Por Carlos Duarte
Os esforços de publicidade da administração
da TAAG- Linhas Aéreas de Angola, sobre a melhoria dos serviços da companhia
aérea nacional, têm sido baseados na aquisição de novos aviões e no desempenho
técnico. No entanto, a realidade tem demonstrado que a TAAG mantém o seu perfil
fundamental no tratamento dos passageiros – o desrespeito.
A 18 de Junho, mais de meia centena de
passageiros com viagem marcada para Luanda a partir do Rio de Janeiro foram
surpreendidos, com a notícia de que não podiam embarcar no vôo DT 742 para o
qual tinham confirmação. A TAAG nem sequer se deu ao trabalho de informar
previamente a maioria dos passageiros. Estes souberam apenas no acto de
check-in, no aeroporto do Galeão, na cidade brasileira. A delegação da TAAG no
Rio de Janeiro informou, aos poucos passageiros por si contactados e a algumas
agências de viagem, que a “queda” se deveu à prioridade dada à delegação
governamental angolana que participou na conferência internacional sobre o
ambiente, designada Rio +20, realizada na mesma cidade.
De certo modo, as entidades governamentais
continuam a tratar os aviões da TAAG, enquanto empresa estatal, como parte de
uma frota aérea ao seu serviço. O princípio de autonomia de gestão, na
prestação de serviços, tanto em relação ao governo como em relação aos cidadãos
em geral, é letra morta na TAAG.
Por exemplo, em Agosto de 2010, 47
passageiros ficaram em terra, em Lisboa, sem comunicação prévia, porque a
companhia aérea entendeu dar prioridade à selecção nacional de basquetebol que
saía do campeonato mundial da modalidade disputado na Turquia. Sem qualquer
reserva prévia, todos os membros da delegação desportiva embarcaram em prejuízo
de quase meia centena de passageiros, a maior parte deles avisados apenas
quando já se encontravm no aeroporto da Portela.
Em Janeiro desse mesmo ano, a companhia
cancelou um vôo de carreira para Lisboa e alugou o avião assim disponibilizado
ao Movimento Nacional Espontâneo (MNE), um braço social do MPLA, para levar uma
delegação e alguns adeptos à Guiné Equatorial, para verem os jogos da selecção
nacional de futebol na fase final do Campeonato Africano das Nações.
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