Luanda - As palmeiras que ganharam notoriedade na
implementação do programa de urbanização e crescimento urbanístico da cidade de
Luanda, aquando do mandato de Francisca do Espírito Santo, antiga governadora
desta urbe, estão hoje (quase) todas secas e maltratadas.
Fonte: O País
Fonte: O País
Na Rua Comandante Jika, por exemplo, onde se encontram
cerca de 300 palmeiras, contando a partir do largo localizado ao pé da Clínica
Girassol até ao da Sagrada Família, apenas 109 estão vivas. Já na Rua Marien
Ngouabi, a contar do restaurante Panela de Barro até ao Suíte Hotel Maianga,
são 71 palmeiras e apenas 18 continuam em bom estado.
Aquelas ruas são as em que pode- mos encontrar o maior número de palmeiras em mau estado de conservação, em relação às demais que constam no Programa de Urbanização e Crescimento Urbanístico desta cidade. As palmeiras implantadas são do tipo Bismarck, Rabo-de-raposa, Imperial e Real e cada uma delas pode custar cerca de sete mil dólares norte-americanos, em função das condições (altura, quantidade, etc.) em que foram compradas.
A quantidade de plantas, a tipologia, a forma como vão ser plantadas e o trabalho que estas exigirão depois de vendidas são invocados pelos especialistas como factores decisivos na estipulação do custo das palmeiras.
Suspeitando que a manutenção daquelas plantas estivesse a cargo da empresa Tecnocarro (que intervém na Marginal de Luanda), procuramos ouvir esta empresa, uma vez que em edições passadas de OPAÍS, a sua administradora, Maria de Medeiros, explicou que teve a responsabilidade de fornecer, por recomendação dos arquitectos, ao projecto paisagístico Baía, quase quatro mil árvores.
Na entrevista, a responsável destacou as avenidas Ho Chi Min, Comandante Gika e Marien Ngouabi, como as primeiras contempladas com os serviços da Tecnocarro. Quando contactada pela segunda vez pelo nosso jornal, Maria de Medeiros disse que neste momento, “não tenho nenhum contrato de manutenção para nenhuma palmeira plantada em espaços públicos, que sejam competência do GPL”.
Reconheceu que a sua empresa fez trabalhos de paisagismo na Baia de Luanda e que quando vende as palmeiras, o cliente é quem decide se vai contratar a manutenção. Caso não queira, aquela instituição normalmente oferece um ano de manutenção.
“Quando vendemos uma palmeira, esta vem acompanhada de uma série de serviços como o transplante, transporte, a plantação e manutenção. Mas posso lhe garantir que, neste momento, não tenho nenhum contrato de manutenção do governo provincial”, voltou a frisar.
“São árvores muito sensíveis à poluição”
Quando se faz o plantio de árvores é preciso ter em atenção os aspectos ligados ao local de inserção (do ponto de vista do solo e da água) de um modo geral, para que esta planta venha a gozar de boa saúde. Questões históricas também vêm ao caso, pois é deveras importante, segundo o ambientalista Vladimiro Russo, saber o que existia no local onde será feita a recuperação paisagista.
De acordo com o especialista, existem plantas que requerem mais água que as outras, que estão mais acostumadas a um tipo de solo e que são mais sensíveis do que as outras. E só o facto de as palmeiras serem transladadas, uma vez que a possibilidade das árvores grandes vingarem é menor, já que têm várias ramificações e a sua estrutura acabou por ser afectada, denota-se ali um problema de adaptação.
“Aquelas plantas não se adaptaram ao local de plantio devido ao solo, a água e ao facto de serem, também, árvores muito sensíveis à poluição. As palmeiras não têm o mesmo poder de absorção de carbono que têm as neems ou as acácias, por exemplo”, disse ele.
Diariamente, as palmeiras que se encontram nas ruas Comandante Jika e Marien Ngouabi, devido ao elevado número de automóveis em circulação e ao engarrafamento, estão sujeitas à poluição. Este é um dos principais motivos que contribui para aquele aspecto (ficar, sem a copa, apenas com o tronco).
Vladimiro Russo reforçou ainda que quando se faz um plano paisagístico, a questão da protecção dos passeios, manutenção e também os factores ambientais devem ser cuidadosamente analisados, para que se decida que tipo de arborização é aconselhável para a área.
“As árvores que ali estavam são aconselháveis”, fez menção o ambientalista, adicionando ainda que “é preciso, também, não esquecer o passado, embora algumas plantas que Luanda teve não pareçam muito bonitas, como é o caso dos cactus e treculias, mas, a meu ver, as acácias, as neems e as buganvílias que tínhamos no Palácio dos Congressos, são árvores que melhor se adequam àquele sítio”indicou.
Falta plano director
A cidade de Luanda já esteve melhor em termos paisagísticos, tivemos mais espaços verdes, de acordo com o ambientalista que reconheceu a carência actual destes lugares. Existem ainda muitos projectos que são desenvolvidos, segundo ele, e não cumprem com os pressupostos da Legislação - que exige que os projectos tenham um impacto significativo sobre o ambiente e a qualidade de vida das pessoas.
Aquelas ruas são as em que pode- mos encontrar o maior número de palmeiras em mau estado de conservação, em relação às demais que constam no Programa de Urbanização e Crescimento Urbanístico desta cidade. As palmeiras implantadas são do tipo Bismarck, Rabo-de-raposa, Imperial e Real e cada uma delas pode custar cerca de sete mil dólares norte-americanos, em função das condições (altura, quantidade, etc.) em que foram compradas.
A quantidade de plantas, a tipologia, a forma como vão ser plantadas e o trabalho que estas exigirão depois de vendidas são invocados pelos especialistas como factores decisivos na estipulação do custo das palmeiras.
Suspeitando que a manutenção daquelas plantas estivesse a cargo da empresa Tecnocarro (que intervém na Marginal de Luanda), procuramos ouvir esta empresa, uma vez que em edições passadas de OPAÍS, a sua administradora, Maria de Medeiros, explicou que teve a responsabilidade de fornecer, por recomendação dos arquitectos, ao projecto paisagístico Baía, quase quatro mil árvores.
Na entrevista, a responsável destacou as avenidas Ho Chi Min, Comandante Gika e Marien Ngouabi, como as primeiras contempladas com os serviços da Tecnocarro. Quando contactada pela segunda vez pelo nosso jornal, Maria de Medeiros disse que neste momento, “não tenho nenhum contrato de manutenção para nenhuma palmeira plantada em espaços públicos, que sejam competência do GPL”.
Reconheceu que a sua empresa fez trabalhos de paisagismo na Baia de Luanda e que quando vende as palmeiras, o cliente é quem decide se vai contratar a manutenção. Caso não queira, aquela instituição normalmente oferece um ano de manutenção.
“Quando vendemos uma palmeira, esta vem acompanhada de uma série de serviços como o transplante, transporte, a plantação e manutenção. Mas posso lhe garantir que, neste momento, não tenho nenhum contrato de manutenção do governo provincial”, voltou a frisar.
“São árvores muito sensíveis à poluição”
Quando se faz o plantio de árvores é preciso ter em atenção os aspectos ligados ao local de inserção (do ponto de vista do solo e da água) de um modo geral, para que esta planta venha a gozar de boa saúde. Questões históricas também vêm ao caso, pois é deveras importante, segundo o ambientalista Vladimiro Russo, saber o que existia no local onde será feita a recuperação paisagista.
De acordo com o especialista, existem plantas que requerem mais água que as outras, que estão mais acostumadas a um tipo de solo e que são mais sensíveis do que as outras. E só o facto de as palmeiras serem transladadas, uma vez que a possibilidade das árvores grandes vingarem é menor, já que têm várias ramificações e a sua estrutura acabou por ser afectada, denota-se ali um problema de adaptação.
“Aquelas plantas não se adaptaram ao local de plantio devido ao solo, a água e ao facto de serem, também, árvores muito sensíveis à poluição. As palmeiras não têm o mesmo poder de absorção de carbono que têm as neems ou as acácias, por exemplo”, disse ele.
Diariamente, as palmeiras que se encontram nas ruas Comandante Jika e Marien Ngouabi, devido ao elevado número de automóveis em circulação e ao engarrafamento, estão sujeitas à poluição. Este é um dos principais motivos que contribui para aquele aspecto (ficar, sem a copa, apenas com o tronco).
Vladimiro Russo reforçou ainda que quando se faz um plano paisagístico, a questão da protecção dos passeios, manutenção e também os factores ambientais devem ser cuidadosamente analisados, para que se decida que tipo de arborização é aconselhável para a área.
“As árvores que ali estavam são aconselháveis”, fez menção o ambientalista, adicionando ainda que “é preciso, também, não esquecer o passado, embora algumas plantas que Luanda teve não pareçam muito bonitas, como é o caso dos cactus e treculias, mas, a meu ver, as acácias, as neems e as buganvílias que tínhamos no Palácio dos Congressos, são árvores que melhor se adequam àquele sítio”indicou.
Falta plano director
A cidade de Luanda já esteve melhor em termos paisagísticos, tivemos mais espaços verdes, de acordo com o ambientalista que reconheceu a carência actual destes lugares. Existem ainda muitos projectos que são desenvolvidos, segundo ele, e não cumprem com os pressupostos da Legislação - que exige que os projectos tenham um impacto significativo sobre o ambiente e a qualidade de vida das pessoas.
Todos os projectos devem estar sujeitos a uma análise
ambiental, mas “isto só acontece aos compartimentados (uma fábrica ou prédio,
por exemplo), os que envolvem a reabilitação a nível do casco urbano,
principalmente, não sofrem este tipo de análise”, disse.
O especialista da empresa Holísticos (que presta serviços de consultoria ambiental) lamentou o facto de, a nível da província de Luanda, nunca ter sido aprovado um Plano Director (instrumento de planificação e gestão da cidade).
Se tivéssemos este plano, acrescentou, ficaria mais fácil identificar o que será construído numa determinada zona e as margens de manobra de alterações pode reduzir.
A sua inexistência dificulta a auscultação, que não tem havido muita, tanto dos ambientalistas quanto do público em geral.
“Falta um plano director de cada município e também o plano de ordenamento da orla costeira. Nós temos de ver onde queremos ir nos próximos 10 anos, por exemplo. Não tendo um plano, as decisões são tomadas no momento em que acontecem os projectos e, isto, não é benéfico”, finalizou.
‘Gastaram dinheiro à toa’
Face a esta situação, a equipa de reportagem de OPAÍS procurou ouvir também cidadãos desta urbe. Muitos dos contactados não quiseram falar, uns por não terem noção do assunto, outros porque ainda temem dar a sua opinião à imprensa.
Os cidadãos mostraram-se consternados com a situação e muitos deles acreditam que deve haver negligência por parte dos governantes da cidade de Luanda, pois, não é possível, depois de muito dinheiro gasto na compra daquelas palmeiras, não terem reunido as condições todas para mantê-las vivas.
O jovem Emerson Hugo, de 31 anos de idade, disse não estar admirado que o GPL tenha gasto quantias avultadas na aquisição daquelas palmeiras, aliás “em Angola acontecem coisas inimagináveis e isto é mais uma prova de que estes governantes gastam dinheiro à toa. Não se pode embelezar uma cidade se não vamos conseguir fazer a manutenção desta beleza”, reforça.
Aquele cidadão acredita que o projecto, que deu origem à plantação daquelas palmeiras, é louvável, “já que Luanda ficou muito mais bonita”, mas é de opinião que deviam ter comprado árvores mais económicas e, além disso, ter assegurado a manutenção das mesmas.
“Embora não entenda muito de árvores, mas acho que deve existir algumas que custam menos. Por outro lado, o governo devia ter parceria com as empresas ambientais, os agrónomos ou os floristas, por exemplo, para cuidarem dessas plantas, de modo com que não desperdicem tanto dinheiro enquanto os nossos irmãos, nas outras províncias, precisam de ajuda”, apontou ele, como solução.
“São coisas do género”, acrescentou o nosso interlocutor, “que também tem levado a juventude a se manifestar” e depois “vêm dizer que somos frustrados”. “Então um governo que compra coisas caras para depois deixar estragar, o povo vai ficar só a olhar?”, deixou a pergunta no ar, Emerson Hugo, funcionário público.
Ninguém presta contas
Quem também defende o gasto racional do erário público é o cidadão Paulo Dadinho, 35 anos, engenheiro de construção civil, interpelado pela nossa equipa de reportagem na Rua Comandante Jika, enquanto se dirigia ao seu local de trabalho. Disse que “devia haver maior controlo do dinheiro que é dado para financiar certos projectos, principalmente de construção civil, por existir, nesta área, mais desvios”.
Para o engenheiro, a “teoria do deixa-andar” tem de ser controlada, de modo geral, para se evitar estes gastos desnecessários. “Lembro-me que este projecto que inclui estas palmeiras foi da governadora Francisca do Espirito Santo”, fez a retrospecção.
“É óbvio”, continuou, “que aquela governadora tinha a responsabilidade, por exemplo, de pagar a empresa que iria fazer o tratamento das árvores, mas parece que as coisas ficaram paradas depois da sua exoneração. E como as pessoas se acostumaram a deixar as pastas sem prestar contas nenhumas, somos obrigados a presenciar esta desgraça ambiental”.
Enquanto falava connosco, Paulo Dadinho mostrou-se defensor da ideia de que os governantes deviam ser responsabilizados pelas suas faltas e/ou prestar contas à população por todos os gastos feitos durante o seu mandato. “O cidadão tem de saber onde vai o dinheiro em que ficam avaliados os projectos (todos) apresentados ao Executivo”, ressaltou.
Cardoso Neto, florista, tem feito o favor de algumas vezes podar as palmeiras abandonadas
Para finalizar, mostrando o sentimento de tristeza, aquele cidadão disse que o GPL deve reconhecer “que errou na compra de palmeiras sem antes ter garantida a sua manutenção, mas nem tudo está perdido, pois algumas delas sobreviveram”. Neste sentido, aconselhou que se recupere, pelo menos, as palmeiras que ainda não secaram, já que “custaram, ao cofre do Estado muita massa,” disse.
De 40 anos de idade, Cardoso João Neto, o único entrevistado que aceitou tirar uma foto, é florista há 20 anos e vende os seus produtos na Rua Marien Ngouabi – onde também tem palmeiras secas. Aquele indivíduo apontou a falta de água como causa número 1 da degradação daquelas plantas, pois faz tempo que não vê alguém a regá-las.
“Eu, às vezes, é que faço a poda de alguns ramos, mas como não tenho condições de regar todas estas palmeiras, não vou mais além. Acho que o contrato que o governo tinha com a empresa que fazia isto acabou, porque há muito tempo que não tenho visto os homens a fazerem este tipo de trabalho”, disse ele, que já não recorda o nome da empresa.
Cardoso Neto criticou também, como florista, o que considera de “péssimo trabalho” do governo e disse que sente-se mal vendo uma árvore tão valiosa a secar daquele jeito.
Mostrou-se disposto a colaborar com o GPL, mas “para conseguir um contrato de manutenção é preciso ter padrinho na cozinha”, indica.
“A planta precisa de água, isto é fundamental. Pelo menos, estas palmeiras deviam ser regadas 3 vezes por semana, pôr estrume, para que estejam desenvolvidas. Vendo plantas há muito tempo nesta zona e não tenho visto mais ninguém a fazer isto”, indicou ele, que quando foi interpelado, estava precisamente a regar as plantas que lhe têm garantido o sustento.
Pronunciamento do GPL só em Janeiro
O nosso jornal procurou ouvir o Governo Provincial de Luanda, neste caso a sua Comissão Administrativa, mas não obteve respostas positivas, nas duas tentativas.
Quando contactada pela primeira vez a referida comissão, recebemos a resposta do Gabinete de Informação e Documentação de que não seria possível termos um pronunciamento, porque a pessoa que pode falar sobre o assunto não está autorizada e quem o pode autorizar encontrava-se de viagem.
Pedimos então a Luís Nascimento, chefe daquele gabinete, que nos adiantasse, pelo menos, o nome da empresa responsável pelo tratamento e rega das palmeiras compradas pelo GPL, mas este disse que “a única pessoa que nos podia dar é aquela que não está autorizada a falar”.
Entretanto, fizemos um compasso de espera de aproximadamente três semanas para ver se “o autorizador”, que apenas foi identificado como chefe da comissão, viria a dar o aval, mas, infelizmente, não responderam.
O especialista da empresa Holísticos (que presta serviços de consultoria ambiental) lamentou o facto de, a nível da província de Luanda, nunca ter sido aprovado um Plano Director (instrumento de planificação e gestão da cidade).
Se tivéssemos este plano, acrescentou, ficaria mais fácil identificar o que será construído numa determinada zona e as margens de manobra de alterações pode reduzir.
A sua inexistência dificulta a auscultação, que não tem havido muita, tanto dos ambientalistas quanto do público em geral.
“Falta um plano director de cada município e também o plano de ordenamento da orla costeira. Nós temos de ver onde queremos ir nos próximos 10 anos, por exemplo. Não tendo um plano, as decisões são tomadas no momento em que acontecem os projectos e, isto, não é benéfico”, finalizou.
‘Gastaram dinheiro à toa’
Face a esta situação, a equipa de reportagem de OPAÍS procurou ouvir também cidadãos desta urbe. Muitos dos contactados não quiseram falar, uns por não terem noção do assunto, outros porque ainda temem dar a sua opinião à imprensa.
Os cidadãos mostraram-se consternados com a situação e muitos deles acreditam que deve haver negligência por parte dos governantes da cidade de Luanda, pois, não é possível, depois de muito dinheiro gasto na compra daquelas palmeiras, não terem reunido as condições todas para mantê-las vivas.
O jovem Emerson Hugo, de 31 anos de idade, disse não estar admirado que o GPL tenha gasto quantias avultadas na aquisição daquelas palmeiras, aliás “em Angola acontecem coisas inimagináveis e isto é mais uma prova de que estes governantes gastam dinheiro à toa. Não se pode embelezar uma cidade se não vamos conseguir fazer a manutenção desta beleza”, reforça.
Aquele cidadão acredita que o projecto, que deu origem à plantação daquelas palmeiras, é louvável, “já que Luanda ficou muito mais bonita”, mas é de opinião que deviam ter comprado árvores mais económicas e, além disso, ter assegurado a manutenção das mesmas.
“Embora não entenda muito de árvores, mas acho que deve existir algumas que custam menos. Por outro lado, o governo devia ter parceria com as empresas ambientais, os agrónomos ou os floristas, por exemplo, para cuidarem dessas plantas, de modo com que não desperdicem tanto dinheiro enquanto os nossos irmãos, nas outras províncias, precisam de ajuda”, apontou ele, como solução.
“São coisas do género”, acrescentou o nosso interlocutor, “que também tem levado a juventude a se manifestar” e depois “vêm dizer que somos frustrados”. “Então um governo que compra coisas caras para depois deixar estragar, o povo vai ficar só a olhar?”, deixou a pergunta no ar, Emerson Hugo, funcionário público.
Ninguém presta contas
Quem também defende o gasto racional do erário público é o cidadão Paulo Dadinho, 35 anos, engenheiro de construção civil, interpelado pela nossa equipa de reportagem na Rua Comandante Jika, enquanto se dirigia ao seu local de trabalho. Disse que “devia haver maior controlo do dinheiro que é dado para financiar certos projectos, principalmente de construção civil, por existir, nesta área, mais desvios”.
Para o engenheiro, a “teoria do deixa-andar” tem de ser controlada, de modo geral, para se evitar estes gastos desnecessários. “Lembro-me que este projecto que inclui estas palmeiras foi da governadora Francisca do Espirito Santo”, fez a retrospecção.
“É óbvio”, continuou, “que aquela governadora tinha a responsabilidade, por exemplo, de pagar a empresa que iria fazer o tratamento das árvores, mas parece que as coisas ficaram paradas depois da sua exoneração. E como as pessoas se acostumaram a deixar as pastas sem prestar contas nenhumas, somos obrigados a presenciar esta desgraça ambiental”.
Enquanto falava connosco, Paulo Dadinho mostrou-se defensor da ideia de que os governantes deviam ser responsabilizados pelas suas faltas e/ou prestar contas à população por todos os gastos feitos durante o seu mandato. “O cidadão tem de saber onde vai o dinheiro em que ficam avaliados os projectos (todos) apresentados ao Executivo”, ressaltou.
Cardoso Neto, florista, tem feito o favor de algumas vezes podar as palmeiras abandonadas
Para finalizar, mostrando o sentimento de tristeza, aquele cidadão disse que o GPL deve reconhecer “que errou na compra de palmeiras sem antes ter garantida a sua manutenção, mas nem tudo está perdido, pois algumas delas sobreviveram”. Neste sentido, aconselhou que se recupere, pelo menos, as palmeiras que ainda não secaram, já que “custaram, ao cofre do Estado muita massa,” disse.
De 40 anos de idade, Cardoso João Neto, o único entrevistado que aceitou tirar uma foto, é florista há 20 anos e vende os seus produtos na Rua Marien Ngouabi – onde também tem palmeiras secas. Aquele indivíduo apontou a falta de água como causa número 1 da degradação daquelas plantas, pois faz tempo que não vê alguém a regá-las.
“Eu, às vezes, é que faço a poda de alguns ramos, mas como não tenho condições de regar todas estas palmeiras, não vou mais além. Acho que o contrato que o governo tinha com a empresa que fazia isto acabou, porque há muito tempo que não tenho visto os homens a fazerem este tipo de trabalho”, disse ele, que já não recorda o nome da empresa.
Cardoso Neto criticou também, como florista, o que considera de “péssimo trabalho” do governo e disse que sente-se mal vendo uma árvore tão valiosa a secar daquele jeito.
Mostrou-se disposto a colaborar com o GPL, mas “para conseguir um contrato de manutenção é preciso ter padrinho na cozinha”, indica.
“A planta precisa de água, isto é fundamental. Pelo menos, estas palmeiras deviam ser regadas 3 vezes por semana, pôr estrume, para que estejam desenvolvidas. Vendo plantas há muito tempo nesta zona e não tenho visto mais ninguém a fazer isto”, indicou ele, que quando foi interpelado, estava precisamente a regar as plantas que lhe têm garantido o sustento.
Pronunciamento do GPL só em Janeiro
O nosso jornal procurou ouvir o Governo Provincial de Luanda, neste caso a sua Comissão Administrativa, mas não obteve respostas positivas, nas duas tentativas.
Quando contactada pela primeira vez a referida comissão, recebemos a resposta do Gabinete de Informação e Documentação de que não seria possível termos um pronunciamento, porque a pessoa que pode falar sobre o assunto não está autorizada e quem o pode autorizar encontrava-se de viagem.
Pedimos então a Luís Nascimento, chefe daquele gabinete, que nos adiantasse, pelo menos, o nome da empresa responsável pelo tratamento e rega das palmeiras compradas pelo GPL, mas este disse que “a única pessoa que nos podia dar é aquela que não está autorizada a falar”.
Entretanto, fizemos um compasso de espera de aproximadamente três semanas para ver se “o autorizador”, que apenas foi identificado como chefe da comissão, viria a dar o aval, mas, infelizmente, não responderam.
Contactamos então a porta-voz do GPL, Letícia Lando, e
esta começou por dizer que tinha conhecimento do primeiro contacto feito pelo
nosso jornal e, apesar de não conseguir ainda o aval para que o “responsável
pelas palmeiras” se pronuncie, estão a reunir todas as condições necessárias
para o fazer, possivelmente, em Janeiro.
Também não adiantou o nome, tanto da empresa contratada, nem do responsável do GPL pelas palmeiras, mas disse que “entendiam a nossa preocupação e estavam a trabalhar para dar resposta”. Entretanto, prometeu para Janeiro de 2014 um pronunciamento.
Importância do plantio de árvores
Reduz o efeito de aquecimento global. As árvores actuam como colectoras de gás carbónico. as árvores podem absorver CO2 a um ritmo de 6 quilos por árvore ao ano, podem gerar oxigénio, reciclar a água e limpar o ar, além dos outros benefícios adicionais.
Erosão do solo. As árvores evitam ou reduzem a erosão do solo e a contaminação da água, contribuem nas correntes subterrâneas e na manutenção dos rios; reduzem significativamente a poluição acústica nos cruzamentos e vias de grande movimento.
Redução de gastos. Os arbustos plantados ao redor das casas protegem do vento e da neve e podem reduzir o gasto necessário em calefacção em até 30%. as plantações de espécies de rápido crescimento e de rendimento controlado são uma fonte constante de combustível para estufas e fábricas.
Produção farmacêutica. Os bosques tropicais, além de ter um grande valor como habitat para a fauna e como fonte de madeira, têm um valor extraordinário como matéria-prima para fármacos. um de cada quatro produtos farmacêuticos usados no mundo procede de uma planta que cresce num bosque tropical.
Erosão das orlas. As árvores que crescem junto aos rios, ribeirões e lagos baixam a temperatura da água com a sua sombra, evitam ou reduzem a erosão das orlas e a formação de lodaçais e melhoram o habitat dos peixes.
Redução do estresse. As árvores contribuem para reduzir o stress no trabalho e aceleram a recuperação dos pacientes hospitalizados.
Também não adiantou o nome, tanto da empresa contratada, nem do responsável do GPL pelas palmeiras, mas disse que “entendiam a nossa preocupação e estavam a trabalhar para dar resposta”. Entretanto, prometeu para Janeiro de 2014 um pronunciamento.
Importância do plantio de árvores
Reduz o efeito de aquecimento global. As árvores actuam como colectoras de gás carbónico. as árvores podem absorver CO2 a um ritmo de 6 quilos por árvore ao ano, podem gerar oxigénio, reciclar a água e limpar o ar, além dos outros benefícios adicionais.
Erosão do solo. As árvores evitam ou reduzem a erosão do solo e a contaminação da água, contribuem nas correntes subterrâneas e na manutenção dos rios; reduzem significativamente a poluição acústica nos cruzamentos e vias de grande movimento.
Redução de gastos. Os arbustos plantados ao redor das casas protegem do vento e da neve e podem reduzir o gasto necessário em calefacção em até 30%. as plantações de espécies de rápido crescimento e de rendimento controlado são uma fonte constante de combustível para estufas e fábricas.
Produção farmacêutica. Os bosques tropicais, além de ter um grande valor como habitat para a fauna e como fonte de madeira, têm um valor extraordinário como matéria-prima para fármacos. um de cada quatro produtos farmacêuticos usados no mundo procede de uma planta que cresce num bosque tropical.
Erosão das orlas. As árvores que crescem junto aos rios, ribeirões e lagos baixam a temperatura da água com a sua sombra, evitam ou reduzem a erosão das orlas e a formação de lodaçais e melhoram o habitat dos peixes.
Redução do estresse. As árvores contribuem para reduzir o stress no trabalho e aceleram a recuperação dos pacientes hospitalizados.
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