Ricardo David Lopes
Nova área de negócio já tem duas lojas a
operar, e uma terceira vai abrir "em breve" em Luanda. Plano de
expansão da Maxi está a ser revisto por causa da crise, e persistem as
dificuldades com falta de divisas.
A Teixeira Duarte Distribuição abriu no
final de Março duas farmá- cias junto às lojas Maxi do Rocha Pinto e Cacuaco,
entrando assim numa nova área de negócio, revela ao Expansão o director de
marketing da cadeia alimentar.
"Em breve", afirma Vasco
Cabral, sem precisar datas, o grupo vai abrir mais uma farmácia na loja da
Mulemba. A estratégia de crescimento das farmácias, explicou o responsável, que
falava ao Expansão à margem da conferência de lançamento do livro Mercator da
Língua Portuguesa, no final da semana passada, será "procurar abrir junto
a lojas Maxi, preferencialmente".
Por enquanto, adiantou, a Teixeira
Duarte Distribuição irá "cingir a abertura de farmácias a Luanda",
mas, no futuro, a ideia é "alargar a outras províncias". Para além de
15 lojas Maxi, em Luanda, Porto Amboim, Benguela e Sumbe, o grupo detém cinco
lojas Dakasa, de mobiliário, e oito Kitandinhas, estando a reavaliar os planos
de expansão, face ao actual contexto de abrandamento económico, que tem
afectado, sobretudo, o negócio da Maxi. "O plano de expansão não vai
parar, mas está a ser reavaliado. Estamos a definir prioridades face à conjuntura,
afirma o director de marketing, que admite que as vendas têm baixado, ainda que
se sinta uma ligeira recuperação em relação ao início do ano. "Sente-se
uma quebra no consumo, sobretudo na Maxi", diz Vasco Cabral, admitindo que
a quebra está "próxima dos dois dígitos".
A recuperação está em curso, em especial
no canal profissional, diz o director de marketing. "No início do ano a
quebra foi mais forte", diz. A entrada em vigor da nova pauta aduaneira,
no ano passado, "obrigou a subir alguns preços e a sacrificar algumas
margens", uma vez que "o posicionamento do grupo é ser uma referência
no mercado em preços baixos".
O objectivo, explica, tem sido "não
perder competitividade no preço" por causa das taxas agravadas pela nova
pauta.
Quotas sem 'condições'
A suspensão da aplicação de quotas
aduaneiras, diz, acabou por ser positiva, pois, avançando, causaria "algum
estrangulamento do mercado" angolano.
"As quotas estão suspensas, e
acreditamos que não irão avançar", afirma Vasco Cabral, explicando que o
processo "não foi clarificado", nem em termos de distribuição de
quotas nem sobre o mecanismo de implementação.
Estas dificuldades, afirma, surgiram
"quando se iniciou a parte operacional" do processo.
O grupo, diz o director, tem,
entretanto, investido quer na compra quer na produção de artigos nacionais, em
particular na área alimentar, por via do projecto Fazendas Maxi. "Temos já
cerca de 30 fazendas", diz Vasco Cabral, que adianta que, actualmente,
"a maioria dos legumes e frutas das lojas Maxi já é proveniente
destas" produtoras.
"O nosso mercado interno começa a
ganhar peso", avança o responsável, sublinhando que a as compras às
Fazendas Maxi tem vindo a ganhar importância neste contexto, ainda que seja,
desde o início, "uma aposta estratégica" do grupo.
Também a dificuldade na aquisição de
divisas estrangeiras, nomeadamente dólares, tem causado "algum
impacto" na empresa. "Está a prejudicar o negócio", admite Vasco
Cabral, que diz que "não se sentem grandes melhorias desde o início do
ano".
"Vamos fazendo algumas circulações,
mas sempre para colmatar grandes atrasos [em pagamentos]", diz Vasco
Cabral, que explica que estas dificuldades "prejudicam todo o circuito das
importações", o que justifica mais ainda "a aposta no mercado de fornecedores
locais", que, contudo, "também sentem dificuldades" por causa da
falta de divisas, necessárias, por exemplo, para a aquisição de sementes.
A Teixeira Duarte Distribuição iniciou a
sua actividade em 1996, em Angola, através de uma operação de distribuição
alimentar, a Maxi. Entretanto, está também no Brasil (actuando através da TDD
Brasil), Portugal (onde está presente com a empresa TDD) e África do Sul
(operando através da GND).
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