segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Mpla vive com o fantasma de golpe de estado e da democracia. William Tonet




Foto: Os milagres do bem-estar do petróleo.


O medo da mudança.
O país está a ser irre­sponsavel­mente le­vado para o pico de sat­uração social, fruto das más políticas económi­cas, empreendidas pelo titular do poder execu­tivo.

FOLHA 8

Se é certo que a cri­se mundial tem alguma influência, ela não pode servir de manga justifi­cativa para o desnorte total da actual situação financeira. Os cofres da banca central estão quase vazios e depois da saída do ex-ministro das Finanças, Carlos Lopes, a reserva finan­ceira do Estado, então avaliada em mais de 31 mil milhões de dólares, foi “selvaticamente” delapidada, a menos de metade, por uma “gang” alojada na mais alta roda do poder, originando o actual sufoco da falta de reacção do Estado aos inúmeros projectos públicos, bem como de divisas, na banca com­ercial, para atender as operações regulares da classe empresarial emergente e dos ci­dadãos em geral.
Os larápios partidocra­tas estão devidamente identificados, nominá-los não seria fastidioso, mas uma perda de tem­po, sabendo-se da impu­nidade que grassa pelos corredores palacianos do poder, que os torna, inimputáveis, ainda que traficantes de armas ou lavadores internacion­ais de dinheiro. E para blindar, institucional­mente, a ladroagem do erário público, os po­deres, judicial, policial, militar e legislativo, foram, prévia e astuta­mente feitos reféns pela suprema magistratura, que untando as mãos, lhes aprisionou even­tuais motivações con­testatárias.
Mas, para coroar a “ali­babagem regimental”, a oposição enfraquecida na utopia da existência de carris democráticos é silenciada, em função da cabimentação finan­ceira mensal, atribui­da pelos algozes, que dizem querer derrubar, esquecendo-se serem, aqueles, os detentores das chaves de toda máquina do aparelho do Estado.
Assim, só resta mesmo esperança na juventude irreverente, nacionalista e patriótica que, pese a sua fraqueza financeira, dá peito ao manifesto da honorabilidade e co­erência de princípios, cônscios da ingente tarefa de terem de lutar, para resgatar a cidada­nia da maioria dos au­tóctones, cada vez mais empobrecida e carente de oportunidades iguais e democracia.
Agora fica mais claro, as razões que levaram o Tribunal Constitucional a subverter a Constitu­ição, inviabilizando a in­terpelação do executivo por parte dos deputados da Assembleia Nacional
Num país normal, com instituições fortes e in­dependentes, os corrup­tos seriam chamados a barra dos tribunais e enclausurados na Co­marca de Luanda ou em Calomboloca, in­felizmente, neste, cada vez mais anormal, as cadeias só escancaram as portas das fedorentas celas, aos inocentes, que denunciam os gatunos institucionais ou os “pil­ha galinhas”…
Uma pergunta, no final. Será por este e outros roubos milionários que os jaguares passaram a engalanar as garagens dos juízes do Tribunal Constitucional, levan­do-os, magistralmente, a subverter a formalidade constitucional de in­viabilizar a interpelação devida, dos deputados da Assembleia Nacion­al ao Executivo, sob o argumento estapafúr­dio de o Presidente da República ser órgão de soberania, sem nunca ter sido nominalmente eleito, nem ter sido cau­cionado pelo Titular do Poder Constituinte: o povo!

Assim com a perca precoce da virgindade e vitalidade parlamen­tar, a maioria dos ci­dadãos autóctones, não conseguem, ver quem os possa defender da opressão colonial a que estão sujeitos, com o roubo desenfreado das riquezas nacionais, por um grupo restrito de “ladrões de colarinho branco”, que prendem, torturam, assassinam e dão medalhas aos assas­sinos regimentais, como os bispos da Igreja Uni­versal e o de Hilbert Ganga, absolvidos por “relevantes serviços, ao regime totalitário que nos (des)governa.

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