Por João Santa Rita | Washington VOA
Mais de 50 pessoas foram presas pelas
autoridades angolanas na sequência das manifestações de ontem de desmobilizados
das forças armadas, disseram hoje fontes em Luanda.
O governo provincial de Luanda confirmou
terem-se efectuado prisões mas negou que se tivessem registado vítimas nos
confrontos de ontem durante uma manifestação de desmobilizados.
Manifestantes disseram ontem que durante os
confrontos a polícia tinha feito uso de armas de fogo resultando no
ferimento de vàrias pessoas, havendo também noticias não confirmadas de duas
mortes.
O governo provincial de Luanda disse que os
incidentes se tinham registado já depois das autoridades terem retomado o pagamento
dos subsídios de desmobilização de ex-militares e disse terem se
registado detenções não especificando contudo o numero.
O tenente-general Artur de Oliveira, do
Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, acusou agitadores de se
terem infiltrado entre os ex-militares para provocar distúrbios.
O jornalista Coque Mukuta disse á Voz da
América que mais de 50 pessoas tinham sido presas durante a manifestação ou
após a mesma.
Mukuta disse que o governo tinha começado a
efectuar pagamentos mas que estes não incluíam todos os desmobilizados.
“Uma boa parte” dos desmobilizados não estão
ser pagos, disse Mukuta.
“Por exemplo, em Viana vivem muitos
ex-militares e foi publicada uma lista com 70 ou 73 ex militares,” disse.
“Muitos desses ex- militares não são
contemplados e não têm uma explicação porque é que não são contemplados,”
acrescentou.
O jornalista disse ter havido “muitos”
feridos durante as manifestações de ontem mas disse que não se confirmar a
morte de duas pessoas.
Segundo os manifestantes um deles teria sido
atingido por um tiro na cara e outro nas costas, mas Mukuta disse não se saber
esses dois indivíduos tinham morrido.
As autoridades angolanas não negaram que
tivessem sido disparados tiros durante a manifestação afirmando que
face a “actos desordeiros” a polícia tinha sido chamada a manter a lei, a ordem
e a tranquilidade públicas, em conformidade com as normas jurídicas legalmente
estabelecidas".
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