quinta-feira, 21 de junho de 2012

Mais de 50 pessoas presas em Luanda após manifestações


Por João Santa Rita | Washington VOA
Mais de 50 pessoas foram presas pelas autoridades angolanas na sequência das manifestações de ontem de desmobilizados das forças armadas, disseram hoje fontes em Luanda.

O governo provincial de Luanda confirmou terem-se efectuado prisões mas negou que se tivessem registado vítimas nos confrontos de ontem durante uma manifestação de desmobilizados.

Manifestantes disseram ontem que durante os confrontos a polícia tinha feito uso de armas de fogo  resultando no ferimento de vàrias pessoas, havendo também noticias não confirmadas de duas mortes.

O governo provincial de Luanda disse que os incidentes se tinham registado já depois das autoridades terem retomado o pagamento  dos subsídios de desmobilização de ex-militares e disse terem se registado detenções não especificando contudo o numero.

O tenente-general Artur de Oliveira, do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, acusou agitadores de se terem infiltrado entre os ex-militares para provocar distúrbios.

O jornalista Coque Mukuta disse á Voz da América que mais de 50 pessoas tinham sido presas durante a manifestação ou após a mesma.

Mukuta disse que o governo tinha começado a efectuar pagamentos mas que estes não incluíam todos os desmobilizados.

“Uma boa parte” dos desmobilizados não estão ser pagos, disse Mukuta.

“Por exemplo, em Viana vivem muitos ex-militares e foi publicada uma lista com 70 ou 73 ex militares,” disse.

“Muitos desses ex- militares não são contemplados e não têm uma explicação porque é que não são contemplados,” acrescentou.

O jornalista disse ter havido “muitos” feridos durante as manifestações de ontem mas disse que não se confirmar a morte de duas pessoas.

Segundo os manifestantes um deles teria sido atingido por um tiro na cara e outro nas costas, mas Mukuta disse não se saber esses dois indivíduos tinham morrido.

As autoridades angolanas não negaram que tivessem sido disparados tiros durante a manifestação  afirmando que  face a “actos desordeiros” a polícia tinha sido chamada a manter a lei, a ordem e a tranquilidade públicas, em conformidade com as normas jurídicas legalmente estabelecidas".

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