quinta-feira, 24 de abril de 2008

Aretha Franklin


E de glória me glorifiquei quando a Aretha santifiquei
E no seu halo me cantou. Espiritualizou o reino
Da Rainha da minha alma. Não canta para nós
Encanta Deus
Ela transferiu-me a dimensão da Paixão do esconderijo evangélico
Quando enfrentamos problemas, redobremos
Cantemos, cantemos
Os governantes não correspondem aos povos
Queremos uma resposta, não duvidamos da aposta
Na intolerância da fome. Governar é esfomear
E os espirituais são uma Aretha de alerta
As vozes tão celestiais, tão, tão… espiritualmente Negras
Deus ofereceu a distinção negra à melodiosa Negra
Com voz tão imortalizada, tão celeste
Se essa voz é o Céu, quero ir já para lá
Há dois Céus: um do Senhor, outro da Aretha
Gosto de ambos
Aretha segredou-me o porquê do sorrir, do estender do seu dedo:
«Indico o bom caminho da Redenção. Só há um Deus
No Caminho do abrir um sorriso no meu dedo»
Embeveci-me, acho que me clarifiquei muito bem:
«Aretha! É fácil apontar para a degradação moral e social
Mas o nosso olhar rebaixa-se perante quem governa tão mal»
Experimentámos um barco pacífico a remos e remámos
No lago de águas remadas, acalmadas, aclamadas
E o Senhor evangelizou as águas angélicas. Pregou aos jasmins
E as águas muito suavemente agitaram-se
Intensamente penetradas, perfumadas. E revelaram-se
E possuíram todo o vivente. E todos rejubilaram
Deus existe sim senhor! Revelou-se
Aretha Franklin, encomenda do hino da festa especial de Deus
O Mestre das Estátuas deu-lhe som e tom, esculturou-a Universal


Gil Gonçalves

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