há quem se mostre inquieto e solidário neste
momento bastante difícil da sua vida. Eu sou um deles.
Vou recordar aqui como me relacionei com o Luaty
Beirão. Conheci-o pessoalmente por intermédio do meu filho, Manuel Pinto de Andrade,
o Nelito.
JUSTINO PINTO DE ANDRADE
O Nelito acompanhou emocionado a longa marcha do
Luaty, à pé, da Europa até Angola, depois de ter terminado a sua segunda
Licenciatura, creio que em Londres. Para assinalar este êxito e homenagear o
país que é seu, o Luaty decidiu partir à pé, com apenas uma mochila e uma nota
de 100 dólares no bolso, com o objectivo maior de conhecer o nosso continente
e, sobretudo, as suas gentes.
Nessa sua longa e arriscada epopeia, ele foi
sobrevivendo por meio de ajudas e da prestação de pequenos serviços nas
comunidades por onde ia passando. Durante longos e penosos dias, o Luaty Beirão
atravessou imensos países, até que, finalmente, chegou a Luanda.
Nessa altura, o Nelito apresentou-me o amigo e
eu convidei-o a vir à Universidade relatar aos meus estudantes a sua caminhada.
Pretendi, com isso, mostrar um dos lados bons da juventude: a entrega a causas
e o amor à nossa terra e ao nosso continente. Eu quis dizer aos meus alunos que
um jovem sem causas é um jovem envelhecido prematuramente...
Infelizmente, no nosso país, há quem valorize
mais a vulgaridade e a bajulação, e olhe para o Luaty como um inimigo ou como
um ser estranho... Eu olho para o Luaty Beirão como um laranja boa inserida num
pomar que outros, infelizmente, preferem ver apodrecido...
Nós, pais, irmãos, compatriotas, não podemos
ficar indiferentes ao que se passa com o Luaty... Vamos fazer o possível para
salvar o Luaty Beirão!
Imagem: autor desconhecido
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