sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O Livro do Eclesiastes de Angola


Independência marcial

Eu vi uma pérfida coisa de quem governa: todos os assaltantes eram presos, e os que não o eram recebiam o veredicto popular à muçulmana: pancadaria até ao último sopro de vida. Assim uma espécie de apedrejamento à angolana.

Aos assaltantes que roubam milhões de dólares nada lhes acontece. Nesta lei angolana quem rouba milhões, perante a lei é legal. Quem não o consegue porque está proibido de o fazer claro, é ilegal. Logo, leva com o martelo da ilegalidade. Quem espolia milhões de dólares é empresário de sucesso, e quem rouba um pão, é um reles, um miserável criminoso.

Eu vi outra coisa que aterrorizou os meus olhos: campeões da corrupção nacional e mundial a organizarem maratonas de moralização da sociedade. O TPI, Tribunal Penal Internacional, pelos vistos não percebe nada de geografia, porque não sabe onde fica Angola. Claro que não existe. Só quando alguém sonha com o seu petróleo.

E vi a mais terrível das coisas: a cidade de Luanda rapidamente a ficar sem abastecimento de água. Como num plano macabro para exterminar de vez a negralhada que só chateia. Por enquanto ainda não conseguiram acabar de vez com estes bantus com os produtos importados envenenados. Então há que mudar de estratégia: os biocombustíveis também parecem a melhor solução. Não, nada de plantar para comer. GRANDE FOME FINAL À VISTA!

Por exemplo, os chineses estão a exportar para Angola tudo o que é lixo. Até teclados de computador com defeitos de fabrico. A tecla do sinal de interrogação e as da pontuação ficam mais à direita.

Molas para a roupa que quando se apertam desfazem-se nas mãos. Uma calha fluorescente de 20W, ao mudar a lâmpada … desfez-se em pó. Espirais de fumo contra os mosquitos que dizem durarem doze horas. É mentira! Esgotam-se em cinco.

O que os chineses sabem fazer muito bem é clonar muito mal. E andam por aqui com ares de muito importantes, como os novos colonizadores.
Pergunto-me: para que serão tantos milhares de chineses em Angola? Serão para a próxima reedição da síndroma cubana?!

Com tudo de má qualidade, aldrabado, porquê continuarem a edificar o que depois se vai arruinar?!

Nunca pensei ser imaginável em 2010, ano desta graça demoníaca, um governo liquidar as suas populações à fome e à sede, perante a passividade e cumplicidade internacionais.

Esta é a segunda dimensão da versão do feroz colonialismo. As populações angolanas já estão condenadas de antemão, sem salvação. Um gigantesco cemitério neocolonial aliado à feitiçaria aguarda-as.

Imagem: brasillibertario.blogspot.com

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