A Renamo afirma que os seus
homens foram atacados com armas pesadas no passado sábado (10) e domingo (11),
na província central de Sofala, por forças militares e paramilitares
governamentais. O porta-voz do maior partido da oposição em Moçambique disse
ainda que os seus homens reagiram aos ataques e causaram 29 vítimas mortais e
37 feridos entre os militares das FADM e agentes das FIR.
Em conferência de imprensa nesta terça-feira
(13), em Maputo, Fernando Mazanga esclareceu que um contingente de 225
militares das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e agentes das
Forças de Intervenção Rápida (FIR), atacou com armas pesadas homens da segurança
da Renamo na região de Pondja, no posto administrativo de Múxùngue, distrito de
Chibabava, no centro de Moçambique.
Segundo a fonte os homens da Renamo foram
alertados do ataque das forças governamentais pela população local e “homens
amantes da paz” tendo se preparado para a “recepção da estranha e macabra
visita.”
Na sequência do ataque, e encontrando
resistência por parte dos homens da Renamo, “as forças do Governo da Frelimo
saíram em debandada, tendo deixado no terreno cadáveres, armas Ak 47, munições
e rocketes de RPG7, vulgo bazuka,” narrou o porta-voz da Renamo que acrescentou
que do lado dos seus homens não houve baixas.
Segundo Mazanga a Renamo não tem orgulho
pelas baixas nas forças governamentais "lamenta que mais de 20 anos depois
dos entendimentos de Roma tenhamos que regar o solo pátrio com sangue no lugar
de adubos e fertilizantes que nos trariam comida".
Este é o segundo
ataque, de conhecimento público, entre forças governamentais a homens
armados da Renamo que desde o passado dia 20 de Junho do corrente ano se
posicionaram mais próximos na Estrada Nacional nº1, a única via terrestre que
conecta o Sul ao Centro e Norte de Moçambique, alegadamente
alargando o perímetro da segurança do líder do partido, Afonso Dhlakama,
que desde de finais de 2012 reside na região mais concretamente em Sathundjira.
Questionado acerca do material bélico
abandonado pelas forças governamentais Fernando Mazanga disse “se calhar eles
hão de vir pedir as armas” e frizou que os seguranças continuarão a "agir
em legítima defesa, por enquanto não tem nenhuma acção de ataque a não ser a
que garanta a sua defesa e a defesa do património histórico da Renamo".
Renamo quer a Paz
Na mesma conferência de imprensa, Fernando
Mazanga reafirmou que o país não está em guerra "mas o governo esforça-se
por criar essa imagem para de seguida usar a propaganda enganosa e influenciar
a opinião pública sobre aquilo que a Renamo não é com o fito de colher
dividendos políticos e eleitoralistas".
"Todo mundo sabe porque é que o Governo
da Frelimo ataca a Renamo, o estranho da situação é o mutismo do Comandante em
Chefe das Forças de Defesa e Segurança e Chefe de Estado moçambicano, Armando
Emílio Guebuza, que nada faz para parar com a morte dos nossos jovens"
disse ainda o porta-voz da Renamo que noutra passagem referiu que o líder do
partido faz um apelo ao Presidente Guebuza para que dê ordem para os seus
comandantes pararem os ataques para que a paz prevaleça em Moçambique.
Segundo Mazanga, a Renamo não está em
condições de desenhar qualquer cenário futuro relativamente a esse assunto, mas
reitera que a sua aposta no diálogo e nas negociações para resolver qualquer
defendo com o Governo. “A Renamo não sabe qual é o propósito de Governo com
esses ataques. Não sabemos se o Governo alia esses ataques as eleições, às
negociações do Centro de Conferência Joaquim Chissano”, sublinhou Mazanga.
O porta-voz da Renamo voltou a manifestar a
disponibilidade do líder do partido em encontrar-se com o Chefe de Estado mas
que esse deverá ser um encontro que garanta resultados palpáveis. “A qualquer
momento o presidente Afonso Dhlakama está disposto e disponível para se
encontrar com o Presidente da República com quanto haja uma agenda concreta que
tenha sido iniciada no Centro de Conferencia Joaquim Chissano para se
ultrapassar os impasses ou discutir algo de concreto que não tenha alcançado
consenso no diálogo” referiu Mazanga que concluiu que o encontro deverá ter
substrato concreto pois “estamos cansados e encontros de aperto de mãos para a
impressa”.
Clique
aqui para entender o que distancia a Renamo do Governo da Frelimo.
http://www.verdade.co.mz/nacional/39112-renamo-confirma-confronto-com-fir-e-fadm-no-centro-de-mocambique
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