Todos os bancos, todinhos, enquanto não
forem apanhados a entrar em estádio de falência, são dignos de galardões pois
trabalham com grande sentido patriótico para o enriquecimento de Angola, não a
nossa, mas a de JES, seus parentes, amigos, serviçais e acólitos…
A lista dos prémios a bancos que nós
apresentamos nesta edição num artigo de fundo sobre esta temática, está muito
longe de ser exaustiva, porque a atribuição de Prémios a instituições bancárias
pouco ou nada tem a ver com as razões invocadas pelos organismos outorgantes
para justificar tais galardões. Estes Prémios são pura e simplesmente
ferramentas principais duma campanha publicitária camuflada e multiplicam-se
pelo ano adentro por toda a parte do mundo em função de pagamentos adequados e
de um relacionamento baseado no tráfico de influências. Portanto, compreende-se,
a nossa lista está muito longe de ser exaustiva.
O carnaval da “dolarização”
O país está cansado de tanta mentira
descarada, ofensiva, cínica e, diremos mesmo mais, criminosa. O governador diz
ter vendido dólares aos bancos comerciais. Estes negam, escondendo mal o facto
de os seus interesses de “bizne” sujo, por baixo da mesa, ser para eles muito
mais importante do que satisfazer os interesses, ditos soberanos, do Estado. E
quem ganha é o “mafarrico”, viva o mercado paralelo, a especulação e a
corrupção, a Western Union está fechada ao povão e agora é só com esquema em
dois bancos: Millenium e BAI. Entretanto, a Real Transfer subiu a venda dos
dólares e aproveita, pois tem sócios do governo e é uma enchente diária. É um
carnaval de máscaras, Coincidiu e prolonga-se até hoje, depois do nosso
Carnaval com cortejo e dança na Marginal: CORTEJO DE MENTIRAS! Uma questão
impõe-se: mentiras do governador do BNA ou dos bancos “comerdiais”? Pouco
importa, mas o nosso saco está cheio. Basta!
Prémios em favor dos bancos I
Todos os bancos, todinhos, enquanto não
forem apanhados a entrar em estádio de falência, são dignos de galardões, pois
trabalham com grande sentido patriótico para o enriquecimento de Angola, não a
nossa, mas a de JES, seus parentes, amigos, serviçais e acólitos. Vamos dar alguns
exemplos de grande significado. Para começar, temos os altos dignitários
angolanos, escolhidos a dedo depois de terem passado pelas peneiras do regime
JES/MPLA, sempre tiveram direito a beneficiar, ao longo dos tempos, da
atribuição de prémios outorgados por vários organismos e instituições, não só
de Angola mas também de várias instituições internacionais de renome – muito
mais caras –, que se deram a trabalho de lançar um monte de piropos e conceder
prémios e recompensas a individualidades e organizações nacionais. Neste rol
de elogiosas iniciativas destinadas a pintar, por cima do caruncho, a
desgastadíssima fachada do referido regime, enquanto uns rejubilam, outros
interrogam-se e dão-se ao trabalho ingrato de pesquisar a origem, os
fundamentos e a validade das razões e feitos que possam justificar tais
galardões.
A conclusão desse estudo indica que
praticamente todas as altas patentes do Estado, enquanto não forem apanhadas em
flagrante a roubar o que ainda há dentro dos cofres do Tesouro, são dignas de
recompensa. E as que forem apanhadas, serão “castigadas”, mas isso não impede
que possam vir a beneficiar de um posterior resgate, como foram os casos dos
ex-ministros Manuel Rabelais e de Pedro de Morais, respectivamente da
Comunicação Social e das Finanças.
Prémios em favor dos bancos II
Depois de ter sido distinguido em 2009
com o prémio “Banco do Planeta”, atribuído pelas Nações Unidas através da
Unesco, o BES Angola obteve o Prémio de melhor instituição bancária do país no
dia 3 de Outubro de 2012. A razão invocada nesse ano aludia a um alegado bom
desempenho interno, precisamente numa altura em que essa instituição já
navegava num pantanal lamacento, face à gatunagem do dinheiro dos depositantes
e do Estado. Não vamos perder tempo a repetir o que toda gente sabe e faz de
conta que não sabe.
Quanto ao documento que anunciava mais
esta vitória do BESA, nós no Folhas guardámo-la. É uma pérola da “Banga
Angolana”. Leiam só: «Com as distinções atribuídas em 2012, o Banco Espírito
Santo Angola soma agora 23 prémios internacionais, provenientes das mais
prestigiadas organizações que analisam e avaliam a performance dos mercados
financeiros internacionais. O banco volta assim a consolidar a sua posição de
Melhor Banco em Angola (kkkkkkkkkkk…), um reconhecimento que traduz o esforço
de melhoria contínua do seu posicionamento (pois claro), a eficácia
operacional e estratégica dos seus serviços (digno de Don Corleone mafioso) e a
excelente performance das suas equipas, em todas as vertentes de actuação do
banco (vertentes com fundos sem fundo) em suma, a celebração antecipada de uma
realidade angolana: o roubo institucionalizado. Isto está mal, se calhar
estamos mesmo a chegar ao
fim, camarada».
Imagem: myguide.iol.p
Folha 8, 07 de Março de 2015
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