segunda-feira, 27 de maio de 2013

27 de maio 1977: Supressão de Agostinho Neto tinha antecedentes " diz William Tonet


No período em torno de 27 de maio de 1977, o jornalista angolano William Tonet trabalhava no gabinete de Nito Alves, então Ministro da Administração Interna, e acompanhou a perseguição aos "fraccionistas".
Hoje, William Tonet é um dos poucos jornalistas que escreve sobre o 27 de maio em Angola. A DW África falou com ele e começou por abordar os antecedentes.
DW África: O que aconteceu, por exemplo, com Matias Miguéis, então vice-presidente que havia abandonado o MPLA por dissidências, tendo-se filiado na FNLA [a Frente Nacional de Libertação de Angola] em 1965?
William Tonet (WT): Naturalmente, não foi pacífica a chegada do presidente Agostinho Neto ao MPLA [Movimento Popular de Libertação de Angola]. Por aquilo que se conhece da nossa história, enquanto movimento de libertação, o MPLA era, de facto, no ano [de 1960] um movimento congregador e que tinha uma direção mais ou menos colegial, portanto, com a chegada de Agostinho Neto, que foi convidado para liderar o movimento, é o início de uma série de dissidências: Agostinho Neto, em vez de se constituir como elemento congregador, foi um elemento divisor.
É com Agostinho Neto que surgem os grandes movimentos de dissidências. Tivemos, de facto, o caso horripilante do vice-presidente Matias Miguéis.
Ora, nós sabemos que Agostinho Neto foi preso nas condições em que foi preso, ele não havia sido torturado como ele veio a torturar aquele que foi vice-presidente [Matias Miguéis] e que mais se bateu para a sua libertação das mãos do jogo colonial português. Matias Miguéis, por ordens expressas de Agostinho Neto foi preso, enterrado vivo com a cabeça de fora cerca de 48 horas. Depois disso, não resistiu.
E era humilhado, uns [urinavam-lhe] na cabeça, outros cuspiam, outros pontapeavam, [algo] que até o próprio colonialismo não havia feito a angolanos que tinham um dedo de testa. E um exemplo é o próprio Agostinho Neto.
DW África: O que aconteceu com a chamada revolta de leste, um grupo de guerrilheiros do MPLA do leste de Angola que não concordou com a política da ala de Agostinho Neto?
WT: É preciso esclarecer que, no MPLA, nós nunca tivemos uma revolta do leste. Tivemos esse movimento de 65, depois tivemos um outro movimento em 66, em que houve uma queimada de pessoas acusadas de feitiçaria e que [supostamente] estavam a tentar derrubar o presidente Agostinho Neto em Brazzavile [República do Congo]: à cabeça temos o comandante Paganini, mas houve um movimento que é a "rebelião da jibóia", comandada por Katuwe Mitwe, que foi uma reivindicação de guerrilheiros.
Ora, quem foi fazer o inquérito na frente leste foi o então outro vice-presidente, Daniel Júlio Chipenda e, chegado lá, ao abordar o comandante Katuwe Mitwe e a direção, perguntou se aquilo era mesmo uma rebelião – porque rebelião [acontece quando] alguém que se confronta de fora para dentro – e se eles achavam ainda que eram do MPLA e que reivindicavam apenas uma determinada situação. E a maioria das pessoas disse que, de facto, se tratava de uma revolta.
Já havendo revolta ativa, por analogia, sugeriu-se que, em vez de ser a rebelião da jibóia – porque afinal era uma reivindicação face a determinadas políticas da direção, até porque era no leste – ficasse revolta do leste. Portanto, foi uma sugestão então avançada pelo vice-presidente que foi o coordenador da comissão de inquérito sobre a rebelião da jibóia.
DW África: Muitos dos protagonistas do 27 de maio eram militares da chamada Primeira Região Militar. O que diz sobre os que lutaram contra o colonialismo português em Luanda?
WT: É preciso distinguir que não eram só militares que integravam o movimento contestatário. O MPLA configurou-se como um partido, um movimento que englobava e respeitava várias tendências. Mas depois começou a ter um cariz muito mais ditatorial, de abafamento. Basta ver que o comandante Nito Alves – que era uma pessoa [até das mais comprometidas] com a ideologia comunista – batia-se por algumas situações que estavam muito próximas de Agostinho Neto. Ora, foi graças a uma estratégia do comandante Nito Alves que o presidente Agostinho Neto não perdeu completamente a direção do MPLA.
Portanto, se houver honestidade política e intelectual das pessoas, e um dia que a história do MPLA [seja] feita despida de paixões, veremos que o primeiro presidente democraticamente eleito na história do MPLA foi Daniel Júlio Chipenda no Congresso de Lusaka. Então, no próprio movimento do 27 de maio, tínhamos o comandante Nito Alves, mas temos logo a secundar o Zé Van Dúnem. O Zé Van Dúnem é da luta clandestina, não provém verdadeiramente da guerrilha, era um preso político de S. Nicolau, a Sita Valles também, portanto nós temos um conjunto de gente que não eram elementos da guerrilha.
O que se pretendia era que houvesse uma clarificação ideológica, não é possível que um movimento de libertação que vinha lutando contra o colonialismo português, que falava contra o imperialismo norte-americano, que depois de 1974, o presidente Agostinho Neto tivesse ido para o Canadá negociar a manutenção dos americanos da Chevron nas plataformas petrolíferas, quando o principal [financiador] de então do MPLA eram os soviéticos e os soviéticos também eram uma potência em petróleo. Isto aconteceu, porque houve necessidade de alguns questionarem o rigor e a precisão da nossa corrente ideológica. O que é que iríamos seguir de facto? A esquerda comunista ou centro esquerda ou o liberalismo? E isso Neto não chegou a clarificar.
DW África: Falemos de Nito Alves. Qual era o modelo do poder popular que Nito Alves defendeu? Alguns investigadores dizem que o poder popular foi considerado uma ameaça a Agostinho Neto.
WT: É preciso repor a verdade histórica: o pai da criança não é Nito Alves. O próprio movimento tinha isso como elemento aglutinador e congregador das vontades para a luta de libertação. Basta [vermos as vezes em que a expressão "poder popular" foi usada] pelo próprio presidente Agostinho Neto. Se o poder reside no povo, era preciso que o povo estivesse presente em todos os atos.
Por outro lado, a materialização dessa orientação foi expressa numa resolução do próprio Conselho da Revolução e da própria direção do MPLA. O MPLA realizou eleições democráticas para os órgãos do poder local, poder popular local, portanto comissões populares eleitas. Ora, não podia haver uma expressão tão profunda, mas os atos serem distintos.
Se isso preocupava? Preocupava, porque, ao mesmo tempo que se prendia a expressão, as pessoas gostariam de continuar a nomear responsáveis eleitos pelas populações das comissões de bairro, dos municípios e aí [começaram] as contradições, porque alguns achavam que, pelo facto de terem vindo da mata, poderiam imediatamente ser responsáveis.
Aliás, quando se parou esse movimento de pendor comunista, nós vimos o que aconteceu. Nada mais evoluiu, porque pessoas que não estavam identificadas com as regiões, com os bairros, começaram a ser nomeadas e é o descalabro que ainda hoje nós vamos conhecendo.
BIOGRAFIA de Nito Alves
Com base na obra de Nito Alves, ” Memória da Longa Resistência Popular”, editada pela África Editora em 1976, procura-se traçar aqui o perfil do Guerrilheiro, do Poeta e sobretudo do Revolucionário.
Acreditando que a Revolução podia ser comparada a uma monstruosa elevação feita de vertentes escarpadas e difíceis de transpor e que só os fortes e persistentes a poderiam escalar, Nito Alves, fiel ao heróico Povo Angolano, aos guerrilheiros e a todos os colegas de armas e sofrimento, abatidos durante a guerra, seguiu o seu exemplo até às últimas consequências possíveis da sua opção política.
A 23 de Julho de 1945, na aldeia do Piri, concelho dos Dembos (actual província do Kuanza Norte ) nasceu em Angola, Alves Bernardo Baptista, filho de Bernardo Baptista Panzo e de Maria João Paulo.
Teve uma infância e adolescência, profundamente marcadas pela agressão e hostilidades permanentes de condicionalismos sociais e políticos que o rodeavam e comprimiam, frutos malditos do colonialismo opressor que mantinha ferozmente dominada a sua pátria e o seu povo.
Falando um dia de si afirmou:
«A minha infância é comum à de todas as crianças na minha dura condição de jovem, numa aldeia sem luz eléctrica, nem água canalizada, nem um mínimo de requisitos.»
«A minha instrução primária foi toda ela feita na Escola Rural da Missão Evangélica do piri.»
«Tinha eu treze anos de idade, quando comecei a sentir em mim um sentimento de revolta consciente contra o colono e que hoje explico fundamentalmente por quatro fenómenos que recordo com nitidez, pois marcaram-me profundamente:»
E que acontecimentos influenciaram então decisivamente este jovem de 13 anos?
O facto de um Missionário protestante, obrigar os alunos a ir nas férias para a roça dos colonos colher café.
O cenário de sangue que frequentemente se desenrolava ante os seus olhos em que mulheres e homens-contratados eram forçados a colher café nas plantações cafeícolas da então Sousa Leal, do alemão Kay.
O da visão que este jovem tinha do drama do ajudante negro que passava em cima da camioneta do colono, sempre de cabelo enevoado de poeira.
O facto de ter sido reprovado no exame da terceira classe e de ouvir a justificação do padre católico que presidia ao júri: «ele sabe aritmética, fez bom ditado, boa cópia, um desenho regular, mas tem de reprovar porque é protestante e não sabe a Ave-Maria!»
«Concluída a instrução primária em 1960, parte para Luanda onde seu pai conseguiu matriculá-lo…Ganha uma bolsa de estudo e parte para o Quéssua, Malange, onde faz o segundo ano liceal. Regressado a Luanda, frequenta o Colégio da Casa das Beiras…»
Nito Alves nunca esqueceu a Directora daquele Colégio, Olívia de Oliveira Martins Conde, que terá contribuído decisivamente para que ele terminasse o 2º ano do ensino liceal.
«Em 1966 começa a trabalhar na Direcção Geral da Fazenda e Contabilidade, em Luanda, tentando simultaneamente prosseguir os estudos, no curso nocturno do 6º ano do então chamado Liceu salvador Correia. Entretanto, vinha desenvolvendo desde 1965 intensas actividades políticas clandestinas que acabaram por o tornar alvo das atenções da PIDE.
Muitos dos seus camaradas são presos e enviados para o terrível campo de S. Nicolau. Nito Alves, porém, no próprio dia em que iria ser preso (6 de Outubro de 1966), consegue escapar-se às garras daquela sinistra polícia.»
«Alves Bernardo Baptista e Lima Pombalino Martins (Tadeu )…,chegam à Primeira Região Político Militar do MPLA no dia 9 de Outubro de 1966»
«Sob o comando de um então já bem conhecido comandante militar, Jacob Alves Caetano, cuja lenda corre todo o norte de Angola como o grande Comandante Monstro Imortal…, instala-se na área do esquadrão Cienfuegos e anima-se toda a região.»
«Intenso e duro treino de guerrilhas aguarda o jovem Alves Bernardo Baptista: todo o ano de 1967 é o teste de sangue e fogo em que presta brilhantes provas. Em 1968 com a chegada de parte dos sobreviventes do Esquadrão Kamy, Nito Alves é chamado para a direcção do CIR. Até 1971 mergulha a fundo no estudo do Marxismo-Leninismo, como autodidacta que a própria luta quotidiana vai caldeando em permanente apuramento.»
«O ano de 1973 findava carregado e negro de perspectivas para os homens da Primeira Região. O cerco de ferro e de fogo do colonialismo agónico, apertava-se sobre a Primeira Região Militar», e foi contado assim:
«Guerra sem frente, nem retaguarda / «faltaram as munições» / «Vieram os “Flechas”», os “G.es” e “T.es” / «fizeram tiros na noite e na madrugada/ e mataram, mataram, assassinaram, assassinaram». E «vieram as doenças inimagináveis» e o monstro da fome com o seu cortejo de mortes». Porém, «O Povo não se rendeu». Na Primeira Região Militar de Angola, no mais aceso e desesperado cerco de ferro e fogo que o colonialismo cada vez mais ia apertando, «esgotaram-se todas as leis da guerrilha e toda a inteligência militar», reúnem-se os responsáveis político militares …
Memória da Longa Resistência Popular
Nestes excertos do seu livro, faz-se referência a um dos momentos mais decisivos da luta da 1ª Região Político Militar. Esse momento em, que reunidos os mais velhos, se encarou a hipótese de parar a luta pelas dificuldades inultrapassáveis face à pressão do exército colonial, da FNLA e ao isolamento a que esta região militar estava votada pela impossibilidade de receber apoios da Direcção do MPLA no exterior.
No entanto, esse isolamento era também na altura a realidade de todo o MPLA, que esteve mesmo em vias de ser esmagado no exterior de Angola, pela pressão de muitos estados Africanos contra a direcção de Agostinho Neto.
Nito Alves teve neste contexto, em meados de Janeiro de 1974, um papel decisivo quando foi designado pelos mais velhos para ir a Luanda clandestinamente em busca de apoios e para estudar hipóteses de lançar a guerrilha urbana. Fê-lo juntamente com o seu velho companheiro de aventura e guerrilha o camarada Adão. Sabe-se que muitas portas se lhes fecharam quando se anunciaram aos contactos de ligação que existiam.
Ficaram por se saber alguns desses nomes que bateram as portas, no entanto dois nomes ficaram na história de um encontro, o de Albertino Almeida e do Dr. Macmahon Vitória Pereira. Estes receberam e apoiaram Nito Alves que no seu regresso levou à 1ª Região as boas novas que por lá soaram como um sopro de esperança de uma reviravolta eminente em Portugal. Cerrou-se então fileiras entre os combatentes para resistir por todos os meios ao desânimo que se apoderava de todos.
Nito Alves
No rescaldo dos dias posteriores ao chamado “ Golpe de Estado “, Nito Alves terá fugido para a sua região de origem, a célebre I Região Político Militar do MPLA, aonde acabou por ser apresentado à televisão como supostamente capturado pelas populações locais.
A confirmar-se a hipótese de ter sido feita uma montagem da sua captura, tal confirmaria a hipótese apontada por muitos de se ter ele próprio vindo entregar a Luanda a fim de evitar mais mortes.
Sabe-se também que depois de preso, foi selvaticamente torturado e humilhado. Recentemente, houve o testemunho de um militar de nome João Kandada, a residir em Espanha, que assumiu o ónus de o ter fuzilado sob ordens de Iko, Onambwe e Carlos Jorge, estando ainda a assistir Ludy Kissassunda Veloso e outros.
Este confesso assassino diz ter cometido tal crime a mando da chefia da DISA, reconhecendo ainda que corpo do lendário comandante da I Região Político Militar, foi posteriormente atirado ao mar com pesos para se afundar.
Confessou também na mesma entrevista, publicada no jornal “folha 8” de 26 de Maio de 2001, que a célebre ambulância com os heróis carbonizados, teria feito parte do plano para diabolizar os apoiantes de Nito Alves tendo sido o mesmo concebido e executado por pessoas da DISA.
O mistério da sua morte, obscurece-se com o passar dos anos, em que os dirigentes ainda vivos, silenciando as suas vozes se mostraram até agora incapazes de confessar os hediondos crimes, pretendendo ocultar às gerações futuras factos históricos relevantes da Nação Angolana. Sabe-se também, que a título póstumo, Nito Alves terá recentemente sido promovido de Major a Brigadeiro.
Nito Alves disse um dia: « Os que fazem a História nem sempre podem escrevê-la»
Deutsche Welle
ANGOLA24HORAS

A importância da Paz (O Povo Angolano não está mais interessado em Guerra)


Caros compatriotas e camaradas, nunca é demais falar da paz, alias a paz obtida em 2002 é seguramente o maior bem público que os angolanos conquistaram sob a condução do Camarada Presidente José Eduardo dos Santos. Tem um valor que não pode ser quantificado e é resultado, acima de tudo, da confiança do povo angolano no MPLA e no seu líder o Camarada Presidente José Eduardo dos Santos, que de um modo inteligente, firme, equilibrado, com grande visão estratégica e também com muita serenidade, conduziu o povo angolano para a paz definitiva.
Por esta razão o povo angolano não está mais interessado em guerra, pelo lamentamos os horrores da mesma, e assim apelamos para a necessidade da preservação da paz. Pois “Sabemos por experiência própria quão dolorosos são os efeitos da guerra e quais os valores que a paz propicia e encerra. Afinal apenas onze anos que o nosso país vive uma paz efectiva que se assinala no dia 04 de Abril. Durante mais de quatro décadas conhecemos de forma quase interrupta as agruras e malefícios da guerra, que geraram no nosso país mortes, miséria, fome, luto, dor, destruição, inimizades, etc. Um cortejo de horrores difíceis de ser recordado e que ninguém mais quer voltar a experimentar”
A paz é a condição indispensável para a obtenção do progresso, da justiça, da igualdade e oportunidades e do respeito pelos direitos fundamentais dos cidadãos. Assim a paz douradora consolida-se com o desenvolvimento e a partilha equilibrada dos seus benefícios.
“Ninguém mais está interessado em guerra” por isso falemos dia e noite da paz e da sua importância para Angola, Africa e o mundo, de formas a consolidarmos a paz, reforçar a democracia e preservar a unidade e a coesão nacional…
BEM HAJA A PAZ EM ANGOLA!
BEM HAJA O CAMARADA PRESIDENTE JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS!
BEM HAJA O MPLA, A MELHOR ESCOLHA!
Nilsa Ernesto
Politologa e Militante do Mpla
ANGOLA24HORAS

A Hipocrisia do Mpla/Jes. Norberto Garcia Travestido de lider


José Eduardo Dos Santos não assimilou nem tirou as convenientes ilações do morticínio de 80 000 brilhantes quadros e nacionalistas angolanos, provocado pelas lideranças do MPLA no dia 27 de Maio de 1977. Torna-se premente neutralizar JES no referente ao plano perigoso de defraudar os angolanos no seu terrífico jogo de subjugação segregacionista que somente a ele satisfaz. É necessário e urgente que nova liderança do nosso partido surja com urgência para desmontarmos JES que a cada dia se torna mais e mais imprestável para que Angola saia do marasmo político e económico em que se encontra. Hoje percebo que a especialidade de JES e de seus seguidores é o de se travestirem de bondosos quando na sua essência quem governa as suas mentes doentias é o sentimento maligno de destruição da nossa angolanidade benigna.
Não se entende sinceramente porque um dirigente político que se preze, vem publicamente de forma incrível destilar a sua raiva invejosa contra dois dirigentes da oposição. Percebe-se menos ainda quando se trata de um responsável da cúpula do secretariado provincial de Luanda do MPLA/JES, e que exerce junto desse a função de secretário provincial para a esfera politica, social e económica.
O garoto travestido de político, entenda-se Norberto Garcia, decidiu ousadamente desbocar descoordenadas leviandades contra os dirigentes da oposição que se encontram em digressão pelo mundo das democracias representativas, denunciando os malefícios que o regime existencialista de JES tem odiosamente exercido, como: maus-tratos a população e confisco de todas as suas liberdades e riquezas. Ele esquece-se, mas não ignora que esses companheiros estão ao serviço da maioria dos angolanos sem voz.
Das declarações prestadas pelo distinto político só podemos tirar duas conclusões para entendermos o posicionamento das suas declarações. A primeira é a de aceitar que Garcia fez essas irresponsáveis declarações veiculadas pela voz da América, delineadas pela Cúpula do MPLA/JES definindo uma estratégia altamente perigosa com o fito de desvalorizar os esforços feitos pela valorosa oposição que corajosamente denunciam as práticas do regime ditatorial e infame.
Norberto Garcia foi infeliz
A segunda e menos provável das duas hipóteses, é a de Garcia ter feito tais declarações a revelia de seus chefes. Solitário decidiu aventurar-se a tecer críticas daquilo que não entende e não sabe, e muito menos está talhado para o fazer.
Está a ser comentada em vários fóruns políticos nacionais e internacionais essa pressagiante derrapagem do garoto de Bento Bento, desfavorável a já desprestigiante coordenação do directório chefiado por Bento Bento, uma vez que o retorno do ataque se tornou apanágio de gozo para toda a centralidade da comunidade politica nacional dentro e fora do partido dos camaradas. Percebemos que o senhor Garcia ao aventurar-se a tomar o lugar do velho Fragata, grilo falante, (leia-se porta voz do MPLA/JES) criou uma enormidade de problemas divergentes dentro do seu próprio partido dificil de ser digerido.
Senão vejamos:
Ao chamar os políticos Isaías Samakuva e Abel Chivukuvuku de queixinhas junto da comunidade internacional, denota-se a existência de uma gritante falta de habilidade por parte do MPLA/JES de lidar com a diferença, o que não espanta ninguém. O que espanta os angolanos é a lata com que o cara de pau aparece a falar em nome do seu partido sem sequer estar preparado para fazê-lo. Norberto Garcia parecia estar a fazer uma análoga viagem autocrítica do comportamento do seu intempestivo partido no momento em que praticava a sua terceira fraude eleitoral provada e comprovada nacional e internacionalmente. Agora que foram levadas provas da actuação do regime face ao acontecido em 31 de Agosto de 2012, estaria ele a rever-se a si mesmo e ao seu partido fraudador de eleições quando se decidiu a fazer tais declarações tão prejudiciais para si e para o seu MPLA descaracterizado de realismo politico popular.
A nostalgia e as velhas memórias
A pergunta que nunca quer calar é: para quando o MPLA/JES vai desligar-se e deixar de se servir de gente desqualificada como o Norberto Garcia e Bento Kangamba e impedi-los de serem nomeados para exercerem cargos para os quais não estão minimamente talhados? Até onde quer o MPLA/JES insistir em adulterar a verdade politica partidária nacional e evitar um amplo debate público nacional? Nós angolanos somos obrigados a continuar a engolir sapos feiticeiros e a assistir o MPLA tomado por galináceos, feitos autênticos lambedores de botas frustrados em busca de protagonismos perigosos, somente para satisfazerem as suas vaidades e assim continuar-se a evitar uma eventual democratização no interior do próprio MPLA de JES? Até quando o MPLA/JES vai continuar a dar guarida aos desprestigiados vira latas de meia tigela, que empestam a atmosfera politica do nosso “M” de outrora?
Pergunto, para quando o retorno das práticas do nosso “M” moralista a exemplo do muito sonhado e esperado “M” por onde militaram grandes homens que defenderam desinteressadamente Angola e os angolanos no passado recente. Quando veremos o nosso MPLA voltar as suas origens quando éramos um amplo movimento de libertação, onde havia lugar para o pensamento político livre e semultaneamente eram aceites as deversidade de correntes politicas e as variedades de posicionamentos ideológicos? Onde pára o saudoso MPLA do bondoso camarada Viriato da Cruz, do nacionalista e intelectual africanista Mário Pinto de Andrade, Gentil Viana, Anibal de Melo dentre outros arautos nacionalistas que fizeram História dentro e fora do comando central, como Lopo Ferreira do Nascimento, as destemidas Ângela Bragança e a Luzia de Almeida Sebastião a nossa (Gi), dra Tina Dibala, Ana Maria Carreira D'Almeida, o nosso médico Mário Afonso de Almeida “Kassessa” , o digno autóctone Ambrósio Lukoki, os inteligentes Saydi Rodrigues Mingas e Carlos Rocha Dilolwa, o kota André Mendes de Carvalho, Comandante Gika, o mais velho Dibala, o meu amigo e camarada de pensamento Lóló Neto “Kiambata”, o grande e saudoso amigo, o inesquecível companheiro, José Rodrigues Mingas o (Zé MINGAS) , os camaradas Monstro Imortal, Bakalof, Bernardo Nito Alves, José Van-Dunem e Sita Vales, os sempre presentes João manuel da Silva Kitumba, Galiano da Silva Kitumba e Lus da Silva Kitumba, perdoem-me os camaradas cujos nomes não escrevi aqui, pois de quase todos me lembro, apenas o espaço me impede de citá-los a todos...
Muitos foram mortalmente sacrificados pelo próprio MPLA e já não fazem parte deste mundo, outros tombados na discrição um tanto ou quanto conformista com a situação.
O medo também mora no ditador
O ditador não vive, ele sobrevive como um câncer em vias de ser vencido pela evolução da ciência. JES sofre sofregamente por medo de ser contrariado e, por conseguinte teme ser traído a qualquer momento por algum dos seus sequazes. Por isso agarra-se a sua essência cobarde e enganosa como seu único e exclusivo aliado, ele caminha como um caranguejo aleijado e age como uma lesma esfomeada. JES somente consegue ter o MPLA controlado minando o seu interior com a corrupção, espírito de deixa andar e, sobretudo com a imposição de uma implacável lealdade canina dos membros que o circundam no nervo do comando central do partido, que infelizmente se encontra sequestrado por ele a quase trinta e quatro anos.
Buscar apoios no exterior não é nem nunca foi apanágio das oposições credíveis angolanas. O MPLA com o sistema ditatorial e usurpador, assim força. O membro do partido MPLA/JES Norberto Garcia, ao esgrimir tal verborreia, até parecia o vulgarizado sobrinho de JES arranjado nas feitiçarias, o tal de empresário da juventude, o engraxador Bento Analfabeto Kangamba (dos Santos). Garcia quando insultou os ilustríssimos combatentes incansáveis da liberdade e ao tecer as ofensas tão nefastas, tornaram-no irremediavelmente uma pessoa desequilibrada e degradante aos olhos do povo faminto de liberdade e de democracia.
JES não é presidente dos angolanos
Por acaso o MPLA e o seu presidente não têm buscado apoios no exterior para legitimar o seu regime e a pessoa do seu presidente vitalício? Porém, ao contrário do senhor Garcia, Eduardo dos Santos pode hoje considerar-se sim o presidente de Angola, mas ele tem consciência que nunca, nem jamais em tempo algum será o presidente dos angolanos.
A honestidade intelectual e politica de Isaías Samakuva e de Abel Chivukuvuku não se identificam nem se coadunam com as práticas nem com os métodos desregrados, utilizados pelo nosso compatriota JES, que age na contra mão, e que usa ilegalmente fundos financeiros de todo país em beneficio dos seus posicionamentos pessoais e com isso gasta o dinheiro de todos nós aos milhões de dólares com lobbys infelizmente desnecessários para o bom andamento do país que não saiu até hoje do lugar onde o lunático presidente ditador o afundou desde que é presidente!
Para analisar-se essa questão de buscar apoios e o reconhecimento internacional, um hábito vicioso trazido pelo MPLA para Angola, basta para tal ajuizar o que Eduardo dos Santos fez no passado ao alistar nas folhas de pagamentos o Português António Monteiro, antigo embaixador junto da CCPM – Comissão Conjunta Politica e Militar do então processo de paz pelo seu prestativo apoio dado ao MPLA e a JES para confirmar a legitimidade ilegítima das eleições de 1992, simulando que as mesmas fossem consideradas na altura como tendo sido justas, livres e democráticas.
Já agora e para que não seja esquecido, até hoje não sabemos como José Manuel Durão Barroso um antigo conhecido meu, da cidade universitária em Lisboa caiu de pára-quedas nas gracinhas do José Eduardo dos Santos e vice-versa. A outra pergunta que não posso deixar de fazer, é a seguinte: teria sido de graça que José Manuel Durão Barroso serviu de paquete pivô para publicitar inverdades que em nada beneficiaram o povo angolense junto da comunidade internacional distraída do passado? Quanto teria custado aos angolanos para que, JES tivesse e como tem até hoje o prestimoso apoio do presidente da comissão politica europeia Dr. Durão Barroso? Sabe-se de fonte segura que Durão Barroso é um aliado destemido e extremoso braço direito para propagação da política externa conduzida enganosamente por JES!
A dívida externa e as falcatruas de JES
Por outro lado o senhor secretário provincial pode informar aos angolanos ávidos por saber a verdade, como o politico cínico e mentiroso Paulo Portas caiu de pára-quedas no colo do ditador JES? A isso se pode chamar de compadrio internacional como já aconteceu com o inesperado apoio que o regime e o ditador receberam dos traficantes de armas, os facínoras Pierre Falcone, Arcadis Aleksandrovich Gaydamak e Viktor Bout, que de um momento para outro foram transformados por JES em exímios executivos em finanças internacionais colocados ao serviço do regime pela mão do próprio JES! As coisas subiram tanto de amor ou de humor conforme a interpretação de cada um, que JES ainda se sente devedor para com os seus comparsas. Pessoalmente até compreendo, pois, JES e os seus companheiros traficantes, são as duas faces de uma mesma moeda.
Esses traficantes de armas foram chamados por JES para comandarem as negociações da ilusória divida externa de Angola na ordem dos biliões alegadamente contraída junto da antiga União Soviética, hoje federação Russa. Já que estamos a falar de dividas externas, Pergunte igualmente ao presidente dos Santos com que dinheiro foi paga em Paris França a defesa do processo crime do seu amigo o demoníaco traficante de armas Pierre Falcone, e qual a razão de Estado que levou o ditador angolano a doar a nacionalidade angolana a esse insignificante mercador da morte de angolanos, e o que levou JES a transformar da noite para madrugada um energúmeno bandido da estirpe de Pierre falcone em embaixador extraordinário e plenipotenciário da república do pai banana junto da agência das nações unidas UNESCO em Paris a revelia de todo povo angolano!?
Termino perguntando ao senhor Garcia, quem é o chefe que anda por todo mundo de avião privado na tentativa de granjear novos apoios que sustentem a nova fase terrivelmente catastrófica que se desenha e se aproxima galopantemente contra o regime de JES? Quem é o verdadeiro agenciador de lobbys de JES no exterior de Angola senão o antigo contínuo distribuidor de correspondências do edifício sede das nações unidas em Nova Iorque, o sinistro figurão Elísio de Figueiredo DUKE para os próximos como o bispo metodista Emilio de Carvalho. Hoje o Duke inerentemente transformado em embaixador itinerante e financeiro particular de Eduardo dos Santos pelo mundo a fora, pois o desprestigiante Elísio de Figueiredo com toda certeza jamais moraria por nada deste mundo em Angola, ele de angolano só tem apenas a naturalidade. Ou estou a mentir camaradas?
Raul Diniz
ANGOLA24HORAS