domingo, 17 de abril de 2011

O partido minoritário


Ontem, 16 de Abril, pelas vinte e uma hora, no Largo 1º de Maio em Luanda, decorria mais um comício musical maratonado, promovido pelo partido da minoria em saudação a mais um congresso do minoritário.
Isto é, não se deixa ninguém descansar, dormir. O mais importante é promover os maus exemplos, assim como as maratonas da bebedeira, que mais tarde transformam cidadãos numa sociedade doentia. E depois, dos covis saem psiquiatras, psicólogos, ideólogos – até se convidam, paga-se a estrangeiros para dissertarem sobre as origens dos nossos males, quando nos seus países a coisa está podre, muito mais mal condizente – dos comités da defesa da revolução, ditos de especialidade, que as coisas estão mal, e que a sociedade está doente e que é urgente curá-la. Que a violência doméstica e as agressões sexuais estão demais. Pudera, com tanto apelo nas maratonas ao álcool gratuito, onde Angola é o maior consumidor, para gáudio dos exportadores portugueses que sonham com a reimplantação do vício colonial da bebedeira, em conluio com os seus mestres émepelistas.
Dos alto-falantes ouvia-se o bombardeio sonoro do DJ de serviço: «Quando eu disser viva, todos vocês também gritam, viva!» E então: «Viva a paz, viva!» O largo estava com a lotação esgotada pela juventude, que já não é não senhor, o futuro da nação. É sim, a desgraça desta nação. E os jovens, nem pio, todos calados, ninguém gritou viva. E o DJ muito esperançado insiste: «Viva o congresso do MPLA, viva!» nada, ninguém gritou, ninguém quer saber do MPLA, se é que ele ainda existe. Os jovens apenas queriam ouvir música, estavam-se marimbando para as palavras de desordem do M.
Então, é ou não é o actual partido da monotonia, da minoria?

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