domingo, 8 de março de 2015

Crise financeira afecta juventude angolana





Aumentam casos de deliquência juvenil, diz deputado. Arcebispo diz que crise é também resultado de "más escolhas que têm consequências".

VOA

A juventude angolana está a ser particularmente afectada pela crise financeira causada pela queda do preço do petróleo nos mercados mundiais.
Empresas estão a encerrar as portas e muitas daquelas onde isso não acontece estão a reduzir pessoal começando os despedimentos  geralmente pelos empregados mais jovens.
O governo por seu turno anunciou já que não vai efectuar concursos públicos para vagas no funcionalismo afectando ainda mais a juventude que procura emprego.
Por esta razão o Fórum de Intervenção e Cidadania decidiu reunir os líderes das organizações juvenis para discutir as soluções para crise.
Para N´fuca Muzemba, membro do Fórum de Intervenção e Cidadania e um dos organizadores da mesa redonda, os jovens têm estado a pagar a factura elevada da crise, por esta razão, adiantou que a abordagem da “Crise económica, o desemprego juvenil e as suas soluções” é uma forma de pressionar as autoridades a encontrarem caminhos para juventude, face à crise resultante da variação do preço do barril de petróelo.
Aliadas ao Fórum de Intervenção e Cidadania na procura de soluções para crise estão várias outras instituições da sociedade civil, entre as quais a igreja católica que recentemente realizou a 5ª semana social, sob o lema “Igualdade de oportunidades”.
Falando sobre a actual crise que o país enfrenta, no discurso de abertura da 5ª Semana social, o Porta-voz da CEAST, Dom José Manuel Imbamba, indicou que as más escolhas no país têm consequências sociais para todos, por isso defendeu que a ética é fundamental para que todos possam beneficiar das riquezas de Angola.
O Orçamento Geral do Estado voltou ao parlamento para ser novamente discutido em função de alguns reajustes que deve sofrer face ao actual cenário de crise que o país enfrenta.
N´fuca Muzemba, que também é deputado à Assembleia Nacional salienta que os cortes que estão a ser efectuados no OGE-2015, sobretudo nos sectores vitais, afectarão em grande medida os jovens, já que muitas empresas estão a despedir funcionários.
“Há gente que está a sofrer com o desemprego, há gente que acabou de se formar e não vêm encontrar um emprego porque o próprio estado não vai realizar concurso público”, disse.
“Temos informações que empreas petrolíferas estão a despedir os jovens, isto para além das outras empresas que já fecharam como consequência da crise”, acrescentou
O economista Filomeno Vieira Lopes fez notar que mesmo antes da crise ainda se registavam no país locais de extrema pobreza.
Pessoas há, segundo apontou, que estão em situação de vulnerabilidade, apesar dos 13 anos de paz, que se reflectem no “pulo” dado pelo OGE, em termos de receitas e despesas cabimentadas para os mais variados sectores da vida pública e económica de Angola.
Nfuca Muzemba aponta a diversificação da economia como a solução para conjuntura em Angola, porém reconhece que tal solução seja um processo a médio e longo prazo.
Para o também deputado à Assembleia Nacional o Executivo precisa tomar um conjunto medidas eficazes para retirar o país desta situação. A preservação dos sectores vitais para a juventude é fundamental neste sentido.
Dom José Manuel Imbamba, Porta-voz da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé e Arcebispo da Arquidiocese de Saurimo admite que a crise pode ser consequência da translocação das soluções, onde se atribui culpa as questões técnicas “quando  a razão rpincipal está na consciência das pessoas e na responsabilidade ética”.
O Arcebispo de Saurimo defendeu ainda a necessidade de se procurar um caminho capaz de serenar os ânimos, de modos que o bem comum esteja ao dispor  e beneficie à todos.
“É momento de pararmos para juntos com esta sereneidade de espírito procurarmos pensar e ver dentro daquela criatividade saudável, aquele caminho que vai serenar os nossos ânimos para que tudo aquilo que é de todos  benficie à todos, tudo aquilo que é de todos esteja ao dispor de todos, tudo aquilo que é de todos realize à todos”, disse.
As organizações juvenis pensam em continuar a concertação e fazer uma corrente única, associando-se numa única voz para pressionar o poder político no sentido de ter em conta as contribuições da juventude para solução da crise.
N´fuca Muzemba olha para juventude angolana com preocupação já que em consequência crise tem se verificado um aumento considerável da criminalidade, da prostitução, do nível de desemprego e de insatisfação no seio da camada juvenil.
O membro do FIC augura mais atenção para os probelmas da juventude já é a franja que mais sofre com a crise.
“É sobre estas pessoas menos equipadas que nós nos vamos bater para que esta crise não seja uma crise muito significante na vida das pessoas para que não possamos desembocar noutras situações menos abonatórias para o país”, disse


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