quarta-feira, 20 de junho de 2012

Quero saber se o meu marido está morto ou vivo - esposa de Alves Kamulingue



Luanda - Quero saber se o meu marido está morto ou vivo. Este é o grito de desespero de Elisa Rodrigues, esposa de Alves da Silva Kamulingue que com Isaias Sebastião Kassule desapareceu no passado mês de Maio.

Fonte: VOA
Os dois homens de 30 e 34 anos respectivamente desapareceram depois de terem estado envolvidos em manifestações de antigos membros da Guarda Presidencial e das forças de segurança exigindo o pagamento de pensões.

Os familiares dos desaparecidos em Luanda no passado mês de Maio exigem explicações sobre o paradeiro dos seus entes que se crê tenham sido raptados.
A situação tem deixado em grandes dificuldades as duas famílias humildes  que residem nos Distritos Urbanos de Cacuaco e Cazenga.

Teresa Jacinto esposa de Kassule, bem como a sua mãe Madalena, dizem-se, agastadas de tanto procurarem pelo mesmo desde que este desapareceu a 29 de Maio.

Visitas a unidades policiais e hospitalares não tiveram qualquer sucesso.

Elisa Rodrigues esposa de Alves da Silva Kamulingue com quem tem dois filhos, disse que não tem informações das autoridades sobre o paradeiro do esposo. Apesar do desepero explica que os seus familiares não cessam as buscas.

Elisa apela a que lhe informem se o marido está vivou ou morto para que tudo seja esclarecido.

Alves Kamulingue saiu de casa no passado dia de 27 de Maio, e nunca mais voltou.

Ao meio dia circulava no largo da Mutambna, na baixa de Luanda com o objectivo de acompanhar uma manifestação que juntou antigos membros da Unidade de Guarda Presidencial (UGP) e ex-combatentes para a reclamação de pensões.

Dois dias depois, a 29 de Maio, o seu companheiro Isaías Kassule, um dos organizadores da manifestação, foi raptado ao anoitecer, nos arredores do mercado do Asa branca, distrito Urbano do Cazenga.

Há uma semana Gaspar Lwamba um dos membros de grupo juvenil que tem realizado manifestações de protestos contra permanência de José Eduardo dos Santos no poder, foi raptado quando se encontrava na Universidade e solto dias depois. Lwamba, contou sem gravar entrevista, que terá sido duramente torturado.

Segundo o jornalista Rafel Marques que tem acompanhado o caso, no seu sítio na internet Makaangola, é preocupante o facto da Presidência da República, como instituição visada pelo protestos, se manter silenciosa.

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