Caros activistas e amigos,
Como a direcção do Bloco previa 2011 está a ser um ano de lutas. Estas vão acontecer para lá da vontade da central ideológica do regime e dos estados-maiores das formações políticas existentes.
Fonte: Bloco Democratico
As lutas vão irromper da grande insatisfação nacional e de novas formas organizativas que se vão desdobrar. Muitas delas serão filhos pródigos do espontaneísmo das novas gerações que estão cansadas de pagar o preço da desgovernação e da ditadura de José Eduardo dos Santos. Este está cada vez mais a ser identificado como o grande entrave ao desenvolvimento político, económico e social do país. A maior parte dos cidadãos angolanos já se deram conta que o país está refém dos interesses pessoais (políticos, económicos e sociais) de JES. Toda a política do país se subordina aos interesses de poder autoritário de JES, seja a política institucional, económica, financeira, comercial, social, cultural, diplomática ou outra.
O 7 de Março (7M) foi uma grande prova da fragilidade do regime. Na sua omnipresença controlista e repressiva não é mais do que um gigante de pés de barro. A convocação de uma manifestação, por uma entidade clandestina mostrou que ninguém acredita no “Estado Democrático de Direito” declarado na Constituição. Todos têm a noção exacta dos estreitos limites de “liberdade” do regime de “democratura” de dos Santos. O 7M veio confirmar a ideia de que 2011 será um ano de grandes desafios. Será um ano de lutas políticas, sociais e de debate sobre o futuro de Angola, por isto, cada um deve redobrar esforços, e aproveitar todos os espaços, para engrossar as fileiras dos democratas e empreendedores angolanos, dando sentido a condição de cidadãos. Este país é nosso, apesar de estar usurpado! Os militantes devem reunir os núcleos de base, todas as semanas, para troca de informações, estudo e debate dos temas correntes. Mas também para concertar meios de intervenção no sentido de melhorar as condições de vida das comunidades em que vivem, interpelando e pressionando as autoridades, organizando protestos e manifestações quando estes se recusam ao diálogo, e não resolvem os problemas mais prementes ou faltam descaradamente às suas promessas.
O país tem que se libertar das garras dos seus opressores e exploradores. Angola tem que cumprir a sua vocação de se tornar uma potência económica de dimensão atlântica que permita enriquecer material e espiritualmente os angolanos. Pois não há razão nenhuma para se ser pobre numa terra muito rica desde que exista um acesso real dos cidadãos à riqueza através da livre iniciativa, da inovação, do espírito de empreendimento e do trabalho. Isto é possível a curto prazo se as riquezas deixarem de sair do país para alimentar as contas de alguns dos seus dignitários e seus amigos no estrangeiro.
Por isso, o Bloco continua a defender que é urgente os angolanos apressarem a mudança do regime ditatorial mas de forma segura. Para isto, o Bloco propõe-se, em conjunto com as oposições e todos cidadãos disponíveis, a empreender um vasto movimento de acções destinadas a transferir para a Nação o controlo político do país, da transição para a Democracia e garantir um processo eleitoral pacífico, livre, justo e transparente.
O Bloco gostaria de fazer chegar, mais cedo do que tarde e com a participação dos cidadãos, a passagem do poder para representantes da Nação eleitos nas urnas e não escolhidos pela fraude do ditador. Por isto, é importante que os cidadãos (no país ou na diáspora) se mobilizem num amplo Movimento pela Verdade Eleitoral. As eleições não são uma questão privada dos partidos políticos. As eleições são uma questão de cidadania. Os cidadãos não podem alienar o controlo do resultado eleitoral à vontade de José Eduardo dos Santos que até agora continua a ter o monopólio da fraude eleitoral. O sentido do voto de cada um (a sua importância, a sua razão de ser) depende da verdade eleitoral. Sem verdade eleitoral é como se não houvesse eleições. Se não houver verdade eleitoral, as eleições serão uma grande farsa que apenas servirão para legitimar, nomeadamente para o exterior, a ditadura. Se queremos mudar o país não podemos deixar que a grande batota eleitoral de 2008 se repita.
A nossa luta pela cidadania e pelo progresso social tem que ter um sentido. Não podemos continuar na política como meros figurantes ou como elementos do décor da democratura eduardista.
Justino Pinto de Andrade
Presidente do Bloco Democrático
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