segunda-feira, 25 de junho de 2012

O MPLA e a teoria dos “milhões” - José Gama


Fonte: Club-k.net
Conseguiu-se  apenas  mobilizar   5% de um milhão
Não obstante ao  poder de mobilização que se atribui ao MPLA, há por outro lado, cálculos avançados nos discursos dos políticos cuja realidade contradiz . O estádio “11 de Novembro”  tem capacidade para acolher  50 mil pessoas. A  Agencia Angop noticiou, sábado que  o estádio estava quase cheio. Se  estava quase  cheio  quer dizer que o MPLA não conseguiu  mobilizar  mais de 50 mil militantes e amigos naquele espaço. 
Assumamos que estiverem  no estádio exactamente 50 mil militantes.  Para chegar   a um milhão  de pessoas conforme prometeu o MPLA, seriam necessárias outras   950  mil pessoas para o estádio. Se o estádio acolhe 50 mil pessoas, o MPLA precisaria 20 estádios  semelhantes  ao “11 de Novembro”  para acolher  as “um milhão”  de pessoas (20 x 50 000).  Quer dizer que da promessa feita, o partido no poder (mesmo com ajuda da publicidade da TPA, RNA, e Jornal de Angola)  conseguiu-se  apenas  mobilizar  cerca de 5% de um milhão para o estádio.   Das duas umas: ou o MPLA   esta com problemas  de mobilização ou  os seus dirigentes não tinham noção do que corresponde a “um milhão”  de gente.
A cidade de Luanda tem  cerca de 2 500 000 (dois  milhões e quinhentos mil ) eleitores inscritos, o que equivale o numero de pessoas que podem votar nas eleições de  31 de Agosto.  Assumamos que estejamos em eleições perfeitas e  todos votem.  Para um partido eleger  os cinco  deputados pelo circulo provincial  de Luanda, precisaria  de 500 mil votos para cada parlamentar.   Ou    seja terá que se  dividir o numero de  eleitores de  Luanda  por cinco.
Se toda moldura humana do MPLA em Luanda for a que esteve no estádio (pelo menos estiveram presente todos os CAP, e outros comitês o que   denota ter sido a maioria e não a minoria   dos militantes na capital do país) quer dizer que teriam dificuldades em  eleger   um deputado pelo circulo de  Luanda se este partido  contar apenas com os votos dos  seus militantes.  Se se  dizer que  faltou  militantes no estádio,  os faltosos deverão ser a minoria tendo em conta a dimensão  e importância da actividade com a presença do PR. Mesmo assim para eleger um deputado, o MPLA precisaria de 450 mil votos (o equivalente a 19 estádio cheio de gente/apoiantes)
A conclusão que se chega é que a política de se dizer que se  encheu  estádio com “ milhões”  e que seja sinônimo de vitoria eleitoral,  é um gesto fictícios que serve para causar   de impressionismo aos opositores.  Bornito de Sousa chegou a escrever no facebook, que a enchente  no estádio   foi  “inicio da corrida   para a vitoria.”
Outro    impressionismo esta no  que  escreveu, domingo ,  o DG adjunto  do Jornal de Angola, Filomenco Manaças. Segundo ele “O banho de multidão que se fez presente para ovacionar o  cabeça de lista do MPLA, o engenheiro José  Eduardo dos Santos, é por si só noticia em qualquer parte do mundo e não pode deixar de ser referenciando como algo simplesmente impressionante”. 
impressionismo idêntico aconteceu em  2008, em que as pessoas foram incutidas  de que  o MPLA  ganhou, em Luanda,  com resultados astronômicos   por ter  feito um  “mega” comício no zango.  Tal como sábado, a  moldura do comício do Zango  não  tinha o equivalente a dois estádio de futebol.

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