terça-feira, 20 de novembro de 2012

Cerca de 80% dos portugueses que emigram para fora da Europa vão para Angola


 (Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um império colonial
"Sabe, no fundo eu sou um sentimental
Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dose de lirismo
(além da sífilis, é claro)
Fado Tropical
Chico Buarque)
Lisboa – Cerca de 80 por cento dos portugueses que querem emigrar legalmente para fora da Europa vão para Angola e outros 15 por cento deslocam-se para Moçambique, disse o secretário de Estado das Comunidades. "Nós sabemos que, mais ou menos, 80 por cento das pessoas que procuram os nossos serviços, quer em Lisboa, quer no Porto, para legalizarem documentos indispensáveis à obtenção de vistos de trabalho tem como destino Angola", declarou José Cesário.

Fonte: Sol Club-k.net
O secretário de Estado, que se encontra-se na Venezuela para uma visita até domingo, referiu ainda o crescimento pela procura por Moçambique. "Sabemos que há perspectivas de desenvolvimento económico muito grande, por exemplo, em Moçambique. Já verificamos que em cerca de 250 pessoas que todos os dias legalizam documentos nos nossos serviços em Lisboa e no Porto, mais ou menos 15 por cento se destinam a Moçambique", afirmou José Cesário.

Segundo o secretário de Estado, há dois anos os números da procura por Moçambique "eram perfeitamente residuais, o que evidencia uma tendência de crescimento". "Quando vamos a estes locais também sabemos que esse movimento é visível", sublinhou ainda.

Referindo-se a outros destinos, o governante deu como exemplo o interesse e as oportunidades que existem no Brasil. "Nós sabemos que, por exemplo, no Brasil há muitas oportunidades de trabalho, embora de difícil acessibilidade. (...) Estes dados são objectivos, no estado do Rio de Janeiro vão fazer-se nos próximos três, quatro anos, obras acima dos 50 mil milhões de dólares", indicou.

Para José Cesário, "é fácil perceber que vai entrar muita mão-de-obra estrangeira (no Brasil), quer qualificada e, porventura, até não qualificada", acrescentando que "há muita gente interessada nesse mercado".

Questionado sobre o número de pessoas que deixa Portugal por ano, o secretário de Estado referiu que para a emigração para fora da Europa, há "alguns dados que pelo menos permitem saber para onde é que vai a maioria das pessoas, em termos legais, ou seja, as pessoas que procuram obter um visto de trabalho". "Eu tenho dito e repetido várias vezes que, no espaço da União Europeia não há estatísticas seguras. A maior parte do trabalho é temporário e sazonal. Como há livre circulação de pessoas, mesmo estatísticas locais de emprego, em regra, não revelam imediatamente estes fluxos laborais", acrescentou.

O principal destino dos portugueses, de acordo com o secretário de Estado, ainda é o espaço da União Europeia, apesar da retracção económica e da evidente redução do número de empregos. "Países como França, Luxemburgo, Suíça e Reino Unido têm sido e continuam a ser dos principais destinos da nossa emigração, embora notando-se uma redução muito grande, mas é impossível termos uma avaliação adequada de quantas pessoas para lá vão e em que circunstâncias", acrescentou.

"Isso, normalmente, é um fenómeno que é avaliado pelas estatísticas locais de emprego, sempre 'a posteriori', e para o trabalhador que estabiliza a sua relação laboral", disse. "Portanto, não é possível ter números seguros, temos estimativas e eu tenho dito que são com certeza anualmente para cima de 100 mil pessoas. É o número que tenho revelado, mas que tem a ver com essa avaliação que nós fazemos", sublinhou.

"Há, evidentemente, aquele fenómeno que é normal em tempo de crise económica. As pessoas que ficam desempregadas ou a procura de primeiro emprego procuram encontrar soluções para as suas vidas", afirmou.

José Cesário alertou, no entanto, que muitas pessoas vão para o Brasil, Estados Unidos, Canadá, Austrália e outros países para aproveitar as facilidades que têm enquanto turistas para circular nestes países, "o que os leva a cair em situações irregulares".

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