sexta-feira, 6 de maio de 2011

Uma borboleta sorrindo para uma flor


Vim ao mundo para ser amada, e por isso exijo muito amor. Todos os carinhos que me oferecerem nunca serão demasiados, porque sou super exigente. Mas facilmente me comovo e adormeço profundamente, quando me encosto nos suaves, acolhedores, quentes e ternos seios da minha querida mamã. Confio em tudo e em todos, porque ainda não sei distinguir onde está o perigo, a maldade e a bondade. Espero que me deixem viver em paz. Sei que é impossível, mas dêem-me uma oportunidade.
Sobretudo vigiem um dos meus piores inimigos, o pedófilo, lobo, gatinho mau.
É fácil de imaginar que os meus sonhos não se tornarão realidade, porque um bicho-papão vai-me ludibriar, e nunca o meu sonho se vai realizar.
As borboletas são muito bonitas, não me canso de persegui-las, mas mesmo assim nunca consigo apanhar nenhuma. Elas têm magia.
Vivo no planeta das crianças onde é muito fácil brincar, no dos adultos, o planeta deles não dá para brincadeiras, tem coisas muito perigosas, não podemos mexer em nada, a qualquer momento podem-me aleijar.
Este mundo dos adultos não presta, andam sempre a se matar. Fico muito triste porque vou crescendo e abandonando o meu mundo de brincar, até o dos adultos chegar.
Os adultos só sabem lutar, há muito que desconhecem o que é brincar.
O nosso mundo infantil dura poucos anos, nunca devia acabar, o mundo dos adultos é tão louco. Ninguém é capaz de o amarrar?
Todas as crianças são minhas amigas, os adultos são meus inimigos, porque nunca me deixam fazer o que eu quero.
Viver no mundo dos adultos é viver na opressão.
Vou falar com as minhas amigas borboletas para que me levem, daqui carreguem. Elas já me deram asas, vou voar para muito longe, onde não hajam adultos. Vou para o planeta das borboletas. Vou transformar-me em borboleta e sorrir para as flores.

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