sexta-feira, 30 de setembro de 2011

BUILD BRASIL. A “Bem Morar” é uma iniciativa ligada á empresa Build Brasil que opera em Angola há cerca de cinco anos.


Imobiliária “Bem Morar” embaraça Aguinaldo Jaime
Lisboa - O afastamento de Aguinaldo Jaime da coordenação da comissão de gestão da ANIP é justificado em meios com conhecimento do assunto como conseqüência de precedentes que passaram a ser desfavoráveis para o mesmo. De entre, todos os casos, vêem também a superfície o embaraço provocado aos compromissos sócias do governo causados por uma imobiliária “Bem Morar”, ao qual Aguinaldo Jaime denota ter uma postura de sócio.

Fonte: Club-k.net
Fez os lobbies da empresa junto ao PR
A “Bem Morar” é uma iniciativa ligada a empresa Build Brasil que opera em Angola a cerca de cinco anos. A imobiliária é tida por sectores em Angola por não ter obedecido a regras de investimento estrangeiro em vigor no país, pelo que as suspeitas, “da falha” viraram-se para a gerencia da ANIP. As autoridades angolanas notam também que esta imobiliária revela-se com comportamentos que indiciam estar prestes a deixar o país, havendo receio de que desonrem com compromissos de habitação, nas províncias de Luanda e Huambo. (Os interessados terão já adiantado no pagamento de casas que vão dos 180 a 280 mil dólares)

A ligação de Aguinaldo Jaime com a “Bem Morar” teria ganho visibilidade quando em Junho de 2010, convenceu o Presidente José Eduardo dos Santos, a receber, no palácio presidencial, Edson do Nascimento “Pelé”, o rosto de marketing desta imobiliária brasileira, a quem informou “detalhadamente” sobre o projecto habitacional para as duas províncias em referencia.

A saída de Aguinaldo Jaime da gestão interina da ANIP, teria sido protelada em função da procura de alguém que imitisse respeitabilidade mas também sem precedentes de desonestidade financeira. Maria Luisa Abrantes que até pouco tempo representava a ANIP, nos Estados Unidos mostrou-se inicialmente desinteressada/indisponível para aceitar o cargo de PCA mas acabaria por considerar a proposta no seguimento de uma intervenção de Carolina Cerqueira, a Ministra da Comunicação Social que o convenceu a aceitar.

São desconhecidas as motivações de fundo da inicial recusa da mesma, porém, há correntes que associam-na a reservas por efeito de uma “marginalização” a que foi tendo nos últimos meses. Numa das suas recentes deslocações a Luanda, Maria Luisa Abrantes teve de ir ao palácio presidencial fazer uma “confusão” protestando ao acesso directo que lhe estava a ser vetado.

Tal como Aguinaldo Jaime, a nova PCA, da ANIP , é jurista de formação e detentora de varias pos graduação. Viveu na capital americana por mais de 10 anos como conselheira diplomática da embaixada angolana em acumulação com a chefia da representação da ANIP. É a mentora da imagem das políticas de incentivo ao investimento do Estado angolano em cadeias internacionais como a CNN. Goza de respeito externo e é das raras personalidade angolana cujo nome não é associado a casos de corrupção.

Editorial. O bom exemplo da Zâmbia: nós também podemos!


Maputo (Canalmoz) - Na Zâmbia voltou a haver mudanças. A oposição vai agora para o poder. Michael Sata, líder de um partido da oposição, o ‘Freedom Front’, destronou Rupiah Banda. Todos eles são dissidentes do antigo partido de Kenenth Kaunda. É a Zâmbia a democratizar-se de facto e de jure, sem violência e sem guerra.
É o povo a mostrar que são os cidadãos que impõem a ordem, que dirigem o jogo.
É o povo a dizer, por via do voto, que não quer mais quem estava no poder e quer experimentar outros.
É o povo a dizer que quer ‘calças novas’ e ‘camisas novas’.
É o povo a dizer que não quer sempre os mesmos no poder.
É o povo a dizer que está farto dos que se mantêm no Poder apenas para lhe sugar o sangue.
É o povo a experimentar a alternância mais uma vez, num país da SADC que se está a revelar exemplar em termos de funcionamento da Democracia. Não quer isso dizer que seja um país perfeito. Não há países perfeitos nem democracias acabadas. O que se exige é respeito pelos candidatos e eleitorado e ausência de manipulação dos órgãos eleitorais.
Em muitos outros países de África, e particularmente da SADC, quem se instala no Poder vive bem, usa e abusa dos bens do Estado, engana o Povo com sistemas de educação que só servem para manter o Povo ignorante e de olhos fechados, convencido que já tem diploma, bem caladinho. Mas os zambianos estão a provar a África, à SADC e ao mundo que é possível por via do voto mandar embora os parasitas que enriquecem agarrados ao Estado e impedem os outros seus concidadãos de também terem acesso à riqueza do País e ao Poder.
Na Líbia, na Tunísia, no Egipto, quando o Povo acordou já era tarde para mudarem as coisas por via da democracia, pelo sistema de eleições. Foram-se deixando iludir pelos dirigentes dos respectivos países que os convenceram de que eram os únicos capazes de manter os países tranquilos e em progresso. Foram-se deixando ir naquela conversa até que um dia a solução foi a violência. O sistema estava tão ‘ferrugento’ que não havia outra forma de fazer as coisas mudarem.
No Egipto também se promoviam ‘eleições livres e democráticas’. Quem se mantinha eternamente no Poder também ganhava ‘eleições’ com maiorias absolutas e até maiorias qualificadas de 90 e noventa e tal porcento. Eleições viciadas… O Povo não protestava porque pensava que realmente não havia alternativa a quem estava no Poder. Até que um dia viram que andavam a ser enganados por quem os governava. Viram que quem os governava estava extremamente rico, os familiares deles também, mas o Povo estava cada vez mais pobre e sem emprego.
Vendo que conseguiam manter o Povo continuamente com os olhos fechados, foram enriquecendo ao ponto de se terem tornado pessoas tão ricas que, com o que roubavam aos seus respectivos Estados e Povos contribuintes, chegaram ao ponto de serem das maiores fortunas do mundo. Os nomes desses tais governantes passaram a constar nas revistas que anunciam as maiores fortunas do mundo. E vendo a ostentação de riqueza dos dirigentes e respectivos familiares, um dia a sociedade explodiu e as forças de defesa e segurança, braço armado do Povo, solidarizaram-se com o movimento popular que impôs mudanças. Juntos venceram. Seguramente que estão hoje criadas condições para voltar a haver esperança nesses países.
Novas elites formar-se-ão e por via das mudanças haverá seguramente uma redistribuição de riqueza.
Chegou-se a um tal ponto nesses países, como o provaram os anos de insistência dos mesmos sempre no poder, que sem que o Povo dissesse basta, com o apoio das suas respectivas forças armadas, os dirigentes que enriqueceram à custa da manipulação do Estado continuariam a enriquecer imensamente e os pobres a empobrecer até perderem completamente a esperança.
Os Povos desses países pensavam que os seus dirigentes, se não davam ao Povo melhores condições de vida era porque realmente os seus países não tinham dinheiro para proporcionar isso aos seus concidadãos.
Nesses países do norte de África para onde as revoluções sociais chamam hoje à atenção de todo o mundo, os Povos acabaram por abrir os olhos. Tardou, mas acabou por acontecer. Perceberam que era preciso fazer urgentemente qualquer coisa para acabar com a roubalheira dos que, agarrados ao Estado, usavam os mais variados argumentos para enganar o Povo e irem enriquecendo à custa disso.
Quando os Povos desses países perceberam o quanto os seus governantes, que se pretendiam eternos, os enganavam, já era tarde de mais para que se conseguissem mudanças sem um abanão violento no sistema.
Durante anos certas figuras das elites desses países conseguiram aldrabar os respectivos Povos convencendo-os de que sem quem estava no Poder não haveria melhor vida e só com eles poderia haver um futuro melhor.
Durante décadas os governantes usaram as eleições para manipular o jogo político e subverter a democracia. Viciaram as comissões eleitorais. Corromperam o sistema eleitoral. Corromperam os tribunais. Viviam todos enfeitiçados pelos bens e vida fácil.
Passaram-se anos de ilusão, com os Povos desses países a crerem que realmente só aqueles seus compatriotas que os vinham governando poderiam assegurar-lhes vida.
Na Egipto, hoje, até já levam o presidente deposto em maca, ao tribunal. Hosni Mubarak acumulou uma enorme fortuna depois de ter deposto o seu antecessor com um golpe militar e acabou em maca na presença de juízes. Não podia ser mais humilhado.
Antes foi na Tunísia que uma revolta popular depusera o regime.
Na Líbia, Muammar Kadhafi, que até queria ser o presidente de África, tratava os seus opositores como se acaba de ver pelas mais recentes descobertas de valas comuns perto de Tripoli.
Foi deposto um déspota que se julgava eterno. Demorou, mas o dia acabou por chegar.
Kadhafi também acabou desta forma humilhante a que estamos todos a assistir. Acabou em fuga, com os seus aliados a tentarem salvar-lhe a pele, revelando a sua verdadeira índole.
Apesar do apoio da NATO, só um povo farto dos abusos do regime seria capaz de avançar decidido.
Na Zâmbia a alternância está a provar que a Democracia e eleições verdadeiramente justas podem permitir que as coisas não cheguem a extremos. O povo saiu à rua para celebrar. Não foi preciso haver violência para haver mudanças. A Zâmbia deu um passo importante para credibilizar África. (Canalmoz / Canal de Moçambique)

Esclarecimento da BUILD - ANGOLA


Recebeu este blog um correio electrónico enviado pelo Senhor David Figueiredo que reproduzimos na íntegra.

Parte II - Remoção Link/Post - Difamação, Calúnia e Injúria

David Figueiredodavidfadv@gmail.com

Em tempo, Sr. Gil Gonçalves:
(i) além do link citado no email anterior, tudo o que escrevi se aplica a outros posts em seu blog que eventualmente incluam o nome da BUILD;
(ii) inclusive o link que o senhor publicou mais recentemente (19/09/2011) e que também deve ser removido, pois o tal “comentário”, além de anômimo e inverídico, implica em calúnia (já que se imputa a suposta utilização de “testas de ferro”, o que é crime tanto em Angola como no Brasil):
http://patriciaguinevere.blogspot.com/2011/09/build-angola-devolve-dinheiro.html
(iii) volto a frisar que não há qualquer interesse em tolher seu relevante trabalho, mas por outro lado não se pode aceitar que pessoas que não revelam seus verdadeiros propósitos continuem a cometer crimes se valendo do blog do senhor;
(iv) tenho certeza que o senhor nunca teve a intenção de transformar seu blog em uma ferramenta para facilitação/cometimento de crimes, por isso conto com seu apoio e compreensão;
Mais uma vez, agradeço toda atenção e aguardo seu retorno.
Atenciosamente,
David Figueiredo
OAB/SP 176.675
+55(11)3045-8686

Prezado Sr. Gil Gonçalves,
Sou advogado no Brasil da empresa BUILD (vide procuração anexa) que, através de parceiros locais, atua em diversos setores da economia, sobretudo no campo imobiliário, na República de Angola.
Pois bem, antes de mais nada, registro meu respeito pelo conteúdo de seu blog: http://patriciaguinevere.blogspot.com/
Entendo de suma importância que haja um espaço para o debate de temas que afligem a sociedade angolana e o povo africano.
No entanto, infelizmente, há pessoas que se aproveitam indevidamente deste espaço democrático na web e através de anonimato/pseudônimos lançam ataques contra a honra/imagem/reputação de pessoas ou empresas.
E é o que vem sucedendo no post hospedado em seu blog sob a rubrica “A Verdadeira história da Build Angola”, de 18 de novembro de 2010:http://patriciaguinevere.blogspot.com/2010/11/verdadeira-historia-da-build-angola.html
Ora, o próprio email que o senhor cita como fonte é proveniente de uma pessoa que se denomina Matias Lukoki, mas que não existe.
A BUILD já adotou as providências cabíveis nos tribunais brasileiros para identificar quem de fato age sob este pseudônimo “Matias Lukoki”.
Inclusive, se o senhor tiver interesse, posso lhe transmitir os detalhes destes trâmites nos tribunais brasileiros.
Porém, o mais grave é que na esteira deste “email” do tal Matias Lukoki, diversos comparsas deste senhor (falsa identidade) passaram a desferir ataques contra a BUILD e seus dirigentes.
Constam lá até mesmo ameaças de morte veladas, além de todo tipo de imputação de ofensas pessoais e acusações de crimes de toda ordem.
Diante destes graves fatos, já requisitei que a empresa GOOGLE adote as providências necessárias para aretirada do ar deste post e respectivos comentários(vide notificação anexa).
Não como um ato de censura. Muito pelo contrário, a notificação busca somente fazer com que a lei seja respeitada, que o Estado de Direito seja respeitado.
Não imponho qualquer restrição na manifestação de pensamento de quem quer que seja.
Porém, a partir do momento em que o blog passa a ser um palco de crimes de pessoas que sequer se identificam com seus nomes reais, algo deve ser feito para impedir a perpetuação de graves danos contra os ofendidos.
Note que nem entro no mérito das acusações.
Mas, se de fato estas pessoas tem algo a reclamar da BUILD, que o façam nos tribunais angolanos e brasileiros e não em um blog sob a cômoda posição de anonimato ou falsa identidade.
Enfim, era o que eu gostaria de compartilhar com o senhor.
Desta forma, se possível, solicito a gentileza de que o senhor promova a retirada do post em tela e respectivos comentários e assim demonstre que não coaduna, nem é conivente, com todas estas práticas criminosas dentro do seu blog.
Caso seja possível, também solicito que preserve todas as provas e evidências da materialidade dos crimes e todos indícios de autoria, incluindo os logs e dados cadastrais e de acesso dos suspeitos (pex., emails de acesso) para subsidiar a instrução das ações judiciais no campo criminal e cível.
Agradeço toda sua atenção e conto desde já com seu espirítio de justiça/compreensão e adoção das providências supracitadas, sendo certo que estou à sua plena disposição para prestar os esclarecimentos necessários.
De outro lado, aguardo um retorno com sua posição a respeito dos fatos ora narrados.
Atenciosamente,
David Figueiredo
OAB/SP 176.675
+55(11)3045-8686

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O único direito que temos é a repressão da intensa pressão do Regime petrolífero


Neste oásis petrolífero há mais prisões que universidades. Trinta e dois anos de promessas de que a nossa vida vai piorar. Nesta floresta petrolífera/carbonífera de corpos petrificados, de vultuosos gastos em estádios de futebol parecendo ruínas arqueológicas, de um reino há muito extinto, mas bem preservado, no tempo aprisionado.
Parafraseando o poeta de que já ninguém se lembra: Contra milhões de esfomeados ninguém combate, e quem o fizer será vencido.
Nenhum convicto democrata usurpa o poder. O ditador quando nele se senta confisca as populações, e promove-as a rebanhos. Investe desmesuradamente em prisões para que os tresmalhados nelas se acomodem. Do poder o ditador nunca se isenta, mas obriga-se à sua ausência forçada. Quanto mais isolado se encontra, brama que a imposição da democracia pertence-lhe… perdeu a noção da realidade.

«Angola. "José Eduardo dos Santos deve abandonar o poder"
por Lusa
O escritor angolano José Agualusa afirmou hoje que o presidente José Eduardo dos Santos deve abandonar o poder e iniciar um processo democrático, durante um encontro em Lisboa que juntou vários angolanos, como o ativista Rafael Marques.

"O presidente ainda está a tempo de abandonar o poder e retomar o processo democrático. Ele pode sair preservando a sua honra e a sua fortuna pessoal. Pode contribuir para o desenvolvimento do país como empresário", disse o escritor à Agência Lusa.

José Agualusa fez parte de um grupo de cerca de duas dezenas de pessoas que se juntou esta tarde no Rossio, em Lisboa, para participar numa vigília de solidariedade com os 21 jovens angolanos detidos em Luanda a 3 de Setembro.

Numa alusão às recentes revoluções ocorridas nos chamados países da "primavera árabe" (Tunísia, Egito e Líbia), José Agualusa referiu que o fosso social é muito maior em Angola do que era na Líbia e que o regime é muito mais frágil, embora menos autoritário.

"O facto de ser menos autoritário deixa margem para que as pessoas respirem e explica que até agora não tenha havido uma explosão social, mas as condições para isso acontecer estão lá", alertou.

Presente na iniciativa esteve também o ativista e jornalista angolano Rafael Marques, que em declarações à Agência Lusa afirmou que as recentes manifestações em Luanda representam uma tomada de consciência das pessoas para os problemas do país.

"Representam [as manifestações] uma tomada de consciência dos angolanos. É fundamental que os angolanos saibam gerar solidariedades para que as mudanças que são necessárias para o bem do país ocorram de forma pacífica", afirmou.

O activista sublinhou que a atitude dos jovens manifestantes foi um exercício de liberdade e de expressão e que por isso não devem permanecer presos.

"Quando chegar a Luanda vou visitá-los à cadeia. Só assim teremos uma verdadeira democracia e estabeleceremos elos de solidariedade entre todos aqueles que lutam pela liberdade", sublinhou.

No dia 3 de Setembro, dezenas de jovens foram detidos durante uma manifestação contra o presidente angolano, José Eduardo dos Santos. Dos 21 que foram julgados, 18 foram condenados a penas entre os 45 e os 90 dias de prisão efetiva.

Outros 27 jovens que haviam sido detidos no dia 8, quando apoiavam os que estavam a ser julgados, foram todos absolvidos.»

As prisões dos ex/presos (?) políticos, enchem-se de novas vítimas, de puros presos políticos


Quando um corpo de jurados se apodera de poços petrolíferos, espolia terras, tudo, destrói tudo à sua passagem como uma violenta calamidade, e divide entre si toda a riqueza de uma nação que jurou solenemente defender, que nem uma migalha divide pelos governados, que se deleita no constante observar dos cortejos moribundos abandonados à morte, e que quem reivindicar os seus mais elementares direitos de cidadania é molestado, nomeado arruaceiro, bandido, torturado e de seguida atirado para uma prisão como preso político. Meus senhores e minhas senhoras, estamos no reino do TERROR que urge combater antes que a coisa alastre e se transforme num reino de epidemias de presos políticos. Já não restam caminhos, apenas escolhos nesta ditadura da perdição.

«Visita aos presos políticos na Caboxa. Nelson Pestana. Bonavena
Ontem Luís de Nascimento e Nelson Pestana foram visitar os 5 presos políticos (Carbono, Libertador, Mahenda, Bernardo e Cesar) que estão na prisão da Caboxa (depois de Caxito). Estão bem! Bem dispostos, com o moral elevado e ávidos de leituras, nomeadamente sobre a resistência civil à ditadura. Também libertam a verve e escrevem poemas ou compõem músicas. Depois desta visita foram visitados pelos seus familiares.
Quanto ao recurso interposto pelos advogados, Luís de Nascimento informou-os de que já está no cartório do Tribunal Supremo mas a reclamação feita, logo a seguir à sentença (12set11) ainda não mereceu despacho do Juíz-presidente, Cristiano André, embora a declamação deve-se merecer despacho nas 72 horas seguintes. Por este andar não terá efeito prático nenhum.»
In Amigos do Bloco Democrático Angola. Facebook

Deputados de tempos passados


Deputados da mediocracia alimentados pela vilania do Estado. Onde há mediocracia coexiste sempre o ridículo poder do viver em palácios rodeados por miseráveis, que de mãos estendidas à injustiça social aflorada nos discursos dos políticos corruptos, que cegos não vêem os olhares perdidos das promessas de uma vida melhor, sempre pior.

«Deputado na Finlândia não tem direito a viatura nem casa do Estado
“O meu salário é de aproximadamente 5 mil euros, equivalente ao salário normal de um funcionário brilhante em qualquer outra actividade” – Perti Salolainen, deputado e vice-presidente da Comissão de Relações Externas no parlamento finlandês
Helsínquia (Canalmoz) - Ser deputado na Finlândia não é sinónimo de vida de luxo com contas pagas pelo Estado. Contrariamente ao que sucede em Moçambique, os deputados finlandeses pagam as suas contas com o seu dinheiro. Não recebem viatura nem casa do Estado, nem beneficiam de isenções fiscais e não trabalham no Governo ou instituições do Estado. A reportagem do Canalmoz/Canal de Moçambique visitou ontem o parlamento finlandês, a “EDUSKUNTA”, e conversou com os deputados locais que ficaram boquiabertos quando ouviram que em Moçambique o deputado recebe uma viatura do Estado, uma casa protocolar ou subsídio de renda de casa, está isento de pagar alguns impostos e até ocupa cargos no mesmo Governo e instituições públicas que, paradoxalmente, é suposto fiscalizar.
Perti Salolainen, deputado e vice-presidente da Comissão de Relações Externas no Parlamento finlandês, foi o primeiro deputado a receber o grupo de jornalistas africanos que visitam aquele país europeu. O encontro decorreu na sala de sessões plenárias, um acto simbólico que visava mostrar a abertura do parlamento finlandês a qualquer cidadão que pretenda visitar o local e se inteirar do seu funcionamento.
O sistema governamental na Finlândia é parlamentar, o que significa que o Governo é eleito pelo parlamento e também por ele dissolvido. É um parlamento unicamaral com 200 deputados. Neste momento é composto por 8 partidos com uma distribuição equilibrada dos deputados. Não há “maiorias esmagadoras” nem “vitórias retumbantes e convincentes”.
O partido vencedor tem 44 deputados e o segundo tem 42, o terceiro tem 39 e o quarto tem 35, só para se ter a noção de quão as coisas estão equilibradas. Ninguém decide sozinho com a chamada “ditadura de voto”. Aqui é preciso debater-se e chegar-se a consenso e então se avança para a aprovação das leis.
Mas se a organização do parlamento já é impressionante, imagine-se as condições em que os deputados trabalham. Tem todas infra-estruturas criadas, gabinetes de trabalho e salas de reunião. Só que as regalias não são individuais, mas, sim, para o trabalho. Ou seja, o Estado finlandês cria condições para os deputados trabalharem e não para sua vida privada como sucede em Moçambique.

“Viatura do Estado? – Nem pensar”
O Canalmoz questionou ao deputado Perti Salolainen, quais são, na sua qualidade de deputado, as regalias especiais que lhe são conferidas pelo Estado.
“Não há lei específica para os deputados. Não tenho imunidades nem regalias”, disse.
Questionámos se tinha direito a casa e viatura providenciadas pelo Estado. “Viatura do Estado? – Nem pensar”, respondeu o deputado daquele país que é dos principais financiadores do orçamento do Estado moçambicano.
“A viatura compro com o meu salário tal como fazem todos os cidadãos. Não tenho casa providenciada pelo Estado. Mesmo os deputados que vêm das províncias têm de arrendar apartamentos na capital com o seu próprio dinheiro. O Estado não paga despesas dos deputados”, explicou o parlamentar finlandês.

“Esse é o problema dos políticos africanos…”
Explicámos ao deputado finlandês que a nossa pergunta deriva do facto de em Moçambique os deputados receberem viaturas do Estado e os que exercem alguns cargos de chefia no parlamento, terem direito a duas viaturas e casas protocolares construídas/compradas e mobiladas pelo Estado, para além de um salário confidencial, mas que se sabe que é chorudo.
O deputado finlandês ficou estupefacto e disse que “esse é o problema dos políticos africanos”. Como forma de mostrar a transparência, revelou que o seu salário é de cerca de “5 mil euros, equivalente ao salário normal de qualquer funcionário brilhante”.
Disse que não beneficia de nenhuma isenção fiscal.
Depois recordarmos ao parlamentar finlandês que o seu país é um dos principais doadores para o orçamento anual do Estado moçambicano, e esse dinheiro é usado para conferir regalias aos deputados e outros dirigentes.
“For this reason I say the donations must stop (é por isso que digo que as doações devem parar)”, disse o parlamentar.
Ainda ontem, os jornalistas africanos tiveram encontros com outros parlamentares representantes de partidos diferentes com assentos na “EDUSKUNTA” e reuniram ainda com o ministro finlandês dos Negócios Estrangeiros, onde foi também abordada a questão da ajuda externa aos Estados africanos. Ler as próximas edições do Canalmoz. (Borges Nhamirre, nosso enviado a Helsínquia)»

Os ditadores africanos e o imperialismo chinês


Vale tudo para que um ditador permaneça eternamente no poder, incluindo a venda do seu país e das suas populações a qualquer negociante inescrupuloso. Os chineses aproveitam invocando a não intromissão nos assuntos internos dos países. A hipocrisia chinesa é de facto proverbial.

«Zâmbia. Michael Sata adverte empresas chinesas a operar no país
Pretória (Canalmoz) - O novo presidente zambiano, Michael Sata, disse que as empresas chinesas que exploram as minas de cobre do país eram bem-vindas desde que cumprissem com a lei, especialmente no que se refere à utilização de mão-de-obra zambiana. Falando durante um encontro com o embaixador chinês na Zâmbia, Zhou Yuxiao, o dirigente zambiano referiu que as empresas chinesas, que até agora investiram mais de 2 mil milhões de dólares no sector mineiro da Zâmbia, não iriam beneficiar de tratamento especial. Sata frisou que o investimento chinês devia beneficiar os zambianos e não os chineses, acrescentando que as leis zambianas determinavam que os investidores estavam autorizados a trazer um número limitado de trabalhadores, mas na prática os investidores contam com um número ilimitado de trabalhadores provenientes da China.

Os trabalhadores zambianos do sector das minas lamentam-se com frequência das más condições de trabalho em minas exploradas por empresas chinesas. Em 2005, diversos trabalhadores zambianos foram atingidos por armas de fogo por terem protestado junto das entidades empregadoras contra as condições salariais a que estavam sujeitos.

Durante a recentemente terminada campanha eleitoral, Michael Sata insurgiu-se contra a presença de empresas chinesas do país. Verificou-se uma depreciação da moeda zambiana, a kwacha, logo a seguir ao anúncio dos resultados eleitores dando vitória a Sata. Antigo membro do partido que governou a Zâmbia durante o regime de Kenneth Kaunda, o novo presidente zambiano aliou-se depois ao Movimento para a Democracia Multipartidária (MMD) de Frederick Chiluba. É popularmente conhecido pela alcunha de “King Cobra”. (Redacção / Mining Weekly)»
Imagem: Capangas a serviço dos patrões chineses da mina Collum Coal Mine (CCM), ...
ipco.org.br

Um peso e duas medidas que nos afundam


A renovada hipocrisia sustenta as milenares relações entre as nações poderosas e os humilhados que ao longo da História lutam para se libertarem da escravidão imposta como lei. Finalmente pouca resta para esmagarem as grilhetas dos últimos ditadores que descendentes de Deus, ainda impõem a espada do poder de vida e de morte sobre os seus condenados povos.

«Um peso e duas medidas perante crimes contra a humanidade
Canal de Opinião por Adelino Timóteo

Beira (Canalmoz) - Quando o Conselho de Segurança da ONU decidiu adoptar a Resolução 1970 na perspectiva de proteger o povo Líbio do excesso de legítima defesa invocado pelo regime de Muammar Kadhafi, foi como uma lufada de ar fresco em meus pulmões. O jornal “El País” me informava então – era Março deste ano – que Kadhafi estava lançando artilharia pesada contra o seu próprio povo que lhe pedia que “marchasse” para o exílio, abrindo a possibilidade a que os outros líbios se livrassem de 42 anos de ditadura.

A Resolução 1970 tendia a criar uma zona de exclusão aérea por forma a que se limitasse os bombardeamentos conduzidos pelas Forças Armadas da Líbia (FAL) às cidades amotinadas. Foi uma resolução acertada, ainda que tardia, pois a situação dos civis tendia a deteriorar-se, com mortes a acumularem-se. Esta Resolução reiterava a responsabilidade das autoridades líbias em proteger a população da Líbia, reafirmando que as partes em conflito armado têm como primeira responsabilidade tomar todas as medidas possíveis para garantir a protecção dos civis.

No jornal “El País”, através de imagens do filósofo francês Bernard-Henri Levy, despachadas a partir de Bengasi, e não só, e pelas imagens que se descarregavam no “twitter” se assomavam os testemunhos de que as tropas sob o comando de Kadhafi estavam bombardeando os civis, o que configurava crime contra a humanidade. E mais do que um inferno, em Março deste ano o ‘sátrapa’ havia tornado a Líbia um país isolado do mundo, uma vez que vedara aos medias internacionais a entrada naquele país do norte de África, para fins de cobertura noticiosa. Os primeiros difusores da chacina protagonizada pelo derrubado Governo líbio foi pessoal estrangeiro que trabalhava em firmas e Líbios integrantes do movimento dos “indignados”. Os primeiros jornalistas a chegarem à Líbia viram-se restringidos de realizarem a cobertura da revolta que estava em curso, no quadro da designada “primavera árabe”.

O regime Líbio mantinha-se irredutível perante a solidariedade internacional com relação ao movimento dos “indignados”. A opinião mais saudável foi a do referido filósofo francês que propunha a criação rapidamente de uma zona de exclusão aérea, para deter a mobilidade da aviação das FAL. Até aqui tudo bonito!

Estava eu também preocupado com a sorte dos meus compatriotas que estavam então na Líbia, os quais depois seriam repatriados após semanas de tensão e incerteza. Foi um alívio, mas o que estava acontecendo é que entre os “indignados” juntavam-se desertores do exército líbio que propugnavam por mudanças. O direito internacional público estava sendo violado na Líbia, pela amálgama das detenções arbitrárias, desaparecimentos, torturas e execuções sumárias, sobre as quais já se contavam como vítimas profissionais da imprensa e pessoal associado.

A Resolução 1970 foi um instrumento de justiça humanitária de que me orgulhara então como cidadão do mundo. Em bom rigor, no seu parágrafo 26 a ONU manifestou a sua disponibilidade em considerar tomar medidas adicionais, caso necessário, para facilitar e apoiar o regresso da ajuda humanitária e disponibilizar ajuda humanitária aos Líbios vítimas das atrocidades do ‘sátrapa’ Kadhafi. O âmbito deste instrumento pretendia estabelecer um sentido amplo de ajuda, de determinação em assegurar a protecção dos civis e a rápida passagem sem entraves da ajuda humanitária com segurança.

Foi tão lindo ver o povo Líbio abraçado pelo mundo, pelas nações modernas que pactuaram no sentido de tornarem os problemas dos líbios seus, como se aquilo os afectasse directamente na carne e osso. Foi particularmente emocionante testemunhar o renascimento da solidariedade no mundo, sonhar que doravante nenhum ditador ficaria impune na eventualidade de exterminar o seu povo, na eventualidade de praticar genocídio contra os seus opositores, pois o Estado de Direito na Líbia residia na mão de ferro de Kadhafi e numa dúzia de seus acólitos, entre os quais os filhos e familiares mais chegados, que se pretendiam perdurar para todo o sempre, à custa do erário público líbio.

Kadhafi, que os cidadãos comuns empobrecidos dos subúrbios e cidade de Maputo conheceram ‘in loco’ em 2003 pelo seu feitio de “caga-milhões de dólares”, estava cometendo mais esses excessos que facilmente levaram o mundo a esquecer os atributos que o davam como um ser aparentemente generoso que salvara algumas economias decadentes, caso da Itália, na Europa, e Zimbabwe, na África, entre muitos outros feitos, que por certo constarão do seu testamento. Em pouco tempo ele, que chegara a passar por “rei dos reis de África” e nessa qualidade convidara líderes tribais de África à Sala de Conferência Ougadogou, de Sirte, viu-se repentinamente isolado até dos seus pares ditadores de África e Ásia. Refiro-me aos clubes de ditadores em que ele militava: Liga dos Países Árabes, União AFRICANA . Não seja por isso que, num exercício de denegar que era o “le infant terrible”, após a deliberação da Resolução 1970 ele reduziu os seus excessos e convidou todo mundo a testemunhar a situação no terreno, de modo que jornalistas e repórteres fotográficos de guerra, de quase todos os cantos do mundo, receberam credenciais para acompanhar a situação no terreno, sarcasticamente a partir de um dos hotéis de Tripoli, onde os acantonaram.

A Resolução 1970 da ONU, portanto, foi o que levou Kadhafi a ceder, declarando cessar-fogo que nunca cumpriu, e prometendo reformas democráticas na Líbia, o que, mais que determinado, não colheu a confiança de ninguém pois no terreno a guerra prosseguia e os rebeldes “indignados” perdiam terreno em cidades que tinham conquistado. Só depois da implementação deste dispositivo que tendia a limitar a aviação das Forças Armadas da Líbia é que vimos todos a beligerância de Kadhafi a reduzir. A OTAN tomou o controlo do espaço aéreo Líbio, e foi reduzido a potencialidade anti-aérea do regime.

Quando as forças de Kadhafi perderam a capacidade de resposta e supremacia aérea assistiu-se a um relativo equilíbrio de forças entre os beligerantes. O que foi justo! Foi justa também a decretação de embargo de armas à Líbia e congelamento de bens do Estado líbio no exterior, por forma que esses beneficiem ao próprio povo.

Todavia, para aquilatar o déficit de organização e incapacidade de afrontamento dos rebeldes aos leais a Kadhafi a OTAN decidiu prosseguir a campanha de bombardeamentos. Só que neste momento está bombardeando um misto de alvos militares e civis. As imagens que chegam de Sirte e Bani Walid o espelham. A máquina de propaganda ocidental domina completamente a comunicação no terreno, mas eximindo fazê-lo com isenção e imparcialidade. Pode-se ver através de vários vídeos que são filtrados na internet a barbárie que a OTAN está cometendo contra vidas indefesas, ante o olhar indiferente e complacente de profissionais da comunicação social dos mais reputados do mundo. Infelizmente muitos dos abnegados e firmes jornalistas que trouxeram ao de cima os testemunhos das atrocidades de Kadhafi ausentaram-se da sua missão de mensageiros e se apaixonaram pela nova “revolução líbia” e pelos danos que a OTAN está cometendo contra a população civil e indefesa.

Na Líbia já morreram mais de 25 mil civis e outras 1.700 pessoas são mutilados de guerra. A OTAN mantém a determinação de bombardear, num acesso de corrida contra o tempo, na perspectiva de acabar com as forças residuais de Kadhafi e a sua capacidade combativa, mas enquanto se precipita no que é meta – declarar Líbia livre e culminar com a formação do novo Governo na Líbia – muita mais gente civil continuará a morrer, sinal de que à OTAN lhe cabe também a acusação de cometer crimes “lesa humanidade”, debaixo do mandado da ONU que advoga estar a cumprir, e de facto, lhe outorgaram.

A pergunta que me apetece fazer é: os arautos da democracia e da humanidade do Conselho de Segurança da ONU e da OTAN serão notificados pelo Tribunal Penal Internacional para responder no contexto de crimes contra a humanidade? Ou essa qualificação de crimes visa apenas determinadas pessoas?

David Cameron, primeiro-ministro da Inglaterra, e Nikolas Sarkozi, presidente francês, visitaram a Líbia na qualidade de cérebros da operação de protecção das vidas civis. Perante os excessos que os seus homens estão cometendo serão alguma vez arrolados ou chamados a justificar essa tamanha barbárie?

O silêncio do mundo, hoje, é algo que muito me assusta. Flagela muito mais do que esta hedionda e macabra matança. Os dirigentes terceiro-mundistas andam todos apossados pelo medo, pânico. Falta-lhes algum impulso para dizer basta, que isso é injusto! Ou será que ao permitir essa saga e carnificina estão na expectativa de se beneficiarem dos petrodólares?

Na Líbia há neste momento mais de um milhão de pessoas com armas na mão. É assustador, para um país que tem uma população de seis milhões de habitantes. Não deixa de ser uma satisfação ver-se o derrube de Kadhafi. A União Africana estenderá alguma indignação perante a saga de que poderá resultar em genocídio e uma guerra de guerrilha entre irmãos líbios?

Não há quem possa me desmentir: Estamos perante um peso, duas medidas, nisto em que ambas partes cometem crimes contra a humanidade! Pois a OTAN não é uma organização supra-universal que possa ser inocentada, isentada dos excessos que pratica em terra, onde vivem os seus membros e mandatários, sob o risco de esvaziarem o âmbito de igualdade entre os homens, pugnada pela Carta das Nações Unidas, resultando assim uns mais iguais entre si, outros diferentes e por tal iguais entre si.

A 66ª sessão da ONU decorreu perante ovações e festas emocionantes e ruidosas sobre a vitória do Conselho Nacional de Transição Líbio ao regime Kadhafi. Tirando um ou dois presidentes, a maioria não meteu a mão na consciência, para dizer basta de sangue na Líbia. Do que a Líbia precisa não é a extensão por mais três meses dos bombardeamentos da OTAN, mas de mandatários da ONU que tratem de promover a resolução pacífica de conflitos, para que o conflito interno ora internacionalizado não perdure por mais tempo.

Que a ONU substitua o diálogo da força das armas e bombardeamentos por uma missão de Paz que envolva gente humanamente séria, não alienada por este espectáculo que mata, semeia mortes, luto e ódio susceptível de passar de geração a geração! De contrário, à vaga de bombardeamentos poderá seguir-se a ‘somalização’ do conflito, alastrando-o pelo tempo e manchando o carácter desta revolução de que se orgulha o Povo Líbio e os amantes da liberdade no mundo inteiro. »(Adelino Timóteo)

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Devaneios de um ditador


Acho que perdi para sempre os meus sentimentos. Vejo pessoas a morrerem à fome e não ligo patavina. Vejo miséria por todo o lado, fico insensível. Só penso em mim. Os outros que se lixem. Só eu existo. O dinheiro que roubo, porque a isso sou obrigado, reparto-o comigo muito bem repartido. Sinto-me feliz e seguro, quando vejo nos ecrãs os mortos pelas bombas do crude, e o deambular dos esfomeados e demais miseráveis desprezados. Rio-me imenso com as anedotas dos discursos dos políticos. Sinto grande pesar quando vejo o verde das plantas amarelecer, a desaparecer, devido a uma grande negociata. Perante este estado de coisas, sinto-me a qualquer momento morrer sem esperança. É o que nos resta. Creio que estamos num beco sem saída. Andamos mas não sabemos para onde. No fundo da minha alma… acho que estou muito doente, uma doença incurável.

Governador de Benguela ameaça repressão a quem atentar contra o bom nome do PR


Benguela - O 1º secretário provincial do MPLA em Benguela, Armando da Cruz Neto, disse sábado ultimo em Benguela que o seu partido vai combater, de forma pronta e vigorosa, toda a propaganda e atitudes que visem denegrir a imagem do Presidente José Eduardo dos Santos e do seu partido e acrescentou que "jamais tréguas serão dadas" aos que pretendem subverter a ordem, a tranquilidade e os direitos dos cidadãos consagrados na Constituição.

Fonte: Club-k.net
“Vamos combater de forma pronta e vigorosa, toda propaganda que vise, denegrir a imagem do camarada Presidente José Eduardo dos Santos”, disse o também governador acrescentando que “não vamos dar tréguas, a quem atente, porque nos não gostamos de quem nos ameace”.

Armando da Cruz Neto, tecia estas ameaças quando presidia ao acto provincial de abertura da jornada comemorativa do 55º aniversário da fundação do MPLA, que decorreu no pavilhão multiusos das Acácias Rubras, nos arredores da cidade de Benguela.

Disse que o MPLA reafirmará nas eleições gerais de 2012 que é a única força política capaz de assegurar a melhoria progressiva da qualidade de vida dos angolanos, por meio do aumento da habitação condigna, do combate à fome e à pobreza e do acesso da população à água potável e à energia eléctrica.

Para o dirigente político, o partido maioritário tem consciência do muito trabalho que ainda deve ser feito, mas com energia e vontade política será possível cumprir a missão de resolver os problemas do povo angolano.


Chamou a atenção da massa militante e dos cidadãos da província de Benguela sobre a necessidade de compreenderem que a preservação da paz e da estabilidade política, a consolidação da democracia e a satisfação das suas necessidades só são possíveis com o MPLA no poder e sob a liderança do Presidente da República, José Eduardo dos Santos.


Realçou que o MPLA é a maior força política do país, a julgar pelo seu carácter progressista dotado de uma relevante capacidade de renovação e adaptação nas mudanças, bem como de uma liderança firme, competente e serena.


Destacou a maturidade do partido no poder e o seu protagonismo nos mais importantes actos que ocorreram no país, como o alcance da independência nacional, a preservação da soberania e da integridade territorial, o estabelecimento da paz e da reconciliação entre os angolanos.

“Estados africanos aplicam taxas muito elevadas a produtos originais e isso propicia pirataria”



- diz Sanna Eskelinen, responsável pelo investimento e relações sociais da Nokia, na Finlândia
Helsínquia (Canalmoz) – A gigante finlandesa de fabrico de telemóveis, a Nokia, acusa os Estados africanos de aplicarem taxas aduaneiras muito elevadas a produtos originais que entram nos seus países, o que faz com que o custo ao consumidor final seja muito elevado. Sanna Eskelinen, responsável pelo investimento e relações sociais da Nokia, na Finlândia, disse ao Canalmoz / Canal de Moçambique durante uma visita àquela multinacional finlandesa, que a Nokia pretende trabalhar com governos de Estados africanos para tentar convencê-los a reduzir as taxas aduaneiras aplicadas a celulares importados.
Sanna Eskelinen considerou ainda que o custo dos celulares originais, causado pelas taxas aduaneiras nos países importadores, cria espaço para a comercialização de celulares pirateados, conhecidos como ‘celulares chineses’.
Aparentemente semelhantes aos genuínos, os celulares contrafeitos são menos duradouros e não possuem todas as funções dos originais.
Sanna Eskelinen, responsável pelo investimento e relações sociais da Nokia, reconheceu que “a pirataria está a ameaçar os produtos da Nokia” uma vez que “a maioria dos clientes africanos não sabe diferenciar o telemóvel original do falso”, mas voltou a repisar que “a solução para esse problema passa pelo trabalho conjunto com os governos”.
A reportagem do Canalmoz visitou a sede da Nokia em Helsínquia, onde teve a oportunidade de se inteirar da forma como esta multinacional trabalha, particularmente nos países africanos.
Moçambique é dos poucos países onde a Nokia não possui investimentos directos em áreas sociais e nem tem projectos para tal, pelo menos a curto prazo.
No Kenya a Nokia criou um programa de registo de nascimento de crianças a partir de telemóvel, enquanto na África do Sul, a Nokia criou um software de ensino de matemática baseado no currículo de 10ª classe local.
“Em Moçambique não temos nenhum projecto social, por enquanto (…) nos próximos anos pensamos em levar os projectos a Nigéria, Zâmbia e Tanzânia”, disse Sanna Eskelinen, responsável pelo investimento e relações sociais da Nokia. (Borges Nhamirre, em Helsínquia)

MPLA apela a calma e responsabilidade da juventude da Cela – K. sul


O coordenador – adjunto do grupo de acompanhamento do comité provincial do Kwanza – sul do MPLA, Teodoro Sardinha apelou a calma por parte da juventude e que não se deixe levar por meras promessas de partidos políticos.
Teodoro Sardinha apelou aos jovens a desviarem-se das provocações e pautarem por uma conduta, mais consentânea que visa o reforço da unidade nacional.
“Não se deixar levar pelas falsas promessas dos opositores políticos, que a todo curso pretendem desencaminhar os jovens para acções de desobediências contra as instituições públicas, criando um clima pouco abonatório a ordem e tranquilidade pública”, disse.
O responsável sublinhou que o MPLA conhece os problemas que afligem os jovens, por isso dedica esforços para minimizar as condições sociais.
De notar que, o comité municipal do MPLA na Cela realizou no Sábado, 24, a sua quinta sessão ordinária, onde aprovou uma moção de apoio ao Presidente José Eduardo Dos Santos.
RNA ANGOLA24HORAS

MPLA apela a calma e responsabilidade da juventude da Cela – K. sul


O coordenador – adjunto do grupo de acompanhamento do comité provincial do Kwanza – sul do MPLA, Teodoro Sardinha apelou a calma por parte da juventude e que não se deixe levar por meras promessas de partidos políticos.
Teodoro Sardinha apelou aos jovens a desviarem-se das provocações e pautarem por uma conduta, mais consentânea que visa o reforço da unidade nacional.
“Não se deixar levar pelas falsas promessas dos opositores políticos, que a todo curso pretendem desencaminhar os jovens para acções de desobediências contra as instituições públicas, criando um clima pouco abonatório a ordem e tranquilidade pública”, disse.
O responsável sublinhou que o MPLA conhece os problemas que afligem os jovens, por isso dedica esforços para minimizar as condições sociais.
De notar que, o comité municipal do MPLA na Cela realizou no Sábado, 24, a sua quinta sessão ordinária, onde aprovou uma moção de apoio ao Presidente José Eduardo Dos Santos.
RNA ANGOLA24HORAS

Google 13 anos. Tudo começou na garagem de uma amiga


Google celebra 13 anos com ganhos de 500% em bolsa
O maior motor de busca de Internet mundial comemora hoje o seu 13º aniversário.
No início era só um motor de busca, depois começou a partilhar vídeos e a disponibilizar um serviço de blogues e de correio electrónico e agora está no mundo dos 'smartphones' e dos 'tablets' e até já tem a sua rede social. O que mudou na Google em 13 anos?

Alberto Teixeira DIÁRIO ECONÓMICO

Fundada em 1998 pelos então estudantes Larry Page e Sergey Brin, o Google começou por ser uma simples página de pesquisa na Internet sediada na garagem de uma amiga comum, Susan Wojcicki, em Menlo Park, Califórnia.
Depressa a página ganhou expressão no mundo online e os financiamentos à empresa não tardaram. Primeiro foi Andy Bechtolsheim, co-fundador da Sun Microsystems, a contribuir com 100 mil dólares. Meses depois, Page e Brin conseguiram um financiamento de 25 milhões de dólares.

No entanto, os capitais investidos não chegaram para fazer face à expansão que os dois fundadores pretendiam. A 18 de Agosto de 2004, o Google entrou em bolsa com o preço inicial de aquisição de 85 dólares. A operação foi um sucesso, rendendo 1,67 mil milhões de dólares. Na primeira sessão valorizou 15% para os 100 dólares. Hoje já vale 538,35 dólares por acção, o que corresponde a uma subida de 533% face ao valor de estreia.

Este passo foi decisivo para reforçar a liderança do Google na net através da compra de outras empresas. Entre as aquisições mais valiosas estão o Doubleclick, empresa de publicidade online, por 3,1 mil milhões de dólares (Abril de 2007), o Youtube por 1,65 mil milhões (Outubro de 2006), o AOL (apenas 5% por mil milhões em Dezembro de 2005), o AdMob (por 750 milhões a 9 de Novembro de 2009), o ITA Software (por 700 milhões a 1 de Julho de 2010) e o Postini (por 625 milhões a 9 de Julho de 2007). Este ano já comprou a Motorola Mobility, unidade de produção de ‘smartphones' e ‘tablets' a funcionar com o sistema operativo Android, por 12,5 mil milhões de euros.

De resto, a missão empreendedora de Larry Page e Sergey Brin tem sido bem sucedida. Em 2010, o lucro do Google situou-se nos 8,5 mil milhões de dólares. E, de acordo com a Forbes, em pouco mais uma década Page e Brin, com 38 e 37 anos, conseguiram construir uma fortuna avaliada em 19,8 mil milhões de dólares cada, ocupando ambos um lugar na lista dos mais ricos do mundo.

Os desafios, porém, não ficam por aqui. Com o aparecimento das redes sociais, o Google perdeu algum fulgor para o Facebook. Para travar a ascensão da rede social fundada por Zuckerberg, Page e Brin já apresentaram o Google+, que em três meses atingiu a marca de 50 milhões de utilizadores.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

ANGOLA A FERRO E FOGO. Manifestações em Benguela


Armando da Cruz Neto, governador do forte de Benguela. Quem denegrir a imagem do nosso Presidente terá resposta enérgica. Mais deu a entender que a partir de agora será pior que na Síria.
José Manuel, Rádio Ecclesia em Benguela.

O homem parece retransmitir-nos a seguinte mensagem: O mais aliciante é resolver os problemas à 27 de Maio. E a nossa luta contra a UNITA, o nosso inimigo de sempre, afinal ainda não terminou.

"Numa" diz não ter sido informado de suspensão do parlamento


Luanda - O Secretário-geral da UNITA, Abílio Camalata “Numa” disse desconhecer oficialmente qualquer intenção do parlamento de o expulsar ou suspender da assembleia.

Fonte: VOA Club-k.Net

Camalata “Numa” reagia a uma notícia publicada pelo semanário angolano Novo Jornal segundo o qual os deputados da Unita Abílio Camalata Numa e Makuta Nkondo “correm o risco de perder os seus mandatos na Assembleia Nacional” sob acusação de terem violado sistematicamente as normas essenciais de empenho dos deputados.

Num comunicado mas sem mencionar nomes a Assembleia Nacional, controlada pelo MPLA, condenou o que descreveu de violação das normas elementares de comportamento por parte de alguns deputados e acrescenta que vai propor à comissão de mandatos e ética que tome medidas para corrigir o que chama de comportamentos indignos desses deputados que não identifica.

Recorde-se que recentemente Camalata “Numa” esteve envolvido numa greve de fome no Bailundo para protestar contra a detenção de um militante do seu partido.

Numa entrevista à Voz da America “Numa” disse não ter “tido acesso a nenhuma comunicação precisa da Assembleia Nacional”.

O Secretário-geral da UNITA disse ter conhecimento de um comunicado do presidente do parlamento sobre declarações de deputados “que mereceriam alguma consideração”.

Mas Camalata “Numa” disse ter que ser feita uma distinção entre declarações que faz como deputado ou em tarefas de deputado e as que faz como Secretário-geral da UNITA.

Seria “muito difícil” para a Assembleia decidirem suspende-lo com base em declarações que ele teria feito como militante da UNITA e não como deputado.

“Que provem que eu agi como deputado e que o que eu teria dito mancha a ética da Assembleia Nacional,“ disse “Numa”.

“Há coisas muito piores que se fazem neste país,” disse o dirigente da UNITA que exortou o partido no poder a investigar a “corrupção” no seu seio e ainda “crimes políticos” cometidos pelo próprio MPLA.

Camalata “Numa” disse que uma decisão de o suspender da assembleia não seria uma acção “assim tão simples”.

“Eu não fui eleito pela Assembleia Nacional, “ disse.

“Eu fui eleito pelo povo e é em nome desse povo que eu tenho estado a agir,” acrescentou.

Na sua entrevista o Secretário-geral da UNITA disse que na reunião da Comissão Politica do partido tinha sido decidido delegar ao presidente do partido poderes para decidir “nos próximos dias” as datas do próximo congresso da organização.

Esse congresso terá que realizar-se antes do fim do ano, disse Camalata “Numa”.

No Banco Millennium. Angolanos dizem-se vítimas de discriminação


Queixam-se de que um angolano aufere, apenas, entre dois e três mil dólares, ao passo que o seu colega português, com a mesma categoria, «limpa» 15 mil dólares. Por outro lado, insurgem-se contra «muitos dos portugueses do Millennium que, em Portugal, já estão aposentados, mas que, em Angola, trabalham, em prejuízo de jovens angolanos que enfrentam a dureza do desemprego

Pascoal Mukuna SEMANÁRIO ANGOLENSE

Quadros angolanos do Banco Millennium Angola dizem-se insa¬tisfeitos, por, segundo eles, falta de oportunidades, o que está a provocar a fuga em massa de colaboradores nacionais, sou¬be o Semanário Angolense junto dos reivindicadores. Numa carta que puseram a circular e a que este jornal teve acesso, os subs¬critores revelam que 98% dos car¬gos de direcção são ocupados por expatriados, portugueses, e que «a cada dia que passa, outros vão chegando ao país, já com cargos de chefia garantidos.»
Acrescentam que os «tugas chegam como gerentes e, dois a três meses depois, ascendem logo a directores comerciais, enquanto os angolanos só sobem passados seis anos. «Todos os funcionários lusos exercem funções de chefia», prosseguem. Ao contrário dos an¬golanos, que usufruem somente do salário, os portugueses têm di¬reito a viaturas zero quilómetros, casa, telemóvel, colégio para os fi¬lhos, bilhete de passagem e outras benesses.
Apontam que o administrador João Matias e a vice-presidente da Comissão Executiva, Herme¬negilda Benge, ambos represen¬tantes da Sonangol, «nada têm feito no sentido de se resolver os problemas dos colaboradores na¬cionais», que enfrentam muitas dificuldades, que vão desde a ob¬tenção de crédito habitação, cré¬dito pessoal, que agora passou a ser equivalente a 10 salários, caso se consiga um avalista, aumento salarial desajustado, atribuição anual de bónus, de cem dólares para os angolanos e 20 mil dólares para os seus colegas portugueses.
Denunciam ainda que, no Banco Millennium, tornou-se «moda» os expatriados perma¬necerem em Angola sem visto de trabalho, irem a Portugal e aqui regressarem com visto provisó¬rio, enquanto «vão fazendo corre¬dores para, por meios ínvios, con¬seguirem o referido documento. Por outras palavras, quando expi¬ra o contrato de trabalho, o banco simula que lança a vaga, mas que não houve candidato em Angola, reocupando o mesmo expatriado o lugar e dando-se a conhecer ao Banco Nacional de Angola (BNA).
Os colaboradores angolanos dão a conhecer, na sua carta, que o BNA recomenda que as tecnolo¬gias, os servidores, onde se encon¬tram todos os programas, estejam instalados no país, mas o Millen¬nium, contrariando essa ordem, colocou-os em Portugal, visando dar emprego aos «seus parentes», em vez de ser o contrário.
Os autores da carta questio¬nam se aos angolanos «não têm capacidade de ocupar cargos de destaque no serviço, porque mo¬tivo só os expatriados são direc¬tores comerciais, quando nem o mercado angolano conhecem?» Indagam, ainda, «quando é que a Comissão Executiva vai começar a pensar nos angolanos, que tanto fazem para engrandecer o Banco Millennium?»
Queixam-se de que um angola¬no aufere, apenas, entre dois e três mil dólares, ao passo que o seu colega português, com a mesma categoria, «limpa» 15 mil dóla¬res. Questionam também o facto de a directora do gabinete jurídi¬co do BMA ser uma cidadã lusa, de nome Mafalda Lourenço. Por outro lado, insurgem-se contra «muitos dos portugueses do Mil¬lennium que em Portugal já estão aposentados, mas que trabalham em Angola, em prejuízo de jovens angolanos que enfrentam a dure¬za do desemprego.
«O que se passa no Banco Mil¬lennium Angola é uma autêntica neocolonização», acusam os fun¬cionários nacionais.
Comissão executiva nega acusações
Interpelada a propósito pelo SA, a comissão executiva do Ban¬co Millennium Angola indicou António Raposo de Magalhães, vogal desse órgão, que começou por dizer que as saídas de funcio¬nários angolanos correspondem ao funcionamento do mercado. «Não sentimos estar a perder co¬laboradores «em massa» ou acima da média do mercado», justificou, acrescentando que, o que sabe é que o mercado angolano, a rota¬tividade é elevada e que têm de se precaver.
Informou que contrataram também muitas pessoas, saídas de outros bancos, «por estarem insa¬tisfeitas naquelas instituições» e que «o saldo é positivo.» Quanto ao facto de 98% dos cargos de di¬recção serem ocupados por por¬tugueses, António de Magalhães argumentou que o «processo de angolanização tem de ser res¬ponsável, afirmando que, 96 por cento dos quadros do banco são angolanos.
Frisou que os expatriados «com funções de enquadramento estão a prazo», para formar as equipas, transmitir metodologias e proce¬dimentos, regressando depois ao Millennium bcp, em Portugal. Disse ainda que a totalidade dos expatriados do BMA é de quadros com mais de 15/10 anos de experi¬ência bancária. «Dos 20 responsá¬veis de 1ª linha, 7 são angolanos, o que corresponde a 35%. Num to¬tal de 53 responsáveis de 2ª linha, 36 são angolanos, correspondente a 68%. O total das duas primeiras linhas hierárquicas do BMA é de 73 responsáveis, dos quais 43 são angolanos, o que se traduz em 59% de mão-de-obra angolana», precisou.
Quanto à informação segundo a qual «os portugueses benefi¬ciam de viaturas zero quilómetro, casa, telemóvel, colégio para os filhos, bilhete de passagem e ou¬tras benesses», o vogal do BMA afirmou que essa informação não corresponde à verdade e que o banco tem angolanos com mais benefícios do que o salário. «As regalias referidas atribuídas a um expatriado são idênticas em todas as empresas e no mundo. Não é exclusivo do BMA nem do merca¬do angolano e isso é do conheci¬mento de todos», defendeu-se.
Sobre a referência ao desem¬penho dos representantes da So¬nangol na comissão executiva, nomeadamente a vice-presidente, Hermenegilda Benge, e o admi¬nistrador, João Matias, no que concerne à defesa dos interesses dos colaboradores angolanos, António de Magalhães disse não se tratar de este ou aquele admi¬nistrador resolver situações dos colaboradores nacionais e que a comissão executiva gere de forma colegial e solidária.
Relativamente às condições de empréstimo aos colaboradores, explicou que a sua revisão visa protegê-los de uma eventual situ¬ação futura em que haja uma su¬bida abrupta das taxas de juro, o que poderia aumentar a prestação mensal para níveis incomportá¬veis. Os bónus são atribuídos em função de uma série de factores e «não corresponde à verdade o que se diz, porque todos os qua¬dros BMA usufruem de bónus de acordo com os cargos, responsa¬bilidades e desempenhos exibidos ao longo do ano.»
À questão sobre os vistos de trabalho, ripostou que, também, e que todos os colaborado¬res expatriados têm visto de trabalho ou cartão de estran-geiro residente, que renovam de acordo com as datas de validade. Para apurar a ver¬dade, contactámos o Serviço de Migração e Estrangeiros, mas quem nos deveria prestar informações não estava dis¬ponível, pelo que contamos fazê-lo em próxima oportu¬nidade.
Depois da instalação, em Luanda, de um novo centro de processamento de dados, que representou um investimento de cerca de 4,5 milhões de dó¬lares, está em curso um pro¬jecto de «realocação» dos ser¬vidores em Luanda, informou, ajuntando que o Millennium está em «perfeita sintonia» com o BNA sobre a matéria e vem cumprindo todos os «ti¬mings» exigidos pelo Banco Central.
António de Magalhães de¬clarou que não apenas expa¬triados são directores comer¬ciais, pois o BMA já possui cinco angolanos e espera vir a ter mais no futuro, ocupando ainda cargos de destaque nas áreas de marketing, recursos humanos, qualidade, Infor¬mação de gestão, entre ou-tras. Por outro lado, informou que, actualmente, além dos 14 salários anuais, os colabora¬dores do Banco Millennium usufruem de seguro de saúde, subsídio de refeição, crédito habitação e crédito pessoal e outros, para além de benefi¬ciarem de milhares de horas de formação.
Quanto às diferenças sala¬riais entre angolanos e portu¬gueses no Millennium, disse que não se permite e o Banco Millennium Angola não prati¬ca esses salários. «Há diversos angolanos no BMA que aufe¬rem salário superior ao colega expatriado que exerce a mes¬ma função», afirmou.
Alegou que existem em Portugal quadros pré-re¬formados do Banco Millen¬niumbcp, mas que, face à sua idade e «larga experiên¬cia, podem representar uma mais-valia para um banco que está a dar os primeiros passos.» Desafiou, dizendo que não existe em Angola, na banca ou em qualquer outro sector de actividade, nenhuma empresa que crie um número tão elevado de empregos a angolanos, como tem vindo a fazer sistemati¬camente o BMA. Assim es¬peram continuar em 2012, em que pretendem atingir os 1300 colaboradores, com menos de 3% de expatria-dos.
Imagem: altohama.blogspot.com

MANIFESTAÇÕES. ANGOLA A FERRO E FOGO


Benguela – A Polícia Nacional prendeu na manha desta segunda feira (26) em Benguela, cerca de 20 pessoas por alegadamente fazerem parte de uma manifestação espontânea, que visou exigir das autoridades o comprimento de promessas de aquisição terreno e por fim, ao processo de desalojamento em curso do bairro 4 d e Abril. Os detidos deverão enfrentar julgamento sumário dentro de dias.

Fonte: Club-k.net
Comandante alega que estão ao serviços de forças ocultas
Os populares, num numero estimado em 300, concentraram-se, a frente da sede da administração municipal entoando dizeres de exigência as autoridades tendo tentado invadir a sede do Governo local. Em reação, de acordo com uma testemunha ao local “Foram cenas chocante, muitas senhoras com bébés a serem atiradas em cima da carrinha da policia como se mercadoria se tratasse, foi mesmo um acto de cobardia usar tanta violência para pessoas indefesas”, contou a fonte acrescentando que “neste momento as senhoras e outros jovens estimados em mas de vinte encontram-se encarcerado numas das esquadras da policia da cidade Benguela”.

“Estiveram presente pouco mais de 300 pessoas mas o agravante é que foram detidas pessoas que estavam de passagem e a assistirem a manifestação”, revelou.

Segundo, Jesse Lufendo, activista da OMUNGA, no facebook, “Os populares que tentaram ocupar terra para construção de habitações agastados com a espera de um responsável da Administração para dar explicações da legalização das terras, ou se podem deixar e indicarem outro espaço, já que a Administração de liderada por Manuel Lucombo não vem, os populares resolveram ir ter com a Administração, 2 horas de espera já que ninguém diz nada, começaram a gritar queremos terreno”.

“O Populares prometem manifestar mais amanha dia 27 caso não libertem os seus companheiros e companheiras.” Revelou o activista.

Esta é a segunda manifestação em menos de duas semanas. Tudo aconteceu quando individuo ligados administração municipal de Benguela a anunciaram a entrega de terrenos. Para o efeito pessoas se alistaram e receberam cada uma um tão de 25por25. Passados dois dias surgiram individuo afectos aos fiscais do governo que desalojaram as pessoas a pretexto de estarem ali ilegalmente uma vez que aquele espaço era uma reserva fundiária do Estado. Inconformados, os populares se dirigiram a administração para exigirem um esclarecimento do administrador Municipal José Manuel Lukumbo.

Na primeira manifestação, a administração municipal fez recurso a polícia nacional para abortar a iniciativa tendo mesmo detido na altura cerca de 10 populares que foram soltos dois dias depois. A de segunda feira (26), os motivos foram os mesmo tendo a reação popular sido três vezes mas violenta.

Falando a imprensa, no local, o comandante municipal da policia em Benguela, Intendente Isaac Wango chamou os manifestantes de arruaceiros e de estarem ao serviço de forças ocultas.

Manifestação em Benguela resulta em confronto entre polícia e população


Luanda - A luta pela posse de terra continua a agravar-se em Benguela, resultando em confrontos violentos entre a polícia e a população.

Fonte: VOA
Esta manhã a administração municipal de Benguela recorreu à polícia para travar a fúria da população que se manifestava contra alegada expropriação de terra.

Testemunhas disseram à Voz da América que mais de 200 elementos marcharam até à administração de Benguela para exigirem das autoridades locais uma explicação sobre os processos de distribuição de terrenos.

Na sequência dos protestos, a polícia recorreu ao uso da força. Os números de detidos ainda estão por determinar.

Uma testemunha disse que a polícia deteve cerca 15 elementos, enquanto uma outra fonte fala em mais de 20 pessoas.

Os manifestantes acusam as autoridades administrativas de beneficiarem os estrangeiros endinheirados na distribuição dos lotes e detrimento dos indígenas.

“Nós queremos terrenos. O mais importante é resolver o problema do povo”, disse um dos manifestantes, acrescentando que, “nós somos jovens não temos uma parcela de terra no nosso país.”

Os revoltados exigem uma parcela de terra a volta do aeroporto de Benguela.

Helsinquia. Governo finlandês questionado sobre o apoio directo a orçamentos de Estados africanos com governos corruptos



“Nós não queremos dinheiro, precisamos de assistência técnica, transferência de partilha de know-how. O dinheiro faz mal ao nosso governo” – Simon Kaheru, analista de Imprensa, de Uganda

“Tanzânia está independente há 50 anos, mas ainda depende de doações externas em 40% do seu orçamento anual. Eles (os políticos) compram Porsche (marca de carro de luxo) com o dinheiro da ajuda”– Florence Magurula, editor de “The Citizen Newspaper” da Tanzania
Helsínquia (Canalmoz) - Num encontro entre membros do governo finlandês e jornalistas africanos, em que o Canalmoz – Diário Digital e o Canal de Moçambique – Semanário estiveram representados, os escribas questionaram a necessidade de se manter ajuda directa aos orçamentos anuais de Estados do continente. A questão levantada pelos jornalistas africanos prende-se com o facto de anualmente o governo finlandês – à semelhança de outros governos europeus – canalizar fundos directos para certos governos africanos em nome de ajuda aos povos, mas estes fundos serem depois gastos em exuberâncias dos dirigentes, como aquisição de viaturas luxuosas e de alta gama, bem como em construção de palácios privados. Moçambique é disso, exemplo. Aliás, no continente africano, regra geral, vive-se o paradoxo de os países serem os mais pobres do mundo, enquanto os dirigentes perfilam na lista dos indivíduos mais ricos do mundo.
Debatia-se o tema “Finlândia como um parceiro de desenvolvimento em África”, apresentada pelo director-geral adjunto do Departamento para África e Médio Oriente no Ministério dos Negócios Estrangeiros da Finlândia, Heikki Tuunanen. Neste encontro foram referidas as principais áreas de cooperação entre a Finlândia e os Estados africanos, sendo os actuais principais beneficiários da ajuda deste país, Moçambique, Zâmbia, Tanzânia, Etiópia e Kenya, para além doutros que vêm em segundo escalão.
Os jornalistas presentes eram de 13 países africanos, incluindo Moçambique.
No encontro foi reconhecida pelos homens da Imprensa a pertinência da ajuda finlandesa, mas o que foi questionado é para onde esta ajuda é direccionada.
Os jornalistas manifestaram-se contra a canalização de dinheiro para os governos, havendo mesmo quem disse que devido à ajuda os governos africanos estão mais interessados em prestar contas aos doadores e não aos seus cidadãos, subvertendo assim as regras democráticas.
O debate foi muito longo e intenso e a certa altura apareceu para tomar parte nele a ministra finlandesa para o Desenvolvimento Internacional, Heidi Hautala.
Os jornalistas querem que o apoio seja canalizado a organizações de sociedade civil e directamente aos projectos de desenvolvimento, supervisionados pelos doadores. Assim se pode reduzir o esbanjamento de fundos doados pela comunidade internacional, pelas classes dirigentes, defenderam os jornalistas.
Intervindo no debate, o analista de Imprensa, proveniente da Uganda, disse que “nós africanos não queremos dinheiro, precisamos de assistência técnica, transferência de partilha de know-how. A partir daí vamos gerar o nosso próprio dinheiro”. “O dinheiro doado faz mal ao nosso governo”, referiu.
Por sua vez, o tanzaniano Florence Magurula, editor do jornal “The Citizen Newspaper” indagou o facto de o governo do seu país continuar a receber apoio directo ao orçamento do Estado, quando já lá vão mais de 50 anos de independência.
“A Tanzania está independente há 50 anos, mas ainda depende de doações externas em 40% do seu orçamento anual. Eles (os políticos) compram Porsches com o dinheiro da ajuda”, disse, recordando que Tanzania é um “país rico em recursos minerais, mas não consegue sair da dependência externa”.

O caso de Moçambique
Moçambique é também exemplo dos países extremamente dependentes da ajuda externa. Aliás, segundo consta no livro “Há mais bicicletas – mas há desenvolvimento”, do académico e jornalista britânico, Joseph Hanlon, Moçambique e Tanzania são os dois países africanos mais beneficiários da ajuda internacional com a média per capita da ajuda a superar a média continental. Noseu livro Hanlon considera ainda estes dois países de “meninos bonitos dos doadores”.

“Nós só damos ajuda a quem presta-nos contas”
A resposta da Finlândia face às inquietações dos jornalistas africanos quanto aos mecanismos da ajuda veio do director-geral adjunto do Departamento para África e Médio Oriente no Ministério dos Negócios Estrangeiros da Finlândia, Heikki Tuunanen. O dirigente disse que as questões levantadas pelos jornalistas são pertinentes e remete o seu governo à reflexão profunda sobre os métodos da ajuda, mas explicou que o governo deste país tem fé que os países receptores da ajuda aplicam os fundos para benefício dos respectivos povos.
Heikki Tuunanen disse que a Finlândia tem projectos também de apoio a sociedade civil, mas reconheceu que o bolo grande vai directamente para os orçamentos de Estados receptores.
Por sua vez, a assessora para o departamento de desenvolvimento no Ministério dos Negócios Estrangeiros finlandês, Iina Soiri, que já viveu em Moçambique durante 4 anos, explicou que a Finlândia só dá ajuda aos Estados cujos governos lhes prestam as contas. Disse que é o caso de Moçambique.
A Finlândia faz parte do G19, o grupo dos 19 Estados e instituições que anualmente canalizam fundos para o orçamento do Estado, também conhecidos por PAP – Parceiros de Apoio Programático. Este grupo é responsável por 15% do orçamento directo do Estado anualmente em Moçambique. (Borges Nhamirre, nosso enviado a Helsínquia)

A conspiração internacional do rating de Angola


O "rating" é uma opinião sobre a capacidade de um país ou uma empresa saldar seus compromissos financeiros. A avaliação é feita por empresas especializadas, as agências de classificação de risco, que emitem notas, expressas na forma de letras e sinais aritméticos, que apontam para o maior ou menor risco de ocorrência de um "default", isto é, de suspensão de pagamentos. http://www1.folha.uol.com.br

«Melhoria da notação de risco de Angola demonstra “confiança” na economia

Pretória (Canalmoz) - A revisão em alta da notação de risco de Angola pelas três principais agências de “rating” mundiais, em todos os casos com previsão estável, demonstra confiança na economia do país, de acordo com a Economist Intelligence Unit (EIU).
Em Julho, a Standard & Poor´s elevou o “rating” angolano de “B+” para “BB-“, com previsão estável, colocando Angola “à frente de muitos dos seus pares regionais, incluindo a Nigéria”, salienta a EIU no seu mais recente relatório sobre a economia angolana.
Também a Moody´s, em Maio, e a Fitch Ratings, em Junho, tinham elevado a sua avaliação da qualidade do crédito angolano, o que “reflecte confiança na capacidade de Angola manter um desempenho macroeconómico sólido”.
Isto, referem os analistas da EIU, apesar da continuação da elevada dependência do sector petrolífero na criação de riqueza no país.
Segundo a EIU, as três agências foram estimuladas em particular pelas avaliações positivas feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), no processo de acompanhamento do acordo de financiamento a Angola, no valor de 1,4 mil milhões de dólares.
Outro factor importante foi o progresso feito pelo governo no pagamento de dívidas acumuladas a empresas de construção em 2008 e 2009, quando a queda do preço do petróleo criou constrangimentos orçamentais ao governo angolano.
“A perspectiva de estabilidade atribuída pelas três agências significa que é improvável uma alteração do ‘rating’ no futuro próximo”, adianta o relatório.
Apesar da subida das avaliações, a EIU refere que o governo angolano terá voltado atrás na ideia de uma emissão de euro-obrigações no valor de 500 milhões de dólares.
A EIU cita o chefe da Casa Civil da Presidência, Carlos Feijó, referindo que o Tesouro já não tem necessidade desses fundos.
A economia angolana deverá crescer 7,6% este ano, mais do que duplicando em relação aos 3,4% registados no ano passado.
A aceleração deverá prolongar-se em 2012, quando o crescimento atingirá 10,3%, ainda segundo números da EIU.
Aguardado com particular atenção pelos investidores é o novo código mineiro, que vai entrar em vigor no final do ano, actualizando uma lei que datava de 1992.
“O novo código visa encorajar uma exploração mais intensiva do rico potencial mineral do país. Angola tem significativos depósitos de ferro e cobre, bem como grandes reservas de diamantes”, referem os analistas da EIU.
A atenção das autoridades tem estado concentrada nos últimos anos no desenvolvimento do sector petrolífero, mas a reconstrução de estradas e caminhos-de-ferro no interior do país vieram “melhorar a viabilidade da indústria mineira, que também tem beneficiado dos elevados preços globais”.
A lei prevê que a concessionária estatal Endiama retenha um mínimo de 51% do capital em todas as minas de diamantes e que as empresas estatais continuem a ser responsáveis pela concessão de licenças de exploração mineira.
A mineração ilegal, praticada nas províncias ricas em diamantes no norte do país, passará a ser considerada um crime contra o Estado.
“Através do fomento da indústria mineira, o governo espera lidar com uma das preocupações referidas pelo FMI, a de que o país está demasiado dependente do sector petrolífero”, refere o relatório. (macauhub)»