Das teclas do piano nascia, renascia
O ecoar dos circuitos eléctricos cardíacos
Melodiosos no piano vivo do teu coração
E o mar amarelo acalmou-se, vulgarizou-se
Mar espelhado
Como as palavras das cachoeiras dos nossos
Destinos
Como anónimo amor forçado
Porque é criminoso não esconder o amor
Desdenhoso
As quatro paredes cansaram-se de viver ocultas
Desabaram
Esta civilização desumana persegue-nos
Alimenta-nos inimizade
Dos trabalhos forçados, AINDA ALIENADOS
Para sobreviver da fome, e correr, viver
Biscateados
Quando a entrega é totalitária, das duas almas
As pontes do amor derramam, criam fontes
Atalhos
Não é possível continuar, viver na civilização
Do levantar bem cedo, e chegar bem tarde
Globalmente todos desconhecidos
Perdidos no submarino do desamor
E caminhar para escolas barbaras, e nelas ensinar
O ínfimo da posta-restante do nosso giz
Gizado
E há quem apregoe que estagiamos
Muito avançados na evolução
Perdemos o tempo que nos resta da existência
A pressionar teclas com os dedos
Alimentamos as pilhas que restam da civilização
As teclas do amor que alimentam o nosso coração
Não as pressionamos
Que o amor é uma ciência, uma arte
Malditos dissabores sejam estes
Conheci e vivi no sistema que me obrigaram
A prosseguir
Lutei com as minhas forças dia e noite
Para o manter
Mas, com o tempo descobri que era enganador
Gil Gonçalves
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