sem a energia da EDEL. É que as redes informáticas sempre a trabalharem com geradores 24 sobre 24 horas, apresentam um pormenor técnico: Os cinquenta ciclos da corrente alterna não fornecidos, provocam derrames cerebrais nos circuitos das redes informáticas… é por isso que bastas vezes surge o elementar: «estamos sem sistema. Não é possível o coração do sistema económico, os bancos, funcionarem ininterruptamente com geradores.

E também, talvez fundamentalmente, estamos enxameados de economistas (?). Ora, onde existe sabedoria a mais…

De qualquer modo, a função principal dos bancos em Angola é espoliar-nos o mais possível e impossível.

Mais um novo-rico. António Maurício entrou na FESA… e não mais dela sairá.


Empresário angolano preside à Construtora do Tâmega com 38%
O empresário angolano António Maurício preside à Construtora do Tâmega, detendo cerca de 38% do capital, confirmou ao Económico fonte oficial da empresa.

Nuno Miguel Silva 20/04/10 18:05 DIÁRIO ECONÓMICO


A Finertec detém mais 38% do capital da Construtora do Tâmega. Esta empresa lançou uma OPA, concluída em 2009, para retirar a empresa de bolsa (segundo mercado). Na altura, diversos analistas adiantaram que a Finertec é uma ‘holding' controlada ou associada a capitais angolanos.
Segundo diversas notícias entretanto divulgadas, a Finertec resulta de um grupo de capitais angolanos, liderado por José Brás da Silva, que, alegadamente, tem negócios nos sectores da energia, imobiliário e finanças.
Questionada pelo Económico sobre a composição da estrutura accionista da Finertec, fonte oficial da ‘holding' respondeu apenas que "a Finertec é uma S.A."
A mesma fonte acrescentou que "os outros 24% da CT pertencem a antigos accionistas da empresa como o Eng. José Fonseca e o Eng. Joaquim Mota, por exemplo". José Fonseca e Joaquim Mota são das famílias fundadoras da Construtora do Tâmega, criada em 1946.
O novo presidente da Construtora do Tâmega, António Maurício é um dos empresários angolanos mais influentes, estando estritamente ligado ao presidente e à família de José Eduardo dos Santos. É vice-presidente da Fundação José Eduardo dos Santos (FESA), uma instituição apontada por muitos como o veículo do MPLA (o partido no poder em Luanda), para o sector empresarial. António Maurício é também o presidente da ‘holding' Suninvest, uma das mais poderosas do aparelho estatal angolano.
A Construtora do Tâmega já há vários anos que é alvo de queixas de diversos fornecedores por pagamentos em atraso. A empresa, em muitos casos, tem superado, a situação com a emissão de letras sobre as respectivas dívidas. No plano internacional, também há notícias de semi-paralisação das frentes de obra por falta de meios financeiros, como na Mauritânia.
Desde 2007, a Construtora do Tâmega deixou de pagar quotas de sócio na AECOPS - Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas, pelo que foi suspensa em 2008, situação que se mantém desde essa data.

A Experiência de Filadélfia


Os cientistas da corrupção angolana, cotados como os melhores do mundo, criaram um método engenhoso de transferirem os biliões de dólares que roubam. Inventaram uma versão da Experiência de Filadélfia, carregam o navio Eldridge,,, e os biliões vão para outra dimensão, num buraco do tempo.


«A Sonangol e o Triângulo das Bermudas
Anónimo disse...
Dadá,
Não sei se mencionaste o "triângulo das Bermudas" pelas suas razões históricas ou se fizeste uma ligação ao que realmente se passa com a nossa relação com as Bermudas.
1. Caso não saiba, as Bermudas eram um destino favorito para desvio de dinheiros para fora de Angola (desconfio por aconselhamento daquele tipo de advogados ingleses e portugueses).
2. A Sonangol normalmente regista os seus aviões nas Bermudas e a AAA (também da Sonangol) tem muito património nas Bermudas, assim como sociedades receptoras de fundos de origem em Angola.
22 de Março de 2010 14:38» in MORRO DA MAIANGA


Imagem: FOLHA 8

quarta-feira, 21 de abril de 2010

A Ocidente do Paraíso (49). O fazendeiro veio de Luanda propositadamente para castigar alguns dos seus trabalhadores... à paulada.


Um contraste cómico era a nossa postura de disciplina em relação ao vestuário e aprumo, sempre impostos pelo nosso capitão. No pelotão de engenharia era: Farta cabeleira, camisa fora dos calções, botas com os atacadores soltos, enfim, cada um vestido de acordo com a conjuntura. O nosso capitão devia estar muito chateado com isto, mas não podia fazer nada. Inclusive, o pessoal da engenharia dizia que se os chateassem que se iam embora, e que chamassem outros, pois que estavam fartos de trabalhar e as condições laborais eram indignas.

Sabedores disto, os altos comandos preferiam fechar os olhos. Ao contrário da Quibala do Norte onde ficávamos no alto de uma montanha, aqui ficávamos num vale rodeado de montanhas. A vista geral circundante do posto de rádio era uma grande montanha. A minha cama situava-se junto à porta. Quando me sentava, olhava sempre para a mesma paisagem. Um local muito estreito e deprimente.
Entretanto, o meu pai enviou-me um pequeno rádiogravador. Um furriel emprestou-me uma cassete com uma música que não me cansava de a ouvir. Acho que a melodia se adequava exactamente à paisagem.

Tell her to reap it in a sickle of leather
(War bellows, blazing in scarlet battalions)
Parsley, sage, rosemary, and thyme
(Generals order their soldiers to kill)
And to gather it all in a bunch of heather
(And to fight for a cause they've long ago forgotten)
Then she'll be a true love of mine

Diga-lhe que colha isto com uma foice
(Guerra berra, enquanto brilhando em batalhões escarlate)
Salsa, salva, alecrim, e tomilho
(Os generais ordenam que os soldados matem)
E juntar tudo em um grupo de urze
(E lutar para uma causa eles esqueceram há muito tempo)
Então ela será um verdadeiro amor meu
(Simon & Garfunkel. Scarborough Fair.)
Tradução livre.


E sempre, ao escutar esta música, vem-me sempre à memória este local. As colinas e a sua vegetação.

Já tinha muitos livros para ler. Quase todos os alferes e furriéis carregaram malas com livros, para que o tempo que restava não fosse tão desagradável. Na generalidade eram romances de autores consagrados. Lia-os até à exaustão.

Um incidente veio quebrar a monotonia. O fazendeiro veio de Luanda propositadamente para castigar alguns dos seus trabalhadores... à paulada. Isto deixou-nos tão revoltados que nos apeteceu matar o homem, se não fossem os alferes que nos dissuadiram.
No outro dia os cães do fazendeiro ganiam de forma estranha. Um a um morriam em grande agonia. Morreram todos envenenados. Alguém lhes deu comida envenenada, e nunca se soube quem foi o autor ou autores. Foi sem dúvida uma vingança. Pensei que o nosso comando iria tomar medidas severas contra nós. Mas não, preferiram o silêncio, fingindo que não sabiam de nada.

Imagem: cortesia do furriel luís Filipe

21Abr10. Diário dos últimos dias de Luanda


É outra Argélia. Os franceses chegaram, reforçaram-se, nos espoliam, nos silenciam, nos prendem. Removeram-nos do direito ancestral da terra, é toda deles, tudo é deles. Só falta a célebre ordem do atirar em tudo o que se mexer. Outra vez nos chamam beduínos.

Angola é uma imensa propriedade privada, e como tal vende-se a quem a quiser comprar. O terrífico sistema marxista-leninista não acabou, apenas de óleo mudou.

Os escravos querem-se muito bem comportados nos imensos campos de concentração improvisados em Angola. É que, sem oposição o inimigo rompe as muralhas da cidade, invade-a e toma-a. Mesmo com o chicote nos lombos, a oposição fomenta o habitual: pois, você roubou o dinheiro do partido, tem que ser preso e julgado. Pois, mas você também roubou, e também vai para a prisão. Todos querem poder para roubar. Angola está uma poderosa quadrilha nacional e internacional de gatunagem tal, que todo o gatuno desterra-se para ela, instala-se paradisiacamente porque enriquece muito rápido… a lavar dinheiro.

Se não existem manifestações para enfrentar o poder, ele fortalecerá a sua postura com mais espoliações, porque não existe quem lhe faça frente.

É salutar transferir o Muro das Lamentações para aqui, porque o mwangole trabalha 24 sobre 24 horas a lamentar-se.

Mas quando é que acabam com a escravatura e passam para a condição de homens livres? Adormeceram, e até aqui ainda têm um longo caminho a percorrer. A anarquia generalizou-se a tal ponto, que os jovens dão tiros com os escapes das motas como se fossem armas, dia e noite, instituindo-nos mais um inferno e ninguém liga, porque estão todos surdos. Ou os cérebros não reagem, porque já deixaram de funcionar. Está tudo tão natural, tão anormal.

Estes novos-ricos atraem o Efeito Borboleta. Já não se lembram de nada, o que é também elementar, antinatural.

«Anónimo disse...
De facto estamos cativos das concessionarias todas que estao de maos dadas com os donos da terra, por isso, por mais reclamemosm as concessionaria nao ligam alguma. Nao 'e so a Vauco. A Toyota 'e a pior de todas, sobretudo em relacao aos carros Toyota Fortunner cujos discos de embraiagem avariam de 15 em 15 dias e, se o proprietario reclama, 'e obrigado a fazer teste de conducao. O carro, seja prado VX, GX ou Fortunner sai da revisao com as correias a chiarem... A tOYOTA de Angola nao da cavaco a ninguem, desde a sua administracao a area atendimento as reclamacoes dos clientes, a tal senhora Stela. Nao cumprem as orientacoes da Toyota do Japao. 'E uma vergonha para Angola onde as multinacionais 'e que impoem as regras, adormecendo todas as autoridades do pais...
16 de Abril de 2010 21:30» In morrodamaianga.blogspot.com/

Escravos angolanos, LIBERTAI-VOS!

Imagem: FOLHA 8