Luanda - Integra do
Discurso do Presidente da UNITA por ocasião do 3 de Agosto
2013
Caros companheiros membros da Direcção do nosso Partido,
Caros Senhores Deputados
Prezadas Companheiras Mamãs da LIMA,
Caros Membros, Militantes e Amigos do nosso Partido,
Caros Compatriotas!
Caros companheiros membros da Direcção do nosso Partido,
Caros Senhores Deputados
Prezadas Companheiras Mamãs da LIMA,
Caros Membros, Militantes e Amigos do nosso Partido,
Caros Compatriotas!
Antes de mais, nós
gostaríamos de saudar a todos com um vivo muito boa tarde.
Queremos também
dizer que esta actividade começou há pouco, exactamente porque tínhamos um
lugar previsto e as forças anti - democráticas impediram-nos de realizar este
acto lá, onde nós queríamos realizá-lo, privaram assim milhares de pessoas
deste convite porque até bem pouco tempo ainda estavam a ir pessoas para o
local inicialmente previsto.
Mas eu queria
agradecer a todos que fizeram tudo para virem até aqui e assegurar que apesar
destes impedimentos que não começam hoje, a nossa luta pela democracia vai
triunfar.
Hoje é 3 de Agosto
e queremos saudar esta histórica data que é dia do nascimento do nosso
Presidente Fundador Dr. Jonas Malheiro Savimbi. A 3 de Agosto nasceu no
Munhango, na província do Bié, o Dr. Jonas Malheiro Savimbi que fundou a UNITA.
O 3 de Agosto é portanto uma data histórica que deu lugar ao homem que fundou este instrumento que se tem revelado forte na defesa dos oprimidos e dos pobres.
O 3 de Agosto é portanto uma data histórica que deu lugar ao homem que fundou este instrumento que se tem revelado forte na defesa dos oprimidos e dos pobres.
3 de Agosto deu
lugar ao Projecto de Muangai que se consubstancia em cinco princípios:
1. Liberdade e Independência total para os homens e para a pátria-mãe,
2. Democracia assegurada pelo voto do povo através de vários partidos políticos,
3. Soberania expressada e impregnada na vontade do povo de ter amigos e aliados, primando sempre pelos interesses dos angolanos,
4. Igualdade de todos os angolanos na pátria do seu nascimento e
5. Na busca de soluções económicas priorizar o campo para beneficiar a cidade.
1. Liberdade e Independência total para os homens e para a pátria-mãe,
2. Democracia assegurada pelo voto do povo através de vários partidos políticos,
3. Soberania expressada e impregnada na vontade do povo de ter amigos e aliados, primando sempre pelos interesses dos angolanos,
4. Igualdade de todos os angolanos na pátria do seu nascimento e
5. Na busca de soluções económicas priorizar o campo para beneficiar a cidade.
Se estivesse em
vida o Dr. Jonas Malheiro Savimbi teria feito hoje 79 anos de idade. Mas este
homem que teve uma carreira e uma vida dedicada ao povo angolano. Foi um
cidadão sensível aos problemas do povo, ele tinha um empenho total às causas
profundas e legítimas do seu povo, ele que era um condutor de homens, cujo
pensamento e acção determinaram a evolução do processo de libertação do povo de
Angola e da Africa Austral, tornando-lhe num dos patriotas mais vibrantes e
empreendedores do fim do seculo XX.
Foi o Dr. Jonas
Malheiro Savimbi que tinha uma visão clara e convicto da dinâmica da sociedade
e da necessidade de se ajustar à política e a evolução inevitável da história.
Foi o Dr. Jonas Savimbi que embora muitos procurem negar, ao longo dos anos de
sua existência lutou incansavelmente para implementação da democracia no nosso
país. Ao longo dos seus anos de existência e ainda hoje também, têm sido muitos
os que procuram deturpar e ofuscar a sua obra.
Onze anos depois
da sua morte ainda muitos se dedicam a difamar o seu nome e a denegrir a sua
imagem, tentando apaga-lo da história. Porém, os factos têm-se revelado
teimosos, sobretudo quando se trata de um homem cujas ideias se transformaram
num pensamento-metre de milhões de seus compatriotas e não só. A obra do Dr.
Savimbi é inapagável e a sua memória viverá para sem na história de Angola e na
história da humanidade.
Saudamos, portanto
este dia que como já disse é um dia histórico. Como já foi dito aqui, há poucos
dias o nosso Comité Permanente declarou o mês de Agosto como mês de reflexão
patriótica sobre o rumo que o nosso país está a tomar, sobre o destino do nosso
país. No dia em que celebramos o nascimento do nosso presidente fundador, do
herói que dedicou toda a sua vida ao serviço do seu povo e da sua pátria, é
justo que façamos esta reflexão durante o mês de Agosto. Devíamos reflectir
sobre o nosso país, sobre as nossas vidas e sobre o nosso futuro.
Procuram hoje
distrair-nos com coisas superficiais, que não nos levam para lado nenhum. Nós
devíamos dedicar a nossa atenção e o nosso tempo na reflexão sobre o futuro do
nosso país que é o futuro das nossas vidas. A questão que se coloca é: “para
onde vais nossa Angola”.
Querem nos
distrair com coisas vãs, mas na reflexão que nós devemos fazer reflitamos verdadeiramente
sobre esta juventude que vemos aqui à nossa frente, que futuro espera, se nem
sequer têm a possibilidade de continuar com os vossos estudos, que futuro vos
espera jovens se para continuar os estudos superiores têm de pagar a gasosa?
Como é que vão organizar a gasosa, se não têm emprego?
Que futuro vos
espera se mesmo aqueles que conseguem lugar nessas escolas não têm condições e
quando se dedicam aos seus estudos ao fim de três-quatro anos as suas notas
também não aparecem? Não conseguem defender as suas teses porque as notas ainda
estão com o professor que viajou? Que futuro vos espera se o vosso dinheiro,
aquele dinheiro com que se deveria criar condições nas escolas, que devia pagar
melhor os professores para ensinarem melhor anda a passear-se na Europa nas
casas de jogos?
Eu pergunto que
futuro é que nos espera se o nosso próprio dinheiro serve para comprar as
nossas consciências, para passarmos na televisão que é pública a ver pessoas a
negar as suas próprias convicções em que acreditaram durante anos, para dizer
que agora me passo para este ou para aquele, com o vosso próprio dinheiro.
Que futuro é que
vos espera, se os nossos dirigentes dizem que democratas mas querem continuar
num sistema monopartidário. Só quem não acredita no sistema multipartidário é
que se ocupa de esbanjar o dinheiro do povo para comprar uma poucas
consciências e exibi-las como troféu, dizendo que passaram para este ou aquele
partido. Que democracia é esta em que aqueles que governam querem ficar
sozinhos, contentam-se em mostrar que estão a esvaziar os outros partidos? Que
democracia é esta? Que futuro nos espera nesta democracia?
Dizia eu que
querem distrair-nos com coisas superficiais, mas nós queremos que aqui
reflictamos seriamente sobre as nossas vidas, reflictamos sobre aquilo que se
possa constituir em soluções para nos sairmos desse imbróglio em que está
mergulhado o nosso país. Nós queremos que nos falem das autarquias, porque é
através deste sistema das autarquias que poderemos resolver vários problemas
que nos afectam hoje.
É verdade que eu
noto que muita gente não sabe o que são as autarquias e não veem a importância
deste sistema das autarquias e quando nós falamos das autarquias eles não
compreendem por quê. Mas eu repito, é através das autarquias que nós vamos
poder resolver os nossos problemas, a falta de água, que no fundo é deliberada,
porque quem tem a cisternas de água são eles (governantes) que nos vendem o
balde de água a 50 kwanzas.
Então, não lhes
interessa meter a canalização que nos traga água para as nossas casas, sob pena
da cisterna ficar parada. Não lhes interessa também resolver o problema de
energia elétrica porque eles (governantes) são sócios de Libaneses que vendem
geradores. Não lhes interessa que vocês jovens tenham emprego, que estudem bem,
porque o colégio, a universidade privada também é deles (governantes).
Não lhes interessa
melhorar o sistema público de educação. Senão a Universidade privada não
encontra alunos. Então, na autarquia o cidadão elege aqueles que lhe vão
dirigir-governar e o próprio cidadão participa na gestão daquilo que diz
respeito à sua vida. No Kilamba Kiaxi, na Samba, na autarquia é o cidadão que
vai escolher o administrador. O administrador não é nomeado lá na Cidade Alta,
é eleito pelo povo na autarquia.
É o cidadão que
conhece quem trata melhor o povo, é o cidadão que vai escolher e é o cidadão
que vai determinar se o que lhe interessa mais é escola primária ou a
Universidade no bairro, ou a canalização de água. É ele que vai dizer se o que
lhe interessa mais é o campo de futebol ou uma discoteca. É o cidadão que vai
determinar se o que lhe interessa resolver com maior prioridade é na área onde
vai ter possibilidade de conviver com os outros nos momentos livres ou se a
vala. Portanto, as autarquias são um sistema que pode beneficiar melhor o
cidadão do que a gestão administrativa que se faz hoje.
Portanto, quando
estamos a falar das autarquias e da necessidades delas acontecerem o mais breve
possível, é porque nós queremos que o cidadão de facto tenha oportunidade que
já está na Constituição. Estão nos a distrair com conferências aqui e acolá,
queremos que nos digam quando é que as autarquias acontecem. É isso que nos
interessa, é isso que nós queremos ver. Portanto, esta é uma das questões sobre
as quais reflectir profundamente neste mês de Agosto.
Vamos organizar
seminários, eventos onde o cidadão deve conhecer o que é uma autarquia, como
funciona e quais são as vantagens desse sistema.
Estão nos a distrair com encontros chamados diálogo com a juventude. Só agora é que se faz diálogo com a juventude? Não sabem o sofrimento, a vida que a nossa juventude leva no país? Só agora é que entenderam isso? É para nos distraírem. Nós precisamos de soluções, agora.
Estão nos a distrair com encontros chamados diálogo com a juventude. Só agora é que se faz diálogo com a juventude? Não sabem o sofrimento, a vida que a nossa juventude leva no país? Só agora é que entenderam isso? É para nos distraírem. Nós precisamos de soluções, agora.
Querem nos
distrair com campeonatos mundiais. Muito bem, queremos ver o Hoquei, mas não é
a nossa prioridade, as nossas prioridades são outras. Despendem dinheiro em
coisas supérfluas quando falta transporte para escola, quando não se consegue
emprego, nem as três refeições diárias. Paremos um bocado para reflectir. O que
é que devemos fazer? Precisamos de nos organizar, para exigirmos que os nossos
direitos sejam materializados, para exigir que sejamos livres, de dizer aquilo
que queremos, livres na pátria do nosso nascimento.
Livres para que
não tenhamos receio de dormir sem sabermos se nos vêm bater à porta a meio da
noite. Mobilizemo-nos e organizemo-nos para podermos exigir que haja segurança
nos nossos bairros, para que não tenhamos medos de nos dirigirmos às nossas
casas. Que acabem as ameaças de morte, estes dias vários cidadãos estão a ser
ameaçados de morte. O soba Katapi denunciou, numa rádio que estava a receber
telefonemas anónimos com ameaças de morte.
Estamos a receber
nós todos ameaças de morte (…) cuidado vai morrer. Companheiros não aceitemos,
é apenas para nos intimidar. Antes pelo contrário mobilizemo-nos,
organizemo-nos para exigir a nossa segurança. Convocam-nos para os tribunais
sem nos dizer porquê e dizem que estamos numa república democrática e de
direito? Não, não é assim! Numa república democrática de direito ninguém te
convoca sem você saber para quê. E eles (regime) sabem, estudaram o direito, só
não sei se o estudaram bem ou mal. Tudo isso é só para nos intimidarem. De
cabeça erguida continuemos a marchar, sigamos este exemplo do nosso Presidente
fundador com todas as ameaças, com todos os processos de exclusão continuou a
sua marcha até a morte para que nós possamos ter liberdade, para que o nosso
povo conhecesse a Independência. Então, os exemplos estão aí. Nada nos
intimida, não aceitemos, marchemos.
Portanto, dizia eu
que Agosto é o mês de reflexão, aqueles que não começaram ainda comecem já aqui
e quando sairmos daqui, vamos para os nossos bairros encontrar os nossos
vizinhos, os nossos amigos, os nossos colegas, os nossos parentes e digamos
Agosto é o mês de reflexão para encontrarmos soluções para as nossas vidas e
para o nosso país.
Enquanto eles nos
procuram ameaçar e intimidar nós preguemos a unidade. Somos todos angolanos.
Enquanto nos ameaçam, nos excluem e procuram nos humilhar e denegrir nós
preguemos o amor, a caridade, a solidariedade. Somos todos angolanos e digamos
bem alto VIVA A UNITA que na sua génese, nos seus princípios e na sua filosofia
prega a unidade e a inclusão.
Para a UNITA todos devem ter as mesmas oportunidades. Não há discriminação.
Para a UNITA todos devem ter as mesmas oportunidades. Não há discriminação.
A UNITA não vai
fazer aquilo que o MPLA fazer agora com os outros (UNITA). Se você é do MPLA
tem emprego. Se você não é do MPLA não encontra emprego, até na escola pode ter
problema. Eu encontrei uma senhora na Lunda Norte que estava a estudar muito
bem, é inteligente, mas um dia descobriram que ela era da UNITA. A partir
daquele dia a perseguição começou e para exclui-la da escola, perguntaram-lhe
onde que tinha feito a 9ª Classe e quando disse que fez na Jamba foi
suficiente, exigiram-lhe trazer as notas e como o certificado da 9ª classe não
estava ali, então foi excluída primeiro dos exames do semestre e depois
impedida de entrar na escola.
Nós estamos a
dizer que com a UNITA não será assim. Não é isso que o Dr. Jonas Malheiro Savimbi
nos ensinou, não é para isso que ele (Savimbi) lutou. O Dr. Jonas Savimbi lutou
para que todos os angolanos encontrassem a prosperidade e a felicidade no seu
próprio país. Para UNITA todos são angolanos. Temos dito, repetidas vezes, no
dia em a UNITA chegar ao Governo e este dia não está longe, vamos estar no
Governo. Nas minhas conversas com os meus amigos costumo dizer que os angolanos
deviam nos permitir ainda que fossem só 5 anos, para verem como é que nós vamos
mudar isso (a situação).
Estas discriminações
desapareceriam, ao contrário do que andam a dizer por aí, (que nós vamos
despedir os funcionários públicos, que aqueles que estão na polícia vão ficar
sem emprego, que nós vamos trazer os nossos professores). Ao contrário de tudo
isso, nós vamos dizer que os professores não chegam, porque há muitas crianças
que não estudam, por falta de professores, quando há professores que não
ensinam, muitos deles mais competentes do que aqueles que ensinam, mas só não
ensinam porque não são do partido da estrela. Nós não faremos assim.
Naturalmente o que
vamos fazer é que o polícia deixe de cobrar a gasosa, isto sim, nós vamos fazer
e ele vai deixar de cobrar a gasosa, porque vai ganhar melhor. O polícia hoje
cobra a gasosa porque não ganha bem, os chefes ficam com o dinheiro. Com a
UNITA o polícia vai ter salário condigno e com salário condigno não precisa
cobrar a gasosa.
O funcionário vai
ter melhores condições. Quando durante a campanha eleitoral dissemos que íamos
pagar 50 mil Kwanzas como salário mínimo aos trabalhadores perguntaram onde
iriamos tirar o dinheiro, está aí o dinheiro a passear-se pela Europa, pelas
casas de jogos. Afinal há dinheiro que chega, eles (regime) é que querem que
seja só para alguns, quando o dono do dinheiro (povo) passa mal.
Companheiros!
Companheiros!
Tudo isso seja
motivo de reflexão. Não façamos reflexão apenas. Nós queremos reflexão e acção.
Reflictamos e passemos à acção e esta acção deve nos levar a mobilizar os
angolanos para que todos estejam organizados e prontos para a mudança que o povo
reclama.
Muito
obrigado!
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