terça-feira, 17 de agosto de 2010

Os últimos dias de Pompeia (2)


O Fim
Este é o fim
Belo amigo
Este é o fim
Meu único amigo, o fim
Dos nossos elaborados planos, o fim
Você pode imaginar o que será?
Tão sem limites e livre
Precisando desesperadamente... de alguma... mão de estranho
Numa terra desesperada?

Esperando a chuva de verão, sim
Tem perigo no extremo da cidade
Passeie pela estrada do rei, bem
In This is the end. The Doors. Tradução: letras.terra.com.br/

Entretanto, o Grande Líder das Massas passeou calmamente por algumas ruas de Luanda, escudado nos seus centuriões impressionantemente bélicos, – está em terra de bárbaros – agora nas veste de agente imobiliário – seleccionando e orientando quais das dez mil residências para alargamento (?) das vias rodoviárias receberão o prémio da confiscação para demolição sem mais, que somadas ao anterior milhão dão mais uma caterva de um milhão e dez mil problemas sem solução.

Claro que isto não é prioritário, provavelmente é mais uma imposição dos agora amigos chineses de longa data. Como prioridades, não são o abastecimento de água e a energia eléctrica que estão num plano secundário desde a independência. Angola é muito grande, mas os cérebros que a governam desenham-na muito pequena, na mesquinhez. E o sistema de “destruição” de água a Luanda, foi-se, acabou-se, corromperam-no. Se não nos conseguem abastecer água, então não conseguem fazer seja o que for.
Será que venderam a água aos chineses!?
QUEREMOS ÁGUA!!!

E nas Lundas, revelando peculiar mestria política, o garante da governação diamantífera decretou a probidade da utilização de bandeiras dos partidos políticos.
Nesta banda tudo o que é anormal, decreta-se normal.


«Ipang – Indústria de Papel e Derivados, Limitada (10%)
Sócio
Função
N’datembu – Comércio Geral, Importação e Exportação Ltda.

A Ipang é a única empresa beneficiária que apresenta, na sua estrutura accionista formal, empresários. A N’datembu tem entre os seus accionistas Miguel Domingos Martins e filhos, o advogado Ildeberto Manuel Teixeira e o português José Mamade Etbal. Outro nome associado à Ipang é o do empresário espanhol Óscar Ouersagasti Soraluce. De qualquer modo, a entrada no capital da Movicel é a única actividade empresarial publicamente conhecida da Ipang.

Presidência da República: O Epicentro de Corrupção em Angola
Rafael Marques de Morais www.makaangola.com

Mais informações sobre este grupo e outros eventuais investidores serão actualizadas oportunamente.
Lambda (6%)

Sócio
Função
José Carvalho da Rocha Ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação
Aristides Safeca Vice-ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação
Zulmira Mitange da Rocha Esposa do ministro José Carvalho da Rocha
Arminda Vireya Safeca de Sá Parente do vice-ministro Aristides Safeca
Antónia Dias dos SantosCaxinda

Enquanto director nacional das Telecomunicações, Aristides Cardoso Frederico Safeca integrou a Comissão de Negociação da Movicel, em cumprimento do Despacho n° 67/07 do ministro das Finanças José Pedro de Morais, datado de 19 de Janeiro de 2007. Essa comissão era chefiada pelo então assessor económico do Presidente José Eduardo dos Santos, Archer Mangueira.

Desde 2 de Outubro de 2006, Aristides Safeca exerce as funções de presidente do Conselho de Administração e director da empresa belga Parisa, S.A. O mesmo Aristides Safeca, em sociedade com os seus irmãos Alcides Safeca, secretário de Estado do Orçamento (Ministério das Finanças) e Amílcar Safeca, director da UNITEL, são os sócios maioritários da Trans Omnia, na qual se associam ao general Fernando Vasquez Araújo, chefe da Direcção Principal de Armamento e Técnica do Estado Maior General das FAA. A Trans Omnia tem sido privilegiada com contratos multimilionários para o abastecimento de bens alimentares às FAA, um assunto a ser abordado à parte.

Apesar da nova Lei da Probidade, Aristides Safeca continua, de forma impune, a acumular funções públicas com cargos privados. O vice-ministro para as Telecomunicações mantém-se como presidente do Conselho de Administração e director de uma empresa estrangeira, a Parisa (com sede na Bélgica), e a realizar múltiplos negócios com o Estado para seu enriquecimento, de familiares e seus associados.
Novatel (5%)


Sócio
Função
Hélder Bruno da Gama Bento
Paula Sammer Pinto Jorge
Aurélio Vimbuando Muelecumbi
Onezandro Catinhe Mauro Santos Piedade
Marília da Conceição dos Santos Kissuá


A atribuição de uma quota à Novatel, na privatização da Movicel, é mais uma prova de desvio do património público em prejuízo do Estado. A Novatel foi criada a 29 de Abril de 2009, após apresentação do parecer da Comissão de Negociação da Movicel e três meses antes do anúncio formal das empresas beneficiárias, pelo Conselho de Ministros.

À data da privatização formal da Movicel, os sócios da Novatel, acima descritos, não apresentavam individual ou solidariamente quaisquer investimentos que os identificassem como empresários. Apesar das objecções de uma das figuras citadas em assumir a sua participação no negócio, devido à existência de expedientes jurídicos para encobrir os verdadeiros accionistas, as acções da Novatel são nominativas.

Tal como os estatutos obrigam (art. 5, 1), as acções têm titulares precisos e determinados, conforme a lista acima descrita. Para todos os efeitos, são formalmente responsáveis pelos deveres e obrigações decorrentes da titularidade das acções, sendo portanto os titulares das mesmas accionistas formais.
Anotações sobre a Movicel


Os nomes revelados nas estruturas accionistas das empresas a favor das quais o Conselho de Ministros privatizou a Movicel revelam, de forma clara, a mentira do governo sobre o assunto. Não se trata de um negócio sedimentado numa estrutura do empresariado nacional e muito menos de grupos com recursos financeiros para contribuir para o tesouro nacional face “à crise financeira mundial”, conforme argumento oficial acima referido. A urgência a que o governo aludia para gerar fundos para os cofres do Estado também é um engodo, pois não há qualquer confirmação oficial e pública do pagamento dos 200 milhões de dólares ao Estado, como é regra. Por outro lado, vários economistas estimam que a Movicel, mesmo na venda a saldos, vale vezes mais do que o valor estabelecido pelo governo. Trata-se de um expediente de alienação do património do Estado a favor de desígnios privados geridos pelo chefe da Casa Militar do Presidente da República em cumplicidade com outros órgãos de influência junto da presidência e dos titulares do Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação acima mencionados.»

Imagem: morrodamaianga.blogspot.com/

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