Preços de
alimentos da cesta básica aumentaram, em alguns casos, para o dobro. Presidente
angolano assinou novo decreto para tentar travar a especulação face à crise
económica e financeira no país.
Em
fevereiro, o preço de mais de 30 produtos e serviços básicos passou a ser
vigiado devido à crise económica e financeira que Angola atravessa. A quebra do
preço do petróleo no mercado internacional levou à redução das receitas do país
e à falta de divisas, e os produtos, muitos importados, encareceram. Mas, na
altura, faltou especificar como se definiam os preços e a especulação
continuou.
http://www.lusofonia.news/precos-alteram-os-dias-luanda/
Os populares
queixam-se das constantes subidas dos preços dos produtos tanto nos mercados
informais como nos supermercados. Há alimentos como o arroz, o açúcar e o
feijão que estão a ser vendidos pelo dobro do preço de há uns meses atrás. “Os
preços alteram todos os dias”, diz Francisca Manuel, uma vendedora num mercado
informal em Viana, nos arredores de Luanda. “Hoje, por exemplo, fui ao armazém
e [a saca de] açúcar que estava a 22.000 kwanzas [116 euros] subiu para
23.000.”
“Ontem
comprei a caixa de fígado, de dez quilos, a 7.700 kwanzas [41 euros] e hoje
encontrei-a a 8.000 kwanzas [42,50 euros]”, afirma D. Bela, outra vendedora.
Silvano Dibambe confessa que o pouco salário que recebe como estivador já não dá para pagar as despesas. Antes, com o equivalente a dois euros conseguia fazer “um bom jantar” para família, mas agora já não é assim: “Com o salário que ganhamos não dá para fazer nada. Temos de nos contentar com o pouco que conseguimos.” Para cobrir as despesas, Dibambe faz outros serviços, por conta própria.
Silvano Dibambe confessa que o pouco salário que recebe como estivador já não dá para pagar as despesas. Antes, com o equivalente a dois euros conseguia fazer “um bom jantar” para família, mas agora já não é assim: “Com o salário que ganhamos não dá para fazer nada. Temos de nos contentar com o pouco que conseguimos.” Para cobrir as despesas, Dibambe faz outros serviços, por conta própria.
Nas
lojas, os clientes chegam a juntar dinheiro com desconhecidos para conseguirem
comprar um produto. E “já não há quem compra dois ou três quilos de arroz ou
açúcar de uma só vez”, afirma Francisca Manuel. “As pessoas estão a sofrer
muito”.
No final de
maio, o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, assinou um novo decreto
“para assegurar uma melhor compreensão e implementação do regime de preços
vigiados”, estabelecido em fevereiro. Segundo a alteração, “o preço vigiado
assume a forma de preço de referência, que é determinado com base na estrutura
de custo do respetivo bem ou serviço”, em função do custo de importação ou
fabricação de cada produto.
A lista de
“preços vigiados” inclui produtos como o açúcar, carne, peixe, sal, batata,
farinha e óleo de fuba ou ainda serviços como o táxi ou as tarifas de passagem
aérea e de transporte rodoviário, marítimo e ferroviário. Segundo o novo
decreto de 30 de maio, citado pela agência de notícias Lusa, passa também a
caber ao Governo angolano fixar os preços do gás, petróleo iluminante, água
canalizada, eletricidade e tarifas de transporte público coletivo urbano.
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