terça-feira, 20 de outubro de 2015

Enquanto o Luaty Beirão vai sucumbindo. Justino Pinto de Andrade



há quem se mostre inquieto e solidário neste momento bastante difícil da sua vida. Eu sou um deles.
Vou recordar aqui como me relacionei com o Luaty Beirão. Conheci-o pessoalmente por intermédio do meu filho, Manuel Pinto de Andrade, o Nelito.

JUSTINO PINTO DE ANDRADE

O Nelito acompanhou emocionado a longa marcha do Luaty, à pé, da Europa até Angola, depois de ter terminado a sua segunda Licenciatura, creio que em Londres. Para assinalar este êxito e homenagear o país que é seu, o Luaty decidiu partir à pé, com apenas uma mochila e uma nota de 100 dólares no bolso, com o objectivo maior de conhecer o nosso continente e, sobretudo, as suas gentes.
Nessa sua longa e arriscada epopeia, ele foi sobrevivendo por meio de ajudas e da prestação de pequenos serviços nas comunidades por onde ia passando. Durante longos e penosos dias, o Luaty Beirão atravessou imensos países, até que, finalmente, chegou a Luanda.
Nessa altura, o Nelito apresentou-me o amigo e eu convidei-o a vir à Universidade relatar aos meus estudantes a sua caminhada. Pretendi, com isso, mostrar um dos lados bons da juventude: a entrega a causas e o amor à nossa terra e ao nosso continente. Eu quis dizer aos meus alunos que um jovem sem causas é um jovem envelhecido prematuramente...
Infelizmente, no nosso país, há quem valorize mais a vulgaridade e a bajulação, e olhe para o Luaty como um inimigo ou como um ser estranho... Eu olho para o Luaty Beirão como um laranja boa inserida num pomar que outros, infelizmente, preferem ver apodrecido...
Nós, pais, irmãos, compatriotas, não podemos ficar indiferentes ao que se passa com o Luaty... Vamos fazer o possível para salvar o Luaty Beirão!

Imagem: autor desconhecido


Sem comentários: