quarta-feira, 6 de abril de 2011

Luanda, agora quando chove, os estragos provocados parecem um maremoto.


Eis o festim ainda inacabado dos projectos (?) das novas centralidades (?) da especulação imobiliária dos nossos novos-ricos sempre cada vez mais corruptos.
Enquanto a oposição não criar uma comissão de congelação dos seus bens para indemnização dos espoliados, nunca chegaremos a lado nenhum. Depois da última chuvada, 05Abr11, facilmente se pode concluir que o MPLA destruiu Luanda, e aqui dá muito bem para enfatizar que não houve guerra. O MPLA destruiu Luanda sozinho, muito bem como só ele sabe fazer. E a seguir? Quem é que conseguirá viver em Luanda, se ela está, vai, “desaparecer”?
O texto a seguir é muito convincente… lá como cá, na irmandade destruidora, revolucionária.

«Cidade de Maputo. Destruição de vegetação provoca cheias urbanas.
Maputo (Canalmoz) - A destruição da vegetação dando lugar a construção de habitações, escritórios, pequenas machambas entre outras infra-estruturas, tem sido uma das causas que tem vindo a provocar inundações a nível da cidade de Maputo. Cita-se o exemplo da destruição de uma parte da avenida Julius Nyerere, no coração da cidade, há cerca de 10 anos, sendo o resultado directo de práticas que não levam em conta o que depois pode acontecer com a fúria da natureza.
“Nas áreas onde antes era vegetação urbana e nas encostas, hoje aparecem casas e machambas. O milho é pior que o capim. A vegetação natural agarra mais o solo que as culturas nas machambas e obras erguidas”, disse o professor catedrático Carmo Vaz, sublinhando que a Avenida Julius Nyerere destruí-se em 2000 e até hoje ainda se aguarda por um projecto para a sua reconstrução.
“Temos que planificar o nosso território. Se a vegetação desaparece, o solo é removido facilmente”. “As florestas ajudam que as águas fiquem no solo”, lembrou.
Osvaldo Kitiane, um dos estudantes universitários que participou no encontro, quis saber do palestrante porque é que as vítimas das cheias mesmo reassentadas passado algum tempo, depois voltam para os mesmos locais.
Por seu turno, Abdul Magid, engenheiro civil presentemente nos Caminhos-de-ferro de Moçambique, disse que “o país já está sentado no chão, já não existem árvores, só há arbustos” e indaga a influência que isto pode causar para a natureza. Pedrito António, do Ministério das Obras Públicas e Habitação, disse que a questão das secas e cheias cíclicas prenunciam a mudança climática. Lembrou que “esta actua lentamente”. Concluiu, entretanto: “estamos a morrer sem nos apercebermos. Ao mesmo estilo que um sapo que é colocado em água fria que se aquece aos bocados e ele acaba morrendo sem se aperceber”.
Este participante quis saber como é que se pode emitir um aviso antecipadamente. Em resposta, o Professor Vaz disse que as pessoas voltam às zonas de onde foram retiradas porque querem produzir. “Quem se acidenta não deixa de andar de carro”, referiu Vaz. Afirmou depois que “tal como um condutor volta a conduzir carro depois do acidente, uma vítima das cheias também volta à zona que havia abandonado”.(Cláudio Saúte)»

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