segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Portuguesa com criança de 12 meses assaltada e sequestrada em Luanda



Isandra Rodrigues. Facebook
Boa tarde, publico o post anonimo de uma conterranea que passou por um assalto e sequestro.
" Boa tarde,
A minha revolta e tão grande que da mesa forma que escrevem quando morre algum português em Angola, também o mesmo poderia ter acontecido comigo. Eram sensivelmente 18.30 estava perto do Camama tropical, numa rua alternativa ao acesso ao condomínio onde resido, próximo dali. Tinha chovido bastante pelo que as ruas de terra batida estavam com muita agua e eu seguia devagar para não danificar o carro.
De repente 3 sujeitos armados numa viatura rodearam o meu carro, não ofereci resistência e abri as portas. Disse apenas para não me fazerem mal que estava com a minha filha de 12 meses, sentada no banco de trás. Entraram no carro, puxaram me para o banco de trás, dois ficaram a frente , um comigo atras e saíram em alta velocidade. Estavam muito nervosos, eu disse que dava tudo, o carro, dinheiro, mas que me deixassem apenas com a minha filha, disseram que não. Mais a frente, resolveram fechar me na bagageira do carro para não identificar para onde me levavam, ficando a minha filha sozinha a frente aos gritos. Entretanto como estava fora do meu horário de chegada a casa o meu telemóvel tocou no alta voz da viatura, pararam num descampado, abriram a mala revistaram me, pensando que eu fizera a chamada, agrediram- me, apontaram me a arma a cabeça e disseram , só não te matamos por causa da tua filha. Voltaram a por me na mala, a arrancaram em alta velocidade. Consegui levantar o tampo da mala e ver o caminho, íamos em direcção a rotunda do Camama. Como a bebé não parava de chorar puxaram me para o banco de trás e puseram me a menina no colo, comecei a cantar para ela se acalmar, estava com fome. Um dos assaltantes era muito mau, ia ao volante, outro era calmo e calado ia sentado ao meu lado e demonstrava compaixão, e o terceiro era um pau mandado. Pegaram nos cartões multicaixa, pediram os códigos, foram ao multicaixa e disseram se os códigos estiverem errados a tua filha será a primeira a morrer. Dei o código certo obviamente. Entretanto vendaram me os olhos, e continuaram, fazendo planos de ir as compras, pois 40.000 kz era pouco. Pararam num beco, dois saíram do carro e ficou o mais calmo comigo, mas passou para o lugar do pendura com a arma. Ficamos ali muito tempo. Pedi para tirar a venda, deixou, comecei a falar com ele, conversava comigo, o tempo passava, pedi lhe ao fim de quase 30 minutos que me deixasse fugir, que o iria ajudar, e ajudar a sua família. Ele perguntou me onde trabalhava, menti, e disse a minha antiga empresa, bastante conceituada por aqui, ele conhecia bem, perguntou o meu nome, e foi visível, que por coincidência, ele me conhecia, ou conhecia alguém que me conhecia, foi muito estranho, parecia assustado. Disse passados alguns minutos, passa para o banco da frente, para o volante, liga o carro, e acelera, foge, foge... Tinha o meu portátil ao peito, pedi que me desse, tinha muitas coisas minhas, pousou o pc no carro, bateu a porta e eu fugi. Estava parada num beco escuro ao lado de um hiper conceituado em luanda, o Alimenta Angola, onde eles faziam compras, entrei na estrada principal, entrei em pânico, fiquei gelada, fugi para o lugar mais próximo publico onde conhecesse alguém, parei a sensivelmente 2km dali, num outro hiper, o Deskontão onde me ajudaram e onde finalmente chamaram a polícia, a minha família, etc. O caso esta na polícia de investigação. Segunda- feira vou ver as camaras para reconhecer os assaltantes, pois temos o extrato, movimento, horas e locais onde movimentaram os valores. Fizeram compras quase de 400.000 kz . Isto pode acontecer a qualquer um, ninguém esta livre, e tudo muito rápido. A minha preocupação era a minha filha. Enquanto esperava o pior, consegui abrir um pouco as janelas de trás do carro, um pouco de cada lado, porque atras são manuais, para que se me matassem, a menina pudesse respirar e se chorasse a pudessem ouvir. Estou traumatizada, ainda a recuperar, se tenho medo, tenho sim, muito, quem não teria. Quero justiça, mas sobretudo quero alertar para que apesar do trafego não optem por vias alternativas. Prefiro manter o anonimato, caso me queiram conhecer não há problema, mas publicamente, quero manter a minha família, no anonimato. Sou gestora numa empresa líder de distribuição de bebidas em Angola. Muito grata, façam a minha voz o meu desespero chegar a algum lado Tenho 35 anos, sou casada com angolano, respeito portanto muito a cultura, e estou revoltada por isso. Sou portuguesa, trabalhadora em Angola, agora residente.
DICAS... Ter sempre um telemóvel na mala e no banco de trás para situações de emergência escondido, desligado, em vibrador. Colocar o novo sistema de GPS na viatura que permite 3 números de telefone, ligar para a viatura e ouvir em tempo real o que passa dentro da viatura sem que alguém se aperceba. Custo acessível."


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