Governador do banco central afirma que a crise
cambial não terminará tão cedo e reforçou a necessidade de se operarem reformas
estruturais nos mais variados sectores de actividade.
EXPANSÃO
As empresas e particulares devem reduzir as suas
necessidades de divisas em mais de 50%, no sentido de se reduzir a pressão que
existe sobre as divisas, fundamentalmente o dólar norte-americano e se
ajustarem ao novo parâmetro da economia nacional, defendeu o governador do
Banco Nacional de Angola (BNA) José Pedro de Morais Júnior.
Falando a jornalista, a margem da cerimónia que
marcou as celebrações do 40º aniversário do assalto a banca, numa promoção do
Sindicato Nacional dos Empregados Bancários de Angola (SNEBA), o responsável
referiu que houve uma redução bastante grande na oferta de divisas, sem no
entanto se registar uma diminuição na procura das mesmas.
"Há uma procura exacerbada de divisa que,
no meu entender talvez não seja necessário. A sociedade tem de permitir que a
economia se reajuste aos novos parâmetros financeiros do País, sobretudo, com
ausência de divisas. Há menos divisas e isto não vai mudar agora",
perspectivou.
José Pedro de Morais enfatizou que não será tão
cedo que Angola vai ter mais dólares a circular no mercado cambial, evocando a
necessidade de se operarem reformas estruturais nos mais variados sectores de
actividade, começando pelo Estado que já reduziu as suas despesas públicas em
mais de 50%, com a revisão do Orçamento Geral do Estado (OGE) 2015, exortando
os particulares e as empresas a fazerem o mesmo.
Em jeito de balanço, o "homem forte"
do BNA, considerou que o sector bancário e financeiro, no geral, tem crescido
de forma significativa nos últimos 40 anos, com forte aposta em quadros
nacionais. Actualmente temos quadros nacionais com cargos de chefias e direcção
no sector bancário, com competências para serem gestores em qualquer parte do
mundo, frisou.
S N E B A quer clínica
O Sindicato Nacional dos Empregados Bancários de
Angola (SNEBA) pretende construir uma clínica para atender os funcionários do
sector bancário e financeiro, bem como as pessoas, podendo estar aberta também
para o público em geral, segundo avançou o secretário de gestão administrativa
da organização, Manuel Augusto.
O responsável explicou que a iniciativa visa
proporcionar maior dignidade aos funcionários bancários, tendo em conta a
especificidade do seu trabalho. Entretanto, o responsável sindical fez saber
que o SNEBA não dispõe de recursos financeiros para a materializar do projecto,
tendo apelado as instituições bancárias e financeiras, no sentido de apoiarem a
iniciativa.
"É um projecto que existe há já algum
tempo, mas por falta de dinheiro não conseguimos tornar em realidade",
disse.
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