A Convergência Ampla de Salvação de Angola -
Coligação Eleitoral (CASA-CE) denunciou hoje em Luanda a ocorrência de
"mais de 20 actos de intolerância política" contra dirigentes e
militantes do partido, em seis províncias, e pediu medidas "urgentes e
visíveis" para pôr termo a este tipo de situações.
NOVO JORNAL
"A situação é mais grave no Kuando Kubango,
principalmente no município do Kuito Kuanavale, onde cinco dos nossos
militantes e membros da direcção central do partido foram violentamente
espancados no Sábado por seguidores do MPLA", denunciou, Manuel Fernandes,
vice-presidente da CASA-CE durante uma conferência de imprensa.
Segundo este dirigente da CASA-CE, numa altura
em que a sociedade angolana se prepara para a realização de eleições gerais,
"o clima em volta de um processo que se quer democrático e de
reconciliação continua a ser manchado por actos de intolerância política nas
províncias do Kuanza-Norte, Cabinda, Uíge e Luanda".
Os problemas denunciados envolvem
"violações dos direitos e liberdades, destruição de instalações
partidárias, sabotagem de actos políticos, fogo posto, ferimentos e prisões
arbitrárias de populares, dirigentes e membros da Coligação".
"Alguns dos nossos militantes em Luanda
foram condenados a 30 dias de prisão efectiva sob acusação de terem vandalizado
material de propaganda do MPLA, mais isso não é verdade", lamentou,
salientado que não vão mais "engolir sapos" face a situações como
esta.
Nesse sentido, a Coligação apela às autoridades
competentes para que "sejam tomadas medidas urgentes e visíveis".
"Os cidadãos angolanos devem tudo fazer
para evitar situações de intolerância política e recurso à justiça por mãos
próprias", notou, acrescentando que todos os angolanos,
"independentemente do seu partido ou religião, devem defender a paz e a
estabilidade do país".
Estas são as 4ªs eleições por voto directo e
universal desde que Angola optou pelo multipartidarismo em 1991.
As eleições gerais de 23 de Agosto contam com
seis forças políticas a disputar os 220 lugares no Parlamento e ainda a eleição
do Presidente da República e do Vice-presidente, que são, respectivamente, o
primeiro e o segundo nome das listas apresentadas pelo círculo nacional.
Vão estar na disputa pelos votos dos 9,3 milhões
de eleitores, conforme o sorteio que ditou a disposição no boletim de voto, a
União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), que propõe Isaías
Samakuva para Presidente da República, a Aliança Patriótica Nacional (APN),
cujo cabeça de lista é Quintino Moreira, o Partido da Renovação Social, cuja
aposta para a Presidência é Benedito Daniel, o Movimento Popular de Libertação
de Angola (MPLA), que tem João Lourenço para substituir José Eduardo dos Santos
na Cidade Alta, a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), com Lucas
Ngonda a liderar a lista; e a Convergência Ampla de Salvação de Angola -
Coligação Eleitoral (CASA-CE), que apresenta Abel Chivukuvuku para Chefe de
Estado.
O círculo nacional elege 130 deputados e os
círculos das 18 províncias elegem 90, cinco deputados por cada uma delas,
contando a Comissão Nacional Eleitoral com 12 512 Assembleias de Voto reunindo
um total de 25 873 Mesas de Voto.
Imagem: autor desconhecido.
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