Duas crianças angolanas forçadas a trabalhar em Portugal
Autoridades descobriram duas crianças que eram obrigadas a trabalhar em
casa de supostos familiares e sofriam maus tratos físicos. Há indícios da
prática do crime de tráfico de menores.
O Serviço de
Estrangeiros e Fronteiras anunciou hoje que realizou duas buscas domiciliárias,
na Amadora, no âmbito de uma investigação relacionada com maus tratos a duas
crianças que alegadamente terão sido traficadas de Angola para Portugal.
Em comunicado, o
SEF adianta que a investigação partiu da sinalização, em moradas diferentes, de
duas crianças em risco por maus tratos e da verificação de indícios de que
haviam sido traficadas de Angola para Portugal com recurso a documentos falsos.
Segundo aquele
serviço de segurança, as crianças eram "obrigadas a trabalhar em casa dos
supostos familiares, que lhes limitavam os movimentos e as castigavam
fisicamente".
O SEF explica
que teve conhecimento da situação, em janeiro, através da escola que as
crianças frequentavam.
De acordo com o
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, as duas crianças foram de imediato
retiradas dos locais de risco, pela intervenção da Comissão de Proteção de
Crianças e Jovens da Amadora, sendo alojadas em instituições de proteção.
O Departamento
de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Tribunal da Amadora instaurou
procedimento criminal e delegou a investigação no SEF devido aos fortes
indícios da prática do crime de tráfico de menores, acrescenta aquele serviço de
segurança.
As duas buscas
feitas pelo SEF permitiram confirmar "a situação muito precária em que
viviam as menores e possibilitaram a apreensão de documentação e material
informático relacionado com a prática dos crimes", refere o SEF.
Em causa estão
os crimes de tráfico e de maus tratos a menores, bem como de auxílio à
imigração ilegal e falsificação de documentos.
A operação do
SEF contou com a colaboração da PSP da Amadora.
ANGOLA24HORAS
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